Fanfic: * Céu azul * - fic abandonada | Tema: Romance

            O quadro de aula estava tomado por coisas escritas, Will estava na sua primeira aula de anatomia II na faculdade de Stanford, ele já estava no terceiro período e se apresentava muito feliz. Desde muito pequeno Will sempre gostou de esportes e aos 14 anos tinha sido chamado para o time mirim de basquete. Entrar para a faculdade de Educação Física foi uma das melhores coisas que aconteceu na sua vida, se dedicava muito, apesar de achar o curso um pouco difícil, porém nunca pensou em desistir. O professor estava em pé explicando a matéria e já passara um trabalho, Will bocejou, estava um pouco casado.

            A aula terminou e ele pode conversar com uns colegas, estava com saudade de Pedro. Eles estavam no corredor quando uma garota de longas madeixas loro escuro chegou mais perto deles e disse:

            - Oi Will, você por aqui. Quanto tempo, como você está? – a garota deu um sorriso.

            - Helena, que bom ver você. O que faz aqui na faculdade?

            - Eu estou estudando aqui, estou cursando enfermagem. E você?

            - Eu faço Educação Física. É muito bom ver você, por onde andou? – Will era amigo de Helena desde o colégio.

            - Depois que terminei o colégio eu e os meus pais fomos morar no interior, eu tentei entrar para uma faculdade lá, mas não consegui. Então consegui convencê-los a vir estudar aqui – ela deu mais um sorriso, que é radiante, com os olhos verdes brilhantes. Will parou por um instante para admirá-la. Ela tinha mudado, estava mais magra e bonita - Will eu está me escutando? – ele parou do seu “transe”.

            - Estou sim, me desculpe. O que você estava falando mesmo?

            - Se você tem falado com André, faz tempo que não o vejo.

            - Tenho sim, nos continuamos muito amigos.

            - Que bom, manda lembranças para ele. Devíamos sair juntos, o que você acha? Relembrar os velhos tempos. – sair com ela seria muito bom.

            - Claro, seria muito bom.

            - Qual é a sua sala? – ela olhou para o corredor como se quisesse procurar algo.

            - É a do número B 102, neste mesmo corredor lá no final. – ele não se conteve e deu um sorriso para ela.

            Ela deu um abraço nele e seguiu o seu aminho, o rosto dele estava de felicidade, mas como pode ficar assim. Parecia que ele tinha revisto Shofie, mas não foi Helena sua antiga paixão de adolescência. Ela não era tão bonita assim não, quando mais nova possuía um pouco de espinha no rosto e o uniforme da escola não a deixava muito atraente, mas mesmo assim Will a adorava. Ele nunca tinha dito que a amava, possuía um medo em seu corpo e depois de algum longo tempo ele foi perdendo o amor por ela.

            Ele teria mais uma aula Fisiologia para Educação Física e depois seria liberado, ainda estava conhecendo as cadeiras da faculdade e os professores. A primeira aula foi boa, mas melhor ainda foi ter reencontrado Helena. Será que mais alguém que estudou com ele no colégio estava estudando também lá, isso ele não sabia. Gostava daquela faculdade, possuía muitas atividades extra curriculares e vários projetos de pesquisa acadêmica, Will já havia se escrito para um projeto, mas não conseguiu passar na prova. Será que esse período ele consegue? Seria muito bom para o currículo dele.

            Ele tinha se distraído e nem percebera que os alunos já estavam entrando em suas salas, as aulas já estavam para recomeçar. Will foi direto para a sua sala, não queria perder nem um só momento das aulas. Ele é um aluno muito esforçado, diferente do aluno da escola, não ligava muito para os estudos e só pensava em jogar basquete. Ele chegou até a ser chamado para fazer parte do time juvenil estadual de basquete, porém sua mãe o repreendeu, só deixaria ele fazer parte se melhorasse as notas. Como Will não queria se esforçar ficou de fora, hoje se arrepende um pouco, pois deixou o esporte de lado. Jogava um pouco nos finais de semana, mas jogava mais era futebol, não conhecia muitas pessoas que soubessem jogar basquete não.

            A aula foi bem diferente da primeira, foi mais tranqüila e divertida. Ao termino Will se dirigiu para o ponto de ônibus e ficou a esperado, estava um pouco cansado e faminto. Porém, teve uma surpresa quando viu um carro prata de quatro portas parar bem na frente dele, ele pode vislumbrar quem estava lá dentro. André e irmão estavam a bordo de um carro pequeno mais bem aconchegante.

            - Oi Will, quer uma carona? Nós o deixaremos você em casa – falou André.

