Fanfics Brasil - 20 A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada)

Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA


Capítulo: 20

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gracias pelo coments  lyu e flafeitoza 


 


 


 


-Meu senhor, não a encontramos. É como se tivesse desaparecido. -O 
cavalheiro tratava de manter-se firme ante a fúria de seu senhor, mas inclinou 
a cabeça um pouco ao presenciar sua crescente ira-. A procuramos em todas as 
partes.


 


  
-Está claro que não em todas as partes, pois ainda não apareceu, imbecil 
-respondeu com dureza-. Voltem a olhar, prestem mais atenção!


 


  
-Não conseguiremos nada, meu senhor. Não há rastro de Lady Anahí. 
Rastreamos os bosques que vão para o sul e o pântano para o norte. Não há sinais 
de que tenha passado por aí. Nenhum camponês a viu e, se a viram, não o dizem. 
-O cavalheiro apoiou a mão brandamente no punho que levava ao cinto. Coçou o 
loiro cabelo detrás da orelha com a mão enluvada antes de  sugerir com acanhamento-: Acredito que 
deveríamos esperar a ver se pedem resgate.


 


  
-Dá-me no mesmo o que crês! -O conde de Puente Portilla se equilibrou 
sobre o soldado que se atrevia a desafiar suas ordens. Cruzou-lhe a cara com a 
mão com tal força que lhe mandou ao imundo chão. Logo, dando voltas, ficou 
observando a um cão que tinha deitado sobre um montão de palha. O animal se 
distraía roendo um osso. Tomando-a com ele, o conde deu um chute ao cão no 
ventre e fez que o vira-lata saísse correndo e gemendo dali.


 


  
Durante uns segundos, o conde não se moveu; ao ver sair fugindo ao cão 
não se aliviava. Ninguém foi a ajudar ao homem enquanto ficava em pé ele só. O 
cavalheiro ficou em pé, sem atrever-se a voltar para a carga. Elevou a cabeça 
com orgulho e guardou silêncio.


 


  
Enrico observou brevemente os descuidados muros de seu castelo. A pedra 
descoberta começava a rachar-se. Dentro, o chão da sala principal estava 
coberto de palhas, mas eram feitos de imundície em vez de pedra. O castelo caía 
em seus narizes; necessitava de dinheiro, e rápido!


 


  
Agora que sua filha não estava, os criados não cumpriam com suas tarefas 
porque não tinham quem lhes ordenasse. Havia pó por todos lados e o lixo se 
acumulava junto à paliçada, e os banheiros desprendiam um aroma difícil de 
seguir ignorando.


 


  
O conde levava uma sobrecapa de fino linho cor creme com mangas 
ajustadas no pulso, sobre o qual levava uma sobrecapa carmesim de delicada lã 
com mangas que lhe chegavam só até os cotovelos. Os punhos, ricamente decorados 
com bordados dourados mostravam que a capa estava velha. Sua roupa de baixo 
marrom perdia a cor nos joelhos e no traseiro, feito que tratava de esconder 
com a capa. Entretanto, ao  andar, as 
fendas deixavam entrever as partes desgastadas.


 


  
Suspirando ao pensá-lo, o conde passou a mão pela testa antes de dizer:


 


  
-Não quero voltar a ouvir que não podem fazer nada! Encontrem a minha 
filha! Não pode ter ido muito longe sem ajuda. Se for necessário, capturem a um 
par de camponeses, para ver se desejam falar ou não. E se não... capturem a seus 
filhos!


 


  -Já 
ouvistes as ordens de seu senhor.  -Lorde 
Derrick ficou junto a Enrico-. Encontrem a minha noiva!


 


  
O conde se voltou para observar a Derrick. Franziu o cenho, apertando os 
punhos e dentes. Não gostava que lhe interrompessem, embora começava a acostumar-se 
às intromissões de Derrick.


