Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA
-Meu senhor, por favor, reconsideréis sua decisão. Não tem nada a ver
com o que aconteceu entre vós e o conde; provavelmente não fora mais que um
bebê quando todo aquilo aconteceu. Pelo fogo do inferno! Mas se não é mais que
uma menina! -Ulric tinha estado esperando a que seu senhor saísse dos aposentos
da dama e agora perambulava para seguir seu apressado passo. Passando a manga
da túnica pela frente, exclamou-: Estás castigando à pessoa errada!
-Não, utilizarei-a para castigar à pessoa certa. É o meio para chegar a
um fim. Sua vida me pertence, eu a salvei de morrer-grunhiu Alfonso, e com um
gesto de mão lhe mandou calar. Apertou o passo e o cinturão que levava girou
erraticamente no ar-. Além disso, fala com a mesma ignorância de seu pai.
-Porque te chamou de monstro? -Ulric sacudiu a cabeça, tratando de
seguir o pensamento irracional de seu senhor-. Vós têm a culpa de que lhe
considerem assim. Desde quando te preocupas pelo que digam os habitantes de
Essex de ti? Acredito que sentes lástima dela. Acredito que gostas dela! E por
isso a fazes sua prisioneira; sente-se sozinho e não queres que parta. Queres
colocar à dama em sua cama.
-Não -negou Alfonso-. Já tive suficiente de suas tolices. Não estou de
acordo com nenhum de seus ilógicos sentimentos. Lady Anahí de Portilla só
significa uma coisa para mim: vingança; nada mais. É minha prisioneira; minha escrava.
Pertence-me, e só tenho que pensar na melhor forma de utilizá-la.
-Não é mais que uma garota jovem; uma inocente jovem a qual seu pai já
tratou muito pior que a ti, não tens mais que olhar sua cara! -Ulric tratou em
vão de ocultar o tom de censura de sua voz, mas não o conseguiu. Fez o que pôde
para seguir o passo de seu senhor e baixou torpemente as escadas-. Não podes
estar pensando em feri-la, já sofreu muito. Em todo caso, deverias estar
protegendo-a. Não viste sua pobre cara? O que lhe acontece? Onde está sua
honra, meu senhor?
-Não, é sua filha. -Alfonso voltou a vista com o rosto tenso-. É sua
maldita semente, assim não me fales de honra: não o leva no sangue.
-E dirias o mesmo de Lady Ana Paula, sua filha? -respondeu-lhe Ulric,
sem alterar-se. O temperamento do duque
sempre parecia a ponto de estalar, como se borbulhasse sempre na superfície-.
Querias que a perseguissem pelos pecados cometidos por seu pai?
-Isso é distinto -replicou com um grunhido-. Ana Paula não tem nada a
ver com isto.
-Não, meu senhor, é muito parecido. Talvez deverias pensar nisso melhor
antes de condenar a Lady Anahí a quaisquer que sejam suas retorcidas intenções.
-Chegaram ao patamar das escadas que saía das habitações superiores. Ulric
baixou a voz-. Minha senhora é inocente, não podes feri-la. Se lhe passasse o
aborrecimento, vós também o verias.
Os olhos de Alfonso se acenderam com uma mescla de fúria e ódio; uma
mescla perigosa. Ulric sempre tinha
sabido que o duque guardava um ódio amargo, mas não teria podido imaginar quão
profundo era esse sentimento.
O criado tomou ar com força.
-Mandarei a uma das criadas paraa que lhe leve comida. Não acredito que
valha a pena deixá-la morrer de fome antes que pudesses levar a cabo sua
vingança.
O duque grunhiu, observando fixamente
ao criado. Agarrou a túnica de Ulric com um punho e lhe sacudiu com força,
desesperado para que se calasse. Flexionou os dedos para lhe soltar com a mesma
rapidez e sacudiu a cabeça atormentado,
incapaz de ferir o ancião... face ao que dissesse.
Tragou com força e fez esforços para manter a calma. Ulric se separou
dele. Apesar do seu aborrecimento, o duque não era capaz de castigar ao ancião
criado por sua desobediência. Seguia valorizando a opinião do senescal, sem lhe
importar o pouco agradecido que fora. Por muito indignado que estivesse,
resistia a desfazer-se da lealdade que Ulric lhe professava.
Maldita seja sua lógica, Ulric! E malditas sejam sua forma de se
intrometer e me acusar!
Alfonso ficou observando ao criado até que desapareceu na cozinha.
Grunhindo, arranhou o ar com as unhas
para apagar a imagem do desafiante ancião. Normalmente dizia o que pensava, mas
Alfonso não recordava lhe haver visto nunca tão desafiante.
Ao longo dos anos, cada vez que Alfonso pensava em Enrico a raiva que
sentia se multiplicava por dez até lhe cegar; essa mesma raiva lhe manteve com
vida durante as épocas mais difíceis. Essa raiva alimentava sua alma e lhe
impedia de entregar-se. Alfonso agarrou as mãos, que lhe tremiam de fúria logo que
contida.
