Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Dulce

E o papo dos quartos rendeu, mas rendeu tanto que quando conseguimos mudar de assunto já eram quase quatro e meia da manha. Depois de um tempo estávamos todos exaustos, bêbados, com aquelas caras de acabados. Ucker dormindo com a cabeça apoiada a mesa, Poncho quase dormindo também, os casais conversando entre si, falavam baixinhos, sorriam, se beijavam. O único som nítido que se dava para ouvir era o do rádio, havia começado a tocar apenas musicas lentas, que fez tudo ficasse ainda mais com aquele clima de final de festa. Eu e Anahí não falávamos nada, apenas curtíamos aquele momento delicioso. Sentadas lado a lado, com os corpos colados, mãos dadas, sua cabeça em meu ombro e minha na sua. Nossa respiração estava serena, e tudo ali naquele lugar fazia não querer sair dali jamais. A música que eu desconhecia acabou e o locutor do rádio disse:’Essa agora vai para todos os corações eternamente apaixonados.’ Ela me olhou e sorriu em seguida.‘Bem que se quis’ disse o locutor deixando a musica rolar.  Ela me olhou meio espantada com certa felicidade nos olhos por saber de qual musica de tratava, eu sorri de volta e beijei sua testa.

Anahí: Depois de tudo ainda ser feliz… – Ela repetiu sorrindo o que a musica dizia e balançava a cabeça negativamente no embalo da música.

Dulce: Mas já não há caminhos para voltar… – Eu completei repetindo do mesmo jeitinho que ela.

Anahí: E o que que a vida fez da nossa vida… – Ela não parou de sorrir um só segundo, assim como eu.

Dulce e Anahí: O que que a gente não faz por amor. – Falamos juntas e demos uma pequena risada no final.

Ela se levantou quase num pulo e me puxou pela mão me levando até o centro. Colou seu corpo junto ao meu, me abraçou com força e começou a se balançar junto comigo, no ritmo lento e gostoso da musica. Senti como se não tivesse mais ninguém no mundo, apenas eu, ela e o rádio tocando a música certa na hora certa. Suas mãos me acariciam com tanta delicadeza e amor, que eu conseguia sentir o que ela sentia, apenas com aquelas toques. Minhas mãos afagavam suas costas querendo fazê-la sentir o mesmo que eu… E ela cantava baixinho junto a musica em meu ouvido. ‘Vem meu amor vem para mim, me abraça devagar, me beija e me faz esquecer’ Sua voz rouca, suava tão sexy e calma que tive vontade de despi-la lentamente, deliciando seu corpo com os olhos. Continuamos a nos balançar e a nos acariciar, sem pressa e sem problemas, apenas eu, ela e o nosso amor. E eu também cantava baixinho. ‘E o que que a vida fez da nossa vida, o que que a gente não faz por amor.’ Ela começou a cantar junto a mim. ‘Mas tanto faz, já te me esqueci te esquecer porque, o teu desejo é o meu melhor prazer… E o meu destino é querer sempre mais, a minha estrada corre para o seu mar, agora vem para perto vem, vem de pressa vem sem fim…’ Continuamos a cantar e a nos balançar, aquela musica parecia ter sido feita para gente, como se soubessem de tudo que passamos. Queria parar o tempo, ou fazer com que andasse sem pressa. Porque esse pequenos momentos são o que fazem amá-la ainda mais, se é que é possível. E infelizmente eles sempre duram tão pouco que quando abro os olhos já é outro dia, outro ano… Quando a musica chegou ao fim olhei em seus olhos e a beijei… Incrível sempre parecer à primeira vez, uma sintonia perfeita, o gosto, a textura, o jeito, até a velocidade. Tudo tão magnífico que só me faz acreditar ainda mais que ela foi sim feita para mim. Terminamos o beijo com um abraço mais que gostoso e quando olhamos ao redor estavam todos nos olhando com as caras mais bobas possíveis. Senti até um pouco de vergonha, mas sorri para eles e sem dizer nada puxei Anahí pela mão, indo para dentro de casa.

