Fanfic: Entregue seu coração - AyA - Adaptada FINALIZADA. | Tema: AyA - Adaptada
Na manhã seguinte, a campainha do telefone acordou Anahi. Ela abriu os olhos e olhou para o relógio no críado-mudo. Sete horas. Quem estaria ligando àquela hora, em pleno sábado? Sem levantar a cabeça do travesseiro, atendeu o telefone.
— Alô?
— Anahi, é o Alfonso.
O coração dela acelerou. Anahi sentou-se abruptamente na cama ao ouvir o choro de Jenny.
— Posso ouvir o bebê chorando — comentou. — Há algo errado?
— Ela acordou às três da manhã e está chorando desde então. Fiz de tudo para acalmá-la. Troquei a fralda, dei mamadeira, passeei com ela no carrinho, peguei-a no colo e caminhei de um lado para o outro da casa, coloquei-a no andador, cantei. Nada funcionou. Detesto incomodar você, mas não sei o que fazer.
— Ela está com febre?
— Não sei — Alfonso respondeu.
— Está quente?
— Acho que não, mas não sei ver esse tipo de coisa. O rostinho dela está avermelhado, mas acho que é de tanto chorar.
— Tem um termômetro? — Anahi perguntou.
— Não, mas, mesmo que tivesse, não sei ver temperatura. Anahi, o que devo fazer?
Tanto Jenny como Alfonso pareciam histéricos. Anahi suspirou.
— Estou a caminho — disse.
Levantou-se. Sabia que era um erro voltar a casa de Alfonso, especialmente depois de saber que ele fora embora porque o relacionamento deles ficara sério demais. Passara os dois últimos dois anos e meio se perguntando por que ele partira tão repentinamente, achando que ele acabara se cansando dela e achara mais fácil partir do que desmanchar o namoro.
Mas estivera errada todo o tempo. Não fora por que não a desejava que Alfonso não fizera amor com ela, mas porque não quisera magoá-la. Ele não queria casar e continuava não querendo. O tempo tinha passado, mas nada mudara.
Exceto a chegada de Jenny. Ao pensar na pobre criança órfã, Anahi correu para o banheiro e tomou um banho rápido.
Trinta minutos depois, estava chegando na casa de Alfonso. Ele e Jenny aguardavam-na na varanda. O coração de Anahi encheu-se de alegria ao vê-los. Alfonso estava com a barba por fazer, os olhos vermelhos, a roupa amassada e olhando desesperado para Jenny, que continuava a chorar. Anahi jamais vira dois seres humanos tão desamparados.
Alfonso desceu a escadinha da varanda e encontrou Rachel no pátio gramado.
— Graças a Deus, você está aqui! — ele exclamou Jenny estendeu os braços na direção de Anahi, que a pegou, aninhando-a contra o peito,
— Olá, doçura—Radiei murmurou.—Qual o problema?
— O problema é que deram a custódia dela para um incompetente — Alfonso declarou.
— Ela deve estar sentindo falta dos pais.
— E se for algo mais? E se ela estiver doente e nós não sabemos?
Anahi pôs a palma da mão na testa de Jenny.
— Ela não está febril, mas é bom levá-la a um pediatra — declarou.
— Conhece algum?
— Tenho uma amiga no escritório que está grávida.. Olívia marcou consulta com mais da metade dos pediatras de Phoenix tentando encontrar um bom para o seu bebê. Vou telefonar para ela.
— Obrigado — Alfonso agradeceu.
A gratidão expressa nos olhos verdes aqueceu o coração de Anahi. Ela se virou abruptamente, querendo esconder a atração que ainda sentia por Alfonso.
— Fico feliz em ajudar — disse.
Estava feliz por precisarem dela, pois era uma boa desculpa para ficar com Alfonso e Jenny mais uma vez.
— Olá. Sou o dr. Jackson.
