Fanfic: Entre Acasos -Portiñón- (Finalizada) | Tema: portinõn

Dulce

O pai de Anahí era simplesmente hilário! O
jantar acabou fazendo com que a preocupação desaparecesse. Também, a companhia
de Anahí me fazia bem.



Meu olhar incansavelmente procurava o de Anahí. Tentava evitar a todo custo
esse contato, mas parecia não funcionar! Pareciam dois imãs cor de avelã!



O jantar foi realmente divertido! Diego era um homem de excelente humor, que
não conseguia ver uma mesa em silêncio. Ainda não havia parado para conversar
com ele. Sempre trocávamos “boa tarde” ou “boa noite”, tratamento de pura
educação, mas o clima estava totalmente diferente... Estava familiar.



Estávamos na sala conversando sobre amenidades quando o interfone soou. Diego
foi atender e voltou logo depois, com um ar sério.



- Any, o Poncho está ai.



Anahí se levantou rapidamente e beijou meu rosto.



- Acho que vou demorar – afastou-se.



Meu olhar besta a acompanhou juntamente com um pensamento cheio de ira. “Ahn?
Como assim? Num dia ela diz que é apaixonada por mim e que gostaria de me fazer
feliz, no outro ela se despede dizendo que vai demorar um pouco?”.



- Mas então, Dul... – falou trazendo seu olhar para mim. – Poderíamos combinar
de você dar uma olhada em alguns cartões de visita para mim – tirou um cartãozinho
da gaveta da mesinha. – Olha esse. Não gosto muito, foi feito às pressas. Me
passa o orçamento da arte com a impressão! Quero algo inovador! – sorriu.



- Não te cobrarei a arte... Fica pelo jantar maravilhoso! – sorri de volta, mas
ainda chateada com Anahí.



- Acho que seu namorado não vai gostar de saber que você está doando a arte em
troca de um jantar! – gargalhou. O jeito de sorrir era muito parecido com o de
Anahí.



- Não tenho namorado... – esbocei um sorriso tímido.



- Não é possível que uma moça tão bonita e interessante esteja solteira! Eu não
acredito nisso... Tem alguém, não tem? – o comentário me fez balançar a cabeça
e sorrir. Me lembrei de Lorena... E logo em seguida de Anahí.



- Digamos que é um assunto complicado – ergui as sobrancelhas.



- Ih, já até sei! Você não é correspondida!



- Na verdade não...



Não sabia ao certo como a conversa havia tomado aquele rumo, nem o porquê de
estar respondendo a tudo aquilo, mas me sentia à vontade. Estranhamente à
vontade com um desconhecido, com o dobro da minha idade e que era pai da mulher
que me deixava extremamente confusa. Achei hilária a situação.



- Vejo que é algo que te incomoda. Não voltemos a falar disso.



- Na verdade não me incomoda. Só acabei pensando como a conversa veio parar até
aqui – sorri e ele também. – Na verdade eu sou correspondida... Mas tem tanta
coisa acontecendo de uma vez só... E eu estou tão confusa com tudo isso...
Estou ficando é louca já! – soltei uma gargalhada que era mais de nervosismo
que de satisfação.



“Meu Deus, é o cumulo! Acabo de desabafar com o pai da Anahí...”



- Sei... Esse estado de confusão não é nada bom... E se você aceita o conselho
de um homem mais velho e experiente, olha para o que o seu coração quer e não a
cabeça, é sempre a melhor solução!



- Talvez... O difícil é saber o que ele quer. Mas... Agora eu tenho que ir. Já
está ficando tarde e acho que a Anahí nem volta mais hoje – acho que
transpareci mais incomodo na voz do que pretendia.



- Desculpe pela indelicadeza da Any. Ela não costuma fazer isso... Não sei o
que deu nela!



- Esquenta não! Deve ter muito tempo que ela não vê o Poncho!



- Pode ser.



- Obrigada pelo jantar e pela conversa agradável! – agradeci sincera, enquanto
Diego me levava até a porta.



- Espero que você venha jantar com a gente muitas outras vezes! O convite já
está feito!



Ao sair, não vi nem sinal de Anahí e Poncho. “Motel... só pode.” Deduzi,
sentindo o desapontamento e a chateação tomar conta de mim.



Saindo do condomínio encontrei Anahí e Poncho sentados embaixo de uma árvore,
próximos ao portão. Parei ao lado. Pretendia apenas me despedir, do carro
mesmo.



- Ei, Poncho – disse olhando para Anahí, que parecia ter perdido algo no chão.



- Oi, Dul. Não sabia que estava ai.



- Pois é. Estava conversando com o Diego.



- Ah. Já está indo? – “não, idiota... estou chegando”.



- Estou. Boa noite para vocês – antes que pudessem responder arranquei com o
carro.



“Depois ela diz que não faria a mesma coisa que a Lorena! Me deixou lá, sentada
com o pai, pra ficar namorando debaixo da árvore! Tenha dó!”



Afastei os pensamentos tentando em concentrar na viagem que faríamos. Poderia
ser difícil passar tanto tempo ao lado de Anahí se ela não tivesse decido
tentar levar o relacionamento dela com Poncho à frente.



“Mas também, o que você queria, Dulce? Você disse que iria ficar com a Lorena.
Queria que a guria ficasse a vida inteira correndo atrás de você? Não... Não a
Anahí. Ela não ficaria mesmo... Mas agora tenho que me ater em como iremos
conseguir as informações dos familiares. Acho que é mais fácil invadir o banco
de dados da policia do que conseguir informação da família, mas tudo bem!”.



Cheguei em casa e fui para o computador. Procurei um mapa com a rota mais fácil
para as cidades. Acabei descobrindo que não existia rota mais fácil! Todas as
cidades eram longe demais e teríamos que viajar muitas horas.



Dentro de três dias Renata voltaria e assumiria as coisas, então eu não teria
que me preocupar com o trabalho. Com faculdade daríamos um jeito. Não sei se
diríamos exatamente que iríamos para um casamento, mas seria fácil.



Separei alguns mapas, imprimi uns e salvei outros no notebook.



Preparei um chá e fui dormir. Sonhei com Anahí e Poncho. Eles se beijavam e se
tocavam na minha frente, os olhares insinuantes de Anahí em minha direção, eu
com uma raiva profunda, batendo a porta de algum lugar que não sabia qual era.
Pouco tempo depois a porta se abriu e era Lorena que estava com Anahí! As duas
estavam ficando e eu não podia acreditar no que via! Acordei suando horrores e
morrendo de raiva... De Anahí.