Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn
Anahí
- Mas como assim? Você não está pensando em... – Maite dizia com um olhar ameaçador para Dul.
- Sim, Mai! Eu estou dizendo que podemos sim ir até algumas dessas famílias. Se elas estão desaparecidas, se tem uma queixa pelo desaparecimento e se as datas batem, então eles podem ter alguma coisa para acrescentar! Alguma coisa que possamos realmente usar.
- Dul, você está ficando louca! Só pode! Ok, que eu disse que estava me divertindo com isso tudo, mas agora o espírito de investigação está se tornando quase autodestrutivo!
- Amor... Não queria dizer, mas elas tem razão. Sejamos realistas: Ele não vai sossegar enquanto não der um fim nas meninas – olhou para mim e pra Dul com um olhar de desânimo. – Desculpa a sinceridade, mas é verdade. Ou ele acerta as contas com elas, ou elas derrubam ele! Comer ou ser comido! A regra dos dinossauros, amor!
- Não, Dul! Você tem que ir à policia! Isso sim!
- Sim, Maite... Isso mesmo! Elas vão à policia e você será mulher de uma presidiária! Assim que você quer casar comigo?
- Mas o que você tem a ver com o Ricardo?
- Amor... Linda... Ar que eu respiro... Eu entrei no sistema da POLICIA!!! Sabe o que é isso??? C-A-D-E-I-A!!! – Angel soletrou segurando o rosto de Maite entre as mãos.
- Não temos escolha, Mai... Eu vou ver essas famílias e tentar descobrir algo.
- Eu vou uma pinóia! Nós vamos! Eu vou também! – falei rispidamente.
- Não, Anahí... Você vai ficar. Não quero você correndo mais riscos ainda!
Tinha que arrumar um argumento forte o suficiente que convencesse ela que eu não iria ficar. “Nem que eu tenha que correr atrás do carro, mas eu não vou mesmo ficar aqui! Ela acha que pode se meter nessa confusão toda por minha causa e que eu vou deixar ela ir sozinha pra sei-lá-onde?!? JAMAIS!”
- Então tá... Eu fico... Mas o Ricardo também vai estar aqui... – fiz aquele típico olhar desinteressado, cheio de ironia.
Dul suspirou e balançou a cabeça de olhos fechados.
- Às vezes eu fico pensando como você consegue ter um contra-argumento pra tudo, Anahí! Juro que fico! Tudo bem... NÓS vamos.
Não me cabia de felicidade de conseguir passar algum tempo com ela, longe de tudo, mesmo sabendo que era no meio do nada, mesmo não podendo fazer nada, mesmo sabendo que iríamos a fins “profissionais”, ainda assim meu coração batia muito mais rápido!
- Mas e a faculdade, gracinhas?!? – Maite definitivamente estava disposta a não nos deixar sair de BH.
- Bem lembrado... – Dul torceu os lábios.
- Simples... Podemos conversar com o coordenador do curso. Podemos dizer que é um casamento fora do país e que faremos algum trabalho ou prova para recuperar os pontos perdidos! – sorri como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
Em retribuição ganhei um beijo estalado na bochecha. Só de sentir o calor dos lábios de Dul em mim já fazia com que eu tivesse vontade de agarrá-la ali, sem me preocupar com nada. Mas... Quando uma não quer, duas não brincam.
- Realmente, você tem sempre um contra-argumento para tudo! – Maite estava visivelmente mal humorada.
- Bom, enquanto vocês ficavam ai discutindo banalidades – Angel falou com empáfia – Eu separei seis casos. Todos na região nordeste de minas, sendo que três deles na mesma cidade: Salinas. Outro em pedra azul, um em Araçuaí e outro em algum lugar chamado Porteirinha! E esse deve ser looooooonge! Separei esses porque tem o mais antigo e o mais recente. Dois em salinas são mais antigos. O de Araçuaí é o mais recente. Os outros são intermediários. Talvez nem seja necessário, mas eu coloquei eles no meio – disse enquanto conectava o notebook na impressora que ficava em cima da minha mesa de estudos. - Aqui tem a papelada inteira. Data, número da queixa, descrição do caso, endereço das desaparecidas e essas coisas. –
virou-se para mim e Dul. – Antes que eu me esqueça, são cidades do interior... Tentem controlar as faíscas!
- Quais faíscas são essas, Dul? – lancei-lhe um olhar curioso. Eu ainda não tinha entendido essa história das faíscas e isso estava me deixando super curiosa.
- Ah, deixa pra lá, Any... – Dul falou sem graça, ficando ainda mais linda e me deixando com uma vontade maior ainda de beijá-la.
