Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Dulce

Anahi e eu nos tornamos amigas desde o primeiro dia, praticamente. Ela sabia que eu era lésbica e ela namorava um cara chamado Poncho fazia mais de um ano. Apesar dos problemas que tinha com os pais que eram divorciados, Anahi era sempre uma garota de bem com a vida. Raramente me pedia para conversarmos sobre problemas e, quando conversávamos, era por problemas com a mãe ou o padrasto e a falta de liberdade que tinha em casa.

Apesar dos 22 anos e de morar com o pai, Anahi era muito cobrada e super protegida pela mãe. O pai estava sempre viajando ou preso na empresa, viva para os negócios. Mas nesse dia ela parecia diferente.

Quando abri a porta, Anahi me abraçou forte e começou a chorar em meio a soluços intensos. Nunca antes havia a visto chorar, e não gostei de ver. Senti uma coisa estranha ao apará-la "provavelmente é chateação por vê-la assim, tão triste."

- O que foi, meu bem? - disse afastando-a um pouco e a puxando para dentro enquanto fechava a porta.

Ela sentou-se no sofá enquanto tentava enxugar as lagrimas.

- O que aconteceu, Any? Estou preocupada contigo! O que é isso no seu braço!? - perguntei ao ver uma marca roxa no braço dela que não estava ali mais cedo!

- Aquele desgraçado que me machucou! Eu vi ele se esfregando com a Michele e ele disse que eu iria me arrepender se contasse para a mamãe! - ela falou entre soluços.

- Espera um pouco... Deixa eu ver se entendi... Seu padrasto que fez isso no teu braço? E ele e a Michele estavam juntos? - disse com espanto e raiva, "a Michele da nossa turma?!" - Temos que ir na delegacia, Anahi! Temos que denunciar esse idiota! Olha o que ele fez no teu braço...

- NÃO! Não posso ir à delegacia... - disse Anahi me interrompendo em tom alto com um ar mais triste.

Era de cortar o coração a ver daquele jeito... Não posso dizer que o que senti por ela era somente pura e simples amizade. Gostaria que fosse, afinal, além de hetero ela tinha namorado.

- Mamãe nunca iria acreditar em mim, Dul! Ela diria que estou inventando, ele falaria que é mentira, não tenho provas... Não sei o que faço. - disse ela debruçando-se em meu colo, como se fosse uma garotinha pequena.

- Está bem... Se acalma...  - disse afagando seus cabelos. - Você contou para alguém o que aconteceu?

- Não... A primeira coisa que fiz foi ligar para você...