Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

Fiquei esperando como ela pediu, sentei-me sobre o gramado em frente ao lago, olhava tudo ao redor, as árvores, a casa um pouco distante, ouvia os pássaros cantar, até algumas borboletas sobrevoando algumas flores. Um lugar perfeito. Lembrei de Dulce me contando sobre aquele lugar quando namorávamos, ela disse algumas vezes que queria muito que eu conhecesse seus avós, a casa… Queria muito que me mostrar a magia daquele lugar. E só agora, depois de quase vinte anos ela me trousse aqui Logo Dulce apareceu com uma cesta típica de um pic-nic. Seu sorriso estampado no rosto, veio caminhando lentamente, olhando em meus olhos até chegando onde eu estava. Ela colocou a cesta no chão, a abriu e tirou uma toalha toda vermelha de dentro dela.

Dulce: Vem, levanta! – Ela estendeu a mão a mim. – Me ajuda a colocar essa toalha ai.

Anahí: Um pic-nic? – Eu sorri já de pé.

Dulce: Sim. – Peguei em duas pontas da toalha a ajudando a esticar no chão. – Não gostou?

Anahí: Isso tudo é tão passado, presente, presente, passado, uma mistura que chega a me dar água na boca. – Eu sorri deliciando meus pensamentos loucos.

Dulce: Passado ou presente, o importante é aproveitar o momento! – Ela se sentou na toalha vermelha me olhando meio sarcástica..

Anahí: Acho que é a melhor coisa que podemos fazer. – Me sentei ao seu lado a olhando da mesma maneira.

Assim que me sentei ela já me abraçou pela cintura e selou meus lábios com vontade, depois distribuiu beijos pelo meu rosto até chegar em meu ouvido.

Dulce: Você quer vinho? – Ela sussurrou sedutoramente em meu ouvido, impossível dizer não.

Anahí: Sim, claro que quero! – Eu sorri segurando em seu queixo e selando seus lábios rapidamente.

Dulce abriu a cesta tirando duas taças e o vinho de dentro dela. Tirou também alguns petiscos… Bebemos e comemos entre beijos, caricias e lembranças. Uma tarde maravilhosa, na verdade um final de tarde maravilhoso. Vimos o sol se por abraçadas, como um casal apaixonado, como se nunca tivéssemos nos separado ou como se voltássemos no tempo. Aquela era a Dulce que eu conhecia, aquele era o jeito que eu amava, sexy, sarcástica, mas ao mesmo tempo linda e atenciosa. O céu estava escuro e o vento estava forte. Mas nada que abraços e beijos não nos fizesse esquecer de tudo. Quando me dei conta o vinho já havia acabado há um tempo e confesso que estava meio alta pela bebida.

Anahí: Caiu uma gota de água em mim, acho que vai chover forte… – Eu disse olhando para o céu.

Dulce: Então é melhor irmos embora antes que o mundo caia nas nossas cabeças e fiquemos presas aqui.

Anahí: Não seria uma má ideia. – Eu disse e ela me olhou com aquele olhar safado.

Dulce: Na verdade seria a minha primeira escolha. Mas temos uma vida, não podemos passar a noite fora assim. Seus filhos, minhas filhas, o que vamos dizer a elas se não voltarmos para casa?

Anahí: É, eu sei. – Me separei de seu abraço gostoso e me levantei. – Vamos então! – Estendi minha mão a ela.

Dulce: Vamos sim. – Ela se levantou segurando em minha mão. – Mas antes, deixa eu aproveitar mais um pouco. – Ela me puxou pela cintura e beijou minha boca com vontade.

Nos beijávamos sem pressa, mas ao mesmo tempo com intensidade. Um beijo longo que foi ascendendo meu fogo aos poucos. Suas mãos afagavam minhas costas, enquanto as minhas os seus cabelos. Algumas gotas gordas caíram entre nosso beijo, que nos fez olhar para cima sorrindo. Nesse mesmo instante uma chuva típica de virão caiu. Como se o mundo estivesse acabando. Olhamos uma para a outra e começamos a rir, a rir sem parar.

Anahí: Ah! – Eu gritei soltando de Dulce. – Vou ficar encharcada! – Ainda rindo…

Dulce: Tarde de mais. – Ela ergueu as mãos deixando a chuva cair sobre suas palmas olhando para o céu e rindo.