Alfonso levantou-se da cadeira assim que o pediatra de cabelos grisalhos entrou no consultório.
— Prazer em conhecê-lo, sr. Herrera — o médico falou com um sorriso nos lábios, trocando um aperto de mãos com Alfonso, para então acenar com a cabeça para Anahi, que estava sentada na outra cadeira com Jenny no colo.
— Sra. Herrera.
— Oh, não, não — Anahi disse. — Não somos casados. O médico fechou a porta.
— Desculpem — pediu. — Eu não devia tirar conclusões apressadas, nos dias de hoje e com minha idade...
— Voltou a atenção para Jenny. — Olá, mocinha. Você deve ser a Jenny.
Jenny virou a cabeça para o peito de Anahi, balbu-ciando alguma coisa.
— Oh, é uma mocinha tímida, hein? — o médico comentou, então olhou para Anahi. — Você é a mãe?
Anahi corou.
— Não — respondeu.
O médico virou-se para Alfonso com as sobrancelhas erguidas, mostrando-se confuso.
— Parece que estou perdido -—declarou. — Você deve ser o pai da criança.
— Não, exatamente.
O médico coçou a cabeça.
— Ela é minha sobrinha — Alfonso explicou. — Meu irmão e a esposa morreram num acidente de carro, e eu sou o tutor de Jenny. O problema é que, desde que estou cuidando dela, tudo o que ela faz é chorar. Nunca foi de ir para o colo de pessoas estranhas, mas desde que os pais morreram, está insuportável. Ela não permite que eu a alimente, ou a segure, ou a conforte. Na verdade, ela não tolera que ninguém se aproxime, a não ser Anahi.
— Entendo. — O médico olhou para Anahi. — E você é...
Como Alfonso descreveria o que Anahi era? Ele usou a palavra que detestara ouvir na noite anterior.
— Uma amiga— falou. — Jenny e eu acabamos de nos mudar para Phoenix, e Anahi está nos ajudando até que eu contrate uma babá.
— Compreendo. — O médico sorriu. — Bem, vamos começar descrevendo razões físicas que podem estar incomodando Jenny.
Anahi levou a criança até a mesa e deitou-a. Jenny começou a chorar assim que o médico aproximou-se.
— Se não se incomodar, seria de grande ajuda, se você ficasse conversando com ela enquanto a examino — o médico disse a Anahi.
— Claro.
Alfonso só observava, sentindo-se inútil. O médico examinou os ouvidos, os olhos, o nariz, a garganta, as pernas e o estômago de Jenny. Quando terminou o exame, entregou Jenny a Anahi. Jenny parou de chorar no mesmo instante.
— E então, doutor? — Alfonso indagou.
— Ela parece perfeitamente saudável — o pediatra declarou. —- Acho que está sentindo falta dos pais.
— Crianças podem experimentar a sensação de perda? — perguntou Alfonso.
— Podem. Elas começam a reconhecer a voz dos pais quando ainda estão no ventre das mães. Como os adultos, os bebês reagem à perda de diferentes formas. Às vezes ficam confusos, quando um parente desconhecido é parecido com o pai ou a mãe que perderam, ou quando tem o mesmo cheiro. Pode ser que Jenny o esteja rejeitando porque você a faz lembrar o pai que perdeu. Alfonso olhou-o, espantado.
— Quer dizer que a faço sentir mais saudade dele? — indagou.
— Jenny está zangada porque você se parece com o pai dela mas não é ele.
— E o que recomenda que eu faça? — perguntou Alfonso, preocupado.
— Precisa facilitar essa transição para Jenny. Ela entrou numa nova casa e numa nova vida. A melhor maneira de ajudá-la é deixá-la aos cuidados de alguém em quem ela confie, como Anahi, por exemplo. Mas Jenny vai acabar se acostumando com você.
Alfonso ficou alarmado, pois já fora ruim o bastante pedir a ajuda de Anahi duas vezes em menos de vinte e quatro horas. Não queria envolvê-la ainda mais em seus problemas.
