Fanfic: Entregue seu coração - AyA - Adaptada FINALIZADA. | Tema: AyA - Adaptada

Na sexta-feira seguinte, Alfonso estava sentado à sua mesa no escritório, olhando para um relatório. Estava achando difícil concentrar-se no conteúdo, porque não conseguia tirar da cabeça a mulher que o redigira.
Anahi vinha deixando-o louco, desde o piquenique, na semana anterior. Naquele dia, passaram o resto da tarde juntos, brincando com Jenny, como nos velhos tempos, só que fora ainda melhor. Alfonso experimentara o mesmo sentimento de conexão, o mesmo fácil entendimento e a mesma intensa atração que sempre haviam compartilhado. Ter Jenny por perto, de algum modo intensificara a intimidade deles.
Quando o piquenique acabou, ele convidou Anahi para jantar.
— Oh, não posso — ela respondeu. -— Tenho outros planos. — Olhou para o relógio de pulso e se levantou do chão. — E já estou atrasada.
O que ela anda fazendo todas as noites?, Alfonso indagou-se, erguendo os olhos do relatório pela milésima vez. Estará se encontrando com alguém? Com quem?
Ele tinha certeza de que não era ninguém que trabalhava na Barrington. Havia observado Anahi atentamente, no sábado do piquenique, e, embora muitos homens a tivessem cercado, ela não tratara nenhum deles de maneira diferente.
Era um homem que ela conhecera fora do escritório. Onde ela o conhecera, como ele era?
"Não que seja da minha conta, pois a vida pessoal de Anahi é problema dela", Alfonso pensou.
Mas, só de pensar nela com outro ficava irado. Afrouxou o nó da gravata. A julgar pela intensidade do beijo que trocaram na cozinha da casa dele, duas semanas atrás, Anahi estava disposta a abrir seu coração para um novo amor.
Só não quero que ela se envolva com um playboy que possa despedaçar seu coração, Alfonso comentou consigo mesmo.
Respirou fundo, leu rapidamente o relatório, então levantou-se e foi para a sala de Anahi.
Da porta, viu-a com a testa franzida e os olhos voltados para a tela do computador.
— Acabei de ler seu relatório — falou. — Bom trabalho. Ela o fitou e corou.
— Obrigada — agradeceu. Alfonso se aproximou da mesa.
— Não tenho visto você ultimamente — comentou. Anahi pegou um lápis e começou a batê-lo na mesa.
— Esse relatório me deixou muito ocupada — respondeu.
— Ocupou-a todas as noites também?
— Não. Deixo o trabalho aqui no escritório. Diabos, vou ter de ser mais direto, Alfonso pensou.
— E o que tem feito à noite? — indagou.
— Um pouquinho disso, um pouquinho daquilo.
Ele podia jurar que ela desviou o olhar de propósito.
— E você, o que tem feito? — Anahi perguntou.
— Nada demais. — Como vai Jenny?
— Bem — Alfonso respondeu. — Crescendo cada vez mais rápido. A sra. Evans contou que hoje de manhã teve de pôr muitas roupas em Jenny, até encontrar uma que servisse. — Sorriu. — Eu estava tendo dificuldade para vestir as roupinhas nela, e agora sei por quê.
Ficou radiante ao ver Anahi sorrir.
— Acho que você terá de fazer compras, então — ela comentou.
— É verdade, mas não entendo nada de roupas de bebê. Vou precisar de ajuda.
Alfonso aguardou, esperando que ela entendesse a indireta. Mas nada aconteceu, e ele inclinou-se mais sobre a mesa.
— Quer ir comigo, no sábado? — indagou. — Estaria fazendo um grande favor a Jenny.
— Tudo bem, mas tenho de estar em casa às seis.
— Porquê?
Anahi desviou o olhar.
— Eu... tenho planos para a noite de sábado.
De novo esses malditos planos misteriosos, Alfonso pensou, franzindo a testa.
— De repente, você ficou ocupada todas as noites — comentou. — Pode me dizer o que tem feito?
Anahi enrubesceu, para total consternação de Alfonso.
— Nada demais — ela disse. — Você descobrirá em breve. Será que ela vai ficar noiva?, ele se indagou, alarmado. Sentiu um aperto no coração. Como reagiria, se Anahi se comprometesse seriamente com outro homem? Ficou enciumado, porém não tinha esse direito, porque não era o homem certo para ela. Anahi precisava de um marido e de uma família, e ele não estava disposto a oferecer essas coisas.
E se ela tivesse encontrado alguém que estivesse disposto a casar? Para disfarçar a súbita perturbação, Alfonso decidiu fazer uma piada:
— Deixe-me adivinhar. Você está planejando um assalto a banco, e logo lerei a notícia nós jornais!
Anahi riu, mas não fez nenhum comentário.
"E, não é da minha conta, ele falou a si mesmo. E para ser sincero, nem sei se quero saber se ela está envolvida com alguém."
Forçou um sorriso.
— Tudo bem — concordou. — Jenny e eu pegaremos você às dez da manhã e a deixaremos em casa antes de você virar abóbora.
— Não sei por que trouxemos esse carrinho — Alfonso comentou, enquanto empurrava o carrinho de bebê vazio pela rua. — Jenny não saiu de seus braços desde que descemos do carro.
Anahi sorriu para a menina.
— Ela adora um colinho — falou.
— Especialmente o seu — ele disse e acariciou a nuca de Anahi. — E sei por quê.
