Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Liz

Lindos de mais ver os seis juntos daquele jeito. Sempre critiquei a banda que minha mãe teve, mas ao ver aquilo, eu retiro tudo que já pensei e disse, parece que um completa o outro, como se tivesse magia. Fiquei de boca aberta durante a primeira musica inteira. Olhando cada rosto, ouvindo cada voz, estudando cada detalhe. Minha mãe nunca teve tempo de ficar falando do passado, e nem de me contar como foi exatamente a RBD na vida dela. Eu cresci dentro da televisa e com babás correndo atrás de mim. O que sei sobre a banda foi tudo contado por terceiros. Minha mãe sempre foi presente, por estar sempre perto de mim no mesmo local de trabalho, mas também era ausente por não ter exercido direito o seu papel de mãe, então nunca teve aqueles momentos de sentar no sofá da sala com o álbum de família e falar de cada foto. Mas eu não reclamo, eu gosto da liberdade de tenho e da maneira que fui criada, por mais ausente que ela sempre foi, ela estava lá ao meu lado o tempo todo. Bem contraditório eu sei.

As luzes se apagaram novamente e a introdução da segunda musica começou. Os homens sentaram-se no sofá, enquanto as mulheres ficaram a frente. Dulce e Maite estavam ao lado esquerdo do palco, já minha mãe estava ao centro dele. Minha mãe começou cantando, depois foi Maite, e por fim Dulce. Logo todos os seis cantaram o refrão juntos. O refrão dizia algo do tipo “O que por trás de uma lagrima, o que há por trás da fragilidade…” Nesse momento eu senti Sophia me cutucar, eu estava olhando para o telão, lá eles dançavam e cantavam. Mas eu desviei meus olhos diretamente para Dulce e minha mãe que cantavam mais atrás dos outros, elas se olhavam como se cantassem uma para outra, como se perguntassem o que a por trás do amor. O refrão acabou e Dulce foi à frente cantar uma parte, mas minha mãe ficou parada com cara de boba meio irritada olhando para ela. Minha mãe entrou em seguida, cantou as primeiras palavras ainda olhando para Dulce que também a olhava do mesmo jeito. Mas minha mãe desviou o olhar do dela, olhando para um ponto fixo na plateia e rebolando sensualmente enquanto cantava sua parte. Maite voltou a cansar sozinha fazendo as luzes irem para ela, mas eu pude ver minha mãe fuzilar Dulce com os olhos fazendo-a fazer o mesmo. Todos voltaram a cantar juntos finalizando a musica e fazendo as mulheres irem para mais atrás do palco agora.

Liz: Você viu esses olhares agora? – Eu perguntei meio assustada.

Sophia: Claro, viu a fuzilada que sua mãe deu na minha?  - Minha namorada estava quase de boca aberta.

Liz: Acho que a reboladinha foi para provocar. – Eu disse lembrando do jeito que ela olhou para Dulce e depois rebolou.

Sophia: Também acho.

Nina: Do que vocês estão falando? – Ela perguntou com a maior cara de duvida que ela poderia fazer.

Manuel: Pelo o que eu entendi Nina. – Ele respondeu antes da gente conseguir pensar em uma reposta. - Elas estão achando que a Anahí e a sua mãe tem um caso.

Nina: Vocês ficaram louca? – Ela disse com cara de nojo. – Que ideia mais absurda!

Sophia: Olha, as vezes a gente acha que sim, que é a ideia mais absurda do mundo, mas ai vemos coisas e lembrando de outras que acabamos achando que é bem provável. – Ela disse confusa.

Nina: Pelo amor de deus Sophia, isso não tem nada haver, nossa mãe se casou quatro vezes e gosta muito da coisa, pelo que da para ver. Nossa mãe não seria lésbica! – Ela fez cara de nojo. - Lembra quando vocês falaram que a mamãe não aceitou o relacionamento de vocês de cara? Se ela tivesse mesmo um caso com a Anahí ela teria aceitado de boa! – Ela queria nos convencer a qualquer custo. – É incrível, como todo gay acha que o mundo inteiro é gay. Só porque elas são amigas vocês já acham que são mais que isso.

Liz: Olha Nina, já pensamos e repensamos isso tudo, mas tem muita coisa que não bate sabe? Muita coisa suspeita. – Agora era minha vez de tentar dizer que sim. – Tenta reparar no jeito que elas se olham, se falam, se tocam. Não é do mesmo jeito que elas falam com a Maite ou todos os outros. A relação delas é estranha de mais. Tente lembrar-se de coisas e fatos…

Manuel: Não acho que elas tenham um caso, mas também não deixo de achar que elas tem. Nunca parei para pensar nisso, mas acho que aqui não é lugar para discutir sobre esse assunto. – Ele olhou ao redor, o lugar estava cheio, alguém poderia ouvir, mesmo com o som alto.

Sophia: Exato, depois conversamos e mostramos as nossas evidências. Enquanto isso tente reparar no jeito que elas se olham e coisas mais.

Depois do medley com partes de três musicas, cantaram mais uma musica muito bonita chamada Inalcanzable, se não me engano. Linda a letra e tudo mais, o jeito que eles cantaram, a forma como interpretaram deu até vontade de chorar. Mas nessas musicas nada além de olhadas rápidas elas trocaram, parecia até mentira nossa o que falamos com Nina e Manuel. Uma pequena pausa no som aconteceu, trazendo Poncho até a frente do palco. Cada um falou um pouco, agradecendo pela oportunidade, dizendo o quanto era bom eles estarem relembrando de algo que foi tão importante na vida de cada um. Falaram que sonhos podem sim se realizar. Que a RBD foi uma das melhores coisas que já aconteceu para todos. Que a distancia não diminui o amor, só faz sentir saudades, entre outras coisas. Foi tão lindo o discurso deles que até choraram juntos, e me fizeram chorar também. Abraçaram-se ainda com lagrimas nos olhos e as luzes se apagaram começando uma nova introdução.

