Fanfics Brasil - CAPÍTULO 5 Entregue seu coração - AyA - Adaptada FINALIZADA.

Fanfic: Entregue seu coração - AyA - Adaptada FINALIZADA. | Tema: AyA - Adaptada


Capítulo: CAPÍTULO 5

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Anahi desdobrou lentamente a calça jeans desbotada e tornou a dobrá-la, deliberadamente retardando a tarefa de desfazer a mala e guardar suas roupas no armário do quarto de hóspedes de Alfonso. Relutava em descer. Já era bastante desconfortável ficar no mesmo aposento com Alfonso, quando Jenny estava presente, e agora que a menininha estava dormindo, os dois estariam sozinhos.
Após saírem do consultório do pediatra, foram direto para o apartamento de Anahi, para ela fazer a mala. Ela pegara o que achara necessário, enquanto Jenny esperava, deitada em sua cama. Alfonso ficara observando as duas, parado na porta.
Fora estranho ver Alfonso de novo em seu apartamento, especialmente em seu quarto. Acabara recordando a noite em que ele a carregara até a cama, e ela quisera entregar seu coração, sua alma e seu corpo.
A noite em que fora abandonada. Essas lembranças deixaram-na inquieta e pouco à vontade, então ela começara a jogar roupas dentro da mala, sem saber ao certo o que estava escolhendo.
Já na casa de Alfonso, focalizara a atenção em Jenny. Enquanto ele só observava, Anahi alimentara Jenny, trocara a fralda, dera-lhe uma mamadeira com suco de maçã e cantara até ela dormir. Então, fora para seu quarto.
Uma batida na porta arrancou-a dos pensamentos. Ela guardou a calça jeans numa gaveta, cruzou o aposento e abriu a porta.
— Fiz o almoço — ele anunciou. — Venha. Anahi abriu a boca para dar uma desculpa para não descer, mas tornou a fechá-la. Saíra de casa com tanta pressa para ir à casa de Alfonso, que esquecera de tomar o café da manhã. Estava faminta e, além do mais, não ia passar a semana inteira escondida no quarto. Precisava sentir-se à vontade perto de Alfonso, ou pelo menos aprender a fingir que se sentia. Forçou um sorriso.
— Que bom — falou. — Estou faminta. Acompanhou-o escada abaixo, até a sala de jantar.
— Teremos a especialidade do chef: sanduíches e batata frita— Alfonso explicou. — É uma especialidade porque é a única coisa que sei fazer.
Anahi sorriu.
— Tenho certeza de que o chef, em breve, incluirá em seu cardápio papinha de frutas, mingau e sopinha — comentou.
— E verdade.
Com um amplo sorriso nos lábios, ele puxou a cadeira para ela. Anahi sentou-se. As maneiras de Alfonso eram impecáveis, algo que ela sempre apreciara, mas, naquele momento, a gentileza dele causou-lhe constrangimento. Como não queria que ele percebesse, abriu o guardanapo, colocou-o no colo e olhou com grande interesse para o prato com o sanduíches.
— Sanduíche de peru. O meu favorito — declarou.
— Eu sei.
Alfonso fitou-a nos olhos, fazendo-a ficar arrepiada.
— Preparei-o do jeito que você gosta: com maionese e mostarda.
O fato de ele recordar aqueles pequenos detalhes fez com que Anahi ficasse ainda mais nervosa.
— E suponho que tenha colocado catchup no seu — ela disse.
— Com certeza. — Ele se inclinou para a frente, com um brilho intenso no olhar. — Sabe que é engraçado você se lembrar disso?
A conversa estava rumando para caminhos perturbadoramente íntimos. Anahi pegou seu copo de chá gelado e tomou um gole, pensando numa maneira de dirigir a conversa para assuntos menos pessoais.
— Achei interessante o que o pediatra disse a respeito de você fazer Jenny lembrar-se do pai dela — falou. — Você e Ben eram parecidos?
Alfonso encolheu os ombros.
— Éramos parecidos fisicamente, mas tínhamos personalidades totalmente opostas — respondeu.
— Como assim?
— Ben era quieto e compreensivo, e eu era o rebelde da família.
— E contra o que você se rebelava? — Anahi perguntou.
— Na maioria das vezes, contra meu pai.
— Por quê? Ele era severo?
— "Severo" não é a palavra correta para descrevê-lo. Tente "dominador, ditador, autocrático e irracional". — Alfonso pegou seu sanduíche. — Isso é algo que eu não queria conversar com você.
— Eu já percebi. — Anahi tomou um gole do chá e observou Alfonso dar uma mordida no sanduíche. —Você nunca me contou nada sobre sua infância.
Ele deu de ombros.
— É porque não há muito o que contar. Ben e eu crescemos sempre cumprindo tarefas, não só as que eram relacionadas à fazenda, mas outras que meu pai nos designava para nos manter ocupados.
Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.
— Por que ele fazia isso? — indagou. Alfonso torceu os lábios, abanando a cabeça.
— Não sei. Acho que ele pensava que, se conhecêssemos outro modo de vida, iríamos embora. Ele fazia de tudo para nos manter em casa.
—- Mas por quê?
— Meu pai tinha a obsessão de manter a fazenda na família. Eu soube desde pequeno que não queria ser fazendeiro, mas meu pai se recusava a me ouvir. Como eu era o filho mais velho, devia continuar a tradição familiar, e ponto final. Durante a adolescência, ele desistiu de conversar comigo e passou a fazer imposições.
— Como assim? — ela perguntou.
