Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

A primeira semana de maio que foi logo depois do show passou super corrida, gravação atrás de gravação. Dulce tentou me beijar umas duas vezes, foi difícil, mas eu não deixei, já disse que não quero ser a outra, e se eu não quero, não serei mais. Era sexta-feira, o dia do chá de bebe da Nina, e de quebra iam cantar parabéns para Sophia também, já que a mesma não quis festa. Cheguei à minha casa as cinco e meia, graças a deus as gravações acabaram cedo hoje, se não todos nós só iríamos chegar super tarde na festinha. Minha filha já estava na casa de Dulce junto com Enzo que pedi que levasse com ela. Eles iam ajudar em alguma coisa lá.

Tomei meu banho, escolhei minha roupa, me maquiei de leve e olhei no espelho para conferir se estava bom. Esplendida como sempre. Coloquei uma roupa mais informal, um short curto branco, um salto, uma blusa larga caindo no ombro em cores bege, marrom e vinho, minha bolsa grande em um tom bege escuro e por final soltei os cabelos que estavam presos.

Olhei no relógio que marcavam seis e quarenta, até que não estava atrasada, já que o chá de bebê foi marcado para as seis e meia. Desci, peguei o carro e logo cheguei à casa de Dulce. Todos já estavam lá incluindo a mãe de Dulce e o pai de Nina, senti uma pontada de raiva ao ver aquela mulher que tanto nos infernizou no passado, cumprimentei a todos incluindo ela que me olhou com nojo e mal me dirigiu a palavra. Dei o presente de Sophia e depois o do Paco. Era no jardim onde nós estávamos, havia uma mesa com um bolo alguns docinhos duas faixas uma escrita ‘Parabéns Sophia’ e a outra ‘Seja bem vindo Paco’ e outra mesa com frios também. Havia cadeiras e mesas espelhadas pelo local. Estava tudo muito bonito e harmonioso, tirando a presença da mãe de Dulce e de Alejando. Sentei-me com Christian, Ronald e Ucker que conversavam sobre o mais novo membro da família.

Christian: Claro, bem ou mal eu me sinto avô desse menino. – Ele disse rindo.

Anahí: Ai, deus me livre, não quero nem pensar em ser avó tão cedo, imagina só uma criança me chamando de vovó! – Eu fiz cara de assustada.

Ucker: Para com isso Anahí, maravilhoso termos um netinho agora.

Anahí: Não acho nada maravilho ser avó aos quarenta anos. – Não gosto mesmo da ideia.

Christian: Olha Anahí. – Ele diminuiu o tom de voz. – Se tudo ocorrer como eu imagino, você vai sim ser chamada de avó pelo Paco… Vovô Annie. – Ele riu junto dos outros e eu fiquei sem entender.

Anahí: Que? – Eu perguntei com cara de duvida.

Ucker: Faça me o favor Anahí, não se faça de idiota, que eu sei que você entendeu. – Ele me olhou me reprovando.

Anahí: Não vou não, quem é avó dele é só a Dulce… – Só quando eu pensei em Dulce que me liguei no que eles estavam falando. – Ah… – Eu disse virando os olhos. – Esqueçam isso… – Mas eles tinham razão se por uma força maior e divina eu ficasse com a Dulce, consequentemente eu seria avó dele também. – Não quero pensar nisso agora.

Christian: Nem vem que eu sei que por isso, você iria amar ser avó agora! – Ele piscou para mim.

Anahí: Já disse para esquecer isso. – Eu me levantei querendo fugir deles. – Vou ao banheiro. – Sai os deixando rindo e entrei a casa de Dulce indo diretamente ao banheiro.

Ao entrar naquele lugar, lembrei de Dulce me beijando com pressa, o primeiro beijo dado com vontade depois de quase vinte anos. Foi naquele almoço depois da noticia da novela que tive certeza que não havia esquecido Dulce como tinha pensado. Me olhei no espelho e sorri para mim, ao lembrar do que Ucker e Christian tinham acabado de me dizer. E sim, eu ia amar ser avó do Paco se estivesse com Dulce ao meu lado. Lavei minha mãos e sai do banheiro indo em direção a porta por onde entrei, passei pela cozinha e vi Dulce procurando algo no armário.