— Pretendo contratar uma babá o mais rápido possível — informou. — Na verdade, pretendo contratar uma babá hoje mesmo.
O médico franziu a testa.
— Não recomendo introduzir uma nova pessoa no cotidiano do bebê — disse. — Pelo que me contou, Jenny está passando por momentos difíceis para se adaptar, mesmo sob as melhores circunstâncias. Está confusa e inquieta. Já que ela se sente confortável com Anahi, a situação ideal seria Anahi ficar em sua casa e cuidar de Jenny durante algum tempo, até que a menina aceite você.
De jeito nenhum, Alfonso pensou. Detestava pedir a ajuda de alguém, especialmente a de Anahi, que já fizera muito. Ele não queria se sentir em débito com ela e, acima de tudo, não queria precisar dela. Olhou para Anahi e notou que seu rosto estava pálido.
— Sei que é muito para se pedir a uma amiga — o dr. Jackson falou. — Não sei quais são as circunstâncias, ou a natureza do relacionamento de vocês, mas seria para o bem de Jenny.
— Quanto tempo acha que levaria? — Anahi indagou.
— Não há como saber exatamente, mas acho que uma semana, talvez mais um pouco — o médico declarou.
Alfonso movimentou a cabeça negativamente.
— Não quero impor mais nada a Anahi — declarou.
— Quais são as outras alternativas? O médico coçou o queixo.
— Você pode encontrar uma babá com quem Jenny se relacione bem, mas, se ela é tão sensível a estranhos como você diz, vai acabar rejeitando vocês dois — disse.
— Tive um caso parecido com um órfão, há uns anos atrás. A criança acabou hospitalizada por causa de desidratação, porque se recusava a comer e a beber.
— Não podemos deixar que isso aconteça com Jenny — Anahi falou.
— De qualquer modo, seja lá quem for que você escolha para cuidar de Jenny, vai precisar ficar perto dela nessas próximas semanas, sr. Herrera, para que seja estabelecido um vínculo entre vocês dois.
— Quer dizer que preciso ficar em casa com Jenny?
— Alfonso indagou, parecendo horrorizado. O médico sorriu.
— A menos que você possa levá-la para o seu local de trabalho — sugeriu.
— Tenho certeza de que Rex não se incomodará, especialmente diante das circunstâncias — Anahi disse. — Muitos empregados levam os filhos para o escritório com a permissão do vice-presidente, que nesse caso é você.
O médico fitou-os com curiosidade.
— Vocês trabalham juntos? — perguntou.
Alfonso moveu a cabeça afirmativamente.
— Então posso dizer que a situação é mais do que ideal — o médico falou. — Quero ver Jenny de novo daqui a duas semanas. Peçam à recepcionista para marcar um horário e tragam-me a carteirinha de vacinação.
Caminhou até a porta, pôs a mão na maçaneta e hesitou.
— Para o bem de Jenny, espero que Anahi cuide dela nas próximas semanas — aconselhou. — Se não quiser que seja Anahi, fique atento aos hábitos da menina. Bebês desidratam muito mais rápido do que os adultos. Se ela passar mais de vinte e quatro horas sem tomar líquidos, traga-a aqui.
Após marcarem a próxima consulta, Alfonso, Anahi e Jenny saíram do consultório.
— Não vamos deixar nada acontecer a Jenny — Anahi disse com firmeza, ajeitando o bebê carinhosamente contra seu corpo. — Vou ficar com vocês e cuidar dela.
"O que estou dizendo?", pensou. "Bastaram algumas horas com Alfonso para eu me revirar na cama e perder uma noite de sono. O que acontecerá depois de uma semana?"
Não fazia a menor idéia e, naquele momento, pouco se importava. Estava preocupada com Jenny. A menininha precisava dela, e isso era o mais importante.