Olhei fundo em seus olhos, e ela desviou os seus. Não conseguia afastar meus pensamentos dela. Angel falava algo que não consegui e não quis acompanhar.
Mesmo o assunto sendo extremamente sério, o que eu podia fazer se aquela mulher me deixava desconfortável com aquela distância toda? Eu havia esquecido como era ser apenas amiga... Em tão pouco tempo eu havia esquecido completamente como deveria me comportar em uma amizade!
Estava se tornando quase impossível conter meus impulsos. Cada minuto que passava perto dela sentia o ímpeto de beijar, tocar, abraçar, apertar... Sentir que ela estava perto de mim.
Seu olhar voltou a encontrar o meu, mas sem evitar, sem negar. Parecia entender e corresponder cada pensamento que eu estava criando em minha mente. Mordi o lábio inferior, a boca seca e as mãos suando. Seu olhar parecia me devorar, tirar do meu pulmão todo o ar que eles reclamavam.
- Ai, é disso que eu estou falando! Faíscas! – Angel gargalhava acompanhada de Marina.
- Amor... Estou começando a achar que estamos sobrando por aqui... Pra variar!
- Eu tenho certeza! Já não são mais faíscas, é um incêndio inteiro! Eu estou quase carbonizada!!!
- Idiotas... - Dul abaixou os olhos, extremamente vermelha, mas com um sorriso nos lábios. Sorri timidamente e voltei meu olhar para Angel e Maite que juntavam as coisas que estavam espalhadas pelo chão.
- Vocês vão quando?
- O mais rápido. Vou passar na faculdade amanhã de manhã e conversar com o coordenador. Só depende da Dul estar livre.
- Por mim pode ser na quarta pela manhã - assenti com a cabeça.
Papai bateu na porta.
- Entra.
- Moças, jantar.
- Obrigada, “pai da Anahí”, mas já estamos de saída! – Maite falou com o monte de papéis nas mãos, indo em direção a porta do quarto.
- Mas já? Sem nem ao menos comer alguma coisa? Eu fiz comida para um batalhão! – disse fazendo carinha de triste.
Gargalhada geral.
- A Dul fica!
- Ahn? Eu fico? – Dul estava ainda mais sem graça.
- Sim, você fica! Ela come por dez!!! Ainda mais que na casa dela não existe comida de gente!
- Maite!!! – Dul protestou, extremamente vermelha, olhando para o chão.
Papai olhou-me cúmplice, erguendo as sobrancelhas e deixando escapar um sorriso zombeteiro no canto dos lábios.
- Então está bem! Pelo menos alguém irá ter indigestão essa noite! – Brincou.
- Tchauzinho, moças – Maite disse beijando meu rosto e o de Dul, logo depois de cochichar algo que eu não entendi, mas que fez com que Dul lhe desse um beliscão no braço.
Angel também se despediu e papai as acompanhou até a porta.
Dul se ajeitou na poltrona e tirou a franja da testa. Olhou em volta do quarto, como se procurasse algo.
- Acho que nos enfiamos em uma confusão e tanto, né? – disse sem olhar para mim.
- Sim... Mas que bom que eu tenho você para me defender – disse me sentando na beirada da cama, próxima a poltrona.
- Quem me dera ter força pra te defender! – Forjou um sorriso cansado – Eu só não quero que ele continue nos ameaçando!
- Vai tudo acabar bem... Eu sei! – Peguei sua mão que estava pousada no braço do móvel tirando de seus lábios um sorriso e um leve afago em minha mão.
Foi a vez dela procurar meu olhar.
- Você me deixa calma – meu coração batia na garganta. A única coisa coerente que consegui fazer foi esboçar um sorriso que provavelmente saiu torto – ainda não consigo entender como uma pessoa deste tamanhozinho consegue me deixar calma assim!
O mesmo sorriso idiota e torto ainda pairava nos meus lábios. Sua mão apertava levemente a minha, o que transmitia uma corrente para todo meu corpo. A respiração já não era a mesma, os pensamentos já não existiam.
Pousou a outra mão em meu rosto. Acariciou levemente. Fechei os olhos sentindo o calor daquele corpo queimar minha pele.
Batidas na porta fizeram com que Dul se distanciasse bruscamente. A face vermelha denunciava o susto... “Ou o desejo”.
- Jantar – papai falou sem abrir a porta.
- Acho melhor irmos antes que ele comece a lacrimejar porque ninguém quer comer a comida dele.
- Ele não faria isso... Faria? – disse incrédula.
- Ah, ele faria! Você não conhece os dramas do Senhor Diego!!! Dignos de novela mexicana! – levantei e estendi a mão para ela que, prontamente, pegou a minha.
