Fanfics Brasil - Capítulo 65 Um passado no presente -Portinon- (Finalizada)

Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 65

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Dulce


 


 


 


 Ela estava de olhos fechados, parecia tão cansada, estava tão abatida. Tive vontade de pega-la no colo e levar para casa naquele mesmo instante. Meu bebe, minha filha, ali naquele estado por minha culpa. Olhei o quarto em volta e senti vontade de chorar. Me aproximei de Nina com tanta calma que ela só abriu os olhos quando eu toquei em sua mão. Seus olhos me mostravam a tristeza que ela sentia e a dor que estava em seu coração. Tentei sorri para lhe trazer um pouco de segurança, mas acabei fracassando. Olhei para sua mão que já não era mais a de um bebe como a anos atrás e a beijei antes de acariciar seu rosto.


 


Dulce: Como se sente meu amor? – Perguntei serenamente.


Nina: Como você acha mãe? – Foi nítido ver uma lagrima se formar no canto do seu olho.


Dulce: Nina… Eu amo você e sua irmã mais que tudo nesse mundo. – Eu falava segurando em sua mão.


Nina: Eu sei que ama mãe, mas isso não diminui minha culpa de você ter sido infeliz todos esses anos. – Uma lagrima correu pelo seu rosto.


Dulce: Para com isso Nina, não quero que ache que foi o motivo disso tudo. – Eu limpei sua lagrima, querendo chorar junto com ela.


Nina: Como não mãe? – Mais lagrimas correram seus olhos. – Se você não tivesse ficado grávida de mim, nada disso tinha acontecido, você ainda estaria com quem ama, teria construído sua família com ela. – Ver minha filha chorar fazia meu coração doer ainda mais.


Dulce: Isso é verdade, se eu não tivesse ficado grávida eu provavelmente teria sim continuado com meu romance e construiria a minha família com ela. Mas você não existiria e nem mesmo a Sophia. – Ela sorriu entre lagrimas como se tivesse toda a razão do mundo de ser a culpada da minha infelicidade amorosa.


Nina: Ta vendo mãe, sua infelicidade é culpa minha, me perdoa por ter nascido. – Ela chorou ainda mais ao dizer essas coisas.


Dulce: Não Nina, não é nada disso. – Mais uma vez eu limpei suas lagrimas. – Fui infeliz no amor durante muitos anos, mas fui muito feliz com você e com Sophia, os momentos que passei ao lado de vocês são a melhor coisa que eu já tive, você e sua irmã são os maiores presentes que a vida pode me dar. – Dessa vez foram meus olhos que se encheram de lagrimas. – Eu não trocaria vocês por nada nesse mundo. E se me falassem que eu teria que passar tudo de novo, só para ter vocês duas em minha vida eu passaria.


Nina: Mãe… meu pai abusou de você, minha vó mandou ele fazer o que fez, você sofreu e chorou por anos e tudo por minha culpa, por eu ter aparecido na sua vida. – Ela chorava e falava ao mesmo tempo.


Dulce: Olha para mim Nina, você já viu o Paco? – Eu perguntei sentindo meu coração se despedaçar com o desespero de minha filha.


Nina: Porque? – Ela pareceu preocupada.


Dulce: Só me diz se já viu o seu filho. – Eu insisti.


Nina: Vi, mas porque ta perguntando isso agora? – Ela parecia confusa e preocupada. – Ele ta bem não esta?


Dulce: Sim, esta ótimo. – Ela pareceu aliviada. – Me diz Nina, o que você sentiu quando o viu pela primeira vez?


Nina: Como assim mãe? – Ela não estava entendo onde eu queria chegar.


Dulce: O que sentiu, como seu coração estava, como sua mente reagiu quando o viu pela primeira vez?


Nina: Eu senti paz… Amor… Tranquilidade… – Ela parecia reviver os sentimentos ao falar. – Ele é tão pequeno, parece tão frágil e sinto que já me ama tanto. – Ela dizia de olhos fechados. – Tão lindo, tão perfeito, queria pega-lo no colo e nunca mais largá-lo. – Ela abriu os olhos e voltou a olhar para mim. – Consegui até esquecer dos problemas externos quando estive com ele. – Ao falar de Paco até seu tom de voz mudou.