 


  
Era um homem alto, bastante mais que a maioria das passoas, não 
alcançava muito a Enrico, mais largo e de menor estatura. Mas sua altura não o 
fazia mais largo. Era mas bem magro, as bochechas lhe afundavam na cara e lhe 
deixava pouco atrativo para as mulheres. Sua difunta mãe lhe tinha mimado até 
não poder mais enquanto seu pai estava na guerra, e tinha um temperamento 
espantoso.


 


  
Mas aqueles dois homens não só eram diferentes fisicamente. Enrico era 
um homem com título nobre e um grande latifundiário. Gozava do respeito do 
resto dos lordes por ser o intrépido líder que era, apesar de que estava 
acostumado a enviar a seus homens à guerra em seu lugar e preferia fazer-se 
cargo da parte política das guerras, como embaixador. O defunto rei Aethelred 
de Wessex lhe tinha considerado seu leal embaixador e ao conde gostava de 
pensar que o sucessor de Aethelred, o rei Pedro, tinha-lhe na mesma 
consideração. Llevava anos viajando a terras estrangeiras e reunindo-se com 
seus dignatários. Era um honorável membro de Witan e freqüentemente tinha sido 
eleito como representante de suas decisões. Mas era pobre.


 


  
Derrick era rico, imensamente rico, mas não tinha castelo nem exército 
próprio. Não tinha  terras das quais 
vangloriar-se; salvo uma pequena casa de madeira. Devido a sua grande fortuna, 
e às conexões familiares, lhe consideravam um nobre, mesmo que não tivesse título 
oficial. Não formava parte da Witan e era conhecido entre os cavalheiros contra 
os quais lutava por ser o tipo de homem que faria qualquer coisa com tal de 
conseguir o que queria. E Derrick queria poder.


 


  
Enrico não tinha herdeiros varões, pois sua mulher morreu após dar a luz 
a doze varões mortos antes de nascer a Anahí. O conde necessitava a fortuna de Derrick 
para que Puente Portilla seguisse ligada a sua família; e Derrick ansiava o 
poder e o prestígio que lhe outorgaria casar-se com a única filha do conde e, 
portanto, herdar o título e as terras.


 


  
-Marchem! -bramou o conde sem necessidade, elevando um punho em 
desespero. Assim que partiram os soldados, Enrico se voltou para o prometido de 
sua filha-. Temos que encontrá-la, ou não haverá aliança possível.


 


  
-Encontraremos-na, e ao culpado também. -Derrick entrecerrou os olhos 
para ver os homens partir. Quando voltou a olhar ao conde, seus fundos olhos 
eram negros.


 


  
-Anahí nunca teria partido sozinha -replicou o conde com o cenho 
franzido-. Sabe qual é seu dever com respeito a vós; nunca fugiria.


 


  
Derrick não falou, mas assentiu devagar com a cabeça.


 


  
-Há alguma notícia de Lynne, sua donzela? -perguntou Enrico.


 


  
-Um dos camponeses informou de havê-la visto passar antes que Anahí 
desaparecesse. O mais seguro é que fugisse com algum amante -respondeu Derrick 
sem esperança. Olhou  distraídamente para 
longe, protegendo os olhos com a mão-. Suponho que com alguém do povoado do 
pântano.


 


  
-Esses do pântano são um bando de camponeses pestilentos -grunhiu o 
conde, descartando o destino da criada desaparecida com um movimento de mão-. 
Essa Lynne sempre foi estranha.


 


  
Os lábios de Derrick se permutaram em uma careta.


 


  
-Irei eu mesmo com seus homens e procurarei a minha dama; não pode ter ido 
muito longe. Não posso ficar aqui parado, presenciando sua inutilidade, nem um 
minuto mais.


 


  
-De acordo, Derrick, marche -grunhiu o conde, irritado. Deu um chute a 
uma pedra que havia junto à porta-. Pois váis em busca de seu futuro. Sem 
casamento, não há título nobiliário.


 


  
Derrick franziu o cenho.


 


-Enrico, sem Anahí, não terás mais 
alternativa que me dar seu título.