Anahi ficou arrepiada. Alfonso vinha flertando com ela desde que a pegara, às dez horas. Na verdade, a insistência dele em querer saber o que ela vinha fazendo todas as noites mostrava o quanto estava preocupado.
Anahi deu um beijo na bochecha de Jenny para esconder um sorriso. O conselho de Patrícia sobre deixar que Alfonso pensasse que ela arranjara pretendentes estava dando certo. Ele pensava que ela estava namorando, e aparentemente isso o incomodava bastante.
Pois que fique bastante incomodado, ela pensou e, ao notar que passavam em frente a uma loja de roupas íntimas femininas, sorriu maliciosamente. Talvez esteja na hora de colocar mais lenha na fogueira.
Parou na frente da vitrine e ficou admirando um conjunto de calcinha e sutiã de renda.
— Oh, veja isso.— falou. —Não é lindo? Alfonso engoliu em seco.
— É, lindo, com certeza — respondeu.— Mas quando você usaria uma coisa dessas?
— A qualquer hora.
Lutando para esconder um sorriso, Anahi colocou Jenny no carrinho e entrou na loja, pedindo à vendedora que lhe mostrasse as duas lindas peças.
— Não acredito — Alfonso comentou, franzindo a testa e empurrando o carrinho, enquanto ia atrás dela. — Você usaria esse conjunto?
— Usaria, claro.
— Sob que tipo de roupa?
"Isso está funcionando melhor do que eu imaginava", Anahi disse a si mesma, entusiasmada.
— Qualquer uma — declarou, dando de ombros. — Vestidos de festa, roupas de trabalho, jeans...
Alfonso impulsivamente olhou para a camiseta branca e a calça jeans que ela estava usando. Anahi pegou o conjunto e colocou-o na frente do corpo, olhando-se no espelho.
— O que você acha? — perguntou.
— Acho que você vai fazer com que eu tenha um infarto. Anahi riu.
Ficou excitado ao ver Anahi caminhar até uma prateleira só de calcinhas. Ela pegou uma preta, tão cavada, de tecido tão transparente, que ele teve dificuldade para respirar ao imaginá-la vestindo aquilo.
Ela usava aquele tipo de lingerie com freqüência, ou estaria escolhendo algo para uma ocasião especial?
Alfonso respirou aliviado, quando ela pagou pelas peças, e a vendedora colocou-as numa sacola verde-escuro.
Anahi sorriu.
— Preciso comprar alguns cosméticos — disse. — Você se incomoda, se fizermos outra parada, antes de entrarmos na loja de roupas para bebês?
— Não, não me incomodo nem um pouco.
Faço qualquer coisa para sair desta loja, ele pensou. Empurrando o carrinho, seguiu Anahi até uma loja de cosméticos e perfumes.
— Quero encontrar uma nova essência — ela contou, pegando um vidro de colônia e cheirando-o.
— Para quê? Sempre gostei do seu perfume.
— Acho que está na hora de mudar. Quero algo marcante. Vamos ver este aqui. Felina.
Alfonso pegou o vidro da mão dela.
— Liberta o animal em seu homem — recitou, lendo o rótulo.
Anahi tomou o vidro de volta e borrifou perfume atrás da orelha.
— O que você acha? — indagou, ficando na ponta dos pés e erguendo a cabeça para que Alfonso sentisse o aroma.
— E gostoso — ele respondeu.
— E este aqui?
— Mensagem. Use, e ele entenderá o recado.
Que tipo de recado ela está querendo mandar?, Alfonso perguntou-se, enciumado. E mais importante: para quem?
Anahi colocou um pouco do perfume atrás da outra orelha e aproximou-se de Alfonso.
— O que acha?
— Não sei — ele respondeu com indiferença.
— E este?
— Tentação. Você o levará à loucura.
Ela não sabe que não precisa usar perfume para me levar à loucura?, Alfonso pensou.
— Por que esse súbito interesse em mudar de fragrância? — questionou num tom de voz que esperava para que soasse casual.
— Ah, quero mudar — ela disse, passando perfume no pulso e cheirando-o. — Gostei deste.
Estendeu o braço para que Alfonso o cheirasse, depois fez o mesmo com Jenny, que gargalhou.
— Jenny também gostou — comentou. — Vou levar. Deixe-me pegar mais uma coisinha, e já vamos embora.
Com relutância, Alfonso seguiu-a, empurrando o carrinho com Jenny.
— Quero ver batons — Anahi disse à balconista. — O que você tem de novidade?
— Olhe este aqui — a jovem disse, tirando do mostrador um batom de embalagem prateada e abrindo a tampa.
— Bonita cor. Posso experimentar?
A vendedora apontou para um espelho. Anahi passou o batom nós lábios e olhou para Alfonso.
— O que você acha? — perguntou.
Ele já achava os lábios dela sensuais, sem nenhuma pintura. Com batom, eram tentadores demais. Mas não ia confessar isso. A última coisa que faria seria ajudá-la a ficar mais atraente para o homem misterioso que ela namorava.
— Nada mau —-disse.
— Garanto que não sai com beijo — a vendedora afirmou, sorridente.— Talvez seu marido a ajude a testá-lo.
— Oh, ele não é meu marido — Anahi declarou.
— Seu namorado?
— Também não.
— Talvez ele possa ajudá-la, mesmo assim. Anahi olhou para Alfonso. Ele a envolveu pela cintura e puxou-a contra si, colando os lábios nos dela.
Anahi murmurou, surpresa, então soltou um gemido de prazer, o que fez Alfonso abraçá-la com mais força. Nenhuma outra mulher o fizera perder a razão como Anahi fazia.