Fanfic: Abra seus olhos - Laliter | Tema: Laliter

Narrado por Lali

Estava com os nervos a flor da pele e não pude conter o nervosismo. Desde que ele chegou, esse foi nosso maior contato e mais intenso. Pena que não aconteceu de uma forma tão fofa, romântica e admirável como em um conto de fadas. Não posso colocar a culpa toda nele até porque não dei abertura em nenhum momento.

Ele continuava a dirigir e eu estava apenas olhando o caminho pela janela fechada. O vidro não era fumê, então ainda dava para ver razoavelmente alguma coisa. Fomos calados e já fazia quase meia hora que estamos seguindo em linha reta.

Lali: Pode dizer pelo menos onde vai ser o “cativeiro”?

Peter: Não tem nenhum cativeiro. Eu só quero te levar pra um lugar. Acha que eu mudei tanto assim? – fiquei sem responder a ultima pergunta

Lali: Com tantos anos fora daqui, ainda sabe onde fica esse tal lugar?

Peter: Não tem como esquecer certas coisas. – soou como uma indireta

Passamos mais dez minutos em estrada firme e depois ele entrou em uma rua em que a estrada não era tão boa e por isso o carro balançava um pouco. Percebi que conhecia aquele lugar e a cada metro que se aproximava notei que no fundo, bem no fundo, fiquei feliz por ele estar me levando ali. Meus sentimentos são bipolares, porque a felicidade era acirrada se comparada à raiva e tristeza por tudo o que se passou.

Peter: Chegamos. – tirou o cinto, saiu do carro e me tirou de lá cuidadosamente. Saí andando calmamente separada dele.

O céu estava escurecendo cada vez mais –óbvio- porém ainda era cedo para tanta escuridão. Havia pouquíssimas estrelas, as nuvens cobriam quase todas. Vi Peter guardar a chave do carro dentro da calça que vestia. Golpe baixo. Eu não ia pegar essa chave, não mesmo. O lugar era muito bem conservado. Havia uma elevação de “terra” perto de uma arvore. O chão era todo na base da grama. Sentei-me delicadamente e logo depois me deitei e me pus a olhar para as estrelas. Ele ainda não tinha me alcançado. Estava andando mais devagar que eu. Olhei para aquele céu e um minuto depois ele se deita ao meu lado. Pega na minha mão suavemente e eu deixo. Entrelaça nossos dedos e mais uma vez cedo esse espaço para ele.

Peter: Você me ama? – fiquei em silêncio. Não queria nem “podia” responder essa pergunta. – Quem cala consente.

Lali: Não necessariamente.

Peter: Então não me ama? – senti certa angústia na sua fala. Demorei um pouco pra responder.

Lali: Amo, pior que amo. Satisfeito? – disse com voz embargada

***

Narrado por Pablo

Decidi com Peter que faria Gimena propor um dia com os netos para liberar a casa. Não que lá fosse o lugar da ação, mas era o lugar onde tudo ia começar e era extremamente necessário que estivesse vazio. Me meti a Gime e os garotos. Aquela altura ela já devia saber a verdade sobre mim e não me preocupei. Agi naturalmente. Estava começando a me adaptar com o fato de saberem minha opção sexual e estou levando bem.

Fomos até o shopping e fiquei cuidando de Ju enquanto Gime ficou com os meninos. Compramos bastante vestidos leves e rosas para minha criança, tudo por minha conta. Fomos ao MC’ Donalds e lanchamos. Papai trabalhava para o governo federal e faleceu a 2 anos de parada cardíaca e mamãe ficou com o aposento já que ele era mais velho. Ela trabalha e eu apenas faço faculdade nos fins de semana. Geralmente as pessoas passam a semana se ocupando e descansam no fim da mesma. Eu sou o oposto. E na realidade, gosto de ser o oposto da maioria das pessoas. Vida monótona não é minha cara.

Ju: Pablito, desculpa perguntar, mas... você tem namorado?

Pablo: Nada, to solteiro.

Ju: ah – logo o silencio pairou ali. Acho que estava com vergonha na certa.

