Fanfic: Segredos do Passado Adaptada Vondy | Tema: Rbd Vondy

claudiarafa.s2: Obg por comentar. novo cap ! Relaxa , vou postar sempre que der >.< .. As coisas vao ficar bem quentes em breve. KKKKKKK

Eles viajaram em silêncio, enquanto o sol se punha no horizonte. Dulce olhava para a frente, ereta, as mãos cruzadas no colo. Com a saia em várias camadas e o véu que cobria sua cabeça, ela literalmente ocupava toda a frente do carro. Seu vestido ainda tinha o aroma de rosas. Ucker verificou pela décima vez o retrovisor, aliviado ao ver que ninguém os seguira. Afastando a saia dela do caminho, mudou as marchas e entrou numa rua repleta de árvores, com casas de tijolos elegantes e antigas. Ele parou o carro à sombra de uma magnólia. Desligou o motor e abaixou o vidro da sua janela, depois, por cima de Dulce, abaixou o dela também. Ela estava imóvel e muda.

Na mesma calçada, um senhor estranhou a presença dos dois, curioso, depois deu de ombros e seguiu o seu caminho.

Dulce nem mesmo notou.

— Dulce.  — Ele disse gentilmente o nome dela. — Dulce

Ela piscou. Com os olhos azuis arregalados, virou-se lentamente para encará-lo.

— Quer me dizer o que houve? — Perguntou.

— Eu... Eu fugi do meu noivo, dos meus pais e de duzentos convidados.

Esta parte ele tinha entendido. Agora, a próxima pergunta mais lógica era:

— Por quê?

— Eu não o amava — respondeu trêmula, e virou-se para o detetive. — Eu... não o amava.

A voz ficou mais forte e firme. Ucker apoiou-se na porta do carro e a examinou, percebendo que sua impressão inicial estava correta. Dulce realmente era diferente.

— E só agora percebeu isso?

Ela olhou para o diamante no seu dedo.

— Conheço Diego há anos. Quase por toda a minha vida. Nossas famílias passavam férias juntas, celebrávamos aniversários e ocasiões especiais. Meus pais ficaram tão contentes quando ele fez o pedido. Nunca pensei em recusá-lo.

— Até hoje.                                                     

— Minha vida inteira foi uma mentira. — Ela tirou o anel do dedo. — Meus pais mentiram para mim. Eu menti para mim mesma e para Diego, tudo por medo de dizer a verdade. Com medo das conseqüências. Quando vi todas aquelas pessoas na igreja, e vi você, sabia que era agora ou nunca. Eles nunca vão me perdoar.

Ele queria confortá-la, contar a traição de seu noivo. Mas notava o medo, a culpa. Não acrescentaria ainda mais dor à mulher.

E além do mais, a vida amorosa de Dulce Saviñón não era da sua conta. Fora contratado para encontrá-la, não salvá-la.

Ela embrulhou o anel num lenço de seda branco e o guardou dentro do vestido.

— Meus pais confirmaram sua história sobre a minha família biológica. Mas me disseram que meus irmãos morreram no acidente junto com os meus pais. Meu pai viu os atestados de óbito de Alfonso e Cristian.

— Eram falsos — afirmou Christopher. — Assim como o seu.

— O meu?

Ele confirmou.

— Entendo — ela disse, consternada e confusa. — Não, verdadeiramente, eu não entendo nada. Como é possível? Como pode uma família ser separada, como nós fomos, crianças adotadas ilegalmente? Por que ninguém sabia disso?

— O advogado em Wolf River explicará tudo. — Uckermann retirou o celular de dentro do bolso. — Você pode falar com seus irmãos e...

— Não.

— Não?

— Não pelo telefone.

— Tudo bem. Eu a levarei até a sua casa, poderá preparar uma mala, e a colocarei num vôo para Dallas. Wolf River fica a três horas de lá e alguém vai apanha...

— Sr. Uckermann, o último lugar para onde quero ir agora é a minha casa, e não tenho intenção alguma de entrar num avião.

— Primeiro — ele disse, depois de respirar fundo. — Por que você não me chama de Ucker?

Dulce sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha quando olhou o homem.

— Segundo, caso tenha se esquecido, você ainda está usando o vestido de noiva.

— Eu garanto que ninguém tem mais ciência disso que eu. — Mal podia respirar. — Mas não vou para casa.

— Tudo bem. E o que pretende fazer?

Dulce arrancou em dois segundos o véu que a mãe passara quinze minutos colocando.

— É muito simples. Você me levará de carro para Wolf River.

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