— Na maioria das vezes, limitava minhas opções. Não permitia que eu tivesse nenhuma vida social. Não permitiu que eu entrasse no time de futebol americano da escola, nem num grupo de discussão que me interessava. Dizia que eu tinha muito o que fazer. Eu poderia ter entrado no time ou no grupo e realizar minhas tarefas também, mas ele nem me deixou tentar.
Alfonso respirou fundo, parecendo amargurado.
— Quando eu estava no último ano do colegial, ganhei uma viagem para Washington com todas as despesas pagas — continuou. — Era para eu representar minha escola num torneio de matemática, mas meu pai não me deixou ir. Disse que eu não precisava mais de matemática do que eu já tinha aprendido para administrar a fazenda.
— Nossa!
— Minha mãe tentou fazê-lo mudar de opinião, mas ele era teimoso e disse que o torneio não serviria para nada, além de colocar idéias bobas em minha cabeça.
— Pelo menos sua mãe era compreensiva — Anahi comentou.
— Era, pelo menos quando não achava que a solução para os seus problemas estavam numa garrafa de uísque. Desistiu do sonho de ser uma artista para casar com meu pai, e sempre se arrependeu.
— Seus pais tinham um bom relacionamento?
— Não. Meu pai tornou minha mãe infeliz, e ela fazia de tudo para se vingar. Uma vez, perguntei a ela por que nâo ia embora. Sabe qual foi a resposta? Que fizera votos sagrados e os honraria.
Não era de admirar que Alfonso tivesse uma péssima impressão do casamento e da vida em família.
— Minha mãe não queria que eu acabasse igual a ela — ele prosseguiu. — E me encorajava a ir atrás dos meus sonhos, me incentivou a lutar por uma bolsa de estudos para a faculdade. Quando ganhei a bolsa, meu pai ficou tão furioso, que pensei que fosse ter um infarto. Tentou me convencer a ficar. Disse que, se eu partisse, era para nunca mais voltar.
Anahi pousou a mão carinhosamente sobre a dele.
— Acho que não acreditou que eu era capaz de partir — Alfonso continuou. — Quando fui me despedir, ele me expulsou de casa com a roupa do corpo. Passei a noite dormindo no acostamento da estrada.
— Que coisa horrível!
— E essa não foi a pior parte. Ele me proibiu de conversar com minha mãe e com meu irmão. Disse que, se descobrisse que eles tinham contato comigo, os expulsaria de casa também.
Anahi engoliu em seco e ficou em silêncio, enquanto Alfonso fazia uma longa pausa.
— Todos nós sabíamos que aquele bruto era bem capaz disso — ele disse por fim. — Mamãe morreu um ano depois. Costumava escrever para mim, sem meu pai saber, e eu telefonava para ela quando tinha certeza de que ele não estava em casa, mas nunca mais a vi viva.
— O que aconteceu com seu irmão?
— Ben ficou trabalhando na fazenda. Falavamos em velejar ao redor do mundo, escalar o Himalaia, participar de aventuras desse tipo. Mas ele jamais foi a lugar algum. Não sabia fazer nada, além de como administrar a fazenda.
Alfonso fez nova pausa, suspirando.
— Meu irmão seguiu o caminho que eu me recusei a seguir — comentou. — Se eu tivesse ficado, talvez Ben tivesse tido outra vida.
— Mas ele devia gostar da vida que levava. Casou-se e teve Jenny.
— É, mas ele nunca realizou seus sonhos.
— Talvez tenha realizado.
Alfonso fitou-a com um olhar questionador, sem dizer nada.
— Talvez os sonhos dele tenham mudado — ela ponderou. — Talvez escalar o Himalaia não o interessasse mais.
— Tudo o que sei é que vou fazer o que puder para que Jenny tenha a chance de escolher seu próprio caminho.
Anahi sorriu.
— Você cuidará muito bem dela — afirmou.
— É o que desejo, mas tenho pouquíssima, ou melhor, nenhuma experiência com crianças. Sabe muito bem disso, Anahi.
— Você será magnífico — ela garantiu. — É carinhoso e bem-humorado. Nossa! Conseguia fazer com que um relatório de perdas e lucros mensal fosse engraçado. Imagine o que pode fazer com o alfabeto, além dos números. Sorriu calorosamente. — Jenny tem sorte de estar aqui com você — prosse- guiu. — Você tem o dom de saber aproveitar a vida e de ajudar outras pessoas a aproveitá-la também. Alfonso não parecia convicto.— Essas são mais as características de um palhaço do que as de alguém que vai criar uma criança — disse. — Discordo. São as características de um homem que fará um grande trabalho, ensinando uma criança a desenvolver todo seu potencial. Ele afagou o rosto delicado e finalmente sorriu.
— Você sempre faz com que eu me sinta melhor — falou. Anahi dirigiu-lhe um sorriso satisfeito. Alfonso comentou consigo mesmo que nunca vira olhos tão azuis e tão belos. Deslizou o polegar pela face. Também nunca acariciara pele tão macia, nem beijara lábios tão sensuais.
Prometera a si mesmo que seria um perfeito cavalheiro, enquanto Anahi estivesse em sua casa, mas viu-se inclinando-se na direção dela, como se estivesse sendo atraído por alguma força misteriosa. Afagou os cabelos sedosos, olhou-a fixamente e, quando os lábios dos dois encontravam-se a poucos centímetros de distância, o choro de Jenny interrompeu-os.
Anahi recuou. Alfonso, relutante, soltou-a.
— É melhor eu ir ver Jenny — ela murmurou, nervosa. Ao levantar-se rapidamente demais, derrubou a cadeira, mas não parou para erguê-la. Saiu da sala quase correndo.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • millaponny2014 Postado em 18/09/2014 - 11:40:00