 


 


 


 


 


       
* * *


 


 


 


 Anahí esfregou o nariz e subiu a saia até a 
cintura, tratando em vão de mantê-la separada da negra fuligem. Parecia que não 
tinham limpado a foqueira da cozinha desde que a fizeram. A pedra estava suja 
dos restos de comidas anteriores.


 


  
A qualidade de sua capa não era boa, mas era feita de uma lã muito 
resistente. Era o vestido de uma criada, e era menos glamoroso que as 
vestimentas às quais estava acostumada, mas dadas as circunstâncias, pouco lhe 
importava. Contentava-se com qualquer coisa, contanto que estivesse limpa.


 


  
Suspirando, recordou a quantidade de vestidos e véus de cores que havia 
possuído na casa de seu pai. O conde sempre tinha estado atento de que fora bem 
vestida, como correspondia a sua classe. Estava tão atento que às vezes Anahí 
não podia evitar pensar que tratava de lhe compensar com presentes a falta de 
carinho. Seu último presente tinha sido uma preciosa capa cor creme feita de 
delicado linho; tinha sido para suavizar a notícia que tinha que lhe dar: seu 
compromisso com Lorde Derrick. Supunha-se que seria seu vestido de noiva.


 


  
Esses dias ficaram para trás. Agora sou menos que uma criada: sou uma prisioneira.


 


  
Anahí se repreendeu por ser tão banal e centrou toda sua atenção em sua 
tarefa de limpar à mão o castelo de Lago Azul. O velho caldeirão negro que 
pendurava da fogueira fedia a mingau de pescado; a única coisa que lhe tinham 
ofereciado para comer. Sentiu os olhos das criadas da cozinha cravados em suas 
costas, assim passou a mão pela borda do caldeirão, sabendo que, antes de que 
lhe desse tempo a olhar sequer, seus dedos ficariam cobertos de graxa.


 


  
A fogueira não era mais que um exemplo do descuidado e do abandonado que 
estava o castelo de Lago Azul. As teias de aranhas dos antigos e novos 
aposentos de Anahí não tinham sido mais que o começo; a coisa ficava muito pior 
à medida que avançava. Anahí tinha pensado com muito otimismo que sua primeira 
habitação tinha estado tão descuidada devido a que ninguém a teria utilizado 
antes dela. Mas lhe tinha caído a alma aos pés ao ver o resto dos corredores e 
ao ver como eram seus novos aposentos.


 


  
No piso superior, as paredes de madeira estavam estilhaçadas e cheias de 
pó. As tapeçarias estavam destroçadas, os colchões de palha cheiravam a 
umidade, e o véu que pendurava dos dosséis das camas, furado. A sala principal, 
no piso inferior, não era muito melhor, embora a primeira vista parecia mais 
limpa que os dormitórios.


 


  
Mas isso só se deve a que os homens vivem aqui embaixo. É difícil que 
aquilo que se utiliza acumule pó e sujeira.


 


  
Girando-se com desdém, suspirou e observou com frieza aos criados que 
ali havia. Anahí olhou um a um aos olhos antes de falar:


 


  
-Ordenei que limpassem este caldeirão e a fogueira antes que voltasse. 
Passaram mais de duas horas disso e ainda não se há feito.


 


  
Nenhum dos criados respondeu, e nenhum se moveu para tocar o caldeirão 
em questão. Anahí limpou os dedos no avental para afastar o cabelo da cara com 
o dorso da mão. Recolheu os cachos com uma pedaço de couro, de forma que não 
lhe caíssem pela cara enquanto ajudava a limpar.


 


  
-O duque me solicitou que atue como senhora do castelo, querem responder 
ante sua fúria? Pois não serei a única que sofra se não aprovar a forma em que 
se fazem as coisas. -Anahí teria preferido não ter que recorrer às ameaças, mas 
os criados se negavam a escutá-la. Levava toda a manhã brigando contra sua 
vacância.


 


  
A princípio tinha tratado de que substituíssem os juncos da sala 
principal com nova palha limpa, mas não o conseguiu. Logo tinha tratado de que 
tirassem as teias de aranhas das vigas que havia sobre mesa de jantar, mas 
seguiram resistindo a fazê-lo. O mesmo aconteceu quando tratou de que 
retirassem os escombros que havia junto à paliçada. Quando perguntou pelo 
pedreiro local, riram dela.