Uma luz se ascendeu iluminando apenas minha mãe, que estava sentada no braço de um sofá ao lado direito do palco. No mesmo instante ela começou a cantar.

Anahí: Todo lo mio lleva tu nombre… – Ela estava de olhos fechados e cabeça baixa. - Te siento tan parte de mi. – Ela olhou para Dulce que estava de pé no centro do palco, que foi iluminada na mesma hora e prosseguiu após minha mãe.

Dulce: Me quema este frio no encuentro el remédio… – Ela olhou para minha mãe e caminhou lentamente até ela. - Estando contigo me matas, y sin ti me muero, sin ti desespero… – Minha mãe a olhava sorrindo com felicidade nos olhos. Maite que estava atrás de minha mãe batendo palma, também sorria feliz. Dulce pegou na mão de minha mãe e voltou a olhar a plateia. - Me duele aceptar que nuestro amor no sea eterno. – Nesse momento ela olhou rapidamente para minha mãe e deu um sorriso de canto, voltando a olhar para todos. - Me ahoga el silencio, en un mar de recuerdos… – Ela soltou a mão de minha mãe e segurou o microfone com as duas, fechando os olhos e cantando com o coração - Quisiera gritar pero me falta el aliento…

Todos: Y no basto quererte amor… – O palco se iluminou trazendo Poncho, Ucker e Christian até a frente. - Sin medida y la vida… – Poncho abraçou Dulce pelo pescoço, se entreolharam, olharam para Nina e Manuel que estavam a frente e sorriram. - Nos separo tierno ladron de mis dias… – Dulce olhou para Maite e sorriu, depois para minha mãe novamente, que a abraçou pela cintura também cantando.

Dulce: Cuando era más tuya que mia…

Parecia que essa musica girava em torno de minha mãe e Dulce. Toda hora algum deles as olhavam e sorriam para elas. Maite chegou a beijar a cabeça de minha mãe a abraçando com força logo após. No final da musica, a mãe de Sophia e a minha se abraçaram fazendo os outros as abraçarem em volta… Fiquei tentando ligar uma coisa a outra, tentando entender aquilo, olhei para Sophia que estava com a mesma aparência de confusa que eu. Tenho pensado tanto nisso dos últimos dois dias que to quase indo lá agora perguntar a minha mãe qual é a dela com a Dulce…

Outra musica começou e dessa vez todos os seis vieram até a frente do palco juntos, de mãos dadas. Pararam a nossa frente com a introdução tocando. Minha mãe como quase sempre que começou cantando. Era a musica tema da banda pelo o que entendi. Um show passava no telão, eles cantando a mesma musica no maracanã, com toda aquela gente cantando junto. Esplendido ver aquilo. Foi lindo ver aquela ultima musica com gostinho que quero ver mais. Eu juro que ficaria o resto da noite os vendo cantar, porque de verdade eu amei aquele show. E aquela musica, que se chamava Rebelde foi a ultima que eles cantaram, se despediram de todos e saíram do palco. Eu não resisti e aplaudi de pé junto com todos que estavam no local. Olhei ao meu redor e varias pessoas de varias ideias estavam com lagrimas nos olhos. Emocionante, jamais esquecerei a emoção que senti.

Sophia: Viu o jeito que elas se olharam na penúltima musica? – Ela disse falando com a irmã.

Nina: Vi, não achei nada de mais, se fosse para levar essas coisas em conta iria dizer que quem tem um caso com nossa mãe é o Poncho, e quem tem um caso com a Anahí é a Maite. – Ela disse com certeza. – Pelo amor de deus meninas, isso é coisa da cabeça de vocês, e como vocês duas querem que seja verdade ficam vendo maldade em tudo. Vendo coisa onde não existe.

Sophia: Serio mesmo Nina, que não achou nada estranho? – Era parecia refletir no que sua irmã disse.

Nina: Claro que não, de verdade, achei mais suspeito o beijo que a Maite deu na cabeça da Anahí do que tudo. É serio meninas, esquece isso, não tem nada haver.

Manuel: Concordo com a minha noiva! – Nina olhou para ele e riu ao ouvir ela a chamando de noiva. – Não tem nada haver essa nova ideia de vocês duas ai. Esquece isso se não vão acabar pirando.

Liz: É, acho melhor deixar isso para lá mesmo, vendo de outros ângulos, é uma coisa que não faz muito sentido. – Eu disse lembrando do relacionamento de minha mãe com outras pessoas. – Esta certo que tem coisa que para mim é muito estranho, mas achar que elas tem um caso é fantasia de mais.

Sophia: É… Parando para pensar, minha mãe tendo um caso com a Anahí, é mais que surreal, não consigo nem imaginar. Mas quem tem coisa escondida nessa historia delas duas tem.

Manuel: Então, se ta escondido é porque elas querem, vamos deixar esse assunto de lado, que não tem muito sentido. E vamos lá parabenizá-los pelo grande show que fizeram…

E foi exatamente o que fizemos, fomos até o camarim onde eles estavam e já chegamos dando os parabéns e os abraçando. Mas logo alguns repórteres chegaram tomando-os de nós.