Fanfic: A escolhida | Tema: Romance,Hot, Sobrenatural

Capitulo 21

Ficamos ainda um bom tempo abraçadas depois de fazer amor, curtindo a sensação de estarmos juntas, mas sabia que precisávamos levantar e ir até nosso encontro.

Foi difícil levantar, minha vontade era de nunca mais acordar, cada dia que passava voltar a Terra estava se tornando mais difícil, a sensação que tinha era que não pertencia mais ao planeta Terra mas que sempre fui de Glon, e para minha surpresa estava aos poucos aceitando isso.

Soraya se levantou e começou a se vestir em minha frente, não conseguia desviar meus olhos dela, seguia cada passo.

– Por mais que eu ame vê-la me admirando, não temos muito tempo e Bianca realmente se empenhou muito para esse encontro, melhor se apressar minha linda.

Me levantei animada, não conseguia encontrar minha roupa, brava olhei a Soraya que apenas saiu e quando chegou me entregou uma roupa estilo Laicana, disse ela.

Achei muito confortável, não sentia frio ou calor, só depois fiquei sabendo que a roupa era moldada a temperatura necessária, ou seja não havia em Glon a possibilidade de sentir frio ou calor demais.

A roupa era linda, mas achei que colava muito no corpo, me fazia lembrar um macacão esses estilo tomara que caia, mas moldava meus seios de forma que os erguia bem, boa parte do meu ombro ficaram nus.

Ao olhar para meu ombro ali estava a marca de Soraya, não pude deixar de olhar e ficar admirando, eu amava ter o nome dela em meu corpo, não via a hora de esse estar completo.

So foi em minha direção, tocando sua marca com orgulho e a beijando, sentia nesse gesto muito carinho e amor.

– Quando minha marca estará em você? Perguntei estranhando de nada ver nela ainda.

– Quando sua marca estiver completa, seu nome estará também completo em mim.

– Por que é diferente? Quero dizer não poderia ser como eu aos poucos?

– Eu quero meu nome em você também! Quero que você seja minha assim como eu sou sua So.

Soraya riu da minha impaciência, mas me explicou que a marca reagia de forma diferente entre humanos e glons.

Pelo que entendi Glons aguentam o processo da finalização de uma marca em questões de minutos, já humanos por ter um corpo ainda em processo de mudanças, necessita que seja preparado e de forma gradual, caso contrario isso poderia levar a morte.

– Mas para que você saiba, com marca ou sem marca eu sou sua, minha menina impaciente.

Ainda nessa sensação de companheirismo e alegria fomos andando até o Restaurante de Bianca.

-

De alguma forma Soraya sabia que eu queria conhecer mais e mais de Glon, por isso não me apressava quando parava para olhar algo que era diferente, e quanta coisas diferente ali existia.

Percebia também que aonde andasse via varias pessoas me olhando, alguns sorriam para mim, outros até flores me entregavam, frutas também.

Quando perguntei o porquê Soraya disse que eram pessoas que torciam para que as duas vencessem a batalha, pessoas que de alguma forma eram muito ligadas a humanos e acreditavam que essa seria a grande oportunidade para a evolução de Glon.

Ainda outras pessoas percebia que não gostavam de nós, não precisava falar ou perguntar, o olhar e a vibração era forte e muito direcionada, Soraya apenas encarava a pessoa e essa se afastava assustada perante o poder de Soraya.

Não pude olhar tanto como gostaria pois ao levitarmos o percurso se torna muito mais rápido e sem tanto esforço.

Quando vi estava ao lado de um grande restaurante e para minha surpresa antes mesmo de entrar, vi uma mulher vindo em nossa direção. Ela andava de forma engraçada mas me transmitia muita paz, senti que seriamos grandes amigas.

– Finalmente vocês chegaram! Soraya, Natália sejam bem vindas, vocês não imaginam como esperei esse dia!.

Fui abraçada por ela, surpresa retribuía mas nunca vi uma pessoa tão animada e cheia de vida, ela era o oposto de Soraya, transmitia tanta alegria que dava para dar inveja a qualquer pessoa.

Ao olhar para ela não percebia essa energia, mas bastava começar a falar e tudo em seu rosto mudava, sentia ali, paz, alegria, animo de viver.

Seus olhos eram profundos, cabelos longos e diferente de boa parte das pessoas que vi até o momento em Glon, seus cabelos e traços eram bem diferente também.

