Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter
Portanto, embora eu parecesse infantil — ainda que a equipe de bordo (uma vez que eu me recusava a falar, olhar ou alimentar Peter) achasse que eu era a mulher mais sem coração do mundo —, eu sabia que fingir que ele não estava ali era quase a única maneira de lidar com aquelas horas de proximidade forçada. Se tivesse certeza de que Gaston seria capaz de lidar com ele sozinho, honestamente eu teria trocado de voo, talvez teria desaparecido até estar segura de que havia um continente inteiro entre nós, não só alguns inacreditáveis centímetros.
Os dois dormiram e eu senti uma espécie de alívio — uma breve suspensão temporária da tensão. Olhei para a tela da TV e, a cada quilômetro que nos aproximávamos de casa, sentia meu coração ficar mais pesado, tinha preocupação aumentar. Comecei a achar que o fracasso não era só meu; os pais de Peter ficariam arrasados. Provavelmente, me culpariam. A irmã dele decerto ia me processar. E eu havia fracassado com Peter também. Eu havia falhado em convencê-lo. Ofereci a ele tudo o que podia, inclusive eu mesma, e nada do que lhe mostrei o convenceu de que tinha uma razão para continuar vivendo.
Talvez, eu me peguei pensando, ele merecesse alguém melhor que eu. Mais inteligente. Alguém como Euge poderia ter pensado em coisas melhores para fazer. Talvez tivesse encontrado alguma rara pesquisa médica ou algo que pudesse ajudá-lo. Podia tê-lo feito mudar de ideia. O fato de que eu teria de viver para sempre com esse fato fez com que eu me sentisse quase tonta.
Peter: Quer uma bebida, Esposito? — A voz de Peter penetrou nos meus pensamentos.
Lali: Não. Obrigada.
Peter: Meu cotovelo está ocupando muito espaço no braço da sua cadeira?
Lali: Não. Está bem.
Foi somente naquelas últimas horas de voo, no escuro, que eu me permiti olhar para ele. Meu olhar deslizou devagar da minha brilhante tela de TV até que eu o olhei disfarçadamente sob a luz suave da pequena cabine. E quando vi seu rosto, tão bronzeado e bonito, em um sono tão tranquilo, uma lágrima solitária rolou pela minha bochecha. Talvez de algum modo consciente de meu escrutínio, Peter se mexeu mas não acordou. E sem que as comissárias ou Gaston vissem, puxei o cobertor devagar até o pescoço dele, prendendo-o com cuidado, para que, no ar-condicionado da cabine, Peter não sentisse frio.
Eles estavam esperando no portão de chegada. De certa maneira, eu sabia que estariam lá. Senti aquela levemente desagradável sensação crescendo dentro de mim até quando empurramos a cadeira de Peter no controle de passaporte, ajudados por um bem intencionado oficial, apesar de eu ter rezado para que fôssemos obrigados a esperar, presos numa fila que durasse horas, de preferência dias. Mas não, cruzamos a vasta extensão de linóleo, eu empurrando o carrinho das bagagens, Gaston empurrando Peter, e quando as portas envidraçadas se abriram, lá estavam eles de pé, atrás da barreira, lado a lado numa rara aparência de união. Vi o rosto da Sra. Lanzani se iluminar por um instante ao ver Peter e pensei, distraída, Claro, ele está com uma aparência tão boa. E, para minha vergonha, coloquei os óculos escuros — não para esconder minha exaustão, mas para ela não saber imediatamente, pela minha expressão, o que eu teria de contar.
Emilia: Olhe só para você! — exclamou ela. — Peter, você está maravilhoso!! Realmente maravilhoso! — O pai de Peter tinha se curvado e dava batidinhas na cadeira e nos joelhos do filho, o rosto vincado de sorrisos.
Juan: Não acreditamos quando Gaston disse que vocês iam à praia todos os dias. E nadavam! Como era o mar: agradável e quente? Tem chovido canivete aqui. Um típico mês de agosto! — Claro. Gaston mandava mensagens de texto para eles ou telefonava. Até parece que eles iam nos deixar ficar tanto tempo sem manter algum tipo de contato.
Gas: Era... era um lugar bem fantástico — disse Gaston. Ele também andou calado, mas agora tentava sorrir, para parecer que estava em seu estado normal. Eu me senti congelar, minha mão agarrando o passaporte como se eu estivesse prestes a ir a algum lugar. Precisei me lembrar de respirar.
Juan: Bom, achamos que vocês gostariam de um jantar especial — disse o pai de Peter. — Tem um restaurante ótimo no Intercontinental. Champanhe por nossa conta. O que acha? Sua mãe e eu pensamos que poderia ser uma ótima pedida.
Peter: Claro — respondeu Peter. Sorria para a mãe e ela retribuía como se quisesse preservar aquele sorriso. Como você pode fazer isso? Tive vontade de gritar para ele. Como você pode olhar para ela assim sabendo o que pretende fazer?
Juan: Vamos lá, então. Deixei o carro no estacionamento para deficientes. Fica perto daqui. Tinha certeza de que vocês todos sentiriam um pouco de jet lag. Gaston, quer que eu leve algumas malas? — Minha voz entrou na conversa.
Lali: Na verdade... — disse. — já ia retirar a minha do carrinho... acho que vou recusar o convite. Mas obrigada de todo modo. — Foquei a atenção na minha mala, deliberadamente sem olhar para eles, mas mesmo no alvoroço do aeroporto pude detectar o breve silêncio que minhas palavras causaram. A voz do Sr. Lanzani foi a primeira a quebrar esse silêncio.
Juan: Vamos lá, Mariana. Vamos comemorar um pouquinho. Queremos ouvir tudo sobre as aventuras de vocês. Queremos saber tudo sobre a ilha. E prometo que não precisam contar tudo. — Ele quase riu.
Emilia: É. — A voz da Sra. Lanzani tinha uma discreta aresta. — Venha, sim, Mariana.
Lali: Não. — Engoli em seco, tentando dar um doce sorriso. Meus óculos de sol eram um escudo. — Obrigada. Prefiro mesmo ir para casa.
Peter: Para que casa? — perguntou Peter. Entendi o que ele estava dizendo. Eu não tinha para onde ir.
Lali: Para a casa dos meus pais. Vai ser ótimo.
Peter: Venha conosco — pediu ele. A voz era suave. — Não vá, Esposito. Por favor. — Então eu tive vontade de chorar. Mas eu tinha absoluta certeza de que não podia ficar em nenhum lugar perto dele.
Lali: Não. Obrigada. Espero que tenham um ótimo jantar. — Levantei minha bagagem até o ombro e, antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, eu estava me afastando deles, engolida pela multidão no aeroporto.
***
Autor(a): Lee CasiAngeles
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 178
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imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04
Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!
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dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25
Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.
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aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08
chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34
FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22
nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui
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aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07
obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha
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dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06
ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais
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imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54
ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18
pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19
POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE