Fanfic: Um passado no presente -Portinon- (Finalizada) | Tema: Portinon
Anahí
Não pude acreditar quando vi Dulce agindo daquela maneira, logo ela, ela que sofreu tanto na mão da mãe que fazia de tudo para nos separar, logo ela que sempre dizia que jamais recriminaria um filho por amar alguém do mesmo sexo, como aquela louca da mãe dela fazia… Ela se tornou uma copia perfeita da mãe. Esta certo que quando a mãe dela descobriu foi bem pior que isso, mas acho que se eu deixasse Dulce seguiria o mesmo caminho. Infelizmente agora eu tenho certeza que aquela menina que eu conheci morreu a muito tempo e se tornou esse monstro que todos podem ver.
Mandei as meninas voltarem para o luau antes que Dulce batesse nelas. Não ia ser uma cena muito legal porque sem duvidas eu iria proteger as meninas… Logo Sophia e Liz já estavam distante o bastante para eu começar a falar, e jogar as coisas em sua cara.
Anahí: Quem é você?! – Eu a olhei abismada com tudo que havia acontecido. – No que você se transformou?! – Eu a olhava com reprovação, enquanto ela mirava meus olhos seria, sem ao menos piscar. - Cadê aquela moleca com jeito de mulher que eu conheci? Que prezava a felicidade das pessoas acima de tudo? Que amava a vida, que tinha um brilho lindo nos olhos?! Que sonhou em construir uma família comigo, que disse que teríamos muitos filhos e que jamais os julgaria por amarem pessoas do mesmo sexo?! – Eu fechei os olhos lembrando vagamente dela dizendo isso para mim e voltei a olhá-la com desprezo. – Você se transformou naquilo que disse que jamais se transformaria, você agiu igualmente a sua mãe!
Dulce: Nunca mais diga isso. – Ela disse com raiva, seus olhos ferveram ao ouvir a ultima frase.
Anahí: Digo e repito! Você se tornou igual a sua mãe! Uma mulher fria, sem coração, que não pensa em ninguém, apenas em sua própria imagem. Que não tem caráter, que pisa nas pessoas, e prefere ver a infelicidade da própria filha do que aceitar que ela ama alguém do mesmo sexo… Tal mãe tal filha!
Dulce: Eu não sou igual a minha mãe. Não mesmo, nem de longe eu me pareço com ela! Eu nunca faria e diria essas coisas para minha filha, como minha mãe disse para mim quando eu era jovem. – Eu podia sentir o ódio saindo de suas palavras.
Anahí: Não? Olha o que você acabou de dizer para Sophia! Veja como você agiu perante ao comentário de que elas se amavam! – Meu tom de voz já era mais alto que o normal. – Você foi quase uma copia perfeita da sua mãe. Eu me lembro como se fosse ontem… E eu vi, eu vi os olhos dela nos seus quando você pegou Sophia pelo braço.
Dulce: Mesmo? – Ela pareceu se render. Abaixou a cabeça e passou a mão em seus próprios cabelos voltando a olhar em meus olhos. – Mas elas não sabem nada do amor… – Ela parecia mais calma e convicta.
Anahí: E você? Você sabe alguma coisa? Você ama alguém Dulce? Será que você ama a si mesma pelo menos?
Dulce: Você acredita mesmo que eu sou uma pessoa sem coração né?
Anahí: Eu tenho certeza disso! E eu tenho que concordar com sua filha, você que não sabe nada do amor, porque nem aquele seu maridinho corno você ama de verdade.
Dulce: Não coloca o Benedito no meio ta bom? Ele não tem nada haver com isso e eu quero também que você pare de chamá-lo de corno!
Anahí: E eu quero que você pare de ser assim e mostre um pouco a pessoa que é de verdade. Pare de agir como sua mãe e tente ser você mesma! Olhe para seu passado, veja como você era, e olhe para o seu presente e veja no que se tornou. – Eu ainda a olhava com desprezo.
Fiquei calada tentando ler seus olhos que vagavam por talvez lembranças muito antigas… Fiquei mirando-a o tempo inteiro enquanto minha mente começou a vagar também, lembrando de coisas que me davam vontade de chorar por nunca mais ter tido algo parecido… Balancei a cabeça tentando expulsar essas lembranças malditas que me atormentam todos os dias. Voltei a olhar para Dulce que permanecia na mesma posição olhando o nada sem piscar nenhuma vez. Seus olhos estavam lagrimejando de leve quando voltou a mirar os meus, deixando uma lagrima escorrer por sua face. Ela não disse nada, mas meu coração disparou no mesmo instante em que ela veio em minha direção. Pegou em minha mão com tanta delicadeza que quase suspirei ao sentir o contato de nossas peles. Sem pressa me levou até a nossa árvore bem no local onde havíamos escrito A&D. Olhou no fundo dos meus olhos e praticamente me abraçou por trás levando minha mão até as nossas iniciais gravadas no tronco… Dulce me fez alisar nossas letras e depois o coração…
Dulce: Olha para isso… Lembra da menina que fez isso junto com você? – Ela disse revezando o olhar entre eu e a árvore. – Essa menina ainda mora aqui dentro. – Ela pegou minha mão levando-a até seu coração que batia tão forte quando o meu. - Mas infelizmente não posso transparecer isso, não posso me deixar levar… – Ela soltou minha mão pela segunda vez. - Ainda sou aquela moleca que você conheceu e se apaixonou a mais de 20 anos, ainda sou capas de amar e muito, ainda tenho sonhos malucos, ainda desenho coisas idiotas quando estou sozinha, ainda escrevo poemas em um caderno… Mas eu não posso Anahí, eu não posso deixá-la falar mais alto.