Antes que pudesse perguntar algo, Bianca me segurou e começou a me levar para dentro.

O lugar era exótico, bem exótico cores fortes e muitas fotos de pessoas, estavam em vários murais, deveria ter ali mais de milhares de fotos, nunca vi tantas pessoas diferentes em um único lugar, fiquei admirando quando Bianca perguntou se podia colocar uma foto minha no mural, ela gostava de colecionar todas as fotos de seus clientes, já tinha perdido a conta mas esse era um dos seus hobby, quando perguntei onde estava a fota da Soraya ela me mostrou e não pude deixar de rir, Soraya deveria estar ainda em sua fase de adolescente, nunca imaginei ver uma foto dela ainda criança, mesmo rindo pude perceber que na foto estava com uma cara de desconfiada.

Realmente elas devem se conhecer há muito tempo pensei perguntando se tinha o restaurante há muito tempo.

– O restaurante pertencia ao meu pai, desde criança o ajudava a cuidar, foi ele que começou com as fotos disse animada, hoje cuido e estou sobre a responsabilidade.

Ainda olhando as fotos concordei em tirar a foto, Bianca pulou de felicidade e quando eu esperava que ela fosse pegar algum tipo de maquina, minha foto simplesmente surgiu em suas mãos!

Fiquei de boca aberta, quanto menos esperava Glon de alguma forma me surpreendia.

Ela me mostrou e realmente tinha ficado otima.

Soraya pegou de suas mãos e disse que essa era dela, fazendo Bianca resmungar e tentar tirar de sua mão.

Ainda rindo com as duas, Soraya me pegou de surpresa, me puxando para ficar ao seu lado e falou, agora pode tirar, acho que devo ter ficado com cara de boba, afinal quem não ficaria?

Quando peguei a foto e vi ambas juntas, ainda brinquei dizendo que queria essa para mim, Bianca agora mais esperta roubou de minha mão dizendo que não deixaria, não iria ser enganada duas vezes.

Juntas fomos nos sentar e agora mais calma, começamos a falar.

Não pude deixar de notar que o restaurante estava vazio, achei estranho e mesmo sendo indelicado perguntei.

– Bianca, por que esta tão vazio? As coisas vão tão mal assim?

Sabia que a conhecia a pouco tempo e isso poderia até cair mal, mas não resisti a curiosidade.

– Pelo contrario, vão ótimas, mas hoje eu fiz questão de apenas receber você e Soraya, esta fechado para outras pessoas, disse rindo e piscando para mim.

Fiquei surpresa, ao mesmo tempo percebia que Bianca mais falava comigo do que com Soraya.

–Não precisava Bia, posso te chamar de Bia?

– Eu não quero atrapalhar seus negócios, disse agora preocupada.

A qual Bia respondeu

– Não atrapalha, eu sou uma grande admiradora de Soraya e você, e seria uma honra me chamar de Bia.

– De mim? Quero dizer nem nos conhecemos.

– Não consigo entender, desculpe.

Olhei para Soraya, como se ela pudesse me responder, mas Soraya estava apenas concentrada em mim e não em Bianca, fiquei vermelha ao perceber que estava olhando os meus seios!

Agora meia sem graça, e tentando fazer Soraya participar da conversa

– Não acha Soraya? Quero dizer ela não precisava fazer isso!

Soraya apenas balançou os ombros como dizendo, Bianca é assim.

Bianca percebendo minha confusão começou a explicar e somente então entendi.

– Conhecendo Soraya como conheço, acredito que não falou muito de mim certo?

– E sim, ela sempre é calada assim, só com você que deve se abrir, mesmo assim somos amigas intimas, eu falo pelas duas, disse rindo de si mesma.

– Eu sou uma Maica Natália, por isso que tenho características tão diferente e até estilo de ser.

– Maicas são por natureza seres mais alegres, brincalhões e com muita energia.

– Taitas são mais sombrios, preguiçosos e gostam de ganhar a vida no mole, por outro lado Laicas são mais sérios, egocêntricos e dominadores, disse piscando e mostrando Soraya.

Agora Soraya prestando mais atenção na conversa, apenas ergueu sua sobrancelha e sem nenhum modo disse que iria mostrar o quanto egocêntrica ela poderia ser, ambas eu e Bia rimos.

Fazia tempo que não me sentia tão bem.