            - Sim, eu aceito – e deu um sorriso.

            Will não esperava encontrá-lo, mas achou a surpresa muito boa e bem conveniente para o momento. Eles foram conversando pelo caminho, mas uma coisa não saia da cabeça de Will, a bela moça. Chegaram à casa de Will mais rápido do que esperavam.

            - Então está combinado não é? Esperamos você no sábado – falou André.

            - Claro que vou sim, você acha que eu vou perder o jogo de futebol, claro que não. Bom vou indo, obrigado pela carona e até mais.

            Os garotos que estavam no carro deram um aceno e seguiram seu caminho. Will estava faminto, ele mal chegou em casa e foi logo em direção a cozinha que possuía várias panelas no fogo. Quase que o garoto queimou a língua comendo um pouco de carne ao molho.

            - Will você quer queimar sua língua é? Deixe de ser guloso, pegue os pratos e coloque na mesa, venha me ajude. – falou a mãe dele.

            - O pai vai almoçar aqui?

            - Não, ele tem muita coisa para fazer no escritório. Vai almoçar por lá mesmo.

            O pai de Will quase não almoça em casa, trabalha muito e não possuía muito tempo para se dedicar a família. Ele é um administrador de uma pequena empresa de alimentos, vivia sempre ocupado. A mãe de Will perguntou a ele como foi à aula de hoje e ele disse que foi boa, mas não mencionou a garota que vira. Will não gosta de falar de mulheres e casos amorosos com a mãe, gostava de manter essas coisas em segredo, assim como mantinha a sua relação com Shofie. O garoto não pensou muito em Shofie hoje, sua mente estava um pouco ocupada com as aulas.

            A tarde seria um pouco mais longa, o garoto não teria nada para fazer, ele bem que poderia começar a pesquisar para o trabalho de anatomia, mas preferiu ter uma tarde de descanso. A mãe de Will é professora de uma pequena escola lá perto da casa deles, professora do ensino médio. Dava apenas quatro aulas por semana em duas turmas, ela adorava ensinar biologia. Will gostava de a mãe ter feito a faculdade de biologia, pois quando possuía alguma duvida sobre o corpo humano ele possuía alguém para recorrer, fazia isso de vez em quando.

            A sexta feira tinha chegado mais rápido do que ele havia imaginado, passaria o dia todo em casa, pois não terá aula e sua mãe terá uma reunião na escola que tomará quase o dia todo. Will gostava de ficar em casa sozinho, assim ele podia fazer o que quisesse sair para onde bem pretendesse jogar vídeo game sem se preocupar ou escutar musica bem alto. Ele só não gostava de uma coisa? Quando estava cansado de fazer as coisas de sempre e ficava em uma monotonia, como naquele momento.

            Will havia acordado tarde eram 10 horas da manhã, estava vestido com uma calça de moletom cinza claro, estava sem camisa e o cabelo desarrumado. Ele se olhou no espelho passou a mão nele a fim de arrumá-lo mais não adiantou. Dava para ver seu bonito abdômen, com sua pele branca. Ele estava descalço, mas não por muito tempo, tratou logo de pegar suas sandálias brancas que estava perto da cama. Ele é um garoto muito bonito, desceu as escadas e foi para a cozinha, tomou um pouco de suco e ligou a televisão para ver o que estava passando. Ela foi ligada em um programa de telejornal, a moça falava sobre algumas dividas que vários proprietários de vários estabelecimentos estão devendo a prefeitura. Passou a imagem de uma farmácia, mas não mostraram o letreiro e uma Unidade de Pronto Atendimento.

            Will não deu muita importância à reportagem e logo ligou a televisão no modo vídeo, pegou um cd e colocou no vídeo game. O jogo não demorou a começar, ele passeou pelo menu do jogo até chegar onde estava a ultima jogada salva. Era um jogo de basquete , ele estava jogando um campeonato e seu time já estava na semi final. Ele estava muito empolgado, estava ganhando de 72 a 70, faltava poucos minutos para o jogo acabar quando de repente faltou energia.

            - Porra, logo quando eu estava ganhando, será que esqueceram de pagar a conta de luz? – Will falou sozinho mais não deu muita importância.

            Ele olhou pela janela para ver se tinha faltado energia na rua também, mas só dava para ver a casa de frente. O garoto abriu a porta e saiu para verificar, ainda estava sem camisa, a velha Sr. Molisom também estava do lado de fora e o viu.

            - Menino não acha que já esta grande de mais para andar sem roupa por ai? – mais ele nem deu ouvidos para o que a idosa havia dito.

