Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

Acordei eram quase três da tarde, tomei um banho, coloquei apenas um short e fiquei de sutiã mesmo. Passei pelo quarto de Maria e a porta ainda estava fechado, passei pelo de Enzo e ele não estava. Liz havia ido dormir na Dulce e nem sinal de vida havia dado ainda. Fui até a cozinha procurando pelo meu filho e só o que achei foi um recado da babá na geladeira. ‘Sai com Enzo para ir à pracinha, ele estava agitado de mais, acabei ficando com medo de que ele acabasse acordando a senhora.’ A baba tinha total liberdade de sair com ele, ainda mais que já a conheço a tanto tempo. Fui até a geladeira e vi se havia algo para comer. Na maioria das vezes quem faz a comida é a babá mesmo, porque eu quase nunca to em casa e Liz também não, e quando estamos comemos fora ou pedimos alguma coisa…. Para almoçar até tinha comida, mas não estava com vontade de comer aquilo. Optei pelo suco de melancia e fui bebendo em direção a sala quando a campainha tocou.

Anahí: Já vai. – Nossa chegaram mais rápido do que eu esperava. Caminhei até a porta e a abri sem pressa. Logo meu filho entrou correndo me abraçando.

Enzo: Que saudades mamãe!

Babá: Desculpa Anahí, esqueci as chaves. – Ela disse meio envergonhada.

Anahí: Também estava com saudades pequeno. – Acariciei seus cabelos. Logo voltei meu olhar para a babá. – Sem problemas…

Babá: Então Enzo, vamos tomar banho para depois você lanchar? – Ela falava carinhosamente com meu filho.

Enzo: Vamos! – Ele disse sorrindo já correndo para o quanto.

Babá: Calma menino, não corre, vai acabar caindo. – Ela disse preocupada e logo voltou seu olhar para mim. – Deixa eu ir antes que ele destrua alguma coisa.

Anahí: Vai lá. – Sorri para ela, fechei a porta e me sentei no sofá.

As vezes me sinto triste por não ser tão presente na vida do meu filho. Agora por exemplo, eu deveria ter levado-o no parquinho, eu deveria esta indo dar banho nele, eu deveria colocar o lanche dele. Mas eu to sempre tão ocupada com tudo, com o trabalho, com as saídas, com as bebedeiras, com a Dulce, que quase nunca sobra tempo para ficar só com ele. Sempre fui muito próxima de Liz por ela trabalhar na televisa desde pequena como eu, mas ao mesmo tempo me afastou muito também. Nessas horas que eu fico pensando em como ser mãe é difícil.

Me estiquei para pegar o controle e assim que ia ligar a televisão a campainha tocou de novo. Agora deveria ser Liz, outra que também deve ter esquecido as chaves. Levantei colocando o copo e o controle em cima da mesa indo em direção a porta.

Anahí: Todo mundo deu para esquecer as chaves hoje é? – Disse antes de abrir a porta e levar um susto com Dulce ao lado de fora.

Dulce: Se eu tivesse a chave, com certeza eu não esqueceria. – Ela disse com aquele sorriso safado. Me olhou da cabeça aos pés e sorriu ainda mais cafajeste. Mordeu o próprio lábio ao encontrar meu olho e entrou em meu apartamento já me agarrando pela cintura e me beijando. Correspondi ao beijo de inicio, mas logo a empurrei me afastando dela.

Anahí: Sua maluca tem gente em casa. – Eu disse baixinho fechando a porta.

Dulce: Ah, havia me esquecido da Maria. – Ela disse ‘Maria’ com um certo nojo revirando os olhos, mas logo me olhou meio brava – Hey!? Você sempre fica andando pela casa quase nua com ela estando aqui?

Anahí: Pelo amor de deus né Dulce, eu estou na minha casa!

Dulce: Mas tem uma estranha dentro dela, da qual tenho certeza que é louca por você! Se não é que vocês… – Eu cortei o que ela ia dizer.

Anahí: Chega! Ela é minha amiga e eu estou na minha casa… – Disse seria.

Dulce: Ta desculpa… – Ela disse meio contrariada, mas ao mesmo tempo envergonhada.

Anahí: Então, ao que devo a honra da sua visita? – Eu estava mesmo quase nua e Dulce me comia o tempo inteiro com os olhos. – Para de me olhar assim… – Eu disse mordendo o lábio para provocá-la ainda mais..

Dulce: Muito difícil quando você esta só nesses trajes e ainda fazendo essa cara! – Ela se aproximou de mim, mas eu recuei.

Anahí: Ainda não me disse por que veio aqui. – Eu estava mesmo curiosa para saber. – Foi só para me roubar um beijo, brigar comigo pela roupa que estou usando e ficar me olhando assim?

Dulce: Não reclamei da roupa… Na verdade ela esta ótima! Se quiser podemos ir para o seu quarto. – Ela sorria de canto com os olhos fixos em meus seios.

Anahí: Dulce!! – Tampei meus seios com uma das mãos. – Foi para isso que você veio?

Dulce: Não exatamente. – Ela respirou fundo, passou a mão em seu rosto, sorriu meio envergonhada e voltou a me encarar. – Vim te buscar.

Anahí: Buscar para que? – Perguntei confusa.

Dulce: Para sairmos.

Anahí: Como assim? A gente combinou alguma coisa e eu estava muito bêbada a ponto de não lembrar agora? – Eu disse tentando lembrar de alguma coisa.

Dulce: Não Anahí, não combinamos nada. – Ela segurou em minha mão. – Só que eu quero muito passar um tempo só com você, sem filhos, sem amigos, sem ninguém para atrapalhar, quero conversar, poder te beijar e não ter que me preocupar com nada. – Ela sorria, mas seus olhos me mostravam um pouco de medo.

Anahí: É sério isso? – Eu disse sem acreditar.

Dulce: Claro. Você topa? – Agora tive certeza do seu medo.

Anahí: Não sei, o que vamos falar para todos? – Disse preocupada.

Dulce: Ah, sei lá, podemos falar que vamos sair e pronto. Não precisamos dizer para onde. Somos maiores de idade e não devemos satisfações a ninguém.

Anahí: Não é bem assim…

Dulce: Topa ou não topa?

Anahí: Topo! – Sorri com medo de ter feito besteira em aceitar o convite.

Dulce: Então vai se arrumar!

Anahí: Vem comigo! – A puxei indo em direção ao meu quarto.

Entramos no quarto, Dulce bateu a porta já me beijando cheia de vontade, suas mãos apartavam minhas costas como se eu fosse fugir a qualquer momento. Um beijo tão gostoso que eu estava rindo por dentro. Minhas mãos afagavam seus cabelos enquanto eu sentia suas mãos quentes passearem pelo meu corpo quase sem roupa. Nossas línguas em uma dança tão perfeita que depois de tantos beijos dados e roubados eu posso dizer, com toda a certeza do mundo que aquela boca era perfeita para mim. Não só a boca como o corpo todo. Como se fossemos uma só, que um belo dia alguém resolveu nós separar. O beijo foi ficando cada vez mais intenso e o calor que eu estava sentindo ainda maior. Confesso que não tinha pretensões de fazer nada de mais quando a chamei para o quarto, mas que eu estava gostando eu estava. Minhas mãos apertavam suas costas por baixo da blusa enquanto as suas passavam pela lateral de meu corpo até o meu seio. Estava tudo indo na direção certa até que ouvimos a porta abrir e Maria entrar já me chamando. Nos separamos na mesma hora.