 


  
-Não sei quanto tempo estará fora sua senhoria, mas sei que como não 
veja claras as melhoras a sua volta... -Anahí olhou as mãos, as retorcendo com 
horror, deixando a propósito que os apreensivos criados imaginassem o que 
quisessem. Pareceu sortir seu efeito, pois uma das moças mais altas deu um 
passo à frente.


 


  
-Minha senhora -disse, fazendo uma pequena reverência-.  Não sabemos como fazê-lo.


 


  
-Não sabem como limpar um caldeirão? -perguntou Anahí sem acreditá-lo-. 
Como é possível? É muito simples.


 


  
-O que quero dizer, minha senhora, é que não nos hão dito quais são 
nossas tarefas. Quem deve limpar o caldeirão de todos nós? Quem deve substituir 
a palha? -A criada deu de ombros com delicadeza e olhou os pés sujos, golpeando 
uma pedrinha com eles-. O rei Pedro enviou a todos nós a trabalhar aqui. Nossas 
terras foram arrasadas pelas guerras, assim tampouco tínhamos nenhum lar ao 
qual voltar. Os vikings queimaram nossas granjas, e o rei nos concedeu a 
oportunidade de trabalhar como criados para meu senhor enquanto este fora seu 
prisioneiro.


 


  
-Como lhe chamam? -perguntou Anahí.


 


  
Não me estranha que o castelo caia em pedaços! O senhor não se preocupou 
por ele.


 


  
-Dulce. -A criada elevou a cabeça brevemente e voltou a olhar os pés. 
Tomou a borda do avental com a mão e puxou um fio que pendurava.


 


  
-Alguém sabe como se limpa a palha? -perguntou Anahí ao grupo em geral. 
Uma das criadas elevou um braço tremente, olhando ao seu redor ao fazê-lo, para 
ver se era a única-. Perfeito; encarregarregue-se da tarefa, pois. Faças um 
fogo junto à cerca e escolhas a outras seis pessoas para que lhe ajudem. O 
resto limpe as teias de aranhas das vigas. Começaremos com a limpeza da sala 
principal e da cozinha, antes de seguir com a planta superior. Quero que esta 
morada resplandeça antes que sua senhoria volte suponho que todos queremos lhe 
ter satisfeito.


 


  
Anahí mordeu o lábio, pensativa, e assinalou a uma criada com pinta de 
duendezinho.


 


  
-Vá procurar ao pedreiro. Lhe digas que necessitemos que repare 
imediatamente essas pedras soltas. À medida que vão limpando a palha, informem 
de qualquer outra pedra solta que encontrem no chão. Não quero que os convidados 
de sua senhoria tropecem.


 


  
As criadas riram entre dentes, voltando-se para a criada a qual lhe 
tinha ordenado que procurasse o pedreiro. A mulher tinha empalidecido e olhava 
à nova senhora do castelo com pesar.


 


  
-Harold não se tomará a bem... -começou a dizer o duendezinho morto ante 
a tarefa que lhe tinham encomendado.


 


  
-Informe ao Harold de que será o primeiro em responder ante o monstro 
assim que o senhor haja tornado. Acredito que o fará com suficiente rapidez! - 
espetou Dulce antes que Anahí pudesse responder. As criadas soltaram risinhos e 
a duendezinha engoliu com força, mas assentiu com a cabeça, conformada.


 


  
Anahí tratou de não franzir o cenho pela forma em que viam seu senhor, 
mas não queria as animar. Cada vez que pensava em Alfonso, já não pensava nele 
como num monstro, como tinha feito a princípio. Tudo que recordava era o tato 
de suas mãos sobre seu corpo, a pressão de seus lábios nos seus. Algo acontecia 
entre eles; algo tórrido e potente. Talvez o melhor era que não explodira. Anahí 
se ruborizou ao ver que as criadas a observavam, espectadoras.


