Fanfics Brasil - Capítulo 70 Um passado no presente -Portinon- (Finalizada)

Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 70

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Sophia


 


 


 


Acordei com minha mãe estacionando o carro já na grande casa de todos. Olhei pelo vidro e vi que algumas pessoas já estavam do lado de fora. Olhei no relógio que marcavam exatamente vinte e vinte, me espreguicei no mesmo instante em que minha mãe parou o carro. Desci já sentindo aquele frio na barriga, em saber que daqui não tinha mais como fugir. Olhei para frente, onde Liz saiu quase junto a mim do carro de sua mãe e senti meu coração ir a boca. Nos olhamos de onde estávamos, estáticas sem nenhuma reação. Consegui ver nitidamente em seus olhos o perdão que ela provavelmente queria me pedir com os lábios. Pisquei por milésimo de segundos, que foi o suficiente para rever toda aquela cena nojenta em minha mente. Tive vontade de entrar no carro e voltar para minha casa onde eu estivesse segura e protegida. Ela deu um passo a frente e na mesma hora eu disse não com a cabeça. Estava com medo, com muito medo, quase chorando de pavor da realidade. E se ela me falasse que estava ficando com ela? Que estava sentindo seu coração bater mais forte porque aquelazinha lá? Que estava confusa e que queria um tempo para pensar melhor. Minha respiração começou a se alterar e meu rosto a ficar quente. Se eu não saísse dali naquele momento era capas de chorar na frente de todos. Enzo apareceu milagrosamente do outro lado do carro chamando por Liz, pegando em sua mão e a puxando em direção a casa. Senti um alivio enorme e dei a volta para ir até onde os outros estavam.


Vi minha mãe trocar olhares de amor com Anahí antes de dar um beijo em sua face. Estavam todos eufóricos de mais, falando ao mesmo tempo, rindo e se divertindo. Mas minha cabeça estava em outro lugar, não conseguia entender nada do que eles falavam, eu queria ficar sozinha, queria um pouco de paz e coragem também, para poder conseguir conversar com ela. Cheguei perto de Nina e disse que estava lá trás naquele mesmo banquinho que ficamos da outra vez. Sai sem que ninguém me visse, ou pelo menos acho que ninguém viu. Estava tudo iluminado como da outra vez. Estava tudo do mesmo jeito, lindo, harmonioso como uma casa de veraneio perfeita. Sentei-me no banco que ficava de frente para a parte de trás para casa. Olhei ao redor e todo me lembrava Liz. Abracei minhas pernas já com lagrimas nos olhos. Estava tudo rodando em minha mente todas as possibilidades possíveis e impossíveis passeavam por minha cabeça. Afundei meu rosto em minhas pernas, queria tanto que tudo não passasse de um pesadelo que a qualquer momento eu acordasse desse delírio infame.


Chorei com vontade, seja lá a verdade eu tinha que enfrentá-la, eu tinha que seguir em frente. Se algo aconteceu eu vou ter que aceitar e continuar sozinha. Só espero ter forças para isso. Eu ainda estava na mesma posição quando senti uma mão tocar em meu braço. Pedi que fosse minha mãe para que me consolasse outra vez, mas ao levantar a cabeça e ver Liz de pé a minha frente à única reação que tive foi levantar e abraçá-la com toda a força do mundo.


Chorei em seu ombro derramando minhas lagrimas em sua blusa, a apertava contra o meu corpo com tanta vontade tentando amenizar a minha dor e meus medos. Ela me pedia calma, dizia que estava comigo e pedia para parar de chorar. Respirei fundo tentando conter o meu choro, mas ao fechar os olhos aquela cena voltou a me amedrontar. Soltei Liz em reflexo, quase a empurrando para longe. Passei a mão em meu rosto tentando me livrar daquelas malditas lagrimas. A dor que eu estava sentindo começou a se transformar em uma raiva bem distinta dos sentimentos anteriores. Olhei para ela com raiva em meus olhos, será mesmo que ela achava que a talzinha não estava dando em cima dela? Ou simplesmente me falou aquelas coisas para poderem ter um relacionamento secreto e me despistar? Se for mesmo isso, acho que não vou conseguir perdoar, mentira é algo intolerável, ainda mais e um relacionamento.


Ela parecia confusa, sem saber o que dizer ou o que fazer. Sua respiração alterada, seus olhos marejados me pediam perdão a todo o momento. Eu estava começando a sentir raiva dela, queria bater em sua cara, dizer que não era idiota, perguntar a quanto tempo ela mentia para mim. Mas nada saia, eu estava estática a sua frente. Com as mãos fechadas em punhos pronta para tomar coragem e explodir.


 


Liz: Eu te amo Sophia! – Foi o que ela disse depois de alguns segundo. – Você tinha razão, você sempre tem razão… – Ela pareceu ficar ainda mais nervosa.


Sophia: Ah… Tinha é? – Eu disse com deboche. – Desde quando você sabe disso? Desde ontem ou desde sempre? – Eu enfatizei a palavra sempre.