Alfonso grunhiu pensando no doce rosto de Ana Paula. Essa menina era a
única luz de sua vida, e sentia saudades suas enormemente. Não foi fácil
deixá-la em Northumbria, aos cuidados das monjas, mas não tinha outro lugar no
qual deixá-la. Soltou uma maldição pensando na mulher. Não podia evitar odiá-la
quando pensava em seu pai.
Haldana colocou a cabeça através da porta da cozinha. Tinha o cabelo
coberto de fuligem e, de onde estava, viu que tinha o dedos enegrecidos. A
mulher se aproximou com expressão desafiante. Em seguida imaginou que Ulric lhe
teria contado os planos que guardava para Lady Anahí.
Girou-se abruptamente sobre os talões e saiu pela porta que dava à
paliçada, ignorando o grito sufocado de consternação de Haldana ao ver que lhe
dava as costas. Empunhou uma espada saxã sem fio que havia junto à estrada e a
lançou ao ar, tomando-a sem esforço com a outra mão ao cair. O duque não
desejava enfrentar-se com a intrometida criada e, sem dúvida alguma, não
desejava que lhe recordassem o que acontecia com Lady Anahí.
* * *
Prisioneira? O monstro do castelo de Lago Azul
me tem feito sua prisioneira? Por todos os Santos, não pode ser certo!
Anahí tentou não chiar, atirou da colcha para cobrir-se e apertou o
braço contra o peito para que deixasse de lhe doer. Ainda sentia o roce dos
dedos do monstro em seu ereto mamilo; podia sentir o ardor de seu fôlego ali
onde lhe tinha roçado. O monstro lhe abrasava o corpo com um fogo que não podia
descrever e contra o qual não podia lutar.
Ao partir ele, tinha caído em um sonho intranqüilo; um sonho cheio de
demônios e fogo, e cadáveres humanos. Uma avalanche de nuvens carmesim tornou o
céu escuro como a noite, até que do céu choveu sangue que empapou a sedenta
terra e correu sobre seu corpo nu enquanto a tenebrosa silhueta do monstro se
aproximava. Não teria sabido dizer quanto duraram seus pesadelos, mas despertou
empapada de suor.
Anahí se sentou na cama, esforçando-se para escutar algo. O fogo que
crepitava na chaminé se intensificava quanto mais tratava de não ouvi-lo. Girou
a cabeça para o lugar no qual tinha aparecido o monstro pela primeira vez. Era
lógico que um demônio viajasse através do fogo do inferno. Estava com ela
agora? Lhe teria cegado ele? Lhe teria tirado alguma outra coisa? Sua
inocência, talvez? Ou teria sido Derrick quem lhe tirara isso primeiro?
Anahí amaldiçoou a seus olhos por não poder ver o monstro, apesar que,
de alguma forma, alegrava-se de não poder fazê-lo, pois se imaginava muito bem
como era.
Sem dúvida alguma, é um demônio de chifres protuberantes e presas
afiadas. Seguramente sua pele é da cor escarlate do sangue e que os fluidos de
suas vítimas lhe danificaram os dentes; seus olhos devem ser tão negros como
uma noite sem lua, e tão vazios de vida como... como... Por todos os Santos,
deixa-o já!
Tremendo, lutou contra a imagem que se formou em sua mente. Tinha ouvido
as histórias que circulavam sobre o Monstro de Lago Azul; dizia-se que era
metade humano, metade demônio, e que um espírito lhe tinha desfigurado o rosto
como lembrança de sua vida nas profundidades
do Inferno. Sua voz era profunda, e tinha a negra língua de um demônio;
por isso tinha sabido que era ele quem falava, pois sua voz era diferente a
todas as que tivera escutado nunca.
Lhe fazia estremecer-se. Suas carícias lhe queimavam a pele, e quando
seu fôlego lhe roçou o pescoço, tinha a controlado por completo.
-Minha senhora?
Anahí deu um salto. Estava tão concentrada no que pensava que não tinha
ouvido a criada na porta. Girou-se para o som. Era a voz da primeira criada.
Tratou de enfocar os olhos para vê-la.
-Por favor, não voltes a ir buscá-lo.
-Minha senhora? -perguntou a mulher, evidentemente surpreendida.
-Quem sois? Não posso lhe ver; a cabeça me dá voltas, não consigo enfocar
os olhos e não posso pensar com claridade.
-Sou Haldana, sirvo na casa do duque -respondeu a mulher-. Sempre hás visto assim?
-Não. -Anahí se deteve, confusa-. O duque está em casa?
-Minha senhora sua roupa! -Haldana afogou um gritito-. Me esqueceu que
não estavas adequadamente vestida para receber visitas. Estava tão contente de
que tiveras despertado por fim que eu esqueci!
