Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Liz

Sophia e eu levamos um susto enorme quando ouvimos o barulho da chave entrando na fechadura, era azar de mais minha mãe chegar bem na hora em que estávamos no maior clima tenso.  Nos separamos tão rápidas como um flash, ajeitamos nossas roupas, limpamos nossas bocas e arrumamos nossos cabeços com uma velocidade surreal, mas também era super comum esse tipo de situação onde já namorávamos escondidas a muito tempo… E mais uma vez conseguimos fazer tudo no tempo exato, quase cronometrado. Quando paramos de frente para a porta, ainda com as respirações alteradas, minha mãe a abriu com um leve sorriso nos lábios, Dulce estava bem atrás dela, com o mesmo sorriso idiota, mas assim que nos viram suas expressões mudaram completamente, mas também não era para menos, já que nós duas estávamos paradas em frente à elas com as mesmas caras de assustadas de sempre. Rolou um clima bem do estranho antes delas entrarem no apartamento. Ficamos todas nos olhando, tentei decifrar os olhares, e parecia que elas tentavam fazer o mesmo, mas do mesmo jeito que eu, não consegui nada, acho que elas também não conseguiram entender mais uma vez o porquê de Sophia e eu estarmos daquele jeito… Dulce parecia assustada e irritada ao mesmo tempo, acho que de alguma maneira não gostou do que viu. Falando em decifrar as coisas… porque Dulce estava com a minha mãe e onde elas estavam, e porque chegaram tão tarde? Essas perguntas sem respostas sobre a minha mãe e a mãe de Sophia estavam começando a me deixar maluca. Não sei ao certo quanto tempo ficamos ali naquela cena em ‘pause’ já que ninguém se mexia, mas minha mãe pareceu despertar de seus pensamentos, entrou puxando Dulce para dentro e fechando a porta logo atrás delas.

Anahí: Desculpa, desculpa, desculpa. – Minha mãe vinha em minha direção. – Desculpa mesmo Liz, eu perdi a hora, juro para você que isso nunca mais vai acontecer!

Sophia: Mãe o que você esta fazendo aqui?! – Sophia se pronunciou tão rápido que não deu nem tempo de xingar minha mãe pelo atraso de quase três horas.

Dulce: É… eu vim… vim ajudar a Anahí! – Disse com medo.

Sophia: Ajudar em que?! – Ela parecia confusa.

Anahí: Veio me ajudar nas falas, temos muito trabalho para fazer amanha, então vamos trabalhar até tarde hoje! – Minha mãe respondeu confiante antes mesmo que Dulce dissesse algo.

Dulce: Sim, exatamente isso. – Dulce parecia triste agora.

Ficamos todas caladas deixando o clima ficar estranho mais uma vez. E essa conversa de vim ajudar minha mãe num sábado a noite era mais estranho ainda, mas minha cabeça já estava com perguntas de mais para eu poder pensar direito. Minha vontade é de jogar todas as perguntas em cima delas de uma só vez e me viver livre delas, porque a cada dia que se passa minha cabeça fica mais cheia delas. Até pensei em dizer que amanha era domingo e elas não tinham trabalho, mas seja lá o que for que elas estão ‘aprontando’ acho que não quero mais saber, então resolvi fazer o que já ia fazer a horas.

Liz: Bom, não me interessa o que vocês vão fazer, o que me interessa é que você chegou três horas depois do combinado, então eu tenho passe livre essa noite. – Eu disse já com a mão na maçaneta.

Anahí: O que quer dizer com passe livre?

Liz: Que posso chegar a hora que quiser e que também posso dormir na casa da Sophia se estiver afim. – Abri a porta.

Anahí: Olha Liz, só porque eu errei de verdade. E é só essa vez, qualquer coisa você me liga ok?!

Liz: Pode deixar mãe, eu vou a festa que te falei, não tem erro, vamos de taxi e voltamos de taxi.

Dulce: Juízo vocês duas em?!

Anahí: E, por favor, meninas, não vão beber, nem fumar e nem fazer sexo!

Liz: Ah mãe pelo amor de deus né?! – Eu tive que rir. – Depois dessa eu vou até embora! – Peguei no braço de Sophia. – Vamos Sophia!

