Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Dulce

Não era possível, como aquilo foi acontecer? Já não tinha passado por problemas de mais os últimos dias? Senti que ia desmaiar, não dava para acreditar que ainda tinha coisa para acontecer. Como conseguiram tirar aquelas fotos, as de cima eram eu e Anahí, a primeira nos beijando, um selinho apenas, a segunda nos olhando, eu com a mão em seu rosto sorrindo. Tentei reconhecer o local, e logo vi que era na porta de minha casa. Logo me lembrei, foi a dois dias, quando ela me deixou por lá não somos de nos beijar assim, mas era tarde e a rua estava deserta, nunca imaginei que pudesse ter algum paparazzo nos observando, e o infeliz pegou o momento exato, o único selinho dado, o de despedida. Já as fotos de nossas filhas logo em baixo era de um baita beijo, que dessa vez não pude reconhecer o local, a segunda eram elas rindo uma ao lado da outra, encostadas e sentadas. Fiquei olhando para aquilo sem acreditar, e o nome da matéria que ridículo, é incrível a capacidade dessas pessoas de tornarem as coisas num nível tão baixo.

Olhei para Sophia e Liz que estavam em choque, já Anahí parecia que iria explodir a qualquer momento. Eu queria muito que tudo aquilo fosse um pesadelo e que logo acordasse dele, mas mais uma vez eu tive que encarar os fatos da cruel realidade e senti que fosse desabar de novo. Mais uma vez tudo veio em minha mente, Benedito, Alejandro, Blanca, meu passado, meu presente… Estava tudo confuso em minha mente, eu tive vontade de fugir, de fugir para um lugar tão longe que nem eu mesma pudesse me encontrar.

Ainda em transe com todo mundo em silencio, meu celular começou a tocar, respirei fundo tentando me recompor e voltar ao planeta terra, procurei o celular e o achei no fundo da bolsa. Olhei para o retrovisor e era a Dona Blanca. Naquele mesmo instante tive certeza que foi ela quem mandou fazer a matéria.

Dulce: O que você quer? – Todos fixaram os olhos em mim curiosos para saber quem era.

Blanca: Olá filha querida. – Ela disse com deboche, eu tive vontade de atravessava o telefone e ia até ela te dar uns bons tapas. – Gostou da noticia de hoje? Fiz com todo o carinho para você. – Ela parecia sentir prazer.

Dulce: Não to acreditando nisso! – Eu disse querendo entender o prazer que ela parecia sentir em me ver infeliz. – Não acredito que você foi capaz de me expor assim e ainda me ligar para perguntar se gostei! – Eu disse quase gritando. – Vai procurar o que fazer e me deixa em paz, me deixa viver minha vida, para de querer me ver infeliz, não é essa matéria de merda que vai me separar dela, não é você contando ao mundo que gosto de uma mulher que vai me fazer deixar de viver. Vê se esquece que eu existo! – Desliguei sem deixar que ela falasse mais nada.

Larguei a bolsa no chão jogando o celular em cima dela. Levei minhas mãos ao meu rosto e senti algumas lagrimas escorrerem. Não é possível que mesmo depois de tudo que fez ela ainda tenha coragem de fazer mais alguma coisa. Fechei os olhos e desejei nunca ter nascido, e nesse momento Anahí me abraçou com força, junto com Sophia e Liz. E no mesmo instante eu retirei o meu pedido, não é porque surgiu mais um obstáculo que eu tenho que desejar algo tão ruim, eu tenho uma família tão linda e amigos tão perfeitos que não posso ficar me achando a pessoas mais infeliz do mundo.

Anahí: Foi sua mãe né?! – Ela disse ainda abraçada a mim.

Dulce: Foi… – As três me soltaram. – Aquela vadia que me colocou no mundo é a pior pessoa que eu já conheci, e eu juro que se ela fizer mais alguma coisa eu vou ser presa! – Eu estava com muita raiva, mas muita raiva mesmo.

