Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Dulce

- Que estranho isso, né? – Anahí perguntou tirando o tênis.

- O quê? – falei enquanto pegava uma garrafa de ice no frigobar.

- Essa história de que a garota fugiu com o Ricardo. Só se ele fosse burro pra ficar muito tempo na mesma cidade, até conquistar a garota a ponto de ela fugir com ele e depois , ou antes, ele “roubar” uma garota.

- Ah, ele deve ter iludido ela também. Adolescentes são fáceis de se iludir. Você diz que ama e lá estão elas todas derretidas, fazendo tudo o que você quer... – Olhei com cara de obviedade.

- E você já usou isso com quantas? – Me olhou com ironia. – Eu deveria ter medo de você... – gargalhamos.

Me aproximei e puxei-a para um abraço apertado.

- Deveria... Eu sou uma psicopata, não te contei!?

- Droga...

- Que foi? – Perguntei me afastando um pouco para olhá-la.

- Nada...

- Fala! Agora que começou, termina! – comecei a fazer cócegas em Anahí a até que ela caiu na cama, se contorcendo em risos.

- Tá bom, tá bom! Eu falo! – balbuciou em meio aos risos. Enquanto eu imobilizava seus braços acima de sua cabeça e esperava que o surto de risos passasse.

- Anda, conta! Ou senão... – encarei-a fazendo cara de má.

O rosto de Anahí foi se tornando sério e nossos olhares cada vez mais intensos. Não sei por quanto tempo ficamos nos olhando, mas foi o suficiente para que nossas respirações perdessem completamente o ritmo.

“As faíscas... As benditas faíscas...”

- Não vai me contar?

- Vou... – disse em um sussurro.

- Conta... – sorri.

- Sou apaixonada por uma psicopata...

Sem pensar duas vezes me beijei aos lábios de Anahí. Não queria mais pensar em nada! Só queria sentir o calor daquela pele, queimar com aquelas caricia. Não sabia ao certo se era saudade, desejo, paixão, ou se eram todas essas coisas juntas. O simples contato da língua dela fez com que meu corpo se entregasse de uma forma que a muito tempo desejava. Separamo-nos do beijo, arfando, os olhares presos diziam tudo o que não ousávamos dizer.

Soltei seus braços, deslizando as mãos por eles, até chegar em seu rosto. Acariciei, traçando o contorno do nariz e dos lábios com a ponta dos dedos. Um sorriso lindo iluminou ainda mais seu rosto. Beijamo-nos novamente. Um beijo terno, cúmplice que foi se tornando mais intenso a cada encostar de língua, a cada sorriso nada inocente, a cada respiração.

Anahí  levantou minha blusa, passado levemente as unhas pela minha cintura. Beijei seu pescoço, deslizando a língua até o lóbulo de sua orelha, mordiscando e deixando minha respiração quente e ofegante mostrar o quanto eu a queria.

Desci a boca pelo seu pescoço, beijando seu colo, seus seios por cima da blusa, barriga, até chagar a barra da blusa. Mordi o tecido e olhando sugestivamente em seus olhos, fui subindo, levantando a blusa e retirando-a. Me levantei e fiquei alguns segundos olhando o contorno daquele corpo, passando as mãos levemente pelo parte nua.

O celular de Anahí começou a tocar.

“Mas que droga!”

- Esquece o celular! – disse puxando meu rosto para mais um beijo. O celular não parava de tocar. A ligação caia e logo após recomeçava a musica irritante. Em um gesto rápido, Any trocou de posição comigo, sentando-se sobre meu corpo. Beijou meus lábios, queixo e foi deslizando as mãos por entre meus seios, acompanhadas pelos lábios e língua. Meu corpo pedia mais contato, queria senti-la minha, em mim, seu gosto, seu cheiro, queria tudo o que eu havia perdido tanto tempo tentando afastar.

O celular continuava tocando. Olhei para cabeceira da cama e vi o aparelho vibrando, estridente.

- Acho... É melhor você atender... – o celular estava tocando a muito tempo, várias chamadas, deveria ser realmente importante.

- Dul... – Seu olhar era de chateação, assim como seu tom de voz.

- Ei... Eu não vou a lugar algum, tá? – Puxei-a para mais um beijo longo, carinhoso.

-Tudo bem... – me deu um estalinho e levantou de meu colo, pegando o aparelho e atendendo. Seu olhar de irritação mudou, dando lugar a um ar sério.

- O que foi, Any?

- Oi, Poncho – falou com a voz firme, indo em direção a sacada. Meus músculos tencionaram de ciúmes e raiva.

Levantei da cama, peguei minha blusa e vesti. Olhei para ela, que estava agora na sacada, conversando com o namorado.

Me senti uma completa idiota observando aquela cena. Anahí na sacada, cheia de sorrisos para o namorado dois segundos depois de me beijar.

Sai batendo a porta.