Ainda falando, um rapaz veio até nos e nos deu o cardápio, Soraya agora estava falando com Bianca, enquanto eu olhava tentando adivinhar o que era esses pratos, tudo era diferente e novo para mim.

– Então como anda seu escolhido Bianca? Já sabe o nome dele? Como andam as coisas.

– Fiquei sabendo que seu nome terrestre será Douglas, é lindo Soraya.

– Minha vontade é de nunca me afastar dele, esta sendo difícil manter-me afastada, mas sei que é para o seu bem.

– Sim é para seu bem, se precisar sabe que pode contar comigo sempre disse e pela primeira vez vi Soraya pegando as mãos de Bia e apertando como lhe dando força.

Essa era uma nova Soraya para mim, apesar de não ser de falar muito, quando necessário sempre estava presente.

Ainda olhando para as duas perguntei

– Soraya comentou que tem um escolhido, você tem um escolhido que é humano certo?

– Onde está?

Bianca apenas sorriu, falando que ainda não poderiam se encontrar, teria que esperar 17 anos terrestre para poder estar pessoalmente com ele, sem que isso fosse perigoso, mas que esse tempo ela também teria que se preparar.

Percebendo que isso a deixava triste, mudei de assunto e comecei a perguntar sobre as comidas e sucos no cardápio.

– Ambas riram muito com minha forma curiosa, e Bianca não mediu esforços para me oferecer o melhor, mesmo sabendo que não comeria tudo, trouxe um pouco de tudo para conhecer, era engraçado pois mesmo comendo e como comi, não sentia meu estomago, cheio ou qualquer mal estar, muitos dos pratos era a base de legumes diferentes dos que conhecemos aqui na Terra, verduras e cereais, percebi que ali não se comia nada relacionado a carne.

– Apesar disso, tudo sustentava muito e as sobremesas eram o verdadeiro paraíso, tinha até medo de perguntar o valor de tudo aquilo, ainda bem que era convidada.

Sentia-me em casa com elas ali, foi um grande dia, pois pude através disso, saber um pouco mais sobre os Maicas e também como era a alimentação dos Glons.

Outro detalhe que achei muito interessante era que qualquer tipo de propriedade pertencia ao Mestre Gabriom e sucessivamente a quem fosse seu sucessor, todo dinheiro que era trabalhado através do cartão magnético, seja esse conquistado por propriedades, negócios ou trabalho seria distribuído entre todos, ou seja o básico, todos tinham independentemente de qualquer coisa, o básico para viver, quando a pessoa queria algo a mais, essa deveria fazer horas extras e provar que era capaz de cargos melhores e assim conseguiam melhores posições e condições de vida mais elevadas.

Achei interessante o método utilizado, havia tantas coisas que não sabia sobre Glon, minha curiosidade não tinha limites.

Queria ficar ali, mais e mais, porém já sentia que estava quase na hora de meu corpo acordar, e ambas sabiam disso também.

Antes que fosse tarde demais, Bianca chamou o mesmo rapaz que nos trouxe o cardápio e esse entregou a ela um embrulho, Bia pegando me entregou e disse.

– Sei que não será nada fácil para vocês o que te espera no futuro, mas quero que nunca se esqueça que existe pessoas torcendo por vocês e que me tem como amiga.

Ao abrir o embrulho vi a foto antes tirada de Soraya e eu em um porta-retratos onde em sua volta tinha o mesmo brilho das luzes coloridas de Glon.

– O que são essas luzes? Onde quer que eu vá em Glon eu vejo elas.

Dessa vez Soraya que respondeu

– Essas luzes são como o Sol em seu planeta, elas alimentam, hidratam, dão energia a todos Glons, sem elas não poderíamos viver.

– Obrigada Bia, disse agora emocionada, espero podermos nos encontrar outra vezes, e que logo você esteja com o Douglas.

Bianca, apenas balançou a cabeça concordando e me dando um beijo, antes de acordar de vez olhei para o mural e ainda vi minha foto junto a Soraya a mesma que estava agora levando comigo.

Feliz me despedi, e acordei na minha cama, ao meu lado estava o porta-retratos, coloquei com carinho próximo ao meu criado mudo.

Meu corpo antes leve, cheio de energia agora me parecia chumbo, a cada dia que passava, sentia a diferença dos dois planetas.

E algo começou a me incomodar, pois percebi pela primeira vez que ao me tornar uma Glon, estava deixando de ser humana.

Continua....