Sophia: Calma mãe estamos todos aqui. – Ela sorriu para mim e os outros levantaram ficando ao redor. – Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Não íamos ficar nos escondendo para sempre. Infelizmente foi em um momento ruim, mas pense que agora não tem mais segredo e nem do que temer.

Liz: Ela tem razão, não que eu queria ser exposta desse jeito, muito menos ter que agora passar por preconceitos, mas pelo lado bom, não preciso mais esconder de ninguém que namoro uma menina. – Elas tinham razão, mas não tinha que ser assim.

Anahí: Vocês ainda são jovens, tem o mundo pela frente, a geração de vocês não tem esse preconceito todo, já a minha ainda tem um pouco. Confesso que tenho medo da reação das pessoas.

Christian: Olha, isso é o que você pensa. – Ele não parecia nervoso. – Vocês se lembram quando me descobriram? Que aquela minha foto do casamento com o Bj vazou na internet? Então, eu achei que tudo ia mudar, que o mundo ia me odiar, mas eu ainda sou o mesmo cara de sempre, acho até que ganhei mais fãs. – Ele sorriu confiante. – Vai ser um pouco chato agora, vocês se lembram como era chato, toda hora tinha alguém perguntando alguma coisa, mas com o tempo eles esquecem e isso passar ser a coisa mais normal do mundo.

Dulce: Olha Christian concordo com você, mas como alguém é capas de fazer tanta maldade? – Eu estava triste.

Sophia: Mãe, se ela teve coragem de mandar te estuprarem, ela é capas de fazer qualquer coisa. – Ela disse seria. – Mas você já passou por tantas situações ruins… Não vai ser isso que vai te derrubar! Não é isso que vai nos derrubar. – Ela sorriu de canto. – Agora que somos uma família, somos ainda mais fortes, e nada vai nos deter!  E se é assim que querem nos chamar ‘Sapatões em fámilia’ que chamem, eu não ligo, porque só de ter vocês, todos vocês – Ela disse olhando para todos que estavam na camarim. – Eu já me sinto completa.

Dulce: Ah, que linda minha filha. – Eu sorri e a abracei em seguida. – Obrigada senhor, obrigada por ter me dado filhas tão perfeitas. – A soltei lhe dando um beijo no rosto.

Anahí: É… Agora vamos enfrentar uma avalanche pela frente. Quando Pedro ver isso vai surtar. – Assim que ela disso o nome dele, o próprio surgiu no camarim com um jornal em mãos.

Pedro parecia surpreso ao segurar aquele jornal. Ela sabia da gente quando éramos jovens, chegou a nos pegar umas duas vezes no camarim, nunca chegou a brigar, apenas nos alertava e mandávamos tomar cuidado para não sermos expostas. Achei que ele fosse pirar, mas suas palavras saíram normalmente.

Pedro: Vocês já viram né? – Ele disse mostrando o jornal.

Anahí: Sim Pedro, sim. – Ela disse com a voz triste como se fosse levar uma bronca.

Pedro: Bom da parte de vocês duas eu sempre soube. E sabia que se voltassem a trabalhar juntas alguma coisa poderia voltar a tona, e desde o começo das gravações eu reparei que tinha voltado, e com tudo. – Ele disse revezando o olhar entre eu e ela. - Mas agora me pergunto, como deixaram isso acontecer? Porque nem no passado quando achavam que nunca iam ser pegas, que faziam loucuras pelos cantos de todos os lugares vocês não foram flagradas. E agora, depois de tudo deram um deslize dessas… – Parecia que aquilo não estava entrando na cabeça dele. – E vocês duas pequenas? – Ele olhou para nossas filhas. - Nunca tive certeza, mas sempre achei que no relacionamento de vocês tinha algo a mais. Para vocês verem como é o destino.

Dulce: Foi minha mãe Pedro, minha mãe que colocou um desses detetives atrás de nós, e na primeira foto que ele conseguiu ela mandou publicar. – Eu disse tentando explicar.

