Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Dulce

Ficamos em silêncio até que minha barriga interrompeu, fazendo um som estranho que denunciava que eu já estava com fome.



- Está com fome, né, Dulcinha?

- Um pouquinho... – sorri.

- Vamos comer então! – levantou e me puxou pelas mãos. – No menu temos salmão
ao molho de maracujá, acompanhado de batatas douradas e salada de cogumelo com
salsão! Espero que esteja faminta, porque preparei muita comida! – falava
enquanto me puxava em direção a um corredor.


- Parece delicioso o nosso menu! - puxei-a para mim, encostando-a no corredor,
que dava para a sala de jantar e a beijei, colando seu corpo contra o meu e
sentindo cada parte em contato comigo, e a excitação chegando por todo meu
corpo.


- Mas eu ainda nem te falei da sobremesa, meu amor! – deu uma piscadela e me
puxou novamente em direção à sala de jantar.



Encontrei uma mesa linda, com um arranjo de tulipas vermelhas, a luz fraca
vinda de luminárias que compunham o arranjo. Fiquei boquiaberta ao me deparar
com todo aquele capricho! Não esperava aquilo de Lorena! Acabei ficando em
dúvida se eu fazia uma idéia diferente dela, ou se ela realmente estava
diferente.



- Está tudo tão lindo, Loh! – disse entre um sorriso bobo.

Seu olhar pousou em mim, intenso.

- Você me chamou de Loh algumas vezes desde que eu voltei, mas nenhuma soou tão
especial pra mim quanto essa! – tomou meus lábios em um beijo apaixonado,
devorador, que aguçou ainda mais meus sentidos. – Mas agora vamos comer!



Puxou a cadeira para que eu me sentasse.



- Mas que dama! O que você fez com a Lorena, hein?!?! – brinquei e ela deu uma
piscadinha enquanto ia em direção a cozinha.


“Nossa, ela pensou em tudo! Desde as flores até o cardápio!”. Lorena sabia o
quanto eu era apaixonada por peixes e frutos do mar! Sabia também que eu
gostava dessas mesuras, mas, em nosso tempo de namoro, sempre partiam de mim.



Estava adorando saber que era ela que estava tomando as atitudes, as rédeas dos
acontecimentos.



Ao longo de nosso relacionamento, sempre me cobrei ser centrada e responsável
por todas as coisas que aconteciam. Acho que, de certa forma, me sentia culpada
por ter feito ela mudar o rumo da vida dela, de ter aparecido de repente e
transformado o mundo quentinho e seguro que ela tinha em algo mais agitado e um
tanto quanto “proibido”. Mesmo sabendo, na realidade, não tinha culpa de nada,
ainda assim, no fundinho da minha consciência algo sussurrava “culpada...
culpada... culpada!”.



A comida estava maravilhosa! Descobri que, realmente, Lorena havia aprendido a
cozinhar! E pratos que eu sequer imaginava a ver cozinhando algum dia!