Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Sophia

Eu nunca imaginei sentir tanta raiva assim de alguém. Ainda mais esse alguém sendo minha avó. Como pode uma ser humano fazer tão mal ao outro por simplesmente não aceitar um relacionamento? E ver o jeito com que ela falava e reagia as coisas, era surreal. Aquilo não era uma pessoa era um monstro. Agora sim eu havia entendido porque Christian nos disse que não era para contarmos a ela sobre eu e Liz. Se ela fez aquilo com a própria filha imagina o que faria comigo? Levaria-me até um lixão no meio do nada e me largaria lá para virar comida de ratos e abutres. 

Minha cabeça estava tão confusa, mas tão confusa com toda essa historia, que eu mal conseguia entender o que estava pensando. Era tanta coisa vindo ao mesmo tempo, que eu estava começando a ficar tonta… A única coisa que eu consegui fazer naquele momento foi segurar a mão de Liz com força, buscando algum conforto. Estava triste de mais em saber que minha avó era uma pessoa ruim, mas estava feliz e assustada em saber que minha mãe amava Anahí incondicionalmente, talvez até igual a mim e ao meu amor. E ao ouvir aquele ‘pedido’ e aquele ‘sim’ meu coração acelerou tão forte que eu sorri de alívio. E sem pensar duas vezes eu bati palmas querendo chorar.

Batendo palma, gritando e assobiando, foi assim que todos colocaram para fora o que estavam sentindo naquele momento tão horrível e especial. Olhei para Liz sorrindo e a abraçando com força. Queria chorar, mas eu não gosto de fazer isso na frente dos outros, então engoli as lagrimas e olhei para minha irmã que estava com a pior expressão do mundo. Transmitia uma dor horrível em seus olhos, suas duas mãos em sua barriga e seu corpo um pouco curvado. Manuel estava ao seu lado com uma expressão bem assustada também.

Sophia: O que foi Nina? – Disse chegando perto dela.

Nina: Ta doendo, ta doendo muito. – Ela disse com dificuldade. – Acho que vai nascer.

Sophia: Mas você só esta com sete meses, ainda falta! – Eu disse entrando em desespero.

Nina: Ai… – Ela gemeu colocando a mão entre as pernas e nos mostrando o sangue em seguida. Nesse momento ela começou a chorar e a se desesperar ainda mais.

Liz: Ai meu Deus esta sangrando. – Minha namorada entrou em desespero colocando as mãos na cabeça.

Sophia: Mãe, mãe, mãe! – Eu gritei fazendo com que todos olhassem para gente. – A Nina mãe!

Dulce: Ai meu senhor, não da para acontecer uma coisa de cada vez na minha vida não? – Ela disse vindo em nossa direção e vendo a situação de Nina. – Calma minha filha, vamos para o hospital, vai da tudo certo!

Nina: Não mãe… – Ela estava em prantos. – Eu to sangrando mãe, ele vai morrer, eu vou morrer.

Dulce: Cala essa boca menina, ninguém vai morrer agora, vamos para o hospital. – Os olhos de minha mãe passavam culpa, muita culpa.

Nina: Se eu morrer Sophia… – Ela se virou para mim. – Você cuida do Paco e da mamãe para mim. – Ela chorava sem parar. – Porque a mamãe já teve muito problema por minha causa…  Ai… – Ela gemeu mais uma vez com a mão na barriga e voltou a me olhar com seus olhos encharcados e vermelhos. - Não quero que ela tenha mais… – Acho que consigo imaginar a dor da culpa que minha irmã esta sentindo, e nesse momento me veio uma duvida, será que meu pai também abusou da minha mãe a mando da minha avó?

Dulce: Nunca mais quero que você repita isso Nina, nunca mais! – A culpa em seus olhos aumentaram. – Eu amo você e sua irmã mais que tudo nesse mundo, não quero que pense que foi um peso na minha vida, vocês duas foram o maior presente que deus pode me dar.

Nina permaneceu calada, de cabeça baixa, segurando a barriga. Manuel estava estático, parecia não saber o que fazer e sua cara de pavor denunciava o quanto ele estava abalado. Aconteceu tudo rápido de mais, minha mãe, minha avó, a mãe da Liz, minha irmã. Só consegui sentar, respirar e pensar em alguma coisa de útil quando estávamos todos, todos mesmo, incluindo os menores que não assistiram as cenas de conflito, porque estavam vendo um filme na sala de televisão, estavam conosco na sala de espera do hospital. Minha mãe estava quase igual há aquele dia quem que a Anahí sofreu um acidente. Andava de um lado para o outro sem parar um segundo. Suas lagrimas escorriam de seu rosto com frequência e sua expressão variava entre culpa, tristeza e preocupação. Anahí que havia saído da sala de espera voltou com um chá entregando a minha mãe. Elas sorriram uma para outra e a mãe de minha namorada ainda conseguiu fazer com que a minha se sentasse um pouco. Estávamos todos em silêncio a única coisa que se dava para ouvir eram, Enzo e Betina brincando ao canto.