Subimos para o quarto quase correndo, incrível como nossa disposição parece não ter mudado. Bati a porta atrás de mim assim que entramos. Com pressa a encostei a parede já beijando sua boca, minhas mãos apertando sua cintura, enquanto as suas seguravam minha nuca. Sua boca com gosto de desejo, com sabor de amor é o que eu mais gosto de provar. Pressionava o meu corpo contra o dela tentando fazer com que virassem um só. Subi minha mão pela lateral de seu corpo por debaixo da blusa, sentindo sua pele quente em contato com a minha. Mordi seu lábio de leve, mas não parei de lhe beijar. Em passos cegos ela foi me empurrando para trás, em direção da cama. Suas mãos passeavam por minha coxa levantando meu vestido até quase a cintura. É sempre como uma dança, como se fosse ensaiado, planejado… Ela mordeu meu lábio e se desprendeu do meu corpo, me olhou totalmente sexy e eu suspirei ao ver a vontade em seus olhos. Tirou meu vestido pela cabeça e me olhou por inteira, sorrindo ainda mais safada. Colou nossos corpos de novo e mordeu meu queixo, lambendo meu rosto até a minha orelha. Sua respiração quente me fez arrepiar. Ela riu em meu ouvido, satisfeita por ter causado o que queria. E com uma voz extremamente roupa e deliciosa ela disse: ‘Comprou essa lingerie pensado em mim?’ No mesmo instante eu tremi, me lembrando a origem dela e disse que não. Não deu para esconder, ela reparou que fiquei nervosa e parou de beijar minha orelha me olhando seria.

Anahí: Comprou pensando em quem Dulce? – Ela disse com um tom serio.

Dulce: Eu não comprei Anahí. – Não acredito que ela ia me fazer falar, tanta coisa para dizer foi logo fazer essa pergunta.

Anahí: Como assim não comprou?

Dulce: Eu ganhei… – Por favor, não pergunta de quem.

Anahí: Quem te deu uma lingerie dessas Dulce Maria? – Ela estava ficando brava.

Dulce: Bem… – Eu não queria dizer, na verdade não tinha nem porque ela ficar perguntando, o passado é o passado.

Anahí: Quem Dulce, quem? – Ela insistiu, seu olhar serio, aquele típico bico de raiva e ainda cruzou os braços no final.

Dulce: O Benedito, no nosso ultimo aniversário de casamento. – Eu disse revirando os olhos achando aquilo totalmente desnecessário.

Anahí: Não acredito… – Ela riu totalmente irônica soltando os braços. – Não acredito que você ta usando uma lingerie que o seu ex marido corno te deu! – Ela disse com raiva.

Dulce: Para de chamar ele assim, nem com ele eu estou mais. – Odeio quando ela fala assim dele. – Não gosto quando fala assim dele, me sinto ofendida.

Anahí: Ofendida estou eu! – Ela revirou os olhos. – Você ta com a lingerie que usou com ele Dulce! – Ela fez uma pausa. – Só de imaginar você e ele… – Ela balançava a cabeça negativamente.

Dulce: Para com isso, achei que esse problema já tinha sido resolvido!

Anahí: É eu também achei, até você esta usando algo que ele te deu para o uso dele! – Ela revirou os olhos mais uma vez. – Serio Dulce, não sei nem o que dizer, tira isso, joga fora, e vai dormir… – Ela virou as costas e foi em direção a porta.

Dulce: Hey onde você vai? – Eu fui atrás dela e segurei em seu braço.

Anahí: Não sei, só me deixa um pouco sozinha, isso foi de mais para minha cabeça. – Ela tirou minha mão de seu braço e saiu batendo a porta.

E eu fiquei ali, estática, sem saber o que fazer. Não acreditei no que havia acontecido. Ela brigou comigo e ainda me deixou na vontade, só porque eu estava usando uma coisa que o meu ex marido - do qual ela sabe que nunca amei - me deu. Estava indo tão bem, tinha tudo para ser uma noite perfeita. Respirei fundo e pensei no que poderia fazer para reverter o que eu tinha causado. Mas não tive que pensar muito, sorri maliciosamente e já comecei soltando meus cabelos. Tirei o sutiã e a calcinha os jogando no lixo do banheiro. Fui até minha mala e peguei minha camisola preta de seda, curta e extremamente sexy. Coloquei do jeito que estava, baguncei os cabelos e coloquei mais um pouquinho do meu perfume. Me olhei no espelho e amei o que vi. Uma Dulce pronta para ter o que quer.