Dulce: Esta vendo, é exatamente isso. Quando te peguei no colo pela primeira vez, era tão pequena, tão linda, tão frágil e já me amava tanto que naquele momento eu tive certeza que o universo sabia o que estava fazendo. – Ela me olhava com atenção. – Ali naquele momento eu soube que havia nascido a minha maior felicidade, foi quando te dei de mama pela primeira vez, quando troquei sua primeira fralda, quando você dormia no meu colo, quando te vi dar os primeiros passos, quando te ouvi dizer mamãe pela primeira vez. – Seus olhos estavam ficando marejados novamente. – Todos esses momentos me trousse uma felicidade que jamais vai ser substituída ou apagada. Então por favor, nunca mais repita que a culpa é sua, você é a mais inocente da historia, a que nunca teve culpa de nada. Quem causou isso tudo foi a Blanca e não você. – Eu ainda segurava sua mão com firmeza. – Você e sua irmã são as melhores coisas que já aconteceram em minha vida, eu te amo e amo Sophia com toda a minha força e daria a minha vida a vocês se fosse preciso.


Nina: Desculpa mãe… – Ela beijou minha mão. – Desculpa…


Dulce: Mas Nina, eu já te disse que você não tem culpa, para de ficar se torturando desse jeito. – Eu queria tirar aquelas idéias de sua cabeça.


Nina: Não mãe… Desculpa por ser uma boba… – Ela tentou sorrir. – Esta tudo muito recente, é muita coisa para minha cabeça, me sinto confusa, mas sei que vai passar, mas agora é difícil não pensar nisso, mas te juro que vai passar e tudo vai ser como antes. – Ela me puxou e me abraçou com força. – Eu te amo mãe, e mesmo que diga que não, me desculpa… – Ela soltou do abraço e limpou a única lagrima que corria de um dos meus olhos. – Te amo muito.


Dulce: Também te amo minha pequena. – Nesse momento Manuel entrou no quarto.


Manuel: Desculpa, não queria atrapalhar. – Ele já ia saindo.


Dulce: Não, fica, já conversamos, vou ver como esta meu neto e depois eu volto. – Eu dei um beijo na testa de nina. – Já volto ta bom meu amor?


Nina: Ta bom mãe. – Ela sorriu de canto.


 


Sai daquele quarto e me sentei na primeira cadeira que vi do lado de fora. Não queria chorar na frente de minha filha, não queria que ela se sentisse ainda pior. E sem conseguir me segurar mais nenhum segundo eu desabei vendo o quanto Nina estava abalada, se sentindo culpada de uma coisa que ela não tem absolutamente nada haver. Chorei por me sentir culpada mais uma vez por ter feito aquele show em minha casa no dia anterior, se eu não tivesse sido tão egoísta eu teria esperado a festa acabar, teria falado com minha mãe a sós e teria resolvido tudo de uma maneira muito mais passional. Mas o ódio me cegou de uma maneira tão horrível que não consegui me controlar. Ainda estava chorando como uma criança quando me levantei e fui até a UTIN ver o meu neto e tentar me acalmar.


Aqueles quatro dias se passaram lentamente, se arrastando pelos cantos da televisa. Por mais que me sentisse estranhamente livre, eu ainda guardava em mim uma culpa muito grande. Minha filha já estava em casa, mas o meu neto ainda não, pelo o que o medico havia dito, até o final da semana ele poderia ir para casa ficar com sua família. Ainda não havia conseguido falar com Benedito, deixei recado na caixa postal, no e-mail, no trabalho, até para mãe dele eu liguei e disse que era para ele me ligar se entrasse em contato com ela. Anahí parecia tão mal quanto eu, como se toda a minha dor passasse para ela a todo o momento. Eu conseguia ver nitidamente em seus olhos a tormenta que sentia quando eu parava por alguns minutos pensando nas coisas que aconteceram. O ódio que sentia de minha mãe só ia se amenizar com o tempo, com muito tempo para falar a verdade. Porque mesmo que eu refaça minha vida como sempre quis, vou sempre ter esse espinho no meu coração. Minha maior angustia naquele momento era meu marido, meu ex marido.


As gravações daquele dia acabaram meio tardes, minha cabeça parecia que ia explodir, e a única coisa que eu queria naquele momento era um banho quente na minha banheira e depois minha cama. Fui para camarim meio zonza, Maite estava comigo, falando ao telefone, não prestei atenção em nada, minha cabeça pensava em como conseguir resolver meus problemas, em como sair daquele meu estado de espírito, eu precisava descansar, mas não o corpo e sim a mente.


 


Anahí: Você esta bem? – Ela perguntou ao ver-me entrando no camarim.


Dulce: Oi? – Eu não tive certeza do que ela havia perguntado.


Anahí: Perguntei se esta bem, se sente bem? – Era a tormenta em seus olhos de novo.


Dulce: Sim, só com um pouco de dor de cabeça. – Eu sorri de canto. – Mas passa depois de um bom banho.


