Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

Liguei para minha filha que estava com Sophia, avisei que iria dormir fora. Ela me encheu de perguntas, mas cortei todas. Logo liguei para Maria dizendo que não ia dormir em casa, ouvi piadinhas sobre eu e Dulce ao telefone que foi impossível não rir e ainda receber olhadas mortais de Dulce que me só me fizeram cair na gargalhada. Desliguei o telefone e ela estava de cara emburrada comigo, sorri safada para ela e fui direto para a cozinha. Peguei uns morangos que estavam na cesta de pic-nic toda molhada sobre a mesa e fui comendo de volta para sala. Parei bem a sua frente, completamente nua e comecei a comer da maneira mais sexy possível.

Dulce: Para com isso. – Ela ainda estava seria, mas eu podia ver o fogo em seus olhos.

Anahí: Parar com que? – Eu lambi um dos morangos o mordendo lentamente depois, mastiguei e engoli o pedaço, mordendo meu lábio inferir em seguida.

Dulce: Para! – Ela já estava começando a ficar inquieta de mais, mas eu continuei, da mesma maneira.

Anahí: Não estou fazendo nada. – Lambi meus lábios, mordendo mais um morango. Ela se levantou quase em um pulo, tirou os morangos de minha mão os jogando no chão, seus olhos estavam fervendo. Me puxou pela cintura e colou nossos corpos nus, fazendo-me gemer baixinho e sorri de satisfação.

Dulce: Você só pode esta brincado comigo! – Agora sua voz era extremamente sedutora. – Esta proibida de comer morango nua na minha frente quando eu estiver irritada com você!

Anahí: Aé? E se eu fizer de novo? – Disse tão sedutora quando ela.

Dulce: Eu não vou responder por mim! – E me beijou intensamente.

E nossa noite foi exatamente desse jeito, entre beijos, sexo, caricias, conversas. Tudo ali, na sala em frente à lareira. Uma noite completamente louca e encantadora, nada melhor que ter a mulher da sua vida ali ao seu lado, com o tempo todinho para você… Adormecemos exaustas depois de tanta loucura juntas, nem coberta chegamos a usar, o fogo da lareira era o suficiente para nos aquecer…

Acordei com um celular tocando, olhei para o lado e vi Dulce completamente nua mexendo em sua bolsa. Só naquele momento eu tive certeza que aquilo tudo não havia sido um sonho. Sentei-me despreguiçando enquanto ela ainda procurada o celular na bolsa.

Anahí: Bom dia! – Eu disse sorrindo e olhando para ela. O celular parou de tocar.

Dulce: Bom dia… – Ela me olhou também sorrindo, mas ainda procurando o celular. – Achei! – Disse o pegando enquanto eu me levantei e fui até ela.

Anahí: Dormiu bem? – A abracei de lado dando um beijo no canto de sua boca.

Dulce: Digamos que as poucas horas de sono que eu tive foram boas sim. Mas a noite em si foi muito melhor… – O celular voltou a tocar, olhei para o visor e era o corno ligando, revirei os olhos e sai de perto. – Eu tenho que atender. – Ela disse receosa.

Anahí: Eu não disse nada. – Falei demonstrando indiferença, mas ao mesmo tempo minha irritação.

Dulce: Alô! – Ela atendeu olhando em meus olhos, transmitindo medo por eles. Eu continuei com a mesma expressão enquanto ela ouvia o que ele dizia. – Estou na casa da minha vó. – Ela parou para ouvir. – Então, é que eu estava com muitas saudades disso aqui e a Anahí sempre quis conhecer, ai eu a convidei para vir comigo, só que começou a chover muito na hora que íamos embora, ai acabamos dormindo por aqui mesmo. – Ela disse com a maior naturalidade possível, cheguei a revirar os olhos e rindo da mentira. – Também estou com saudades meu amor. – Sua voz era doce, mas seu rosto não expressava nada. Minha paciência já estava indo para inferno nesse momento. – Mas eu não sabia que você iria chegar hoje, me desculpe. – Ela fez uma pausa. – Claro que gostei da surpresa, aquela casa estava vazia sem você. – Essa foi a gota d’água, virei as costas e comecei a catar minhas roupas ainda molhadas no chão as colocando daquele jeito mesmo. Enquanto ela me olhava com uma expressão de duvida. – Claro que eu almoço com você. – Eu estava com vontade de pegar aquele telefone da mão dela e contar para aquele corno com detalhes a noite que tive com a mulher dele. – Então, eu devo esta saindo daqui, em mais ou menos uma hora, chego ai antes do meio dia com certeza. – Terminei de colocar minha roupas, peguei minha bolsa e sai pela porta da frente batendo com toda a força.

Sentei-me em um banco na varanda e o céu esta azul, sem nenhum sinal de chuva, mas o gramado ainda estava meio molhado, o carro cheio de pingos, uma brisa fresca passava por ali e alguns pássaros cantavam. Lembrei-me da noite que tive, de tudo, do pic-nic, das conversas, dos beijos, da chuva, da gente se despindo em frente a lareira, dos sexos e sexos que fizemos até apagarmos de tão cansadas. Eu ainda estava exausta para falar a verdade e ainda me sentia leve de tanto prazer que foi dado e recebido. O cheio de Dulce estava entranhando em mim e sem duvidas deveria ter alguma marca também. Mas só de lembrar-me dela falando com aquele cara a raiva subiu ainda mais a minha cabeça. Como alguém que passa horas e horas com você falando e fazendo o que fez, fala com o marido como se nada tivesse acontecido e mente tão bem a ponto de qualquer um acreditar. Como eu posso acreditar que as coisa que ela me disse são reais, como eu posso não duvidar? Catei meu cigarro na bolsa e o ascendi com pressa, dei o primeiro trago lembrando do ano novo, das coisas que ela me disse, do jeito que ela me olhou, depois o jeito que fizemos amor no quarto de hospedes de Maite. Será tudo uma mentira? Será tudo uma diversão para ela? Dei mais um trago em meu cigarro e lembrei de seu olhar em mim, seus olhos conversando com o meu. Nunca a vi olhar para ele como ela me olha, o beijar como ela me beija e nem falar com ele do jeito que ela fala comigo. Mas mesmo assim dói, tenho medo, não sei de devo acreditar. Dei mais um trago e a porta da varanda se abriu, era ela só se calcinha e blusa.

Dulce: Porque saiu daquele jeito? – Ela perguntou sem entender.

Anahí: Por nada, vamos embora? – Eu disse seca.

Dulce: Porque ta falando assim comigo? – Ela se aproximou de mim ficando a minha frente.

Anahí: Quero ir embora! – Não respondi sua pergunta, eu só queria ir embora.

Dulce: Me responde, porque ta falando assim comigo? – Ela insistiu.

Anahí: Seu marido ta te esperando, acho melhor irmos logo! – Eu disse com um tom de ironia.

Dulce: Isso é serio? – Ela fechou totalmente a cara.

Anahí: Seriíssimo. – Dei um trago no meu cigarro desviando o olhar do dela e olhando para as árvores.

Dulce: Bom Anahí, você quem sabe ok? – Ela entrou irritada.