- Então agora eu sei quem lhe presenteou com o dom da dramatização!
Fiz uma careta para o comentário.
Fomos para a sala de jantar onde papai havia preparado um jantar maravilhoso! Sempre comia igual padre quando ele estava em casa! Engordava pelo menos três quilos!
- Mas Dul, você já trabalha como arquiteta?
- Não... Eu trabalho mesmo com sites. Eu e uma amiga temos uma micro-empresa. Trabalhamos com identidade visual em geral, mas mais com sites.
- Ahn... Você gosta de trabalhar com isso? E porque resolveu fazer arquitetura?
- Na verdade, pra preencher o vazio. Gosto de design, mas acho que preciso de algo mais... A arquitetura sempre me fascinou! Acho maravilhosa a capacidade do homem de construir coisas gigantescas com as mãos e a imaginação! – Dul falava de forma apaixonante! Mesmo alguém que detestasse números e pranchetas sentiria vontade de ser arquiteto! E eu fingia prestar atenção em algo no meu prato.
- E seus pais?
- Papai! Olha o interrogatório! – eu sabia exatamente o que papai estava fazendo! Sondando! E isso me deixava muito constrangida! Sentia vontade de matar ele por essa curiosidade extrema!
- Tudo bem, Any! – sorriu. – Eu gosto de pessoas que falam! - o sorriso havia se tornado triste. Meus pais morreram há um pouco mais de dois anos... Num acidente de carro.
- Oh, desculpa, Dul! Eu não sabia... – Papai havia ficado sem graça.
- Esquenta não senhor... Quero dizer, Diego. – estranhei a Dul chamar meu pai sem o prefixo “senhor”.
- E você mora com quem? Seus irmãos?
- Não... Sozinha. Não tenho irmãos.
- Que ruim deve ser! Eu queria dar um monte de irmãozinhos para a minha menininha mas...
- Mais alguma coisa, papai? – perguntei já sem graça pela quantidade de perguntas.
- Deixa ele, Anahí! E você, Diego? A Any sempre me disse que trabalha viajando...
- Viu? Ela também pergunta! – o olhar de papai era sarcástico. – Eu trabalho com fusões de empresas. Nada muito interessante. Muitos jantares chatos, reuniões estressantes, mas o bom é que conheço muitos lugares. – Ele sempre se fazia de difícil, mas adorava falar sobre seu trabalho. “…, agora está conquistando meu pai também! Desse jeito vai conseguir um lugar na família antes mesmo de eu propor casamento!”
- Nem me fale em reuniões estressantes! – Dul bufou.
- Me fez lembrar seu cliente árabe! – Falei bufando. Rimos.
Enquanto Dul contava a desventura com seu cliente árabe, eu ficava embasbacada com a beleza daquela mulher que estava em nossa mesa de jantar, sorrindo e conversando com meu pai como se fosse realmente minha mulher.
Autor(a): portinons2vondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 19
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tryciarg89 Postado em 22/01/2023 - 14:29:14
Uaaaauuuu estou em 2023 lendo essa história fantástica, não sei se vc ainda entra por aqui,mas quero deixar registrado que amei essa fica do início ao fim,li ela em questão de horas hahaha... Parabéns viu,se um dia decidir passar por aqui,seria ótimo se vc continuasse as outras histórias que não tiveram um fim,vc é uma excelente escritora, parabéns
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vverg Postado em 11/01/2014 - 16:03:49
Comecei a ler hj, estou gostando, quero parabenizar quem escreveu, com uma riqueza de detalhes que me surpreende..a cada capítulo... =)
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delmyra Postado em 07/11/2013 - 00:21:55
sua web é perfeita. li tudo em um dia. parabens.
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brunamachado Postado em 21/10/2013 - 15:40:49
Adorei o fim,parabéns
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angelr Postado em 21/10/2013 - 14:37:54
a Fic foi Otimaaa ta de parabéns adorei o Final como toda a historia
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brunamachado Postado em 21/10/2013 - 09:45:35
Sua fic é muuuuuuuuuuuuuuuuuuito boa,posta mais
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lunaticas Postado em 07/10/2013 - 00:26:07
Nossa pensei q tinha nos abandonado shaushuhaus Q bom q voltou a postar :)
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fabicubells Postado em 25/09/2013 - 13:54:30
meu to adorando essa web...muito boa msm..posta mais
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ka_oliveira Postado em 17/08/2013 - 00:32:02
Não gosto da Lorena ! 'kkkk
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Vondyreis Postado em 16/08/2013 - 07:25:16
Tó odiando a Lorena! eu quero portinon e essa aí ta confundido a cabeça da minha Dul