            - Faltou energia na sua casa também?

            - Faltou sim, você não escutou não menino. Vá se vestir olha os bons modos...

            - Ta, ta, bom dia para a senhora também.

            Will entrou em casa pegou um dinheiro que estava em um pote na sala, fechou a porta de casa e saiu pela rua. A Sr. Molisom resmungou mais alguma coisa que o garoto nem deu bola. Uma garota passou ao lado dele e ficou o olhando e sorriu para ele, mas ele não deu atenção. Chegando a padaria o garoto pegou o pacote de chocolate em pó e foi direto para o caixa. Nele estava uma mulher de mais ou menos uns 35 anos que olhou fixamente para os olhos do garoto, mas tentou não olhar para o peitoral dele. Foi impossível, ela não se conteve e falou:

            - São 2,30 reais. Você vai querer levar mais alguma coisa? – disse a moça ela parecia meio nervosa.

            - Não, muito obrigado. Moça pelo que vejo aqui está faltando energia também, será que a rua toda está assim também.

            - Eu... eu acho que sim.

            - Obrigado.

            Ele saiu e foi direto para casa, acho meio estranho o modo como a moça do caixa estava, mas deixou isso para lá. Ele foi para a cozinha preparar o eu leite com chocolate quando o telefone tocou.

            - Alô, alô. Quem fala? – a ligação não estava muito boa não – quem fala?

            - Eu gostaria de falar com William – era a voz de uma mulher que estava no telefone, mas o garoto não identificou quem era.

            - É sim, quem deseja falar com ele? – Will franziu a testa.

            - Não importa quem eu sou você pode chamá-lo, por favor? – a voz da moça parecia nervosa.

            - É ele quem fala você pode me dizer seu nome? – Will estava ficando preocupado.

            - Eu já disse que isso não importa. Bom, estou aqui para lhe enviar um recado.

            - Um recado, mais de quem? – o garoto não fazia à mínima ideia de quem poderia ter lhe enviado esse recado, mas escuto-o com atenção.

            - Escute com bastante atenção, saberá quem lhe enviou. Ela está sentindo muito a sua falta, venha ao encontro dela o mais rápido que puder – a moça falou um pouco rápido.

            - Mas, aonde ela vai estar? – Will parecia preocupado.

            - Você sabe onde encontrá-la, venha por favor.

            - Eu não sei onde ela está não.

            - Eu não lhe fiz uma pergunta não. Eu falo da moça que beijou você da ultima vez – a moça estava um pouco mais calma – ela pediu para lhe dizer para você se cuidar.

            - Moça de um recado a ela também, diga que... – ele não teve a oportunidade de terminar quando a ligação terminou.

            Quem poderia ser ao telefone? O garoto não sabia quem era, mas descobriu quem tinha lhe enviado essa mensagem. Só poderia ter sido Shofie, mas porque ao telefone e como a moça que ligou sabia número? Isso não importava agora, o garoto queria ver Shofie, mas achou que algo estava acontecendo com ela para a moça ter ligado e ficado tão nervosa ao falar no telefone. Perguntas pairavam na sua cabeça, mais nem uma resposta. Ele pensou em ir ao prostibulo e ver Shofie, mas agora pode sair, sua mãe pode aparecer. Como sentia falta dela, e agora estava preocupado com ela.

            A energia demorou a voltar, mas a ligação não saia da sua mente. Ele almoçou sozinho, um pouco de arroz e carne ao molho que tinha sobrado de ontem, não era a melhor comida, mas dava para passar a fome. A mãe dele só chegou às 5 horas da tarde quando a energia já havia voltado. Will estava no quarto assistindo o seriado Assassin`s Creed que estava muito agitado nesse momento. A mãe do garoto abriu a porta bem devagar para não atrapalhar e pode observá-lo assistir. Will não havia retirado a roupa que dormiu, ainda estava com a calça, sem camisa e estava meio deitado na cama bem concentrado. Sua mãe saiu deixando-o a vontade, não falou nada para não atrapalhar.

            Ele é filho único, a mãe dele tinha tentado ter outros filhos mais não conseguiu. Will gostava de ser filho único, possuía todos os mimos só para ele. Quando era pequeno ele uma vez pediu a mãe um irmão, mas não demorou muito para desistir da ideia. A casa deles é um pouco grande com três quartos, uma suíte para os pais de Will, um quarto para ele e outro quarto de hóspedes. De vez em quando os tios de Will gostavam de se hospedar lá, o quarto possuía duas camas de solteiro e um amplo espaço para colocar colchões. A casa não mostrava ostentação por riqueza, mas nem poderia, os pais do garoto não são tão ricos. Na sala havia uns dois quadros pendurados na parede um deles foi presente do tio de Will. A casa possui algumas pequenas obras de arte, mas não muito valiosas, porém que deixa a casa com um ar bem alegre e despojado.