 


  
-Façam como lhes hei dito -ordenou, com um gesto da mão.


 


  
As criadas assentiram e saíram da cozinha. Algumas delas sussurravam 
umas às outras, assombradas pela forma em que se ruborizou a nobre. Anahí fez 
como se não as tivesse ouvido. Dulce ficou atrás timidamente, e Anahí se girou 
para ela com interesse.


 


  
-Minha senhora, sua senhoria voltará dentro de dois dias -lhe informou a 
criada-. É o máximo que se afasta sempre do castelo.


 


  
-Oh. -Anahí se perguntava aonde teria ido-. Então temos tempo de sobra 
para arrumar este lugar, se trabalharmos duro.


 


  
-Minha senhora, desejas que me ocupe do caldeirão? -Dulce vacilava; 
deu-lhe um chute à pedra que havia solta e se deteve em seco, com olhar de 
culpabilidade.


 


  
-Podes me ajudar com isso -lhe indicou Anahí, assentindo firmemente com 
a cabeça.  Lutou para empurrar o pesado 
caldeirão fora da fogueira e colocá-lo no chão-. Se quisermos fazê-lo bem, 
necessitaremos água e pasta de limpeza.


 


  
-Há um poço no pátio -replicou Dulce com um amplo sorriso-, e um montão 
de pasta na despensa.


 


  
-Na despensa? -Anahí sacudiu a cabeça com consternação-. Junto à comida?


 


  
-Não sabíamos onde pô-la. -Dulce se deu de ombros.


 


  
Anahí tinha a ligeira sensação de que a criada ficou para trás por algo 
mais do que para ajudá-la. Seria aquela atrativa mulher a amante do duque? Dulce 
era uma das criadas mais bonitas, teria sentido que o duque intimasse com ela. 
Uma chicotada de ciúmes lhe golpeou o peito de repente, ao pensá-lo.


 


  
Tampouco é que queira ocupar seu posto.


 


  
Anahí se obrigou a sorrir, temerosa de que a pele de seu suspenso rosto 
se rompesse com o esforço.


 


  
-Me ajudes a levar isto junto ao poço -ordenou Anahí. De repente, 
descobriu que queria estar em companhia da jovem. Agarrou uma asa e observou à 
criada, espectadora.


 


  
Dulce assentiu e agarrou a outra asa, obviamente surpreendida de ver uma 
dama de sua linhagem sujar as mãos com as tarefas do lar. As duas mulheres 
abriram passo com dificuldade em silêncio. Dulce assinalou com a cabeça para um 
ponto passado a horta de verduras e ervas.


 


  
A brisa lhe levou o forte aroma de salvia, salsinha e camomila ao passar 
por aí apressadamente. Era uma horta pequena e tinha um tosco banco de pedra, 
junto ao que alguém tinha deixado uma cesta cheia de verduras frescas: aipo, 
cebolas, abóbaras. Passado a horta junto à parede de pedra negra, havia um 
gigantesco carvalho que parecia um pouco deslocado naquela horta, mas Anahí 
chegou à conclusão de que estava ali porque, simplesmente, o senhor do castelo 
se preocupava disso.


 


  
Caminharam apressadamente com a pesada carga, aproximando-se do poço do 
pátio. Com cada passo que davam, seus esbeltos braços se esticavam um pouco 
mais. Lhes aproximaram vários cães ao vê-las chegar tratando de farejar o que 
levavam. Dulce tratou de afastá-los de sua saia de uma patada, e a ponto esteve 
de cair ao chão no processo. Anahí observou enojada como um dos vira-latas 
entrava na cozinha.


 


  
As mulheres estavam colocando o caldeirão no chão com grunhidos de 
esforço quando um forte e musculoso cavalheiro se aproximou. Afastou-se o 
comprido escuro cabelo que lhe caía pelo rosto e seus jovens lábios se curvaram 
em um sorriso pícaro, apesar de que parecia fazê-lo sem querer.