Pedro: Porque sua mãe faria isso com você? – Ele disse surpreso. – Ela ainda implica com vocês?

Dulce: Muito mais que isso Pedro, muito mais que isso. – Eu fiquei triste lembrando de tudo que ela já fez. – Se quiser te conto tudo.

Pedro: Bom, agora não da para contar nada, mandei dobrar a segurança que tem muito repórter querendo entrar aqui no estúdio, tem vários pela televisa e na porta também, vai ser bem chato os próximos dias para vocês. Mas acho que no final vai da tudo certo. – Ele disse sorrindo. – Fico feliz que finalmente tenham se entendido… – Ele meio que repensou na ultima frase. – Vocês estão juntas não estão?

Anahí: Sim, estamos. – Ela sorriu com os olhos.

Pedro: E vocês também né? – Ele perguntou olhando para as meninas.

Sophia: Sim Pedro, fez dois anos mês passado. – Ela sorriu com orgulho.

Pedro: Nossa, parabéns.

Sophia e Liz: Obrigada. – Elas responderam juntas.

Pedro: Serio, Deus sabe o que faz não é? Olhe para vocês duas, parece que vieram ao mundo para isso, para juntarem as mães de vocês, para mostrar a elas que mesmo depois de tudo ainda existe amor para recomeçar. – Ele passou a mão na cabeça de ambas. – Espero que sejam muito felizes. As quatro ok? – Ele olhou para nós e logo parou seus olhos em mim e Anahi. - E vocês duas, dona Anahí e dona Dulce! Sinto como se tivesse feito algo muito bom ao mundo, porque sempre soube que o amor de vocês era real, e se não fosse por essa novela isso não ia acontecer tão cedo. Também me sinto responsável pela felicidade de vocês. – Ele sorriu, nos abraçou com força e nos soltou em seguida. – Agora vamos, vocês tem que gravar e o dia vai ser bem complicado. Porque pelo que sei a noticia já estourou no mundo. Logo logo vão ter que dar entrevistas, as quatro juntas.

Dulce: É to sabendo, mas agora, não tem nada a perder, vamos com tudo. – Eu disse meio triste, mas com fé que daqui apara frente tudo ia sair como deveria.

Aquele dia foi um verdadeiro inferno em nossas vidas, as gravações não renderam, toda hora tinha alguém ligando, conseguiram entrar no estúdio. Mas no final eu estava em casa, em minha cama relaxando para o próximo dia que provavelmente seria igual ao anterior. Os primeiros dias foram mesmo um horror, mas depois da entrevista que demos tudo ficou mais tranquilo. Mas mesmo depois de um mês da noticia ainda tem gente atrás de nós.

Tirando os paparazzi atrás de nós o tempo todo, as mesmas perguntas de sempre em todos os lugares, as cantadas que começamos a receber em todos os lugares, e outras coisas mais o mês foi tranquilo. Consegui junto com meus advogados resolver o meu divorcio e só faltava mesmo eu e Benedito assinarmos as papeladas, para estamos definitivamente separados e livres.

Anahí depois de um tempo começou a ficar mais lá em casa do que na própria dela. Eu até ajeitei o ultimo quarto sobrando, para que o Enzo ficasse bem acomodado quando ficasse por lá. E pelo o que eu reparei ele estava amando, já que agora tinha muito mais companhia e gente para fazer seus shows de palhaçada.

Nina e Manuel iriam se mudar em três semanas. A casa nova deles estava linda, só faltava mesmo os retoques finais. Paco já estava um pouco maior, do tamanho normal de um recém nascido. Era uma mistura perfeita dos pais. Os olhos e o nariz de Manuel, os cabelos e a boca de Nina. O menino mais lindo que eu já tinha visto na vida. O que eu mais fazia quando estava em casa era babar o meu neto perfeito.

