Fanfics Brasil - 94º Capitulo Como eu era antes de você - Laliter

Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter


Capítulo: 94º Capitulo

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Lali: Peter — Eu estava dizendo seu nome várias vezes, minha voz falhava, vindo de algum lugar do meu peito. Ouvi-o num lugar distante, do outro lado da cerca.


Peter: Mariana? Mariana, onde você está? Qual o problema? — Eu estava no canto, o mais embaixo da sebe que consegui. As lágrimas nublavam meus olhos, eu apertava os braços firmemente ao meu redor. Não conseguia sair. Ficaria presa ali para sempre. Ninguém iria me achar.


Lali: Peter...


Peter: Onde você...? — E ali estava ele, na minha frente.


Lali: Desculpe. — Olhei para ele com o rosto contraído. — Desculpe. Não consigo... fazer isso... — Peter moveu seu braço alguns centímetros, o máximo que conseguia.


Peter: Ah, meu Deus, o quê...? Venha cá, Esposito. — Ele se adiantou, depois olhou para o braço, frustrado. — Porcaria inútil... Está tudo bem. Apenas respire. Venha cá. Apenas respire. Devagar. — Sequei os olhos. Ao vê-lo, o pânico começou a diminuir. Levantei-me, insegura, tentei recompor meu rosto.


Lali: Desculpe... não sei o que houve.


Peter: Você tem claustrofobia? — O rosto dele, a centímetros do meu, estava cheio de preocupação. — Vi que você não queria. Eu só... eu só pensei que você estava sendo... — Fechei os olhos.


Lali: Eu só quero ir embora agora.


Peter: Segure a minha mão. Vamos sair.


 


Ele me tirou de lá em minutos. Conhecia o labirinto pelo avesso, ele disse enquanto caminhávamos, sua voz calma, confiante. Fora um desafio para ele, quando era menino, aprender a sair dali. Entrelacei meus dedos nos dele e senti o calor de sua mão como algo reconfortante. Eu me senti idiota quando percebi que, o tempo todo, estava muito perto da entrada.


Paramos num banco do lado de fora e procurei por um lenço na parte de trás da cadeira. Ficamos lá em silêncio, eu na ponta do banco ao lado dele, nós dois esperando que os meus soluços diminuíssem. Ele ficou ali, lançando olhares de soslaio para mim.


 


Peter: Então...? — perguntou, por fim, quando pareceu que eu poderia falar sem desmoronar outra vez. — Pode me dizer o que houve? — Torci o lenço nas mãos.


Lali: Não consigo. — Ele fechou a boca. Engoli em seco. — Não foi você — disse eu, apressada. — Não contei a ninguém... É... é bobagem. E faz muito tempo. Não pensei que... que eu fosse...


 


Senti seus olhos sobre mim, mas eu queria que ele não me olhasse. Minhas mãos não paravam de tremer e meu estômago parecia estar amarrado por um milhão de nós. Balancei a cabeça, tentando dizer que havia coisas que eu não podia contar. Queria segurar na mão dele outra vez, mas achava que não devia. Estava ciente do seu olhar, quase podia ouvir suas perguntas não feitas.


Atrás de nós, dois carros tinham parado perto dos portões. Duas pessoas saltaram dos carros — dali, era impossível ver quem — e se abraçaram. Ficaram assim um tempo, talvez conversando, depois entraram de novo em seus carros e foram embora em direções opostas. Eu as observei, mas não conseguia pensar. Minha mente parecia congelada. Não sabia mais o que dizer sobre nada.


 


Peter: Certo. Escute uma coisa — Peter falou, por fim. Virei-me, mas ele não estava olhando para mim. — Vou contar uma coisa que não conto a ninguém. Certo?


Lali: Certo. — Apertei o lenço na mão, fazendo dele uma bola, à espera. Ele respirou fundo.


Peter: Tenho muito, muito medo de como as coisas vão ficar. — Deixou a frase se assentar no ar entre nós e, então, em voz baixa e calma, continuou. — Sei que a maioria das pessoas acha que viver como eu é a pior coisa que pode acontecer. Mas poderia ser pior. Eu poderia não conseguir respirar sozinho, poderia não falar. Poderia ter problemas circulatórios que me obrigariam a amputar braços e pernas. Poderia viver hospitalizado indefinidamente. Isso não é lá uma vida, Esposito. Mas quando penso em como poderia ser pior... há noites em que me deito na cama e realmente não consigo respirar. — Engoliu em seco. — E sabe o quê? Ninguém quer ouvir esse tipo de coisa. Ninguém quer ouvir você falar que está com medo, ou com dor, ou apavorado com a possibilidade de morrer por causa de alguma infecção aleatória e estúpida. Ninguém quer ouvir sobre como é saber que você nunca mais fará sexo, nunca mais comerá algo que você mesmo preparou, nunca vai segurar seu próprio filho nos braços. Ninguém quer saber que às vezes me sinto tão claustrofóbico estando nesta cadeira que tenho vontade de gritar feito louco só de pensar em passar mais um dia assim. Minha mãe está por um fio e não me perdoa por ainda amar meu pai. Minha irmã se ressente pelo fato de que, mais uma vez, eu fiz sombra para ela, e porque minhas lesões significam que ela não pode me odiar propriamente, como ela faz desde que éramos pequenos. Meu pai só quer que tudo isso acabe. Nos últimos tempos, eles só querem ver o lado positivo. Precisam que eu também veja. — Ele parou. — Precisam acreditar que existe um lado positivo. — Fechei os olhos no escuro.


Lali: Eu também faço isso? — perguntei, baixo.


Peter: Você, Esposito — ele olhou para as mãos —, é a única pessoa com quem eu sinto que posso falar desde que eu acabei nesta porcaria.


 


E então eu contei para ele.


Segurei a mão dele, a mesma que tinha me tirado do labirinto, olhei diretamente para meus pés, e respirei fundo e contei a ele sobre aquela noite toda, e sobre como eles riram de mim e zombaram de como eu estava bêbada e chapada, e como eu desmaiei e depois minha irmã disse que na verdade isso tinha sido até bom, não me lembrar de tudo o que eles fizeram comigo e com meu corpo, mas como aquela meia hora de desconhecimento me assombrava desde então. Eu a completei, sabe. Eu a completei com as risadas, o corpo deles e as palavras deles. Eu a completei com a minha humilhação. Contei a ele como eu via o rosto deles sempre que ia a qualquer lugar fora da cidade, e como Benjamin e  meus pais e a minha vidinha tinham bastado para mim, com todos os seus problemas e limitações. Eles tinham feito eu me sentir segura.


Quando terminamos a conversa, o céu tinha escurecido e havia quatorze mensagens no meu celular perguntando onde estávamos.


 


***


 


 



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Autor(a): Lee CasiAngeles

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Peter: Você não precisa que eu lhe diga que a culpa não foi sua — garantiu ele, calmo. Acima de nós, o céu tinha se tornado infindável e infinito. Torci o lenço nas mãos. Lali: É. Bom. Ainda me sinto... responsável. Bebi demais para me exibir. Fui muito oferecida. Fui... Peter: Não. Eles fora ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 178



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  • imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04

    Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!

  • dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25

    Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.

  • aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08

    chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija

  • maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34

    FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.

  • viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22

    nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui

  • aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07

    obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha

  • dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06

    ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais

  • imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54

    ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u

  • viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18

    pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u

  • maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19

    POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE


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