Fanfic: A dama da noite {DyC} [terminada]
CAPÍTULO 10
— O que a senhora quer dizer com... homens à porta? — Dulce perguntou, enquanto colocava a camisola e pulava da cama para o banheiro com tia Rosie em seu pé. Felizmente tia Rosie não percebera que ela estava sem camisola na cama.
— Ah, está tudo bem. Christopher está na cozinha. Ele cuidará de tudo. Tentei preparar café da manhã para ele, mas ele disse que já comeu.
Contente com as novidades que contava, ela sorriu quando Dulce virou.
— A senhora cozinhou?
Rosemary balançou a cabeça, então franziu o cenho:
— Não é a mesma coisa que Willy. Nunca tive habilidade. Sempre esqueço de colocar sal ou açúcar, ou coloco demais. Eu perco a conta, você sabe.
Dulce pegou uma toalha e começou a secar o rosto, agradecida por tia Rosie não ter posto fogo na casa. O primeiro instinto de Dulce foi se apavorar, mas, em vez disso, abraçou a pequena tia.
Tia Rosie, a senhora tem outras qualidades especiais. Não conheço ninguém com seu talento para cultivar flores.
Você tem razão! Eu faço isso tão bem, não é? — Ela afofou o cabelo, ajeitou a gola do vestido e se direcionou à porta.
Além do fato de Rosemary estar usando um de seus melhores vestidos, havia uma discreta afetação em seu andar.
A senhora está muito bem vestida esta manhã.
Rosemary parou na porta:
Sim, querida, temos visita, você sabe.
Dulce lembrou-se de que havia estranhos mexendo em sua casa, então se apressou. Não havia tempo para preocupações exageradas, como o vestido e o cabelo. Ela não lembrou que Christopher estava na cozinha. Correu para o armário e pegou um par de chinelos e uma camisa. Minutos depois, Dulce chegou voando na cozinha, com os olhos selvagens e sem ar, e então parou abruptamente quando o homem que estava na pia virou e sorriu.
— Christopher, tem um homem na porta com uma moto-serra.
Com um sorriso, ele a alcançou, abraçou-a e beijou-a de forma rápida, mas promissora.
— Bom dia para você também, querida. Eu disse que ele poderia ficar com a madeira caso tirasse a árvore do caminho. Assim não custará nada a vocês e David terá um pouco de lenha. Tudo bem?
Dulce aceitou o beijo, assim como a explicação dele, mas começou a se apavorar. Toda essa confusão estava em andamento e ela ficou acordada na cama, deixando que ele enfrentasse tudo. Ela se esquivou do abraço dele e balançou os braços:
— Está mais do que bem, e eu agradeço o que você está fazendo... mas não quero que se sinta obrigado ou pressionado de qualquer forma a lidar com toda essa confusão.
O olhar dela fez com que Christopher quisesse sacudi-la. Mesmo depois da noite anterior ela colocava aquela barreira que ele passou semanas tentando quebrar. Ele franziu a testa:
— Droga, Dulce Ann, a única coisa que está me incomodando é o fato de você ficar recusando minhas ofertas e minha ajuda. Não exigirei pagamento em sexo. — Então ele sorriu e acrescentou. — Novamente.
Dulce corou levemente.
Christopher suspirou. Ele ficaria muito contente quando ela superasse o empecilho que a impedia de contar a verdade sobre sua vida dupla. Então ele pegou na mão dela e começou a tentar mudar seu estado de espírito:
— Não importa, querida. Por que não vai comigo lá fora? Quero que você veja o que os rapazes estão fazendo. David está removendo a árvore, Elmer da loja de suprimentos de informática, está substituindo sua janela e o rapaz da seguradora está no telhado avaliando o dano das telhas.
Dulce seguiu. Não havia mais nada a fazer. Parece que Christopher pensara em tudo. E então ela lembrou:
— Ah, espere! Quero ligar para o hospital para saber de tia Witty.
Não acreditava que depois de ter feito amor com Christopher dormira como se não tivesse obrigações. Ele disse que a amava, mas ela não disse o mesmo a ele. Não podia, antes de contar a verdade. Oh, Deus, como fiz uma confusão tão grande? Ela mordeu o lábio inferior enquanto contava os toques do telefone e se inclinou na parede, ouvindo a atividade fora de casa. Não queria enfrentar o tumulto e continuava lutando contras as lágrimas, imaginando por que estava tão cansada e deprimida. Tudo o que queria fazer era voltar para a cama, com Christopher, e não sair mais.