Dulce: Toma conta do meu bebe em Liz! – Ela sorriu para mim.

Sophia: Para mãe!

Liz: Pode deixar. – Abracei Sophia de lado. - Que eu não deixo ela beber, fumar e nem fazer sexo com ninguém. – Disse rindo e ri ainda mais ao pensar ‘a não ser comigo é claro’.

Anahí: Esta debochando de mim? – Eu ainda abraçava Sophia, mas a soltei para fazer aquela típica cena de pessoa indignada.

Liz: Não mãe que isso! Você sabe que eu não faço essas coisas. – Nós já estávamos no lado de fora do apartamento. – Tchau para vocês, se divirtam ai trabalhando. – Eu coloquei um tom de deboche em minha ultima palavra.

Anahí: Juízo em meninas!

Sophia: Pode deixar tia! – E fechou a porta bem atrás dela.

Não descemos de elevador e sim de escadas, fomos que nem duas loucas, de mãos dadas e rindo sem motivo algum. As vezes penso que deve ser muito ruim ser adulto, adultos não fazem essas coisas loucas, não tem paixões ardentes e não curtem namorar escondidos, pelo menos é como eu os vejo. Eles são sempre chatos, sem graça, namora, vão em motel fazer sexo ou em casa mesmo, não tem aquela adrenalina de fazer em bares, boates, camarins, e outros lugares públicos. Cara as vezes acho que minha mãe nunca fez essas loucuras, as vezes acho que minha mãe só teve o meu pai na vida dela, pelo menos não sei de nenhum outro caso que ela tenha tido, a não ser os namoricos de adolescência que ela me contou uma vez. Então, quando eu for adulta de verdade, acho que vou ser desse mesmo jeitinho que sou, não vou deixar de aproveitar as coisas boas da vida só porque sou uma adulta idiota, quem disse que os adultos não podem se divertir como se divertiam como jovens, quem foi o louco que inventou essa besteira?… Chegamos à portaria com a respiração um pouco ofegante e ainda de mãos dadas. Demos boa noite ao porteiro e entramos no primeiro taxi que apareceu. Chegamos à festa e de cara demos com Nina e Manuel se pegando em um cantinho da casa.

Sophia: Que isso Nina, vai com calma ai!

Ela Parou de beijar Manuel que estava encostando a parede, mas continuou abraçada a ele, apenas virou o rosto para nos olhar. O brilho nos olhos, o sorriso e a felicidade deles era tão nítida, que eu tive que sorri também.

Nina: Onde vocês estavam?

Liz: Na minha casa. Minha mãe levou três horas para chegar! – Eu revirei os olhos.

Manuel: Sei, e vocês duas nem aproveitaram essas três horas de uma outra forma né?!

Sophia: Pior que não. – Ela fez uma cara engraçada. – A mãe da Liz e a minha mãe apareceram cinco minutos depois que eu cheguei!

Nina: Minha mãe? – Ela se virou para gente ficando de costas para o namorado que a abraçou em seguida. – Como assim a minha mãe?

Sophia: Não pergunte, também não entendemos nada, mas as duas apareceram lá e já eram quase onze horas.

Nina: Nossa, que estranho gente! – Ela parecia confusa.

Liz: E outra, minha mãe disse que elas vão ficar por lá até tarde trabalhando.

Manuel: Até tarde? – Ela sorriu com malicia nos olhos.

Sophia: Sim, pelo menos foi o que elas disseram para gente.

Nina: Ai, adorei saber disso. – Ela olhou para Manuel. – O que acha que irmos lá para casa agora?

Manuel: Mas e seu padrasto?

Nina: Ele viajou meu amor, a casa é toda nossa!

Manuel: Então o que estamos fazendo aqui? – Ele disse já ficando ao lado dela.

Sophia: Olha, só porque é muito mais difícil para vocês, ficarem sozinhos em casa, eu deixo a casa para vocês. – Ela riu maliciosa também.

Liz: É, podem ficar a vontade, eu e Sophia vamos dormir lá em casa, hoje. – Peguei na mão de Sophia.

