Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter

Lali: É… bom… — disse eu, tentando esconder o que eu sentia — preciso de tempo.

Gaston Ele também tem falado um pouco mais. Havia semanas em que mal dizia uma palavra, mas nos últimos dias ele anda definitivamente mais a fim de conversar.  — Pensei em Peter dizendo que, se eu não parasse com aquela porcaria de assovio, ele teria de me despedir.

Lali: Acho que a noção de conversa dele é pouco diferente da minha.

Gaston: Bom, nós conversamos um pouco sobre críquete. E vou lhe dizer…. — Gaston baixou a voz — Há mais ou menos uma semana, a Sra Lanzani. perguntou se eu achava que você estava indo bem. Eu disse que achava você muito profissional, mas eu sabia que não era isso que ela queria saber. Então, ontem ela me disse que tinha ouvido vocês dois rindo. — Lembrei da tarde anterior.

Lali: Ele estava rindo de mim — expliquei.

Peter tinha achado muito engraçado que eu não soubesse o que era pesto. Eu disse que o jantar seria “macarrão com molho verde”.

Gaston: Ah, ela não se importa com isso. É que há muito tempo ele não ri de alguma coisa.

Era verdade. Parecia que Peter e eu tínhamos encontrado um jeito mais simples de conviver. O que girava em torno, principalmente, de ele ser rude comigo e de eu, de vez em quando, devolver a grosseria. Peter dizia que eu tinha feito algo errado e eu perguntava se aquilo era da conta dele, então ele falava de maneira educada. Ele me xingava, ou dizia que eu era um pé no saco, e eu respondia que ele queria sentir o pé no saco literalmente. Era meio exagerado, mas parecia funcionar para ambos os lados. Às vezes, parecia até um alívio para ele que houvesse alguém preparado para tratá-lo mal, contradizê-lo ou alertá-lo para o fato de que estava sendo desagradável.

Eu tinha a sensação de que, desde o acidente, todo mundo andava na ponta dos pés ao redor dele, exceto talvez Gaston, a quem Peter parecia tratar com um respeito e que provavelmente não se incomodaria de todo modo com nenhum dos comentários afiados de Peter. Gaston era um veículo blindado em forma de homem.

Gaston: Você deve procurar continuar sendo o alvo das piadas dele, certo? — Coloquei minha caneca na pia.

Lali: Acho que isso não será um problema.

A outra grande mudança, além das condições atmosféricas no interior da casa, era que Peter não pedia para ficar sozinho tanto quanto antes, e em algumas tardes até me perguntava se eu queria ficar e assistir a um filme com ele. Não me incomodei muito quando vimos O exterminador do futuro — embora eu já tivesse assistido a todos os filmes da série —, mas quando ele me mostrou o filme francês legendado, dei uma rápida olhada na capa e disse que achava que eu preferia deixar passar aquele.

Peter: Por quê? — Dei de ombros.

Lali: Não gosto de filme legendado.

Peter: É o mesmo que não gostar de filmes com atores. Não seja ridícula. Do que você não gosta? De precisar ler ao mesmo tempo que vê alguma coisa?

Lali: Eu só não gosto mesmo de filme estrangeiro.

Peter: Qualquer filme que não esteja no festival de cinema nacional é estrangeiro. Você acha que Hollywood é um subúrbio de Londres?

Lali: Muito engraçado. Eu nunca vi um filme legendado – ele me olhou com espanto

Peter: Você precisa assistir a esse filme, Mariana. Na verdade, isso é uma ordem. — Peter moveu sua cadeira de rodas para trás e fez sinal com a cabeça em direção à poltrona. — Ali. Sente-se ali. Não se mexa até que termine. Nunca assistiu a um filme estrangeiro! Pelo amor de Deus — resmungou ele.

Era um filme antigo sobre um corcunda que herda uma casa no interior da França e Peter disse que era baseado num livro famoso, mas posso dizer que eu nunca ouvi falar nele. Passei os primeiros vinte minutos me sentindo meio irrequieta, irritada com as legendas e pensando se Peter ia ficar ofendido se eu dissesse que precisava ir ao banheiro.

E então, aconteceu uma coisa. Parei de pensar em como era difícil ouvir e ler ao mesmo tempo, esqueci os horários dos remédios de Peter e mesmo se a Sra. Lanzani poderia pensar que eu estava sendo indolente, e comecei a ficar nervosa pelo pobre homem e sua família, que estavam sendo enganados por vizinhos inescrupulosos.

Quando o Corcunda morreu, eu soluçava baixinho, limpando a coriza que se espalhava com a manga da minha blusa.

Peter: Então — disse Peter, surgindo ao meu lado. Deu uma olhadela furtiva na minha direção —, você não gostou mesmo. — Olhei para ele e descobri, para minha surpresa, que lá fora estava escuro.

Lali: Você agora vai tripudiar, não é? — resmunguei, pegando a caixa de lenços de papel.

Peter: Um pouco. Estou pasmo que você tenha alcançado a madura idade de vinte e seis anos sem nunca ter visto um filme legendado. — Ele me observou enxugar os olhos. Vi o lenço de papel e percebi que não tinha restado rímel em meus olhos.

Lali: Não pensei que fosse obrigatório — rosnei.

Peter: Certo. Então o que você faz, Mariana Esposito, se não assiste a filmes?

Lali: Você quer saber o que eu faço quando não estou aqui?

Peter: Foi você que quis que nos conhecêssemos. Então, vamos lá, fale sobre você. – sorriu.

***

Boa noite povo.

Dedicado a:

drica: O Peter sorriu sim :D kkkk. Ta postado

aniinha: Ta postado, chegou sim seu comentario mamy :)

vii: O Peter é meu, da Lary, seu e de todas as Lanzanitas ciumenta kkk. Peter revoltado qe nem alguem qe eu conheço kkkk Ta postado

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