Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Dulce

O tapa de Ricardo queimava em meu rosto. Sentia um ódio imenso percorrer todo meu corpo, fazendo com que todos os meus músculos se enrijecessem. Agora o assunto não era somente de Anahí. Estendia-se diretamente a mim.

"Esse cara vai pagar pelo tapa...". Remoia esse pensamento enquanto recobrava a consciência de onde estava. Percebi um leve toque em meu rosto e ao fundo, uma voz sussurrada, me perguntando se estava tudo bem.

Lorena limpava com a ponta dos dedos o sangue que escorria pelo canto da minha boca. Senti uma ardência enorme na minha face direita e percebi o inchaço se formando em minha bochecha e lábios.

- Dulce, está tudo bem, meu amor? Responde! Você esta sangrando! O que aconteceu? - a voz era aflita. Urgente.

- Um assalto... Como não tínhamos nada, ele ficou nervoso e nos agrediu - olhei para Anahí rapidamente, tentando transmitir o recado.

Não queria proteger aquele crápula, mas não queria trazer problemas para Anahí ou tornar a situação mais delicada. O que esperava por Ricardo estava por vir.

Poncho balbuciou algo enquanto abraçava Anahí e se distanciavam. Lorena retirava os fios de cabelo que caiam pelo meu rosto, enquanto me abraçava.

- Dulce, me dá as chaves. Vou te levar pra casa.

- Não precisa. Estou bem - fiz menção de ir em direção ao carro, mas uma tontura súbita fez com que me apoiasse em Lorena.

- Está bem?!? Olha isso! Anda, Dulce! Não está em discussão. Me fala onde estão as chaves - disse já revirando minha bolsa que só então, havia me dado conta de que estava em seu ombro.

- Bolso de fora, da esquerda. Mas não precisa. Eu posso pegar um taxi... Moro aqui perto.

- Você jura que vou te deixar ir embora sozinha? Nesse estado? Vem, se apóia em mim. Você não está bem.

Sempre que ficava com muita raiva, sentia tonturas e contrações musculares.A verdade é que estava aliviada por Lorena me acompanhar em casa.

Pelo caminho, meu corpo ia relaxando e a dor em minha face ia aumentando, juntamente com o ódio que crescia por aquele homem. Em menos de dez minutos estávamos na garagem do meu prédio. Ainda me apoiava em Lorena quando entramos em casa.

Entramos no quarto, deitei na cama, me livrei dos tênis e me encolhi. Lorena foi para o banheiro preparou um banho com sais e voltou dando ordens.

- Vem... Você vai tomar um banho enquanto eu faço um chá. Você tem que se acalmar! Já passou! - abraçou-me apertado, fazendo com que me sentisse um pouco melhor.

Entrei na banheira e senti a água quente invadir todos os meus poros. Escorreguei o corpo e deixei a sensação de conforto me inundar.

Depois de trinta minutos de imersão, sai de dentro do banheiro vesti meu moletom e uma regata e encontrei Lorena sentada em minha cama, com uma caneca nas mãos. Deu três batidinhas na cama para que eu me deitasse. Tinha um sorriso protetor nos lábios.

Poucas vezes eu havia visto aquele sorriso. Na maioria das vezes era eu quem cuidava de Lorena. Quando namorávamos, ela tinha alguns problemas emocionais que levavam a crises de choro, intensas dores de cabeça e, às vezes, desmaios. Estava mais acostumada a cuidar do que ser cuidada. Mas gostava daquilo.

Deitei-me na cama e Lorena estendeu o cobertor sobre mim, entregando a caneca fumegante. Pelo cheiro, era camomila.

- Como conseguiu encontrar as coisas na minha cozinha? - perguntei sorrindo ao me lembrar da desorganização que eram meus armários.

- Confesso que não foi nada fácil! Tem comida com poeira ali, sabia?! Você não almoça nem janta? - aconchegou-se ao meu lado, passando seu braço pela minha cabeça e tomando meus cabelos com os dedos.

- Não aprendi a cozinhar!

Rimos juntas.

Havia sido uma noite difícil e longa. Sentia necessidade de carinho e aconchego. Adormeci sentindo o afagar de cabelos e o perfume de Lorena.

Protinho editei a numeração dos capitulos que eu tinha trocado, agora sim ta tudo em orden  então queridos leitores o que estão da web?