Anahí: Do que você tem medo Dulce? – Eu me virei para ela ficando de costas para a árvore.
Dulce: De nada! – Estávamos tão próximas que quase sussurrávamos.
Anahí: Então o que você tem a perder sendo você mesma?
Dulce: Tudo! – Ela fez uma pequena pausa e logo voltou a falar.
Anahí: Não… Não da para acreditar em uma pessoa que não consegue ser ela mesma. – Eu tentei sair de perto dela, mas a mesma me prendeu.
Dulce: Isso escrito atrás de você foi real, existiu de verdade, foi algo vivido e revivido. – Ela pegou em minha mão pela terceira vez e a levou em seu coração. – Esse batimento acelerado em sua presença é real. – Ela levou a mão dela até o meu coração. – Esse seu batimento acelerado em minha presença é real… E isso também…
‘E isso também…’ Foi a ultima coisa que ela disse antes de colocar a mão em meu rosto e beijar meus lábios com tanto carinho que eu podia sentir um gosto doce vindo de sua boca. Um beijo tão gostoso que a lentidão para torná-lo um beijo de verdade foi quase uma tortura para o meu coração. Uma de suas mãos acariciam o meu rosto e a outra meus cabelos. Nada sexual, nada vulgar, nada com pressa. Era uma coisa muito além disso, era uma coisa real, um beijo inexplicável. Um sentimento tão puro que mal posso expressa-lo. Eu apenas a abraçava, tentando fazer daquele momento eterno em minha vida. Porque não me lembro quando foi a ultima vez que beijei Dulce com tanto sentimento assim. Com tanta harmonia e calma. Nossos lábios, nossas línguas se moviam como uma musica tocada em um piano, lenta, precisa e gostosa de se ouvir, de se ver, de se sentir… O beijo terminou com um beijo selado e demorado, ela ainda segurava em meu rosto, eu ainda a abraçava com força, nossos olhos fechados, nossas testas coladas, nossas respirações se misturando uma à outra… Eu podia também sentir seu coração bater forte junto ao meu…
Anahí: O que isso quis dizer? – Perguntei sem pensar abrindo dos olhos em seguida.
Dulce: Que é tudo real, nada aqui é mentira, nunca foi. – Ela começou a frase de olhos fechados, mas logo mirou os meus.
Anahí: E o que exatamente quer dizer? – Não quero tirar conclusões, quero saber a verdade.
Dulce: Que você tinha razão… E eu vou aceita-las, já aceito as meninas como são. Não quero que elas passem o que eu passei. Vou apoiá-las para o que der e vier!
Anahí: Obrigada! – Sorri sabendo que havia ganhado essa batalha, mas ainda queria saber o que isso tinha haver com ela me beijar desse jeito.
Dulce: Vamos voltar para lá! – Ela sorriu para mim deu um passo a frente e pegou em minha mão mais uma vez.
Anahí: Ta… – Eu estava confusa, mais confusa que antes…
Dulce: Então vamos Annie. – Ela me puxava enquanto me chamou do jeito que me chamava quando namorávamos.
Anahí: Do que você me chamou? – Eu parei de andar.
Dulce: De Anahí… – Ela soltou minha mão meio envergonhada e continuou andando.
Quando eu voltar dessa viagem irei procurar meu psiquiatra para me passar um outro remedinho, porque esse já não faz efeito algum. Dulce já me tirou do meu estagio de normal a muito tempo, maldita hora que aceitei fazer uma novela com ela de novo… Mas é melhor nem pensar muito agora, acho que vou é aproveitar o momento e pagar uma de ‘namoradinha’ até chegarmos perto dos outros e voltar a sermos ‘nós mesmas’… Alcancei Dulce em dois ou três passos mais largos e peguei em sua mão sem ao menos olhar em seu rosto. Só queria senti-la próxima a mim, só queria passear com ela ao meu lado como fazíamos antigamente, sem dizer nada, só sentindo…
Autor(a): portinons2vondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 44
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tryciarg89 Postado em 05/07/2023 - 23:13:55
Aí gente tem vários ciscos no meu olho, simplesmente linda e perfeita essa fic. Ameiiii
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..Peekena.. Postado em 03/01/2018 - 11:06:35
Amei fanfic ja li 2 ves haha.. Parabéns
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portisavirroni_forever Postado em 28/01/2016 - 13:13:08
Sempre que me perguntarem sobre fanfic, eu vou indicar essa porque é uma das melhores que já li, e olha que já li muitas! PORTINON ETERNAMENTE!
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vverg Postado em 10/04/2014 - 00:35:51
Oiii. Li e adorei... foi muito boa.. =) Parabens pela fic =)
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brunamachado Postado em 05/11/2013 - 02:37:16
Parabéns muito lindo,AMEI o fim
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brunamachado Postado em 24/10/2013 - 16:35:22
Posta maaais
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brunamachado Postado em 23/10/2013 - 21:35:13
Posta mais..o bicho tá pegando,aposto que foi a mãe da Dulce,essa jararaca
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brunamachado Postado em 21/10/2013 - 20:02:59
Essa mãe da Dulce é uma jararaca mesmo hein,credo..... A web já está na metade né amore? Posta mais,muito boa
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juju_simoess_ Postado em 21/10/2013 - 01:41:03
Ai que lindooo! Muito diva essa historia! Estou amando!!! Posta mais!
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brunamachado Postado em 20/10/2013 - 02:57:32
Sua fic é muito boa,posta mais