Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon

Anahí

Minha sede era tanta que abri os olhos despertando de um sono profundo. Minha cabeça latejada, eu podia sentir todo o meu corpo dolorido. Fechei os olhos de novo e em minha mente veio tudo o que havia acontecido naquele quarto nas ultimas horas. Exatamente tudo, de Dulce me olhando da porta de seu quarto e depois me agarrando como um animal até me possuir por completa, e depois de deitar ao meu lado como um casal lindo e feliz e cantar em meu ouvido como uma canção de ninar. Também me lembro de ter chorado até pegar no sono de verdade… Abri os olhos com medo e virei meu corpo para o outro lado da cama onde estava completamente revirado e vazio. Por um momento achei que tudo não se passou de mais um sonho, mas o cheiro de Dulce estava entranhado nos lençóis, travesseiros e minha pele. Sim, tudo havia sido real, uma dura realidade, da qual eu teria que fingir que nunca aconteceu. Levantei e mais uma vez tive a certeza que tudo foi verdade quando vi que ainda estava nua. Entrei no banheiro tomei um banho bem gelado e bem demorado, tentando lavar minha alma e meus sentimentos juntos ao meu corpo, coisa que não tive muito sucesso. Coloquei a primeira roupa que vi dentro da mala e desci quase correndo para a cozinha, eu precisava de água e analgésicos. Cheguei à cozinha e a primeira coisa que vi foi ela sentada na mesa tomando café, ou lanchando, já que não faço idéia de que horas eram. Fui direto ao armário, peguei um copo e um analgésico indo até o filtro e pegando água.

Dulce: Boa tarde para você também, dormiu comigo por acaso? – Ela disse ironicamente.

Anahí: Nem que você fosse a ultima mulher do mundo. – Eu sorri da mesma maneira irônica que ela e tomei mais um gole de água.

Dulce: Vem senta aqui, vem comer alguma coisa. – Ela apontou para a cadeira na frente dela. – Você deve estar cansada e tenho certeza que precisa se alimentar para repor suas energias.

Anahí: Não estou com fome. – Eu disse seca, o que ela estava querendo?

Dulce: Você quase nunca sente fome Anahí, senta e toma pelo menos um suco. – Ela parecia preocupada ou era impressão minha? – Ou come uma torrada.

Anahí: Você esta bem Dulce? – Eu disse a encarando.

Dulce: Estou, porque não estaria?

Anahí: Por nada, esquece. – Eu fui me sentar a sua frente como ela havia sugerido.

Dulce: Eu pareço mal? Se forem as olheiras é porque eu quase não dormir sabe? – Ela estava jogando muita piadinha para o meu gosto.

Anahí: Ah é e porque não dormiu? Ficou chorando a falta do seu amado marido? – Se ela quer brincar é brincar que vamos

Dulce: É exatamente isso, passei a noite… quero dizer manha inteira chorando por ele ter me deixado sozinhas sem o seu amor e carinho. – Ela fez a cara de triste mais irônica que eu já vi.

Anahí: Nossa, consigo ver a saudade e a tristeza no fundo dos seus olhos. – Eu sorri deboxadamente e coloquei suco para mim em um copo.

Dulce: Eu sei que consegue. Você lê meus olhos melhor do que ninguém. – Ela sorriu de canto, o seu típico sorriso safado. – Assim como eu também sei ler os seus. – Ela disse baixinho como se tivesse me chamando para voltar para aquele quarto de novo.

Enzo: Mamãe! – Ele veio correndo e me abraçou com força cortando todo aquele clima tenso entre eu e ela. – Eu tavo com saudades de voxê! – Ele disse ainda abraçado a mim e olhando em meus olhos.

Anahí: Eu também estava meu amor. – Beijei a cabeça dele. – Estava morrendo de saudades! Me conta você foi um bom menino com a tia Maite?

Enzo: Claro né mamãe? – Ele me olhou do mesmo jeito que eu o olho quando ele fala alguma besteira. – Semple sou!

Anahí: Então eu posso te deixar sempre com ela né?

Enzo: Não semple! Poque se não vo ficar com muita sadade!!

Anahí: AI meu filho lindo. – Abracei ele com força. – Te amo muito sabia?

Enzo: Sabia mamãe, eu também amo muito voxê! – Ele me deu outro abraço. – Agorla eu vou blincar mais. – E saiu correndo do mesmo jeito que chegou.

Dulce: Você é uma ótima mãe, seus filhos são perfeitos. – Ela estava me olhando com um olhar totalmente diferente de minutos atrás, agora era um olhar tranqüilo e amoroso.

Anahí: Obrigada, você também é um ótima mãe, a Nina e a Sophia são meninas maravilhosas.

Dulce: Eu sei que são, mas as vezes acho que fui um pouco ausente.

Anahí: Também me sinto assim! Como se meus filhos tivessem meio que se criados sozinhos.

Dulce: Sei como é. Mas ainda bem que tivemos sorte né?! Já que todos os nossos filhos são pessoas maravilhosas.

Anahí: Sim, ainda bem. – Tomei um gole do suco e desviei o olhar, olhando pela janela para o dia bonito que fazia lá fora.

Dulce: Toma logo esse suco para irmos lá para fora.

Anahí: Pode ir na frente se quiser.

Dulce: Não, eu espero você! – Ela sorriu.

Não dissemos mais nada na cozinha. Eu terminei meu suco em apenas alguns goles e fomos para fora onde encontramos todos, menos Liz, Sophia, Manuel e Nina. Perguntei onde estavam e de imediato Maite disse que eles haviam ido à praia que íamos quando jovens, que na verdade é uma lagoa. E disse também que eles já deveriam estar chegando já que eles haviam ido para lá um pouco mais cedo. Ficamos conversando todos como uma grande família, a grande família que sempre sonhamos em ser.

As meninas e Manuel logo chegaram se juntando a gente, agora sim a família esta completa, todos com suas famílias e filhos conversando animadamente. Ta, ta, ta… Esta certo o pai dos meus filhos morreu me deixando viúva e que a pessoa que eu mais amei e odeie na minha vida também não esta com seu devido par. Mas isso é apenas um pequeno detalhe, já que para mim ele não faz a menor falta. Na verdade sinto é pena dele, já que é um bom homem e a Dulce o faz de babaca e corno. Ainda bem que eu me livrei dela a tempo, imagina se eu tivesse com ela até hoje? Acho que seria a pessoa mais chifruda do mundo. Eles estavam falando sobre um cara super gay da televisa que até hoje não saiu do armário, estavam falando sobre essas coisas de homossexual, já eu como de costume viajava na minha mente, tentando me prender pelo menos um pouco na conversa. Sou uma boa atriz, sei fingir, estar prestando atenção e ainda conversar junto a eles, sem dar a mínima para o que estão falando. Devo ser uma raridade da natureza… Eu estava pensando na manha que tive, estava lembrando de Dulce cantando em meu ouvido e sem perceber comecei a cantarolar a musica.