Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter
Exatos dez dias depois, o carro do Sr. Lanzani nos deixou no aeroporto de Gatwick, Gaston arrastava nossa bagagem num carrinho enquanto eu checava novamente se Peter estava confortável — até que ele ficou irritado.
Juan: Cuidem-se. E façam boa viagem — recomendou o Sr. Lanzani, colocando a mão no ombro de Peter. — Não façam muita bobagem. — E literalmente piscou para mim ao dizer isso.
A Sra. Lanzani não pôde sair do trabalho para ir também. Desconfio que, na verdade, ela não quis passar duas horas num carro com o marido. Peter concordou com a cabeça, mas não disse nada. Ele permanecera surpreendentemente quieto no carro, olhando pela janela com seu olhar impenetrável, ignorando a conversa entre mim e Gaston sobre o trânsito e o que já sabíamos que tínhamos nos esquecido de levar.
Até atravessarmos o pátio eu não estava muito segura de que fazíamos a coisa certa. A Sra. Lanzani foi totalmente contra a viagem. Mas, depois que ele concordou com o meu plano reformulado, eu soube que ela teve medo de dizer que ele não deveria ir. Parecia estar com medo de falar conosco naquela última semana. Ficava em silêncio perto de Peter, falando somente com os médicos. Ou se ocupava do jardim, podando as plantas com uma eficiência assustadora.
Lali: Alguém da companhia aérea deve nos encontrar. Eles devem vir nos encontrar — afirmei, à medida que nos encaminhávamos para o guichê do check-in, mexendo na minha papelada.
Gas: Relaxe. É pouco provável que coloquem alguém na porta — disse Gaston.
Lali: Mas a cadeira tem que ser despachada como “equipamento médico frágil”. Conferi três vezes pelo telefone com a mulher. E temos de ver se eles não vão implicar com o equipamento médico de bordo de Peter.
O serviço on-line de tetraplégicos forneceu pilhas de informações, avisos, direitos e listas. Depois, conferi três vezes seguidas com a empresa aérea que seríamos alocados em assentos localizados na parte mais espaçosa da cabine e que Peter embarcaria primeiro e não sairia de sua cadeira motorizada até que estivéssemos no portão de embarque. Gaston deveria ficar em solo, retirar o controle remoto e colocar a cadeira em funcionamento manual, e depois, cuidadosamente, deveria dobrar e fechar a cadeira, prendendo os pedais. Ele acompanharia pessoalmente o despacho da cadeira, para evitar que sofresse alguma avaria. Ela receberia etiquetas cor-de-rosa para avisar os carregadores que era um aparelho muito delicado. Reservamos três assentos seguidos para que Gaston pudesse dar a ajuda médica de que Peter precisasse sem contar com olhares curiosos. A empresa aérea garantiu que os braços dos assentos levantavam, assim não machucaríamos os quadris de Peter ao transferi-lo da cadeira de rodas para o assento do avião. Ele poderia ficar entre nós dois o tempo todo. E seríamos os primeiros a desembarcar.
Tudo isso estava na minha lista “aeroporto”. Era a página que vinha antes da lista “hotel”, mas depois da lista “um dia antes da partida” e do itinerário. Mesmo com todas essas garantias em ordem, eu me sentia enjoada. Toda vez que olhava para Peter, eu me perguntava se tinha feito a coisa certa. Peter recebera de seu clínico geral a autorização para viajar somente na noite anterior. Comera pouco e passara quase o dia todo dormindo. Parecia cansado não só por causa da doença, mas exausto com relação à vida, cansado das nossas interferências, das nossas entusiasmadas tentativas de conversar, da nossa incansável determinação em tentar melhorar as coisas para ele. Ele me suportava, mas eu tinha a sensação de que, frequentemente, queria ficar sozinho. Ele não sabia que essa era a única coisa que eu não o deixaria fazer.
Lali: Ali está a moça da companhia aérea — falei, quando uma jovem de uniforme, com um grande sorriso e uma prancheta, veio rápido na nossa direção.
