Fanfics Brasil - 120º Capitulo Como eu era antes de você - Laliter

Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter


Capítulo: 120º Capitulo

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Na quarta noite, Gaston anunciou, apenas um pouco constrangido, que tinha um encontro. Rochi era uma amiga argentina hospedada no hotel ao lado e ele tinha concordado em ir com ela ao centro da cidade.


 


Gas: Só para garantir que ela vá ficar bem. Você sabe... não sei se é um lugar bom para ela ir sozinha


Peter: É — disse Peter, balançando a cabeça, solenemente. — Muito cavalheiresco de sua parte, Gas.


Lali: Eu acho que é uma atitude muito responsável. Muito cívica — concordei.


Peter: Sempre admirei Gaston por sua abnegação. Sobretudo quando se trata do sexo oposto.


Gas: Danem-se vocês dois — disse Gaston com um sorriso escancarado, e sumiu.


 


Rochi logo se tornou uma companhia constante. Gaston desaparecia com ela quase todas as noites e, embora voltasse para cumprir suas obrigações da noite, nós, tacitamente, demos a ele todo o tempo possível para que se divertisse. Além do mais, eu estava secretamente satisfeita. Gostava de Gaston e me sentia grata por ele ter vindo, mas preferia quando ficávamos só Peter e eu. Gostava da espécie de intimidade em que mergulhávamos quando ninguém estava por perto, a intimidade fácil que surgiu entre nós. Gostava do jeito como ele virava o rosto e me olhava com deleite, como se, de algum modo, eu tivesse me tornado muito mais do que ele esperava.


Na penúltima noite, eu disse a Gaston que não me incomodaria se ele quisesse trazer Rochi para o complexo. Ele vinha passando as noites no hotel dela e eu sabia que aquilo era complicado para ele, andar vinte minutos de cada vez para preparar Peter para dormir.


 


Lali: Não me importo. Se isso vai... você sabe... lhe dar um pouco de privacidade. — Ele ficou animado, já pensando na noite que teria, e não disse nada mais que um entusiasmado “Obrigado, companheira”.


Peter: Que gentil de sua parte — disse Peter, quando contei para ele.


Lali: Que gentil de sua parte, você quer dizer — respondi. — Foi o seu quarto que cedi à causa.


 


Naquela noite, colocamos Peter no meu quarto, e Gaston ajudou Peter a se deitar e lhe deu o remédio enquanto Rochi aguardava no bar do hotel. Troquei de roupa, vestindo a camiseta e a calcinha e então abri a porta do banheiro e me esparramei sobre o sofá, com o travesseiro embaixo do braço. Senti o olhar de Peter me acompanhando, e me senti estranhamente consciente de que eu passara quase toda a semana anterior andando por aí de biquíni na frente dele. Encaixei meu travesseiro no braço do sofá.


 


Peter: Esposito?


Lali: O quê?


Peter: Você realmente não precisa dormir aí. Esta cama é grande o bastante para caber um time de futebol inteiro.


 


O fato é que eu nem sequer tinha pensado nisso. Pois é. Talvez os dias que passamos quase despidos na praia nos tivessem feito pirar um pouco. Talvez fosse a ideia de que Gaston e Rochi estavam do outro lado da parede, enrolados um no outro, num casulo. Talvez eu quisesse apenas ficar perto dele. Comecei a me encaminhar para a cama, então me encolhi ao ouvir um súbito trovão. As luzes falharam, alguém gritou lá fora. No quarto ao lado, Gaston e Rochi irromperam em risadas.


Fui até a janela e abri a cortina, sentindo a brisa repentina, a queda abrupta da temperatura. Lá fora, no mar, uma tempestade ganhou vida. Flashes dramáticos de raios se partiam em várias direções iluminando o céu por um instante e então, como se fosse um adendo, uma pesada trovoada soou no dilúvio que atingia o telhado do nosso pequeno bangalô, tão barulhenta que abafou tudo.


 


Lali: Melhor eu fechar as janelas — falei.


Peter: Não, não. — Virei-me. — Deixe as portas abertas — disse Peter, fazendo sinal com a cabeça. — Quero ver. — Hesitei, mas, devagar, abri com cuidado as portas envidraçadas que davam para o terraço. A chuva martelava todo o complexo do hotel, pingando de nosso telhado, escavando rios que corriam do terraço em direção ao mar. Senti a umidade em meu rosto, a eletricidade no ar. Os pelos dos meus braços se arrepiaram na mesma hora. — Você está sentindo? — perguntou ele, atrás de mim.


Lali: Parece o fim do mundo.