O fato de ela ter corrido meia cidade na noite anterior no meio da tempestade e então ter tido que lidar com as duas tias deveriam ser razões suficientes. Mas Dulce teria que viver muitos anos de sacrifício pessoal para aceitar o fato de que era apenas humana.
Finalmente alguém atendeu o telefone e a voz firme e sem sentido que ferroava sua orelha a fez enfraquecer, aliviada.
E pelo som da voz, Wilhemina não queria conversar.
Tia Witty? É a senhora?
É claro! Quem mais poderia atender ao telefone no meu quarto? E por que não está aqui?
Dulce suspirou e sorriu. Sua tia Witty estava de volta!
— Porque acabei de acordar — ela disse, e sorriu ainda mais quando sua tia começou a reclamar. — Tia Witty... Tia Witty, por favor, escute. Chegarei assim que for possível, certo? Não posso ir buscá-la enquanto meu carro estiver preso. Tem uma árvore caída na passagem, o rapaz da seguradora está aqui e alguém está consertando a janela. Assim que eles forem embora, eu irei.
Wilhemina despencou nos travesseiros. Ela reconhecia sabedoria nas palavras da sobrinha. Apenas detestava estar em um local não familiar em que as pessoas que nunca vira na vida tocavam em seu corpo. Não era decente.
— Está certo, então. Como está Rosemary? Você sabe que ela não consegue tomar uma decisão sem minha ajuda.
Dulce odiava confessar, mas ela aprendeu há muito tempo a não esconder as coisas de Wilhemina Saviñon. Ela sempre descobria.
— Ela cozinhou.
Wilhemina engasgou:
Deus tenha misericórdia! Não a deixe sozinha quando vier me buscar. Traga-a junto ou não teremos casa para morar.
Sim, senhora.
Do lado de fora, ela ouviu a risada alta de um homem e viu que deixara tia Rosie muito tempo sozinha com o sexo oposto.
Preciso ir, tia Witty. Tia Rosie já está lá fora com os rapazes que farão o conserto. Nos vemos logo mais.
Nem tão logo — resmungou Wilhemina.
— Eu sei, tia Witty — disse Dulce. — Amo você. Cuide-se.
Dulce desligou. Mas Wilhemina não deixou de falar as últimas palavras para a sobrinha.
— Eu a amo também, querida. Só não sabia o quanto até agora.
Effie estava no jardim coçando Maurice enquanto observava o entra e saí na casa do outro lado da rua. Ela daria um braço para estar no meio daquela ação. Mas desde que abrira a boca não era mais bem-vinda, e sabia disso.
Quando ela olhou para cima, seu desgosto transformou-se em medo. Rosemary estava atravessando a rua!
A saudação de Effie foi menos do que cordial. Era difícil ser legal com alguém que conhecia todos os seus pontos fracos.
— Willy volta para casa hoje. Ela sofreu uma pequena concussão e torceu o tornozelo. Precisaremos de ajuda diariamente quando Dulce voltar a trabalhar e gostaria de saber se você se interessa. Você costumava ficar com a Sra. Abercrombie quando o marido dela faleceu.
Effie ficou embasbacada:
Você quer que eu fique na casa com vocês?
Somente durante o dia — disse Rosemary. — Não poderíamos pagar muito, mas...
Será um prazer. E não precisa pagar. Afinal, para que servem os vizinhos?
Está certo. Dulce volta a trabalhar amanhã. Nos vemos às oito?
Effie tentou conter a alegria. Afinal, não seria correto ficar contente com o infortúnio de alguém. Mas o fato era que estava empolgada em passar os próximos dias na companhia de alguém além de Maurice. Ela sempre quis a receita de Wilhemina de bolo de café. Então ela se lembrou do olhar de desdém de Wilhemina no último domingo depois da missa e decidiu não brincar com a sorte.
Do outro lado da rua, Christopher viu Dulce sair da casa e acenou-lhe:
— Dulce! Aqui, querida.
Ela enrubesceu, embaraçada por ele tê-la chamado assim na frente de pelo menos três outros homens, apesar de ter gostado.
Ele deslizou um braço pelo ombro dela e pediu sua atenção para o rapaz que acabava de descer com uma telha do telhado.
— Como está? — Dulce perguntou.
O rapaz limpou a mão e olhou para o telhado:
Não muito ruim. A maior parte do dano é do lado da casa. O pior é aqui no canto em que a árvore caiu.
