Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

Não era saudável ficar assim desse jeito… Respirei fundo e olhei para ela que mantinha seus olhos fixo na pessoa que estava cantando no momento. Ela parecia mesmo prestar atenção na musica, mas eu a conhecia muito bem, ou pelo menos acho que conheço né?! E sei que atenção naquele momento era algo que ela não estava dando a pessoa cantante. Mexi no cabelo como de costume quando estou nervosa, um tique que não fazia há muito tempo e me virei por completo para ela.

Anahí: Dulce? – Eu falei com calma e medo.

Dulce: Não Anahí. – Ela disse sem olhar para mim.

Anahí: Sim Dulce! – Ela não queria falar comigo.

Dulce: Não aqui, depois agente conversa. – Ela ainda olhava para a pessoa que cantava.

Anahí: Sempre depois, sempre amanha, nunca pode ser no momento em que eu quero.

Dulce: Olha para onde estamos Anahí! – Ela finalmente olhou para mim. – Estamos em um bar com nossas filhas, quer mesmo discutir isso agora? Agora mesmo?

Anahí: Sim eu quero! – Eu disse com firmeza.

Dulce: Você é louca! – Ela se virou para o palco.

Anahí: Elas vão demorar tenho certeza, elas sempre demoram, ficam conversando ajeitando a maquiagem. – Ei disse com razão.

Dulce: Não. – Ela negou com a cabeça.

Anahí: Você não acha que esta sendo infantil de mais não?

Dulce: Eu infantil? – Ela me olhou e soltou uma única risada debochado. – Quem foi que saiu do palco como uma criança com medo? Foi eu? Ah não! foi você… desculpa! – Ela se virou para frente mais uma vez.

Anahí: Se eu não tivesse saído correndo do palco, se eu tivesse ficado mais dois segundos nele eu teria simplesmente te agarrado, e te beijado na frente de todos. – Ela estava irritada. – Você ia querer que nossas filhas e centenas de pessoas vissem? Porque se quiser agente sobe lá de novo canta outra e eu te beijo!

Dulce: Desculpa se você não sabe se controlar. – Ela disse debochada olhando para mim novamente.

Anahí: Eu duvido que se eu tivesse te agarrado você teria me empurrando ou não teria me beijado também.

Dulce: Esta me chamando de fraca?

Anahí: Não, só to dizendo que esse é um problema que ambas temos. – Eu fiz uma pequena pausa. – E é sobre isso que quero falar. Porque agente é assim Dulce?

Dulce: Assim como? – Ela parecia mais calma e virou seu corpo para ficar de frente para mim.

Anahí: Você sabe, ou agente esta nos cantos fazendo loucuras como duas adolescentes apaixonadas ou estamos assim brigadas, sem nem olhar direito uma na cara da outra. É sempre oito  ou oitenta, não existe um meio termo.

 Dulce: E acho que nunca vai existir.

Anahí: E porque não? Porque não tentamos ser amigas, conversar como pessoas normais, sem brigas, sem sexo…

Dulce: É uma coisa complicada você sabe disso, eu sou casada amo meu marido, amo meus filhos, mas as vezes, na verdade sempre… Quando estou perto de você sinto coisas, me da vontade de fazer loucuras. – Ela fez uma cara to tipo ‘estou falando de mais’ – Acho que é a nostalgia sabe? O passado as vezes parece que esta no presente.

Anahí: É eu acho que é isso mesmo… Nossa historia não teve um final feliz, então as vezes o nosso sub inconscientes meio que pede para tudo ter um bom final. Porque bem ou mal antes de você engravidar da Nina agente era muito feliz. - Aquela conversa já estava tomando outro rumo.

Dulce: Exato. – Ela respirou fundo. – Acho que podemos tentar. Ficar no meio termo, nem brigadas e muito menos ficar que nem loucas fazendo sexo por ai. – Ela riu.

Anahí: É podemos sim, vai ser melhor para gente, melhor para o trabalho e melhor para nossas filhas. Nada de sexo e nada de ficarmos como duas estranhas que nunca se viram. – Eu sorri para ela.

Dulce: É amigas… – Ela sorriu e estendeu a mão para mim.

Anahí: Amigas. – Apertei a mão dela e na mesma hora tive vontade de beijá-la, isso ia ser muito mais difícil que parece.

Dulce: Podemos começar sem muito contato físico né?! – Ela sorriu.

Anahí: Ótima escolha!

Terminamos de conversar naquele momento, não tinha muito mais o que dizer, mas pelo menos não estávamos com aquela cara de emburrada ou viajando em nossas mentes. Ficamos olhando as pessoas cantarem comentando sobre elas rindo de outras até que Sophia e Liz apareceram rindo e contentes. Eu me lembro quando eu e Dulce ainda éramos apenas amigas, sempre juntas, sempre fazendo tudo juntas. Era uma ótima amizade como irmãs siamesas que nunca se desgrudas, mas foi ainda melhor quando descobrimos que éramos perdidamente apaixonadas uma pela outra, que nos amávamos acima de tudo. A noite no bar teve altos e baixos, mas por um lado foi bom, por ter conversando pelo menos um pouco com Dulce, por ter resolvido, ou tentado resolver um de nossos problemas.