 


Fiquei ali, deixando a carga fluir através de mim, os flashes brancos se imprimindo em minhas pálpebras. Isso fez com que minha respiração ficasse presa na garganta. Virei-me e caminhei até a cama, sentando-me na beira. Enquanto ele me olhava, me inclinei e delicadamente puxei seu pescoço bronzeado na minha direção. Agora, eu sabia exatamente como mexer nele, como eu poderia fazer com que seu peso, sua solidez, trabalhassem a meu favor. Segurando-o perto de mim, debrucei-me por sobre ele e coloquei um gordo travesseiro branco atrás de seus ombros antes de apoiá-lo novamente sobre sua suave maciez. Ele tinha cheiro de sol, parecia entranhado na pele, e eu me peguei inalando aquele cheiro silenciosamente, como se fosse algo delicioso.


Então, ainda não completamente seca, subi na cama ao lado dele, tão perto que minhas pernas tocaram as suas e, juntos, nós observamos o chamuscar branco-azulado à medida que os raios atingiam as ondas. O mundo ao nosso redor pareceu encolher, até que ele fosse somente o som da tempestade, o mar azul-escuro cor de malva. Senti o cheiro das flores de lótus na brisa noturna, ouvi os sons distantes de copos tilintando, de cadeiras sendo aproximadas às pressas, a música de alguma comemoração ao longe, senti a carga da natureza descontrolada. Alcancei a mão de Peter e a segurei entre as minhas. Pensei, por um instante, que nunca mais me sentiria tão intensamente conectada ao mundo, a outro ser humano, como naquele momento.


 


Peter: Nada mal, hein, Esposito? — disse Peter em meio ao silêncio. Diante da tempestade, o rosto dele estava parado e calmo. Ele se virou um pouco e sorriu para mim, e havia algo em seus olhos, algo triunfante.


Lali: É — respondi. — Nada mal mesmo.


 


Fiquei deitada imóvel, ouvindo a respiração dele lenta e profunda, o som da chuva por trás dela, senti seus dedos cálidos entrelaçados nos meus. Eu não queria voltar para casa. Pensei que poderia nunca mais voltar. Ali, Peter e eu estávamos seguros, trancados no nosso pequeno paraíso. Toda vez que eu pensava em voltar para a Inglaterra, a grande garra do medo prendia meu estômago e começava a apertá-lo bem forte. Vai dar certo. Tentei repetir para mim mesma as palavras de Gaston. Vai dar certo. Finalmente, virei-me de lado, de costas para o mar, e olhei para Peter. Ele virou a cabeça para me olhar na luz fraca e eu senti que ele me dizia a mesma coisa. Vai dar certo. Pela primeira vez na vida, tentei não pensar no futuro. Tentei apenas estar, simplesmente deixar as sensações da noite passarem por mim. Não sei quanto tempo ficamos assim, apenas olhando um para o outro, mas aos poucos as pálpebras de Peter ficaram mais pesadas até que ele murmurasse, se desculpando. A respiração ficou mais profunda, ele fechou a pequena fenda e caiu no sono, e então eu fiquei apenas olhando o rosto dele, observando que seus cílios eram pequenos pontos separados perto dos cantos dos olhos, que havia novas sardas em seu nariz. Disse a mim mesma que eu precisava ter razão. Precisava ter razão.


A tempestade finalmente se dispersou lá pela uma da manhã, sumindo em algum ponto mar adentro, seus lampejos de raiva ficando cada vez mais suaves até desaparecerem por completo, levando a tirania meteorológica para algum outro lugar invisível. Aos poucos, o ar acalmou em volta de nós, as cortinas pararam de esvoaçar, a água que restava foi drenada num gorgolejo. Em algum momento da madrugada eu me levantei, tirei delicadamente minha mão da de Peter, fechei as portas envidraçadas, abafando o quarto no silêncio. Peter dormiu — um sono audível e calmo que ele raramente tinha em casa.


Não dormi. Fiquei lá, olhei-o e procurei não pensar em mais nada.


***


 


 


 



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Autor(a): Lee CasiAngeles

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No último dia, aconteceram duas coisas. Uma: por insistência de Peter, aceitei fazer mergulho submarino. Ele falava havia dias que eu não podia ir a um lugar tão distante e não mergulhar no mar. Não dei certo no windsurfe, mal consegui segurar a vela nas ondas; quase todas as tentativas de fazer esqui aquático terminaram de car ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 178



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  • imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04

    Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!

  • dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25

    Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.

  • aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08

    chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija

  • maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34

    FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.

  • viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22

    nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui

  • aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07

    obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha

  • dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06

    ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais

  • imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54

    ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u

  • viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18

    pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u

  • maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19

    POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE


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