Liz: Aquilo que você viu amor… – Ela deu um passo à frente e eu um para trás. – Não era o que parecia… Bom, era, mas não era… – A raiva subia cada vez mais a minha cabeça. – Era de um lado de outro não. – Ela estava se embolando nas próprias palavras.


Sophia: Eu sei o que eu vi Liz, eu sei! – Eu disse com raiva. – Para o que eu vi não tem explicação, só quero saber a quanto tempo aquilo ta rolando, a quanto tempo você ta mentindo para mim? – Meu coração batia forte e minhas palavras saiam em um tom alto. – São mais de dois anos de namoro, quase a vida inteira de convivência. – Fiz uma pequena pausa dizendo não com a cabeça e diminuindo o meu tom de voz. - Eu achei que te conhecia, que jamais poderia fazer algo do tipo, que você era incapaz de olhar para outra, mas depois da cena nojenta de ontem, eu vi o quanto fui inocente todo esse tempo. Sebe lá quantas vezes você já mentiu para mim ou que já ficou com outras e até mesmo riu as minhas custas. – Eu estava falando tudo que me vinha a cabeça, sem nem pensar direito. – Como você pode Liz, como você foi capaz de me trair dessa maneira? – Eu quase cuspi as ultimas palavras em cima dela.


Liz: Você só falou besteira em cima de besteira. – Ela disse com tristeza nos olhos. - Eu nunca te trai, nunca menti para você, você me conhece melhor do que ninguém e sabe que sou incapaz de te fazer mal.


Sophia: É exatamente isso, eu achei que te conhecia, mas depois do que vi, já não sei de mais nada. – Eu estava mesmo descrente de tudo.


Liz: Para com isso Sophia, para de dizer essas coisa, você me conhece sim e sabe como sou… – Ela disse com uma pontada de raiva nos olhos. - Aquilo que você viu foi sim a Mabelle chegando em mim. Mas eu não fiquei com ela!


Sophia: Não ficou porque eu cheguei antes e atrapalhei o momento romântico de vocês! – Eu disse com nojo.


Liz: Não foi assim, não é como parece. – Ela estava preste a derramar suas lagrimas. – Só ontem que ela começou a vir com um papo estranho para cima de mim, eu me fiz de desentendida, ignorei, mudei de assunto. Mas quando fomos para o camarim nos trocar, ela já chegou tirando a blusa, dizendo que estava com muito calor, e voltou a falar umas coisas estranhas. – Suas palavras estavam me feriando cada vez mais. – Disse que não entendia porque uma menina como eu estava com alguém como você, que eu merecia coisa melhor, pedi que ela não falasse assim de você que eu te amava acima de tudo, mas ela continuou dizendo que eu merecia algo melhor. – Minhas lagrimas começaram a dar sinal de vida novamente, mas agora eram de pura raiva. – Disse que poderia me mostrar o mundo, que poderia me proporciona coisas muito melhores do que você. Ai eu comecei a ficar com raiva e a ignorar o que ela estava falando, foi nesse momento que ela foi chegando perto de mim dizendo que eu era linda, perfeita. – Eu conseguia imaginar tudo, fazendo com que eu sentisse ainda mais ódio. – Eu fui chegando para trás me fazendo de desentendida e querendo fugir dali o mais rápido possível. Mas quando eu vi não tinha mais para onde ir, eu estava encurralada a parede. Eu fiquei sem reação, pedi a Deus que não tivesse que partir para agressão, porque você sabe que eu odeio isso. Ai ela viu falar no meu ouvido, perguntando se eu era boba ou me fazia de boba, porque ela estava ali na minha frente sem blusa se jogando em cima de mim e eu nada fiz. Eu ri de nervoso querendo sair daquela situação nada agradável e me preparei para empurra lá quando te vi na porta, parada nos olhando… – Eu estava completamente tomada por um sentimento horrível. – Falei com você, tentei ir atrás, mas você sumiu pelos corredores. – Ela se aproximou de mim, mas dessa vez eu não recuei, estava estática, irritada, confusa. – Por favor, não faz isso comigo, me desculpa! – Ela tentou pegar em minha mão, mas não deixei.


Sophia: Não Liz, agora não, me deixa, por favor… – Eu sai andando, na verdade quase correndo.


 


Minha raiva estava tão intensa, que mesmo ela tendo me contado tudo, que eu tenha ouvido que ela não fez nada, não dava para continuar aquela conversa. Eu tinha que pensar, entender, rever as coisas. Achei que entrando pela porta de trás ninguém me veria e eu poderia arrumar um lugar tranquilo, mas para minha infelicidade, quase todos estavam na cozinha e ao me verem chorando arregalaram os olhos e quase foram em cima de mim. Simplesmente abaixei a cabeça, e continuei no mesmo passo em direção a sala, ouvi minha mãe algumas vezes, mas ignorei, queria mesmo ficar sozinha e pensar em tudo que aconteceu nas ultimas vinte e quatro horas. Subi as escadas de dois em dois degraus, queria ir para a varando e o caminho mais curto era os primeiros quartos, em reflexo entrei no mesmo que ficamos na outra vez, o da esquerda, que tinha o nome Poncho na porta. Cheguei a parar por alguns segundo olhando ao redor e lembrando das coisas, respirei fundo e segui meu caminho até a varanda. Me encostei a parede e deslizei até o chão.