    to morrida com essa fanfics perfect <3 lindop final

  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:08:33

    que historia linda, conseguiu mexer com minhas estruturas sem nem ao menos os Los As terem se pegado de verdade, foi lindo demais

  • lyu Postado em 11/08/2013 - 20:17:15

    foi lindo o final

  • isajuje Postado em 10/08/2013 - 20:30:17

    Ai, que final mais bonito e romântico e 'oh oh' KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK eu não gostei nada nada da demora dele pra entregar seu coração U_U mas no fim, ele entregou. Minha campanha deu certo! HAHHA' A reconstituição da cena foi demais, imaginem vocês no lugar da Anahí? MA-RA-VI-LHO-SO! Alfonso sempre foi um cavalheiro só era um cabeça-dura de ter medo de entrar em um relacionamento sério. Mas até que enfim um final lindo, e feliz [: obrigada por compartilhar a história e já vou lá ler a outra! Abçs

  • ponnyaya Postado em 10/08/2013 - 19:59:40

    amei o final, o poncho foi perfeito!

  • lyu Postado em 10/08/2013 - 01:05:57

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAA PONCHO VAI ATRAS DELA POE O LINK DA PROXIMA FIC PQ VOU LER

  • ponnyaya Postado em 09/08/2013 - 21:44:33

    aaaaaaa, você quer me fazer chorar?! Eu vou matar o Alfonso! posta mais!

  • anapaulamaito2gmail.com Postado em 09/08/2013 - 21:42:28

    o poncho deve ir atras da any e se declarar

  • isajuje Postado em 09/08/2013 - 20:53:04

    [AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA] esqueci de dizer uma coisinha, sobre:''Não havia motivo para ela ficar mais um dia no hotel, ou participar do próximo mergulho. Ela pegaria seu coração partido, seu orgulho ferido, seus sonhos desfeitos, e embarcaria no próximo avião para Phoenix.'' U-A-U! que poético, nada mais a dizer. [;

  • isajuje Postado em 09/08/2013 - 20:50:26

    obrigada por ser tão meiga ayaremember *u* KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK essa próxima que você vai postar 'Uma Vez Mais Com Ternura' eu fiquei supermegacuriosa pra saber como é a história. Mal vejo a hora de começá-la. Já que você tem outra pra postar, eu apoio você terminar essa aqui já KK ><


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