Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Sophia

Nossa ficamos uns vinte minutos só escolhendo o DVD que íamos ver, tudo que a gente pegava a minha mãe falava que não, ou a Anahí dizia que era chato e não tinha nada de interessante, até que eu avistei um ao lado da televisão e fui ver o que era. De cara pude ver que se travada apenas de nossas mães e era esse mesmo que íamos ver. Minha mãe reclamou como todos os outros, mas eu já estava cansada. Liguei o aparelho e a TV e logo me sentei ao sofá dando play.

De cara logo apareceu nossas mães. Estavam dormindo no sofá dessa mesma casa, agarradas, uma de frente para outra, a cabeça de Anahí afundada nos peitos de minha mãe, com as pernas entrelaçadas. Lindas, posso até dizer que pareciam com a gente.

Liz: Nossa, que lindas vocês duas. – Ela disse sorrindo olhando para nossas mães. – Parecem até com agente.

Sophia: Nossa quanta bebida. – Eu disse olhando para TV, na parte em que Poncho mostrava as latinhas de cerveja jogada pelo chão. – Agora entendi porque estavam dormindo no sofá e não na cama.

Dulce: Não conseguimos, eu lembro que todos sumiram, nisso começamos a brincar de quem bebia mais rápido e quando fomos ver já estávamos super bêbadas. – Minha mãe dizia com um sorriso lindo nos lábios, como se lembrasse de uma bela canção.

Anahí: Ai eu comecei a me sentir tonta e pedi que ela deitasse comigo, deitamos ali mesmo e apagamos em minutos. – Ela olhou para minha mãe e segurou em sua mão a acariciando.

Voltamos a olhar para a TV, estava tudo escuro e só se dava para ouvir os sussurros de Poncho, dizendo para alguém ir com ele e fazer silencio. Alguns segundos depois elas apareceram, dando um belo de um amasso na parede lá fora. Eu podia ver eu e Liz ali, exatamente igual, a mesma vontade, os mesmo beijos, será que somos clones de nossas mães?  Eu sorri ao pensar em algo tão tolo…

Dulce: Acho que essa cena pode passar né?! – Minha mãe parecia constrangida.

Anahí: Relaxa Dulce. – Ela a abraçou de lado. – Deixa elas verem, não tem nada de mais, é só amor…

Dulce: Ai não sei, fico nervosa, é minha filha e sua filha. – Ela disse olhando para gente. – Sinto como se tivesse as influenciando.

Liz: Para pra pensar Dulce. Esta certo que vocês namoraram bem antes de nascermos, mas vocês só voltaram dezoito anos depois, e a gente já namorava, em nenhum momento vocês nos influenciaram, e mais, tudo que vocês fazem ou fizeram a gente também já fez, temos mais de dois anos de namoro e não somos mais crianças.

Dulce: Desculpa meninas é a força do habito, ainda acho que são bebes. – Ela sorriu. – As vezes até me esqueço que sou avô.

Sophia: Então pronto mãe, para com isso e vamos ver!

Voltamos a ver bem no momento em que minha mãe dizia: ‘Sai Poncho, deixa agente em paz, só porque você é um mal amado, não precisa ficar atrapalhando a gente’ elas pareciam meio altas pela bebida, ainda estavam abraçadas com os rodos colados lado a lado. Logo a voz rouca da mãe de Liz também surgiu. ‘Poncho e Christopher, porque vocês dois não vão se comer um pouco e deixa a gente se amar em paz?’ Elas riram e Anahí tentou empurrá-los com a mão, mas Poncho foi mais rápido e se afastou.

Dulce: Poncho sempre inconveniente. – Minha mãe comentou olhando para a gravação e sorrindo.

E foi assim que ficamos por algumas horas naquele porão. Vendo e comentando de cada coisa. Cenas engraças, cenas lindas, outras que mal dava para entender. Teve uma em particular que eu amei. Eram elas discutindo próximas a sauna, Poncho gravando tudo de longe. Não dava para entender o que diziam, só ver o que acontecia mesmo. Bate boca de cá, bate boca de lá e do nada, minha mãe puxou Anahí pelo braço e a beijou com vontade. Cheguei a bater palma sentada ali, bela de uma atitude para acabar com uma briga…

Eu já estava cansada e ainda tinha um final de semana inteiro pela frente. Desligamos a televisão, o aparelho de DVD e subimos para os nossos quartos.

Acordei no outro dia e Liz não estava na cama, olhei o redor do quarto e a porta do banheiro estava aberta, me espreguicei feliz e caminhei até o outro cômodo. Ela estava tomando banho de costas para a porta, lavando os cabelos. Tão linda, tão perfeita, a água escorrendo pelo seu corpo junto com a espuma. É incrível saber que ela é minha, que me ama, que esta sempre ao meu lado. As vezes lembro da gente quando criança, brincando de boneca. Eu adorava o jeito que ela tirava os cabelos do rosto, ou limpava a boca depois de tomarmos achocolatado. Lembro de quando alguma de nós se machucava, o jeitinho que uma cuidava da outra. Fiquei ali parada a olhando e lembrando de nossa infância quando ela se virou e me viu.

Liz: Ah, você esta ai? – Ela abriu a porta do box sorrindo. – Vem… – Ela estendeu a mão a mim. – Vem tomar banho comigo. – Adoro o bom humor matinal dela.

Eu apenas sorri feliz, tirei minha roupa e entrei na água quente junto a ela. Tomamos um banho tão gostoso, que por mim passaria o dia todo ali. Mas confesso que ficamos mais tendo nos acariciando do que qualquer outra coisa. Quando acabamos, colocamos nossos biquínis, e descemos para tomar café com todos os outros.

Deve ser maravilhoso vir com os amigos para essa casa, mas eu não trocaria amigo nenhum por essa família gigante que nós temos. Mesmo não tendo sido criada junto com todo mundo, eu sinto como se já os conhecesse de muitas outras vidas. Como se só a gente se bastasse.