Alfonso colocou as mãos nos bolsos da calça, gesto que fazia quando estava perturbado.
— Escute, não quero abusar de você — falou. — É injusto querer envolvê-la nesta situação.
Sua própria situação não era fácil. Tinha acabado de perder o irmão e a cunhada, subitamente tornara-se pai, e no dia seguinte estaria assumindo uma nova posição na empresa. Era muita coisa para uma pessoa só.
Mas por que ele não se sentia disposto a aceitar a ajuda de Anahi mais uma vez? Estaria com medo de passar muito tempo com ela?
— Você é muito gentil, mas já fez mais do que o suficiente — declarou.
— Não estou me oferecendo para ajudar você, estou me oferecendo para ajudar Jenny. — Ela o fitou diretamente nos olhos. — O médico disse que é para o bem dela. Vai se recusar a seguir as ordens do pediatra porque é orgulhoso e teimoso?
Alfonso olhou para o bebê, depois para Anahi.
— Adoro bebês — ela afirmou, abrindo um sorriso. — Deixe-me cuidar de Jenny.
— Está bem, você venceu. Obrigado.
Autor(a): ayaremember
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Anahi desdobrou lentamente a calça jeans desbotada e tornou a dobrá-la, deliberadamente retardando a tarefa de desfazer a mala e guardar suas roupas no armário do quarto de hóspedes de Alfonso. Relutava em descer. Já era bastante desconfortável ficar no mesmo aposento com Alfonso, quando Jenny estava presente, e agora que a menininha ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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millaponny2014 Postado em 18/09/2014 - 11:40:00
to morrida com essa fanfics perfect <3 lindop final
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:08:33
que historia linda, conseguiu mexer com minhas estruturas sem nem ao menos os Los As terem se pegado de verdade, foi lindo demais
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lyu Postado em 11/08/2013 - 20:17:15
foi lindo o final
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isajuje Postado em 10/08/2013 - 20:30:17
Ai, que final mais bonito e romântico e 'oh oh' KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK eu não gostei nada nada da demora dele pra entregar seu coração U_U mas no fim, ele entregou. Minha campanha deu certo! HAHHA' A reconstituição da cena foi demais, imaginem vocês no lugar da Anahí? MA-RA-VI-LHO-SO! Alfonso sempre foi um cavalheiro só era um cabeça-dura de ter medo de entrar em um relacionamento sério. Mas até que enfim um final lindo, e feliz [: obrigada por compartilhar a história e já vou lá ler a outra! Abçs
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ponnyaya Postado em 10/08/2013 - 19:59:40
amei o final, o poncho foi perfeito!
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lyu Postado em 10/08/2013 - 01:05:57
AAAAAAAAAAAAAAAAAAA PONCHO VAI ATRAS DELA POE O LINK DA PROXIMA FIC PQ VOU LER
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ponnyaya Postado em 09/08/2013 - 21:44:33
aaaaaaa, você quer me fazer chorar?! Eu vou matar o Alfonso! posta mais!
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anapaulamaito2gmail.com Postado em 09/08/2013 - 21:42:28
o poncho deve ir atras da any e se declarar
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isajuje Postado em 09/08/2013 - 20:53:04
[AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA] esqueci de dizer uma coisinha, sobre:''Não havia motivo para ela ficar mais um dia no hotel, ou participar do próximo mergulho. Ela pegaria seu coração partido, seu orgulho ferido, seus sonhos desfeitos, e embarcaria no próximo avião para Phoenix.'' U-A-U! que poético, nada mais a dizer. [;
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isajuje Postado em 09/08/2013 - 20:50:26
obrigada por ser tão meiga ayaremember *u* KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK essa próxima que você vai postar 'Uma Vez Mais Com Ternura' eu fiquei supermegacuriosa pra saber como é a história. Mal vejo a hora de começá-la. Já que você tem outra pra postar, eu apoio você terminar essa aqui já KK ><