Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Anahí

"Talvez não tão longe." Pensei vendo ela sair.

É... Realmente a ex-namorada dela não foi nada legal. Não consigo imaginar alguém fazendo isso com a Dul, ela parece ser muito tranqüila, uma pessoa fácil de relacionar. Mas... vá se entender os seres humanos!

"Seis da tarde! Preciso ir embora. Affe, não tem ninguém em casa, o Poncho está viajando... Acho que vou ver um DVD em casa. De qualquer forma, preciso ir. Já dei muito trabalho pra Dulce".

- Dul, vou indo nessa... Vou pra casa, acertar umas coisas, pensar na vida...

- Pode falar a verdade! Vai namorar, né?!

"Mania que ela tem de viver falando que eu vou namorar!"

- Não! Estou sozinha hoje. O Poncho foi para uma viagem de trabalho, meu pai está viajando a trabalho também... Vou ficar em casa, alugar uns DVDs, comer bastante chocolate... - disse sorrindo e pegando minha bolsa. - Você se importa se eu te entregar suas roupas depois?

- Ah, claro que me importo! - disse ela sorrindo. "Meu Deus... que sorriso lindo!" - Depois você me entrega, não esquenta.

- Então tá... Obrigada por tudo, outra vez! Você não sabe o quanto foi importante para mim ontem.

- Ah, que é isso... Já te disse que não é favor - ela disse enquanto me acompanhava até a porta. - Olha, se cuida, e qualquer coisa me liga, tá? - falou enquanto me abraçava.

Senti um frio na barriga quando seu corpo tocou o meu. "Meu Deus, eu devo estar com os hormônios à flor da pele! Não é possível que eu esteja tão atraída assim por ela... Por uma... Mulher!"

- Pode deixar! Ligo sim. Até depois.

Fui para ao elevador, apertei o botão para descer e fiquei esperando. O único problema no prédio em que a Dul  morava era o elevador! Nunca chegava rápido!

- Any! – disse Dul da beirada da porta, fazendo com que mais uma vez eu sentisse aquele frio na barriga.

- Oi...

- As meninas me chamaram pra ir num bar hoje... Um bar que inaugurou semana passada. Dizem que é ótimo... Se você quiser ir... É um bar gls, mas se você quiser ir, não deixo nenhuma garota se aproximar de ti, ta? - disse ela sorrindo tímida...

"Ela fica tão linda tímida... acho que não daria muito certo sair com ela estando assim, totalmente mexida."

-  Mas se não quiser também, não tem problema! É que, como você vai ficar sozinha em casa, pensei que gostaria de sair um pouco... Sei lá - ela continuou.

- Vamos fazer o seguinte... Eu vou pra casa, tomo um banho e se animar, eu te ligo, tá bom?

- Tá... Mas me liga antes das dez?

- Ligo sim! O elevador chegou! Beijinhos!

Entrei no elevador e desci relembrando o convite, seu rosto e alguns flashes da noite passada. Entrei no carro, coloquei a chave na ignição, mas não dei partida... Liguei o som e fiquei pensando: "Se ontem, sem ter bebido uma gota de álcool, quase beijei ela, imagina hoje?!? Nós duas, num bar gls, com bebida alcoólica ao alcance das minhas mãos, música, ela..."

Não sou de colocar a culpa no álcool, mas acredito que ele ajuda! Ela dá liberdade para a nossa imaginação fértil e para as vontades reclusas.

"E se ela resolver ficar com alguém por lá? Acho que ela não faria isso. Ela não me convidaria se tivesse a intenção de ficar com alguém por lá. Mas também eu tenho que resolver o que fazer com os acontecimentos da noite passada... Com o fato de ter visto aquele estúpido com a Michele, com o hematoma no meu braço...".

Meus pensamentos foram interrompidos pela musica que tocava: All Star, da Cássia Eller. Seria acaso ou obra do destino?!? Acabava de sair do décimo segundo andar do prédio de uma menina que usa all star azul. "De qualquer forma, chegando em casa eu decido o que fazer."

Dirigi calmamente por toda a cidade. Eu praticamente me escondia! Minha casa era longe de tudo. Demorei mais que o normal, prestando atenção em todas as placas, outdoors e músicas que tocavam.

Incrível como as coisas parecem sempre estarem ligadas quando estamos pensando em alguém! Na minha cabeça, só conseguia pensar naquela mulher chamada Dulce Maria... Mulher que quanto mais eu pensava que conhecia, mais queria conhecer. Talvez isso se tornasse um problema.

Não sou preconceituosa, nem refreio meus impulsos. Sempre tive fama de impulsiva e faço jus a ela. Mas daquela vez, parecia muito maior que um impulso e estava me deixando com medo.