Que bom que o carro não estava mais perto da casa. Ele teria sido atingido.
Christopher sorriu para Dulce e a abraçou:
— Ela mais do que mereceu este carro. Seria uma pena se ele fosse destruído depois de tudo que ela passou.
Dulce se sacudiu; uma reação rápida e surpresa ao que Christopher acabara de dizer sobre o que ela "passou" para obtê-lo. Ele sorriu para ela, mexendo nos cabelos dela antes de ajudar o rapaz a colocar a telha na picape, mas Dulce ainda estava perplexa. O que Christopher quis dizer com isso? Se ele soubesse de algo... teria mencionado antes, não?
Nervosa, ela virou para olhar para ele e então esqueceu o que tinha em mente. Quando Christopher levantou a telha, ela prendeu a respiração. Observar seus músculos flexionando e suas coxas enrijecerem a fez lembrar que ela tinha sido abraçada por aqueles braços. Ela também sabia como era o gosto de sua boca quando se movia por seus lábios e pescoço. Ela se arrepiou, lembrando como era senti-lo sobre ela — e dentro dela —, e então quase caiu no tapete de flores de tia Rosie por sua própria impertinência.
Agora — disse Christopher. — Assim que...
Podemos lidar com isso — Dulce disse. — Não precisa mais se incomodar com os nossos assuntos.
O choque no rosto dele foi aparente. Ela gemeu. Naquele momento, gostaria de ter enrolado a língua na boca, mas era tarde demais. Christopher já tinha se ofendido e ela não o culpava. Ela também ficou muito chateada com ela mesma.
Incomodar? — O tom da voz dele ficou mais profundo conforme ele estreitava os olhos em fúria. — Você acha que me incomodo em ajudar alguém de quem gosto?
Eu não quis dizer...
Não importa, Dulce. Você deve estar certa. Droga, sei que está!
Ele a pegou pelos ombros e a sacudiu ligeiramente para obter atenção. Mas era desnecessário. Ele já tinha atenção.
— Você acertou em cheio, Dulce Ann. Você vem me incomodando desde que eu notei que havia uma mulher sob a embalagem sem graça em que você se esconde. Eu me incomodo diariamente. E, querida, as noites são infernais! Mas... — ele a largou e olhou de forma penetrante — ...você pode se ajoelhar e agradecer a Deus por eu finalmente ter entendido a mensagem. Se alguém a incomodar novamente, não serei eu.
Ele rompeu pelo jardim, jogou-se na picape e foi embora.
Dulce o teria seguido. Teria pedido desculpas e implorado seu perdão, mas não podia. Havia um nó enorme na sua garganta que a impedia de respirar, mais ainda de falar. E as lágrimas em seus olhos a cegavam com relação a tudo, menos ao fato de ela ter acabado de machucar o homem que amava.
— Meu Deus! — disse Rosemary, quando notou que ele partira. — Eu sequer me despedi.
— Nem eu, tia Rosie. Nem eu.
E então caiu em lágrimas.
Quase tudo voltara ao normal, exceto a vida de Dulce. Houve uma interrupção abrupta desde que Christopher partira, e eles não se viam desde então. Foram os oito dias mais longos da sua vida. Ela passou estes dias em estresse e as noites em tormento. Quando não estava pensando nele, sonhava com o homem. O corpo dela doía. Seu coração doía. Ela sabia do que precisava, e era de Christopher.
Christopher bateu a porta ao entrar. Outro longo dia de trabalho acabara em uma noite solitária em casa. Ele olhou para o conteúdo de sua geladeira e fechou a porta, suspirando. Não queria comer. Queria Dulce.
Foram os oito dias mais longos da vida dele desde que a deixara em casa. Chegara à conclusão de que para que as coisas dessem certo entre eles, teria que ser opção de Dulce. E então ele esperava e esperava e ela não ligava. A cada dia sua confiança diminuía e ele chegou a um ponto de fisicamente precisar ouvir a voz dela.
Ele deu de ombros, desabotoou a camisa e foi tomar um banho quente.
Dulce estacionou e ficou dentro do carro por um momento, esperando que Christopher saísse. Mas o grande cão vermelho que estava ao lado da varanda sequer latira. Ela se sentiu indesejada e intrusa, além de desgostosa consigo mesma por ter sido tão hesitante com relação a algo tão importante.
— É isso. Ou ele vai me perdoar, ou não. Ele desistiu de Amber sem desgosto. Pode desistir de mim também, sem frustração.
Ela levantou a cabeça e seu lábio inferior tremeu enquanto lágrimas brotavam, tremeluzindo na superfície azul-esverdeada. As pernas enfraqueceram quando saiu do carro e andou na direção da casa. Quando suas passadas ecoaram alto na varanda de madeira, o cachorro entoou um canto fraco seguido de um gemido de desinteresse.
Dulce bateu e começou a rezar.
A água do chuveiro ainda caía sobre suas costas quando ele ouviu a porta.
— Droga! — disse Christopher.
Ele pegou uma calça jeans e vestiu sobre o corpo ainda úmido, abotoando-a enquanto vestia uma camiseta. Seus pés descalços fizeram um barulho peculiar enquanto se dirigia à porta, mas quando a abriu, esqueceu o que iria dizer.
Uma parede de dor se ergueu entre eles quando Christopher fitou a mulher na entrada.
Dulce prendeu a respiração, esperando que ele tomasse a primeira atitude, mas o olhar dele a assustava ainda mais. Finalmente as lágrimas caíram.
Ela mal pôde se controlar.
Venha — ele murmurou, puxando-a para dentro de casa e para seus braços.
Desculpe, eu não queria...
A boca de Christopher interrompeu o resto do pedido de desculpas e quase parou seu coração. Ela estava macia em seus braços e maleável às suas demandas, mas tinha muita roupa para seu gosto. As mãos dele tremeram quando a abraçou. Era o paraíso abraçá-la. Seria o inferno perdê-la.
Ele passou as mãos no rosto dela. Os dedos traçaram gentilmente o contorno das bochechas antes de chegarem à frágil curva de seu pescoço.
— Estou contente por você ter vindo, querida, mas preciso saber o que a trouxe aqui.
Dulce balançou a cabeça. Era justo. Ela descansou a testa no peito dele, tentando encontrar palavras para descrever o que se passava em seu coração. Mas a pele dele estava quente e seu corpo rígido, fazendo com que ela tivesse dificuldades de raciocinar. Ela queria entrar no mundo daquele homem da pior maneira. Finalmente, ela apenas envolveu a cintura dele com as mãos, se inclinando para ver seu rosto.
Vim para pedir desculpas.
Ele relaxou e puxou o corpo dela.
O que mais? — ele perguntou, movendo-a de novo contra ele.
Dulce gemeu enquanto suas pálpebras caíam. Ela fora lá para isso, mas estaria pronta?
— O que mais, Dulce? — ele repetiu.
A voz dele se aprofundou e suas mãos se moviam para cima e para baixo no corpo dela, persuadindo a resposta daqueles lábios ligeiramente abertos.
— Preciso dizer que...
Autor(a): theangelanni
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 41
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anne_mx Postado em 19/02/2022 - 05:22:22
EU AMEI! Toda mulher precisa de um Christopher desses para valorizá-la <3
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stellabarcelos Postado em 23/09/2015 - 00:53:57
Amei muito!!! Parabéns!
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euvondy21 Postado em 08/11/2009 - 01:46:10
desculpa demorar taaaaaaaaaaaaaaaanto tempo para comenta..
mas enfim...perfaaaaaaaa...mto linda...bjjussssss -
rebelde Postado em 01/05/2009 - 00:24:03
e os filhos, a lua de mel??????????? ahahha mas ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, perfeita, faz mais webs desse tipo[2]
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josii Postado em 28/04/2009 - 14:31:39
AMEEEIII O FIM DA WEB, FOI DEMAIS!
POSTAA MAIS WEBS DESSE TIPOO.
BJOS -
rebelde Postado em 24/04/2009 - 21:15:25
leitora novaaaaaaaaaaaaaaaa
amei tah perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
josii Postado em 24/04/2009 - 15:33:22
PERFEITAA, TOO AMANDOO . POSTAA MAIS!
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rebelde Postado em 21/04/2009 - 19:45:58
foi a primeira vez que leioooooooooooooo, ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ii postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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SweetcandYCandysweeT Postado em 21/04/2009 - 17:20:22
Guria, sem nossão ! Ameiiii sua web !
Todo dia venho ver se tem cap novo !
Posta mais !!
(passa na minha web nova : esperanças)
Beijijijinhos, fã numero um ___ s.c -
marques Postado em 21/04/2009 - 15:05:56
PERFEITOOOO
Adorei o capítulo!!!
Lindo!!!
Posta sempre!!!
Beijos*