Liz e Sophia que estavam meio estranhas do final de semana para cá, as ouvi discutindo na cozinha e Liz até pediu que Anahí fosse embora com ela. Mas acho que não chegou a falar nada com a mãe já que a própria não me disse uma palavra do assunto. Espero que seja apenas uma briguinha boba. Porque essas meninas são o meu orgulho.

Bom, eu me sinto bem melhor do que antes, ainda tenho umas crises de tristeza, pois ainda é difícil de acreditar que uma mãe possa fazer tanta ruindade com um filho. Mas todos estão me ajudando e ter o amor da minha vida ao meu lado o tempo todo me ajudando e me apoiando é o que em da mais força. As vezes a vejo dormindo e fico lembrando do passando, das noites e noites que passei em claro querendo estar ao lado dela, mas a única coisa que tinha eram minhas lembranças. Me sinto uma vitoriosa em tê-la de volta, me sinto cada vez mais forte sabendo que minha vida só esta começando.

Era quarta à tardinha. Liz e Sophia ainda pareciam meio estranhas, estavam juntas, mas mal se falavam ou se olhavam. Alguma coisa estava acontecendo e eu logo iria descobrir ou não me chamo Dulce Maria. Estávamos todos na praça de alimentação da Televisa. Até Nina, Manuel e Paco - que foram tirar fotos em família para uma revista… Paco era o centro das atenções, todo mundo querendo pegar, todo mundo querendo ver. Uma coisa de louco a euforia que aquele bebe tão pequeno causava. Para falar a verdade havia me esquecido como era ter um bebe por perto…

Nina: Chega gente, chega. – Ela pegou o filho do colo de Ucker. – Ele ainda é muito pequeno e o medico disse que não posso ficar passeando com ele assim desse jeito, e ainda mais deixando que passe de mão em mão. – Ela o segurava com tanto cuidado que eu sorria ao ver minha filha sendo mãe. – Espera ele crescer mais um pouco que eu o deixo uma semana na casa de cada um de vocês.

Christian: Não muito obrigada, Betina já da muito trabalho. – Ele disse sorrindo.

Maite: Pois na minha pode deixar. – Ele disse ainda babando nele.

Nina: Olha que eu deixo mesmo em Maite! – Ela disse sorrindo.

Maite: Eu to dizendo que pode é porque pode, adoro bebe, só não tenho outro porque já estou velha para isso. – Ela disse meio triste.

Anahí: Que velha o que, você pode muito bem ter outros filhos sim, ou se não quiser mais passar por tudo que já passou, adote sua boba, tem muita criança no mundo querendo uma mãe como você! – Minha mulher disse com toda razão.

Maite: Vou pensar no caso ta Dona Anahí? – Ela sorriu e meio que despertou para algo que lembrou. – Escutem, Pedro disse que sexta, sábado e domingo não vamos gravar, vocês tem algo planejado para esse final de semana?

Poncho: Ah… Poderíamos fazer um almoço no sábado, alguma coisa assim. – Ele foi o primeiro a dar ideias.

Manuel: Também acho bom, já que não podemos sair para baladas nem nada do tipo. – Ele disse completando a opinião do pai.

Maite: Por mim pode ser lá em casa. Se quiserem podem fazer até no domingo também. – Ela estava mesmo querendo passar esses dias com a gente.

Dulce: Já sei! – No momento que vi o quando ela queria ficar junto a todos, a ideia surgiu na mente. – Porque não viajamos? Vamos para nossa casa, vamos amanha a noite mesmo e voltamos no domingo. – Eu disse feliz com minha ótima ideia. – Ficamos todos juntos, naquele lugar maravilhoso, sai quem quer, fica em casa quem quer, fazemos alguma festinha para gente, e pronto, mais um final de semana maravilhoso!

Minha ideia foi mais que bem vinda, todos concordaram na mesma hora, e pela felicidade com que falaram acho que se pudéssemos iríamos naquele mesmo momento.