            O garoto nem percebeu quando a noite já avançava quando ele adormeceu e nem pode ouvir a mãe lhe chamar para comer. Quando a mãe dele chegou ao quarto tratou de acordá-lo.

            - Will, acorda meu filho, vai ficar ai o dia todo no quarto?

            - Oi, o que mãe? – Will acordou estava com uma cara sonolenta.

            - Venha comer, não vá dormi sem comer.

            - Ta eu já vou, que horas são? – o garoto franziu a testa e foi se levantando bem devagar.

            - 8 horas da noite, eu te espero lá em baixo na cozinha – ela falou e andou para a porta do quarto.

            - Ta bem eu vou tomar banho e já desço.

            Will se levantou bem devagar, bocejou um pouco, pegou a toalha, calçou as sandálias e foi para o banheiro. A água estava bem quente molhando a pele branca e macia do garoto que não demorou muito para pegar o sabonete líquido e passar por todas as partes do seu corpo. O seu corpo é muito bonito, magro e com alguns pequenos músculos definidos não por academia, mas por conta do futebol. Ele terminou o banho e desceu para se juntar a mãe que estava sentada com o rosto paralisado, olhando para um ponto fixo.

            - O que a senhora tem? – a mãe dele voltou o olhar para o filho e logo voltou a comer.

            - Nada não meu filho, senta para comer.

            - O pai já chegou em casa?

            - Não, ele está chegando mais tarde a cada dia, deve ser muito trabalho – ela não parecia muito preocupada.

            - A senhora devia ficar desconfiada com essa demora do pai.

            - Eu não tenho do que desconfiar do seu pai não, ele é um ótimo marido.

            - Eu sei, mas eu acho que algo de errado pode estar acontecendo.

            - Filho você acha que o seu pai possa estar me traindo? – ela falou um pouco preocupada.

            - Eu não sei, mas não podemos descartar nem uma hipótese.

            - Você acha que o seu pai teria coragem de fazer isso? – e Will não duvidava nada do pai.

            - Eu não divido nada do papai.

            - Não fale assim do seu pai, ele é um homem bom.

            - Ou pelo menos aparenta ser um homem bom.

            - Will, não fale assim dele. Agora coma o seu jantar.

            - Eu acho melhor mesmo, mas mãe sopa de novo – Will não gosta muito de sopa e principalmente de feijão.

            Ele comeu assim mesmo, a contra gosto. Ele não estava muito bom para conversar com a mãe e nem com ninguém. Preferiu comer calado e o fez. Will terminou e foi logo se deitar, não quis acompanhar a sua mãe que ficou na sala a espera do seu pai. Sua mãe possuía a mania de ficar esperando o marido, sentada na sala, maioria das vezes acabava dormindo. Will estava cansado demais para assistir qualquer coisa que estivesse passando na televisão. Pegou o controle, desligou-a e deitou na cama, não demorou muito para dormir não. O dia foi calmo até ter recebido a ligação inesperada, mas o sábado seria muito bom, pois irá jogar futebol com os amigos.

            Não possuía uma vida muito agitada e nem saia muito não, por isso aproveitava os poucos minutos que possuía com os amigos. Para ele as coisas mais valiosas são seus pais, os amigos e Shofie. Ele pensava nela a todo o momento, mas também se perguntava se ela pensava nele também. Na ultima vez que se encontraram, ele teve apenas uma constatação, que ela o ama assim como ele. Isso já bastava para ele e o deixava muito feliz. Queria mesmo é viver a sua vida ao lado dela, ele estava disposto a vivê-la com muito amor.

            A noite foi avançando quando pai de Will chegou em casa e pode ver a esposa dormir no sofá. Ele desligou a televisão, deixou a pasta no centro da sala, pegou a mulher nos braços e a levou para o quarto, ela não acordou. Ele tratou logo de acomodá-la e rapidamente se arrumou, tomou banho e se deitou ao lado da esposa sem acordá-la. Sabia que ela não gosta que chegue tarde em casa, mas fazer o que? O Will não liga, mas a esposa sim. De manhã tinha que inventar alguma desculpa para a esposa. A casa ficava muito quieta a noite, ele custou a dormir e não quis ficar abraçado com a esposa ou ligar a televisão para assistir alguma coisa, preferiu ficar deitado com seus pensamentos.