O céu estava estrelado uma linda noite para deitar ao gramado e contar estrelas cadentes. Sorri sozinha ao já me imaginar ao lado de Liz fazendo exatamente isso. Incrível que mesmo com toda a raiva que eu esteja sentindo eu queria ela o tempo inteiro ao meu lado. Não fiquei sozinha nem por dois minutos, Anahí logo apareceu do mesmo lugar que eu vim.


 


Sophia: Me deixa sozinha! – Eu disse querendo paz.


Anahí: De jeito nenhum. – Ela se sentou ao meu lado. – Lembra quando fomos naquele bar com karaokê, e você foi atrás de mim? – Eu disse sim apenas com a cabeça. – Então, você me disse que eu era como sua segunda mãe, e como tal eu vim conversar com você. Ainda mais que sei que temos gênios bem parecidos. – Eu só queria ficar sozinha, mas pelo visto não ia conseguir, não naquela casa.


Sophia: Ta… – Eu disse sem saída. – Pode falar.


Anahí: Sophia, tudo nessa vida tem dois lados. Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas sei que alguma coisa aconteceu. – Ela falava com calma e aquilo me trazia uma paz bem estranha. – Você e Liz sabem da nossa historia, sabem boa parte dela, o suficiente para entenderem que por eu não ter ficado ao lado de sua mãe, perdemos dezoito anos. – Ela disse meio triste. – Não quero que faça nada que não ache certo, mas quero que pense, entenda, converse, seja compreensiva com você e com ela. Porque as vezes um mal entendimento pode acabar com uma relação inteira, e quando você se der conta, já não tem como voltar atrás. – Ela limpou uma lagrima solitária em meu rosto. – Chorar não vai te ajudar em nada, a não ser a mostrar a si mesma que esta péssima e que precisa dela a qualquer custo. Então Sophia, se você ama, se você acredita no amor, lute por ele, seja forte e encare as rasteiras da vida como aprendizados. Eu estou do seu lado e torço que tudo de certo. – Ela pegou minha mão e a beijou. – Bom, agora eu vou descer e te deixar pensando. – Ela ia se levantar, mas eu segurei em sua mão.


Sophia: Obrigada Anahí! – Meus olhos estavam marejados. – Obrigada mesmo! – Eu a abracei com força ainda sentada ao seu lado.


Anahí: Que isso Sophia, de um jeito ou de outro, sempre fomos uma família. – Ela beijou minha testa e separou do abraço.


Sophia: É, sempre… – Eu sorri concordando e lembrando alguns fatos. – Você chama a Liz para mim? – Eu perguntei sentindo borboletas no estomago.


Anahí: Claro, e espero que tudo de certo. – Ela se levantou. – Vou chamá-la para você.


 


Ela sorriu carinhosamente para mim antes de sumir em um dos quartos. Foi uma conversa curta, mas fez com que me sentisse bem. O ódio que estava dentro de mim já quase não existia. Agora mais que nunca eu queria conversar com ela, entender tudo, pedir explicações e ouvir sem pressa. Conheço minha namorada, e sei quando mente ou diz verdade, então saberei de tudo apenas com o olhar.



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Autor(a): portinons2vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 44



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  • tryciarg89 Postado em 05/07/2023 - 23:13:55

    Aí gente tem vários ciscos no meu olho, simplesmente linda e perfeita essa fic. Ameiiii

  • ..Peekena.. Postado em 03/01/2018 - 11:06:35

    Amei fanfic ja li 2 ves haha.. Parabéns

  • portisavirroni_forever Postado em 28/01/2016 - 13:13:08

    Sempre que me perguntarem sobre fanfic, eu vou indicar essa porque é uma das melhores que já li, e olha que já li muitas! PORTINON ETERNAMENTE!

  • vverg Postado em 10/04/2014 - 00:35:51

    Oiii. Li e adorei... foi muito boa.. =) Parabens pela fic =)

  • brunamachado Postado em 05/11/2013 - 02:37:16

    Parabéns muito lindo,AMEI o fim

  • brunamachado Postado em 24/10/2013 - 16:35:22

    Posta maaais

  • brunamachado Postado em 23/10/2013 - 21:35:13

    Posta mais..o bicho tá pegando,aposto que foi a mãe da Dulce,essa jararaca

  • brunamachado Postado em 21/10/2013 - 20:02:59

    Essa mãe da Dulce é uma jararaca mesmo hein,credo..... A web já está na metade né amore? Posta mais,muito boa

  • juju_simoess_ Postado em 21/10/2013 - 01:41:03

    Ai que lindooo! Muito diva essa historia! Estou amando!!! Posta mais!

  • brunamachado Postado em 20/10/2013 - 02:57:32

    Sua fic é muito boa,posta mais


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