Nina: Ai meninas obrigada, obrigada mesmo! – Ela estava mais que feliz, naquele momento.

Sophia: Que isso, irmãs também servem para essas coisas…

Liz: Mas me diz, como ta a festa gente?

Manuel: Regada de bebida, e com muita gente se esfregando por ai. Já vi milhares de beijos tripos, mulheres se pegando, homens se pegando, vi algumas pessoas caídas também.

Sophia: Opa, então quer dizer que ta do jeitinho que agente gosta?

Nina: Do jeitinho que nós gostamos, sexo, bebidas e mais sexo!

Liz: Perfeito, vou aproveitar a noite com a minha namorada da melhor maneira possível!

Manuel: Só cuidado para ninguém de estranho ver vocês duas, porque se uma foto sai, vocês estão ferradas!

Sophia: Ok, nós só vamos beber um pouco, e rir muito das pessoas alheias.

Nina e Manuel agradeceram mais uma vez antes de iram para a casa. Já eu e Sophia entramos de verdade na festa e fomos diretamente para o bar, as pessoas já estavam loucas de mais, todo mundo se pegando, gente vomitando, esse era o lado ruim de chegar muito atrasada em uma festa ter que ver esse tipo de coisa sóbria. Pegamos duas tequilas e as viramos, uma cada uma, fizemos aquela típica cara feia e pedimos mais duas. As tomamos, mas dessa vez sem cara feia, sorrimos uma para outra sem ter motivo e pedimos duas cervejas para ir bebendo com calma… Não somos maiores de idade, eu ainda tenho dezessete anos e Sophia é um ano mais nova que eu, mas eu já bebo a tanto tempo que nem me lembro direito como foi o meu primeiro porre, só me lembro que foi com a Sophia, e que tínhamos entre doze e treze anos. Ficamos tão bêbadas, mas tão bêbadas que eu dormi com a cabeça na privada e Sophia dentro da banheira… Fomos para pista do jardim, onde a musica era mais sexual, todo mundo dançava se esfregando. Pode-se dizer que era até bonito de se olhar aquelas pessoas dançando tão sensualmente. Dava até vontade de dançar com todas elas. Sophia avistou algumas pessoas conhecidas ao fundo do jardim, e com muita animação fomos falar com elas.

As meninas: Paola uma ruiva lindíssima, de olhos cor de mel, altura mediana, corpo estrutural e lésbica. Helen uma menina super louca, linda também, cabelos castanhos e cacheados quase até a bunda. Annabel loira com os cabelos bem curtos, minha altura, muito bonita, mas nem tanto quanto Paola, e tão louca quanto Helen. E por fim Judy, digamos que a menos bonita, mas a mais legal, simpática e super divertida também. Eram elas as meninas que encontramos na festa, sempre esbarramos com elas nesses tipos de eventos. Mas nunca chegamos a passar uma festa dessas toda com elas de verdade… Helen já estava mais para lá do que para cá, todas estavam bem bêbadas para falar a verdade, não que eu e Sophia fossemos ficar sóbrias o resto da noite já que bebemos duas tequilas seguidas, e para ficar pelo menos no brilho mais umas duas tequilas eram suficientes. Então foi exatamente isso que fizemos, fomos ao bar, bebemos mais duas tequilas cada uma e voltamos para o jardim onde as meninas se encontravam. Juntamo-nos a elas já dançando, que dançavam em volta da gente de uma maneira muito sensual, praticamente se esfregavam, e dançávamos com elas do mesmo jeito, apenas nos divertindo sem nenhuma maldade. E a festa rolou assim, danças, bebidas, brincadeiras, risadas… Estava tudo uma maravilha, perfeito até de mais, eu estava me divertindo horrores com a minha namorada, com a mulher da minha vida, tem coisa melhor?!

Liz: PP, eu vou ao banheiro e já volto, fica ai com as meninas, que eu não demoro! – Eu disse com um pouco de dificuldade pelo teor de álcool que já se encontrava em meu sangue.

Sophia: Ok GG, não demore mesmo, se não vou ficar com saudades! – Ela me deu um selinho ligeiro.