 


  
-Deixem que lhes ajude com isso -se ofereceu o cavalheiro com 
galanteria. Parecia que acabara de voltar de  realizar seus exercícios matutinos, pois suas 
costas, nuas e morenas, brilhavam de suor. Sorriu como um menino a Dulce e se 
girou para Anahí para lhe fazer uma reverência-: Minha senhora, sou Ucker. Se 
alguma vez necessitara de algo...


 


  
-Muito obrigada, Sir Ucker -lhe interrompeu Anahí agradecida. Assentiu a 
cabeça para o bonito jovem e ocultou seu sorriso enquanto observava a Dulce 
pela extremidade do olho. As bochechas da criada se tingiram de um atrativo 
rosa, e a jovem suspirou belamente ao ver que Ucker lhes tirava o caldeirão das 
mãos e o levava sem esforço, sorrindo timidamente à criada.


 


  
Anahí viu os olhares de desejo que se dirigiam e tratou de não rir, 
sentindo-se em certo modo aliviada pois, embora Dulce fora a amante de Alfonso, 
a jovem não parecia gostar do duque em excesso.


 


  
-Sua ajuda é bem recebida, senhor.


 


  
-Onde quer minha senhora que o deixe? -perguntou, movendo sua cabeça de 
menino.


 


  
-Junto ao poço -respondeu Dulce por Anahí. A criada ficou nas pontas dos 
pés para assinalar na direção óbvia da água. Chupando os lábios, olhou 
timidamente para outro lado.


 


   
Ucker ficou diante delas assentindo com a cabeça e carregou o caldeirão 
sem problemas até o poço. Anahí se girou para observar a Dulce, mas a jovem 
estava total em sua fantasia do atrativo cavalheiro de olhos marrons. Olhou à 
frente para seguir a Ucker e suspirou exasperada ao ver um cão faminto 
perseguindo uma galinha, e se fez a nota mental de que teria que construir um 
curral à parte para as aves de curral. Não lhe atraía a idéia de que o gado a 
abordasse cada vez que tratasse de dar uma volta pelo pátio.



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Autor(a): JuHerrera

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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        a todos meus leitores, obrigado por estarem me acompanhando nessa web. sei que é uma longa historias, mas é umas das mais lindas que ja li, por isso não vão se arrepender!!! Até agora, o castelo de Lago Azul não tinha impressionado a Anahí muito. Embora parecia ter muito potencial, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • ilusAovondy Postado em 10/12/2015 - 11:56:37

    Você gosta de fanfics vondy? De romance e com hots? Vou te indicar uma que eu amo e acho perfeita, e acho que você iria gostar. http://fanfics.com.br/fanfic/51129/por-voce-adaptada-vondy . Leia e se gostar fav.. Beijos.

  • daninha_ponny Postado em 31/01/2014 - 14:28:36

    É lindaaaaaaa ameiiiiiiiiiiiiii......ameiiiiii

  • franmarmentini Postado em 31/01/2014 - 08:41:04

    AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI. ..AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...A MEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI ...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI... AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...ESSA FIC FOI MARAVILHOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MUITO LINDA MESMO!!!!!!!! vou ficar aguardando vc postar a outra fic* e já te add. no face e no TT bjus!!!

  • lyu Postado em 30/01/2014 - 00:08:02

    to ficando sem cabelo! de tanto puxa-los! ele não pode ter morrido. não pode

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 23:59:32

    Pelo amor de Deus.....ele no pode ter morrido... To chorando ate agora....q aperto no coração.... Isso é maldade....

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:53:58

    ainda to chorrando...poxa não faz isso comigo pelo amor de deus!!!!!!!!!!!!ele não pode ter morrido por favor por favor!!!!!!!!!!! há na outra fic vc postou repetido to ansiosa pra ler lá também bjus

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:44:25

    poxa eu to chorrando muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • lyu Postado em 29/01/2014 - 16:03:44

    eu vou pirar se ele morrer!

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 00:16:03

    Aiii ele no pode morrer......tendo infarto m 3.....2...1.....

  • iza2500 Postado em 28/01/2014 - 22:37:02

    Ai o Poncho não pode morrer, aff! esse rei. posta mais!


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