Pablo: Não precisa ficar com vergonha. Eu estava com medo de admitir minha opção sexual, mas na verdade me sinto bem melhor. Aliviou-se um peso das minhas costas, serio. Ah, mudando de assunto, por que você não chama a Leticia e a Nathally para passarem a noite na sua casa hoje? Tipo, festa do pijama. Nunca pude ir a uma, mas se for que nem nos filmes, eu adoro!

Ju: ah, se a mamãe deixar.

Pablo: acho que você já ta grandinha pra saber ne? Então, seus pais, se tudo der certo, não estarão a noite em casa. – ela corou- relaxa. E sobre as meninas, tenho certeza que ela deixaria, afinal são tão amigas, parentes, são próximas, por que não?

Ju: e não tem nenhum adulto responsável em casa, nesse caso.

Pablo: Eu vou pra lá, pode relaxar.

***

Narrado por Lali

Depois do que disse, ele não tentou nenhuma investida. Continuamos em silêncio por certo tempo,de mãos dadas ainda,  até que ele resolveu me fazer uma pergunta na qual eu não tinha certeza se estava preparada para responder.

Peter: Por que tem tanto ressentimento? Você sabe que eu não fugi, que fui sequestrado. Por que tanto rancor?

Lali: Porque durante esses nove anos muita coisa aconteceu... eu não estava preparada para enfrentar metade daquelas situações sozinhas.

Peter: Que tipo de coisas?

Lali: O crescimento das crianças, quando cada uma chegou na puberdade.Com a Ju e o Bruno você ainda consegue recuperar esse período e suprir esse vazio. Sabe por quanto tempo Lara chorou? Sabe por quanto tempo Matheus cuidou de mim? Sim, ele cuidou de mim. Foi o mais atencioso de todos. – ao falar isso, lagrimas percorriam por minha face- você passou mais tempo sem os gêmeos do que com eles. Não estou te culpando, nem jogando tudo na sua cara. Mas, Peter, o mais difícil foi... perder nosso filho?

Peter: o que? – soou como um sussurro. Vi seus olhos ficarem vermelhos.

Lali: No dia em que você desapareceu eu ia lhe falar que estava grávida mais uma vez. – comecei a chorar compulsivamente, porém tinha de contar o resto. – fiquei desesperada por você não chegar. Não dormi aquela noite nem na outra. Poucos dias depois, Lara sofreu um acidente, nada grave. Mas eu havia bebido cafeína em excesso pra ficar acordada, quando você telefonou eu bebi  uma garrafa de Black & White quase toda. Parei porque vomitei. E também não estava me alimentando, não saia do meu quarto. Quando soube da Lara, saí correndo do quarto, me desequilibrei na escada porque tinha ficado tonta e caí. Perdi nosso filho. Eu matei nosso filho. – todas as palavras demoraram para sair. Estava falando em meio a lagrimas e quando terminei de contar, ele já estava chorando. Não me julgou em nenhum momento pelas minhas atitudes, apenas me abraçou ternamente e choramos juntos. Ele estava do meu lado outra vez e isso me fazia bem.

***

Ooi gente! perdao qualquer erro ortografico ou gramatical e sorry a demora

dedico a:

mar: hahahaha pablo é uma figura! leitora nova? beeem vinda! postado

lee: ele levou ela tipo pra um sitio, sabe? mas tu so pensa em filho laliter meu deus. engraçado que na tua nem beijo rolou ainda! revoltada com isso haha postado rainha da putaria

drica: ih, dear, so lendo pra saber hahaha peter mostrando quem manda na bagaça u-u postado, dear

ana: no fundo ela sabe disso, mas quis se valorizar e a maior razao de toda essa dureza é pq nao superou a perda do filho dela.

carol: claro que é serio, pq mentiria? te juro, eu passei por isso no cinema! caralho, uma mina dessa so fala porra de palavrao u-u bitch, please, eu to adquirindo experiencia kkkkkkk vc nao falou qe seu apelido era Carolis, eu falei pq me veio na mente mas nao sabia kkkk I am gitana, aceita que dói menos! 

comeeentem! to escrevendo os ultimos caps ja :c