Gas: Bom, ela vai ser muito útil na transferência — Gaston murmurou. — Parece que não consegue levantar um camarão congelado.
Lali: Vamos dar um jeito — respondi. — Aqui entre nós, damos um jeito.
Tinha se tornado o meu bordão, desde que decidi o que queria fazer. Desde minha conversa com Gaston no anexo, fui tomada por um renovado entusiasmo em provar que todos estavam errados. Só porque não podíamos fazer a viagem que planejei não queria dizer que Peter não pudesse fazer nada.
Acessei os sites de bate-papo na internet e disparei perguntas. Que lugar seria bom para um agora bem mais fraco Peter se recuperar? Alguém sabia aonde podíamos ir? O clima era a minha principal preocupação — o clima inglês era muito instável (e não há nada mais deprimente do que um hotel à beira-mar com chuva). Grande parte da Europa estava quente demais no fim de julho, o que excluía as praias da Itália, da Grécia, do sul da França e outras regiões litorâneas. Eu tinha uma visão, sabe? Imaginava Peter relaxando à beira-mar. O problema era que, com tão pouco tempo para planejar e embarcar, havia pouca chance de tornar tudo realidade.
Houve muitas mensagens solidárias, e muitas, muitas histórias sobre pneumonia. Aquele parecia ser o fantasma que assombrava a todos eles. Houve algumas sugestões de lugares aonde ele poderia ir, mas nenhuma que me inspirasse. Ou, mais importante, nenhuma sugestão que pudesse interessar a Peter. Eu não queria spas, ou lugares onde ele pudesse ver pessoas na mesma situação que ele. Eu não sabia direito o que queria, mas revi as sugestões da lista de sugestões e soube que nenhuma era adequada. Foi Ritchie, aquele assíduo membro do bate-papo, que acabou me ajudando. Na tarde em que Peter saiu do hospital, ele enviou uma mensagem:
Mande o seu e-mail. Meu primo é agente de viagens. Contei o caso para ele.
Liguei para o número que ele me deu e falei com um homem de meia-idade, com forte sotaque de Yorkshire. Quando ele me disse o que tinha em mente, um sininho de reconhecimento soou em alguma parte das profundezas da minha memória. Duas horas depois, tínhamos tudo arranjado. Fiquei tão grata a ele que poderia ter chorado.
— Não tem de quê, garota — disse ele. — Apenas garanta que o seu amigo se divirta.
Dito isso, quando partimos, eu estava quase tão cansada quanto Peter. Tinha passado dias numa batalha contra os menores requisitos para viagem de tetraplégicos, e até a manhã da viagem, ainda não estava convencida de que Peter estava bem o suficiente para ir. Agora, sentada com a bagagem, olhava para ele, desanimado e pálido no aeroporto movimentado e me perguntava de novo se tinha me enganado. Por um breve momento senti pânico. E se ele adoecesse outra vez? E se detestasse cada minuto, como aconteceu na corrida de cavalos? E se eu tivesse entendido tudo errado e ele precisasse não de uma viagem épica, mas de dez dias em casa, na própria cama?
Mas não dispúnhamos de dez dias sobrando. Era isso. Aquela era a minha única chance.
Gas: Estão chamando o nosso voo — avisou Gaston, ao voltar do Duty Free. Olhou para mim, levantou uma sobrancelha e respirou fundo.
Lali: Certo — respondi. — Vamos lá.
***
Autor(a): Lee CasiAngeles
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O voo em si, apesar das longas doze horas de duração, não foi a provação que eu temia. Gaston provou ser muito eficiente em fazer as rotinas de troca de Peter escondido sob um cobertor. A equipe de bordo foi solícita, discreta e cuidadosa com a cadeira. Peter, conforme o prometido, embarcou primeiro, foi transferido para sua poltrona ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 178
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imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04
Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!
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dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25
Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.
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aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08
chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34
FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22
nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui
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aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07
obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha
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dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06
ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais
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imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54
ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18
pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19
POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE