Fanfic: A dama da noite {DyC} [terminada]

Deus, estou morta! As árvores de magnólia dos Williams? Se ela me viu no carro de Anahí, isso quer dizer que estava me observando de binóculo da janela de cima de sua casa!

— Não posso imaginar o que a fez pensar que era eu. — Dulce olhou para sua lista, fingindo para si mesma estar ocupada com as compras, e então falou: — Foi ótimo tê-la encontrado, Srta. Effie. Mas tenho que terminar as compras. Tia Witty está esperando.

Ela disparou para outro corredor empurrando o carrinho e deixando Effie boquiaberta e com um olhar feroz.

— Bem! — Effie ressentiu-se. — Sei quando alguém mente para mim. Pegou o carrinho e dois pacotes de biscoito, ignorando os rótulos, e foi para fila pagar. Tinha coisas a fazer e pessoas a visitar.

Dulce foi para a fila do caixa sem olhar para os lados. Mas podia sentir o olhar da Srta. Effie chateando-a por trás de seu pescoço. Sem olhar para trás, ela pegou a sacola e saiu na direção da porta.

Quando saiu do mercado, topou com um homem entrando.

Tudo entre eles foi esmagado. O corpo dela... o peito dele... e as coisas que ela acabara de comprar. E então tudo começou a cair, incluindo os óculos dela e o boné dele. Ela agarrou a sacola, olhando pesarosa quando seus óculos caíram em cima dos ovos. O dedo dela ficou preso na fivela do cinto dele.

— Droga — ela murmurou, mergulhando no que sobrara da sacola, imaginando o que o espirro de suco teria causado às botas dele, sem contar com a parte superior de seu melhor vestido cinza.

Christopher viu quando ela se aproximava, mas não foi necessário se identificar. O mais importante era sair da frente. A mulher parecia ter uma tendência ao suicídio à custa dele, mas ele não queria ser a parede no seu caminho.

— Olhe para a frente! — ele berrou.

As mãos dele pegaram os cabelos de Dulce enquanto ela tentava alcançar a sacola que escorregava pelos joelhos. Antes de se dar conta, ela tinha agarrado a sacola e as pernas dele na altura dos joelhos. Mais do que um pouco embaraçado, ele olhou para baixo e esqueceu o que ia dizer.

Os cabelos dela! Eram tão fartos... e tão familiares!

Dulce recuperou-se e olhou para cima, entrando em pânico. Oh, Deus! Christopher!

Ele congelou. Aqueles olhos! Eleja havia visto aquelas mesmas sombras de verde azul antes. Numa noite, em um barco no rio... e em seus sonhos... e na The Old South. Somente uma mulher chamada Amber tinha aqueles olhos.

Horrorizada, ela abaixou a cabeça, encontrou seus óculos e colocou-os sobre o nariz em um movimento de pânico. Com as mãos tremendo, segurou os cabelos que caíam por seu rosto e os enrolou em um nó. O máximo que conseguiu dizer foi um obrigada inarticulado quando ele pegou a fivela do chão e a entregou.

Enquanto Christopher olhava boquiaberto, Dulce começou a colocar o que havia sobrado das compras na sacola.

Correu para o carro e saiu do estacionamento do mercado em uma nuvem de fumaça azul. Enquanto dirigia, passou pela sua cabeça que possivelmente subestimara o carro. Só conseguia pensar em se livrar de Christopher e ir para casa em segurança.

Christopher estava paralisado, em silêncio, pensando nas ações da sobrinha das Saviñon. O sangue subiu à cabeça e então desceu aos pés. Não sabia se devia se sentar ou se corria atrás dela. Ele viu quando Effie Dettenberg saiu alvoroçada do mercado, lançando um olhar congelado a ele quando seguiu para a rua.

— Eu diria que estou sonhando — ele murmurou — mas a Srta. Effie jamais estaria em meus sonhos. Somente uma mulher chamada Amber.

Quando disse o nome dela, ele virou e olhou novamente para as luzes traseiras do carro azul antigo. Um sorriso discreto apareceu, iluminando o azul de seus olhos em uma explosão de alegria.

— Bem, fui ao inferno e voltei. Acho que acabo de encontrá-la, querida. Não sei do que você está brincando, mas acredito que o jogo acabou.

Ele não imaginava o que aquela atrevida estava armando, mas cisma era pouco para descrever seu sentimento. Se não estivesse louco, tinha se apaixonado por aquela sobrinha solteirona das irmãs Saviñon. Só que a mulher por quem se apaixonara não era aquela bibliotecária séria e formal. Era puro calor e alegria, e doce como o pecado.

A Srta. Effie estava na metade do quarteirão quando Christopher começou a rir, mas ela o escutou tão claramente quanto se o maldito homem estivesse logo atrás dela. Apressou o passo quando virou a esquina, na direção de casa.

— Onde este mundo vai parar? Uma mulher não tem mais segurança. Não se pode confiar em uma alma, atualmente.