Anahí: Vamos entrar… Rápido! – Eu ia recolher as coisas, mas ela me puxou pelo braço.

Dulce: Esquece isso! – E me beijou entre gostas e gotas de chuva.

O mundo caia sobre nossas cabeças. As gotas de chuva que pareciam mais as águas de uma cachoeira não nos impediram de nos beijarmos com toda aquela vontade. Acho que a chuva só nos fez ficar com mais vontade que antes. Um clima totalmente gostoso. Eu queria nunca mais ter que ir embora, nunca mais ter que deixar de beijá-la. Sei que estava tudo bom de mais, mas também sei que isso não iria durar muito, logo o Benedito estaria de volta e Dulce não ia mais poder fazer essas loucuras. Ainda me pergunto como é que eu me deixo ser a outra assim tão fácil. Só sei que estou amando tudo isso, e estou morrendo de medo também… As gotas geladas batiam em nossas peles e o fogo queimava meu interior. Uma mistura perfeita! Paramos de nos beijar, eu segurava em seu rosto com as duas mãos e uma das suas estava sobre a minha. Olhei em seus olhos sorrindo, ela sorria de volta, linda, encantadora.

Anahí: O mundo esta caindo e eu to aqui com você! – Eu disse em voz alta por causa do barulho da chuva.

Dulce: Espero então ser uma boa companhia para o fim do mundo! – Ela riu se descolando do meu corpo e segurando em minhas mãos.

Anahí: Não, acho que não, existem companhias melhores. – Eu disse meio debochada.

Dulce: Sei. – Ela sorriu de canto.

Anahí: Na verdade existe sim, companhias muito melhores que a sua. – Eu ainda sorria com ar de deboche.

Dulce: Fala serio! Eu sei que sou a melhor companhia que qualquer pessoa pode querer. Todos me desejam!

Anahí: Modéstia você. – Eu balancei a cabeça negativamente. – Só to aqui, porque não tinha nada melhor que se fazer. – Disse com descaso.

Dulce: A é? – Ela mordeu seu lábio inferior e sorriu irônica. – Então vai, pode ir, procura outra pessoa.

Anahí: Vou mesmo. Tchau. – Sorri irônica também. Dei as costas e sai andando, não dei nem três passos e ela me puxou pela mãos.

Dulce: Tem certeza? – Ela me olhou meio seria e sexy ao mesmo tempo.

Anahí: Tenho, tenho certeza que quero você… – Encarei seus lábios e depois seus olhos.

Dulce: Eu sou sua, sempre fui, completamente sua. – Ela inda me olhava com aquele olhar sexy.

Anahí: Completamente não. – Eu disse lembrando do corno. – Ainda falta muito para você ser completamente minha e só minha. – Eu enfatizei o ‘só’.

Dulce: Você que se engana, esta mais perto do que pensa.

Anahí: Espero que esteja mesmo. – Ela sorriu meio envergonhada sabendo que eu estava falando do Benedito e me abraçou com força.

Dulce: Tenta esquecer os problemas pelo menos aqui comigo, por favor! – Ela me abraçava forte. – Porque eu to tentando.

Anahí: Eu também estou. – Eu estava começando a sentir frio. – Vamos entrar? Eu estou com frio e super molhada. – Ela soltou do abraçado olhando em meus olhos.

Dulce: Vamos sim! – Ela selou rapidamente meus lábios e foi em direção as coisas.

Catamos as coisas em baixo da chuva e corremos como crianças felizes, rindo alto até à casa. Entramos pela porta de trás, a da cozinha. E ainda estávamos rindo e ofegantes pela correria. Nossos corpos e roupas pingavam fazendo uma poça enorme no chão de madeira.

Dulce: Estou velha de mais para fazer essas coisas. – Ela estava encostada a bancada, ainda com um sorriso no rosto.

Anahí: Estamos velhas, seria o correto. – Eu disse ofegante próxima a mesa me abanando. – Fiquei até com calor.

Dulce: Tira a roupa… – Ela sorriu safada me olhando de canto.

Anahí: Porque não tira para mim? – Eu molhei os meus lábios com a língua.

Dulce: Com todo o prazer! – Seu sorriso safada continuou estampado no rosto. Ela se aproximou de mim e me puxou pela mão indo em direção a sala.