Anahí: Quer ajuda? – Eu disse encostada no vão da porta, ela me olhou assustada e sorriu.

Dulce: Tenho uma coisa para te contar. – Ela disse fechando o armário e vindo em minha direção.

Anahí: Serio? – Eu disse entrando na cozinha e me encostando a mesa. – O que é? – perguntei curiosa.

Dulce: Acho melhor falarmos disso depois. – Ela sorriu fazendo suspense, parada a minha frente a um metro de distancia.

Anahí: De jeito nenhum, começou agora e é agora que você vai terminar. – Eu queria mesmo saber.

Dulce: Serio Anahí, acho melhor falarmos disso depois! – Ela queria me matar de curiosidade.

Anahí: Se você não me contar eu vou morrer de tanta curiosidade, me fala logo o que é…

Dulce: Não!

Anahí: Por favor…

Dulce: Não e não…

Anahí: Por favor! – Eu fiz a minha melhor cara de pobre coitada do mundo.

Dulce: Odeio quando faz essa cara… – Ela sorriu e revirou os olhos. – Ta eu conto, mas depois conversamos sobre ok?

Anahí: Anda, fala logo, não sei porque tanto mistério. – Eu estava mesmo ansiosa para saber o que era.

Dulce: Eu conversei com o Benedito hoje… – Ela disse como se fosse continuar, mas parou.

Anahí: E? – Não quero informações pela metade.

Dulce: E que falei que queria o divorcio… – Qual o problema dela em falar as coisas pela metade?

Anahí: Da para você parar de falar as coisas pela metade e me conta logo tudo! – Eu estava sentindo uma coisa totalmente nova dentro de mim.

Dulce: Por isso não queria falar agora, não acho que seja o lugar certo para falarmos disso, estamos no chá de bebê da Nina. – Ela disse seria.

Anahí: A não, por favor, me conta, eu preciso saber! – Eu mal ouvi o que ela disse, só queria saber como foi a conversa.

Dulce: Meu deus, mas parece criança! – Ela parecia mesmo não querer falar disso naquela hora.

Anahí: Só me fala, ele aceitou? – Ela respirou fundo e me olhou nos olhos.

Dulce: Não, ele me fez mil perguntas e disse que quer porque quer viajar comigo. Que isso tudo é por causa da distancia que andamos tendo, que tudo vai voltar ao normal logo logo.

Anahí: E agora? – Eu fiquei preocupada e com medo.

Dulce: E agora nada, eu já pedi, não vou voltar atrás, só tenho que conversar melhor com ele… E com você que eu quero ficar! – Ela sorriu meio envergonhada. – Ele pode dizer o que quiser, não vou voltar atrás. Não vou te perder de novo. – Ela se aproximou de mim e pegou em minhas mãos.

Anahí: Obrigada… – Eu sorri feliz, inundada de um sentimento totalmente novo. – Não sabe o quanto eu estou feliz com essa noticia. – A puxei para perto de mim a abraçando. – Estou sentindo uma coisa totalmente diferente dentro de mim. – Disse baixinho em próximo ao seu ouvido.

Dulce: Eu também estou sentindo… – Ela se separou do abraço segurando em minha cintura olhando em meus olhos. – Só não sei explicar o que.

Anahí: Que tudo isso passe logo… – Sorri sentindo meu coração disparado. Uma das mãos de Dulce segurava em meu rosto me acariciando com o polegar, enquanto as minhas estavam entrelaçadas em sua cintura.

Dulce: Já esta passando. – Não consegui resisti e beijei seus lábios esquecendo de todo o resto. Foi um beijo calmo com todo aquele sentimento diferente que estávamos sentindo. Eu queria soltar fogos ou sair correndo pelo mundo até gastar a energia gostosa que estava em meu corpo, mas alguma coisa me fez cair no realidade, quando ouvimos uma voz. Foi tão rápido que não deu nem tempo de nos separarmos.

Benedito: Dulce? Anahí? – Sua expressão de horror e duvida era a maior. Como se fosse a coisa mais improvável no mundo dele.