-Já dá no mesmo. -Anahí sacudiu seu braço nu com frustração e fez uma
careta de dor. Tratou de dissipar a névoa de sua cabeça para recordar o que
tinha perguntado. Estava lhe custando concentrar-se; fechou os olhos e jogou a
cabeça para trás. De repente, recordou o que queria saber e girou a cara-: Dizem que esta é a
casa do duque? De que duque?
-Sim, é a casa de Lorde Herrera, duque do castelo de Lago Azul. Pensei
que meu senhor tinha vindo a apresentar-se.
-Claro, o monstro tem nome humano -disse Anahí em um sussurro, apertando
a colcha com os punhos. Concentrou-se na criada, que não parava de mover-se
pelo quarto-. Por favor, me digas, segue na habitação? Retornou? Como poderei
saber quando está perto?
-Não, minha senhora, a porta não se abriu. -Haldana se aproximou da cama
e alargou uma mão para tocar a testa de Anahí. A jovem se sacudiu ao tocá-la.
-Mas ele... o fogo... -Anahí assinalou a fonte de calor, mas se deteve o
dar-se conta de que, por suas palavras, a outra mulher devia estar franzindo o
cenho-. Mas como entrou então antes? Não lhe vi entrar pela porta.
-Minha senhora, por favor, se acalme. Meu senhor não é nenhum monstro.
-A criada lhe deu uns tapinhas no braço, antes de insistir para que se
tombasse-. Tens febre, acredito que por isso dizes essas coisas. Quando te
sentires melhor, verás como estás equivocada; não há nenhum monstro em Lago
Azul.
Claro! O monstro devia ter leais subordinados. Mas esta subordinada
pretende ser amistosa; deverei estar alerta se não quiser cair na armadilha da
besta. Oh, como desejaria poder ver!
Anahí grunhiu dramaticamente e levou uma mão à cabeça.
-Não me encontro bem; talvez ainda não possa pensar com claridade.
A mulher riu com nervosismo.
-Naturalmente! Já levas toda uma semana e três dias dormindo.
-Por favor, me deixes. Acredito que só preciso descansar. -Anahí
suspirou e girou a cara para o outro lado-. Estou tão cansada.
-Mandarei a alguém para que lhe traga comida -disse Haldana-.Talvez
deverias esperar acordada o suficiente para comer algo quente, ajudará-lhe a se
recuperar antes.
A única resposta que obteve de Anahí foi um comprido e lastimoso suspiro.
-Sim, descanses. -A mulher lhe deu com cuidado uns tapinhas nas costas. Anahí
respondeu com um gemido, muito cansada para falar-. Descanse, minha menina,
virei a lhe ver ao amanhecer.
-Obrigado Haldana -sussurrou Anahí. Não voltou a abrir os olhos. No
momento, pouco lhe importava estar na guarida do monstro, ou que o monstro
queria comer-lhe. Estava contente de ter escapado da casa de seu pai e da mão
luxuriosa de seu prometido.
***
Autor(a): JuHerrera
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
*** Anahí tremeu em suas mãos; seus esbeltos ombros nada podiam fazer contra a excepcional força do monstro. Tinha querido assegurar-se de que era um homem de verdade, feito de carne e osso, e não o mítico demônio que viera a caçá-la. O homem que a toc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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ilusAovondy Postado em 10/12/2015 - 11:56:37
Você gosta de fanfics vondy? De romance e com hots? Vou te indicar uma que eu amo e acho perfeita, e acho que você iria gostar. http://fanfics.com.br/fanfic/51129/por-voce-adaptada-vondy . Leia e se gostar fav.. Beijos.
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daninha_ponny Postado em 31/01/2014 - 14:28:36
É lindaaaaaaa ameiiiiiiiiiiiiii......ameiiiiii
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franmarmentini Postado em 31/01/2014 - 08:41:04
AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI. ..AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...A MEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI ...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI... AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...ESSA FIC FOI MARAVILHOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MUITO LINDA MESMO!!!!!!!! vou ficar aguardando vc postar a outra fic* e já te add. no face e no TT bjus!!!
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lyu Postado em 30/01/2014 - 00:08:02
to ficando sem cabelo! de tanto puxa-los! ele não pode ter morrido. não pode
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daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 23:59:32
Pelo amor de Deus.....ele no pode ter morrido... To chorando ate agora....q aperto no coração.... Isso é maldade....
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franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:53:58
ainda to chorrando...poxa não faz isso comigo pelo amor de deus!!!!!!!!!!!!ele não pode ter morrido por favor por favor!!!!!!!!!!! há na outra fic vc postou repetido to ansiosa pra ler lá também bjus
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franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:44:25
poxa eu to chorrando muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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lyu Postado em 29/01/2014 - 16:03:44
eu vou pirar se ele morrer!
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daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 00:16:03
Aiii ele no pode morrer......tendo infarto m 3.....2...1.....
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iza2500 Postado em 28/01/2014 - 22:37:02
Ai o Poncho não pode morrer, aff! esse rei. posta mais!