Anahí: To preocupada com você Dulce. – Ela se aproximou de mim. – Sei que já falei isso muitas vezes, mas eu to aqui, do seu lado, e quero que conte comigo para tudo. – Ela segurou em uma de minhas mãos.


Dulce: Eu sei Anahí, mas ta tudo muito recente ainda, ta tudo meio confuso na minha cabeça. Foram dezoito anos acreditando em uma mentira, e uma mentira causada por minha mãe, se é que aquilo pode ser chamado de mãe.


Anahí: Eu sei… – Ela sorriu para mim e acariciou meu rosto com as costas de sua mão. – Mas eu to aqui, e tudo vai dar certo.


Dulce: Eu sei que vai, mas também tem o Benedito, tenho que resolver as coisas com ele. E eu não encontro esse homem em lugar nenhum.


Maite: Já tentou no trabalho? – Ela disse assim que desligou o celular.


Dulce: Sim em tudo, deixei recado em todos os lugares possíveis. – Aquela minha situação era frustrante.


Maite: Bom, se já deixou recado, espera que uma hora ou outra ele vai aparecer. Ainda mais que a vida dele ta na sua casa, não tem como ele largar tudo assim. Espera que logo você resolve esse problema também. – Ela sorriu confiante. – Vai tudo dar certo Dulce, na verdade já esta dando.


Dulce: Não é o que parece. – Eu sorri tentando ver algo bom naquele momento.


Maite: Dulce, todos esses anos, você sofreu por amor, sofreu por uma coisa que não aconteceu. – Ela revezava o olhar entre eu e Anahí. - O que vocês duas sempre quiseram era exatamente isso, que tudo fosse mentira, que pudessem recomeçar, que pudessem confiar uma na outra e construir a vida que sempre quiseram. Você não consegue ver que esta próxima de seu final feliz, na verdade de seu inicio feliz. – Ela sorriu confiante mais uma vez. – Eu nem imagino a dor que vocês estão sentindo, mas pensem que é por uma boa causa, porque se essa dor não existisse agora, vocês até poderiam ficar juntas de novo, mas sempre ia ter alguma coisa para impedir. Sempre ia ter uma jogando na cara da outra essas coisas que na verdade nunca existiram.


Dulce: É… – Eu estava refletindo sobre o que ela havia dito. – Você tem razão, só espero que essa dor passe logo.


Anahí: Vai passar. – Ela segurou forte em minha mão. – Logo vamos rir de tudo isso.


Dulce: Não vejo a hora desse momento chegar.


 


 


Conversamos por mais alguns minutos e eu fui para casa, até convidei Anahí para dormir comigo, me fazer carinho, mas Enzo precisava dela. Ele ainda é muito pequeno para entender alguma coisa. Então é melhor ele ficar o máximo de fora possível. Cheguei em casa querendo correr para a minha banheiro, mas assim que entrei na sala dei de cara com Benedito sentado no sofá como se me esperasse a horas.


 



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Autor(a): portinons2vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 44



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  • tryciarg89 Postado em 05/07/2023 - 23:13:55

    Aí gente tem vários ciscos no meu olho, simplesmente linda e perfeita essa fic. Ameiiii

  • ..Peekena.. Postado em 03/01/2018 - 11:06:35

    Amei fanfic ja li 2 ves haha.. Parabéns

  • portisavirroni_forever Postado em 28/01/2016 - 13:13:08

    Sempre que me perguntarem sobre fanfic, eu vou indicar essa porque é uma das melhores que já li, e olha que já li muitas! PORTINON ETERNAMENTE!

  • vverg Postado em 10/04/2014 - 00:35:51

    Oiii. Li e adorei... foi muito boa.. =) Parabens pela fic =)

  • brunamachado Postado em 05/11/2013 - 02:37:16

    Parabéns muito lindo,AMEI o fim

  • brunamachado Postado em 24/10/2013 - 16:35:22

    Posta maaais

  • brunamachado Postado em 23/10/2013 - 21:35:13

    Posta mais..o bicho tá pegando,aposto que foi a mãe da Dulce,essa jararaca

  • brunamachado Postado em 21/10/2013 - 20:02:59

    Essa mãe da Dulce é uma jararaca mesmo hein,credo..... A web já está na metade né amore? Posta mais,muito boa

  • juju_simoess_ Postado em 21/10/2013 - 01:41:03

    Ai que lindooo! Muito diva essa historia! Estou amando!!! Posta mais!

  • brunamachado Postado em 20/10/2013 - 02:57:32

    Sua fic é muito boa,posta mais


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