Fanfic: Entregue seu coração - AyA - Adaptada FINALIZADA. | Tema: AyA - Adaptada

Alfonso fitou-a nos olhos. O olhar dela transmitia confiança e tranqüilidade. Alfonso inalou uma boa quantidade de ar, então passou o bocal para Anahi. Ela sugou o ar e devolveu o bocal.
De braços dados, os dois lentamente começaram a subir, dividindo o oxigênio. Alfonso estava atônito. Sua vida tomara um aspecto surrealista, como se o tempo tivesse parado. Ele foi dominado por uma enorme sensação de bem-estar, algo que não fazia o menor sentido naquelas circunstâncias. Tomou consciência de que jamais estivera em tanta sintonia com alguém como estava com Anahi. Então, de repente, emergiram.
Alfonso respirou fundo e guiou Anahi até o barco.
— Vou subir primeiro, então puxar você — disse. — Agüente um pouquinho. — Subiu a bordo, tirou o tanque de oxigênio das costas, então virou-se para Anahi. — Consegue pôr o pé no primeiro degrau da escada?
Ela nadou até a escada e olhou para cima, movendo a cabeça num gesto afirmativo. Seus músculos estavam exaustos, o corpo parecia pesar o dobro.
— Pronta? — Alfonso perguntou.
Novamente ela respondeu com um gesto de cabeça, concordando.
Alfonso estendeu as mãos e puxou-a. Mais três degraus, e Anahi estava no barco. Alfonso livrou-a do tanque de oxigênio e tomou-a nos braços.
CAPÍTULO X

Por um longo momento, Alfonso e Anahi permaneceram abraçados, ouvindo apenas o som das ondas batendo no barco e o ritmo acelerado de seus corações.
— Você está bem? — Alfonso finalmente perguntou, olhando para Anahi.
— Estou.
— Está tremendo. Está com frio?
— Não. Acho que é por causa do medo que senti. Alfonso deslizou as mãos pelos braços dela.
— Não percebi que você estava com medo. Parecia tão calma!— Sorriu. — Você foi fantástica, principalmente para uma mergulhadora principiante. Salvou minha vida. Tem consciência disso?
Anahi sorriu tremulamente.
— O que aconteceu lá embaixo? — indagou.
— O medidor indicava que o tanque estava cheio, mas de repente eu não conseguia respirar.
— Por que não fez o sinal de que estava sem ar? Alfonso hesitou.
—Você estava mergulhando no mar apenas pela segunda vez e mal acabara de superar seu medo de água — explicou. — Não quis deixá-ía apavorada. Tinha a esperança de chamar a atenção dos outros mergulhadores.
— Mas eu não sabia o que estava acontecendo. Achei que você tinha sido apanhado por uma enguia ou tocado por uma água-viva. Fiquei com medo, sim, mas porque não sabia o que estava acontecendo. Alfonso afagou os braços dela.
— Desculpe-me — pediu. — Não queria colocar você em perigo.
— É para ficarmos próximos um do outro e dividirmos o oxigênio, quando isso acontece. — Anahi sentiu lágrimas nos olhos. — A última coisa que eu desejava ser era um empecilho. Aprendi a mergulhar para mostrar a você que posso ser sua companheira.
Alfonso olhou-a, confuso.
— Não entendo — disse. — Eu sempre a vi como uma companheira.
Lágrimas rolaram pelas faces dela.
— Queria que você visse que não vou prendê-lo, que não sou tediosa — Anahi confessou.
— Tediosa? — Ele arregalou os olhos, incrédulo. — Pensa que a julgo assim?
Anahi moveu a cabeça afirmativamente.
— Como pode pensar uma coisa dessas? — ele ralhou, acariciando as costas dela. — Você não sabe que é a mulher mais excitante que conheci? Não sabe o que me faz sentir? Quando estou perto de você, mal consigo pensar com clareza. Passei por momentos difíceis, durante a conferência.
Sorriu, fitando-a com carinho.
— Toda vez que olhava para o fundo da sala e via você, meu coração disparava, meus pensamentos embaralhavam-se, e eu quase esquecia o que tinha a dizer — continuou. — Quando olhava para você, a última coisa que me vinha à mente era a auditoria que estamos preparando.
— No que você pensava?
— Nisso.
Alfonso apertou o corpo dela contra o seu e capturou os lábios sensuais num beijo apaixonado. Anahi gemeu de prazer. O universo parecia se resumir no calor do corpo de Alfonso, no toque de suas mãos, no ardor de seus lábios.
— Eu te amo — Anahi murmurou.
Precisava ouvir Alfonso dizer o mesmo, necessitava disso como precisava de ar para viver; Alfonso enrijeceu, baixou as mãos e afastou-se. Anahi teve a impressão de que sua vida acabara, ao ver seus sonhos transformados em cinzas. Ouviu um ruído, mas não se importou, pois sua dor era intensa demais.
— Os outros mergulhadores estão voltando — Alfonso avisou. — Conversaremos depois.
Anahi observou-o caminhar até a proa, sabendo que não haveria "depois". Não havia mais nada a dizer. O silêncio dele dissera tudo. Alfonso não queria ou não sabia amar. Falar sobre isso seria sem propósito.

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