Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

 Os dias pareciam passar na velocidade da luz e a quarta-feira chegou tão rápido que eu nem vi direito, as gravações da novela estavam indo numa velocidade surreal, estava tudo indo muito rápido, tudo indo muito perfeito. Mas também né só tinha fera atuando junto, não que eu me considere uma fera, mas modéstia a parte eu trabalho nisso desde que me entendo por gente… Pelo menos boa eu devo ser se não já teria me tornada alguma outra coisa né?!

  Cheguei a televisa bem cedinho. Passei na cafeteria peguei meu café de sempre, cumprimentei a todos pelo caminho como de costume, falei com Pedro que já havia chegado e parti para o camarim numero um, que era o meu de Dulce, Maite, Ucker, Poncho e Christian. Depois da noite com Dulce lá em casa e do domingo gostoso que passamos em ‘família’, eu e Dulce nos agarrávamos quando estávamos sozinhas nos cantos escondidos da grande televisa, revivendo toda aquela aventura de quando éramos jovens, de quando não tínhamos medo de nada. Eu me sentia exatamente assim, como se ainda tivesse vinte anos, como se eu pudesse ter o mundo inteiro em apenas uma mão. Entrei no camarim e não encontrei ninguém, dificilmente isso acontece já que eu sou sempre a atrasada do elenco. Troquei de roupa e comecei a me maquiar, logo meu cabeleireiro iria chegar para ver qual ia ser o penteado do dia. Fiquei ali sozinha pensando na vida e ajeitando a minha maquiagem por mais uns dez minutos até que a porta se abriu e Maite entrou como um furacão já reclamando das coisas.

 Maite: Nossa senhora, aquele menino ainda me mata um dia. – Jogou a bolsa no sofá. – Juro para você que eu pensei que ele tivesse mesmo machucado! – Ela se aproximou de mim dando um nó no cabelo. – Mas não ele estava tirando uma com a minha cara… – Pegou o pó que estava em cima da bancada e começou a passar ainda falando. – Onde já se viu, pegar o ketchup esparramar na blusa pegar uma faca na cozinha e se fingir de morto no chão da sala! – Ela não parava de falar. – Eu quase tive um infarto quando vi aquela cena, comecei a chorar a entrar em desespero. Não sabia nem o que fazer! – Parou de passar o pó e foi em direção as cabides já escolhendo uma roupa. – Mas ai ele começou a rir do meu desespero, e ficou rindo, rindo, rindo e rindo. E eu fiquei ali com a mão no coração lagrimas nos olhos e com aquela cara de espanto e o meu filho rindo e debochando de mim! – Pegou uma roupa. – Ah Anahí, você não sabe o que eu fiz… Mas eu bati tanto nele, mas tanto e briguei tanto e gritei tanto que estou até agora em estado de choque, não tenho mais idade para essas coisas não! - Falou por fim.

 Anahí: Nossa, se um de meus filhos fizesse isso comigo acho que eu matava de verdade depois.

 Maite: E eu quase fiz isso, mas o Felix não deixou e colocou o menino de castigo.

 Anahí: É pensando melhor, castigo é melhor que bater, dói mais. – Eu sorri. – Mas você esta bem?

 Maite: Mas então, tirando esse incidente trágico que o Silas fez hoje acho que estou bem sim!

 Anahí: Sabe de a Dulce chega cedo hoje? – Não deveria ter perguntado, mas já era tarde.

 Maite: Dulce? – Ela me olhou com aquele olhar de espanto e reprovação de sempre, pensou um pouco antes de dizer e falou em seguida. – Olha Anahí, não sei te dizer isso não.

 Anahí: Que foi Mai?

 Maite: O que foi o que? – Ela ainda me olhava com o mesmo olhar.

 Anahí: Você esta fazendo aquele olhar que eu odeio, esta pensando em alguma coisa, vai fala, diz o que esta pensando! – Mais uma vez eu deveria ter ficado calada.

 Maite: Anahí… Fiquei afastada da sua vida por muito tempo, não afastada fisicamente você sabe o que quero dizer… Mas eu te conheço e conheço seu passado como quase ninguém conhece, conheço seus tiques, suas manias que não mudaram muito, seu jeito de olhar para alguém quando esta apaixonada, seu jeito de falar desse alguém também… Quero dizer que mesmo que você queria, não vai conseguir esconder as coisas de mim.

 Anahí: Onde você quer chegar com isso? – Não deveria mesmo ter perguntado, ela não pode saber das coisas que andam acontecendo, não que eu não confie nela, só não quero fazer dessa brincadeira um jogo de verdade.

 Maite: Você sabe onde eu quero chegar Anahí, sabe que eu observo muito as coisas…

 Anahí: Não, não sei onde quer chegar Maite. Não to entendo mesmo. – Eu preciso me fazer de desentendida.

 Maite: Por quem você perguntou Anahí?

 Anahí: Pela Dulce?

 Maite: Sim, exatamente!

 Anahí: Não, não… não! – Eu me fiz vitima. – Você ta achando que eu e Dulce?… Não claro que não! Nunca mais na minha vida, Dulce é passado morto para mim, morto e enterrado.

 Maite: Bom, como já disse, ficamos muito tempo afastadas não sei se vamos conseguir ser tão amigas e confidentes como éramos antes, não precisa me dizer nada porque felizmente ou infelizmente eu sei das cosias, eu vejo ela, e você sabe mais que ninguém que eu sempre tenho razão.

 Anahí: Não Maite, claro que não, eu estou super disposta a ter aquela amizade que nós tínhamos. E sim você sempre tem razão das coisas, mas é serio nada haver mesmo eu e Dulce. – Assim que terminei de dizer a ultima palavra Dulce entrou no camarim e eu senti meu corpo todo tremer.

 Dulce: Ouvi meu nome! – Ela disse sorrindo. – Estavam falando o que de mim posso saber?

 Anahí: Nada, só perguntei por você. – Eu disse como uma adolescente quando o menino que ela gosta ouve ela dizer algo sobre ele e ele vai até ela perguntar.

  Maite jogou aquele olhar novamente para mim e sorriu sozinha ao terminar de pegar sua roupa. Logo Ucker, Christian e Poncho chegaram animados falando de uma viagem da qual não entendi nada. As gravações voaram como sempre tudo muito divertido e descontraído… Evitei ao máximo de olhar para Dulce quando Maite estava por perto, não poderia ficar dando mais bandeira desse jeito. Não posso deixar meu sonho virar um pesadelo assim dessa maneira, ainda mais que esta tudo muito bom. Sexo doidos pelos cantos, nada de compromisso, nada de ciúmes, ninguém é de ninguém, é apenas sexo gostoso, apenas uma boa curtição com minha colega de trabalho…