Fanfics Brasil - 3 A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada)

Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA


Capítulo: 3

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Sim, nada em mim tem a ver com esta abominável terra. Sou um homem 
sem pátria. Odeio Wessex, e  odeio a 
terra de meu pai. E odeio a paz que mantêm as duas.


 


      
Alfonso elevou o braço, tenso, fazendo um gesto ao guarda que havia em 
cima ele, encarapitado na escura pedra do muro da paliçada. Em seu dedo, um 
anel de ônix negro cintilava, como um farol que o guarda pudesse ver. Com um 
rápido movimento de pulso, o duque ordenou em silêncio ao cavalheiro que içasse 
a porta externa.


 


  
O saxão, jovem e loiro, não duvidou em obedecer as ordens de seu bárbaro 
senhor. Como sempre, Alfonso sabia que o guarda lhe olhava intensamente, 
esperando ver qualquer tipo de movimento, por leve que fora. O homem não lhe 
obedecia imediatamente porque o respeitava, mas sim pelo medo que tinha dele. 
Essa era a única razão pela qual todos os guerreiros saxões que moravam no 
castelo de Lago Azul obedeciam suas ordens: o medo. Todos eles tinham escutado 
os sinistros rumores que lhe seguiram desde sua terra, e jamais tinha feito 
nada para ganhar seu respeito ou para que mudassem a opinião a respeito dele.


 


  
-Retirem-na de uma vez! Acredito que interrompestes meu treinamento 
matutino para ver nada mais que lixo fétido -ordenou o duque a Ulric, só para 
zangar-se ainda mais ao ver que a porta não se elevava com a suficiente rapidez 
para acalmar sua impaciência. Apoiou a mão no punho de sua espada, a modo de 
advertência, feito que não passou desaparecido, pois outro cavalheiro desapareceu 
pelo muro com a clara intenção de ajudar ao homem que estava içando a porta. Alfonso 
se vangloriava de seu difícil caráter-. Argh!


 


  
Suspirou ao ver que as dobradiças de ferro da porta finalmente chiavam, 
elevando-se pouco a pouco. Empunhou a espada e franziu o cenho ainda mais.


 


  
Ainda zangado, voltou a olhar a Ulric enquanto este tratava de jogar uma 
boa olhada aos animais em decomposição através do postigo da porta. O servo se 
voltou para o duque, observando a roupa do nobre. Alfonso baixou a vista para o 
que tinha posto, sendo consciente uma vez mais de quão diferente era dos 
saxões.


 


  
Sobre a túnica levava um cinturão negro e prateado de lã, que lhe 
rodeava a cintura e se atava com um nó na parte da frente, de maneira que as 
franjas sem decorar caíam livremente sobre suas coxas. Levava o pescoço de sua 
sobrecapa amarrada firmemente ao seu grosso pescoço, de modo que seu peito 
ficasse completamente oculto à vista. Alfonso não se sentia obrigado a levar 
uma sobrecapa mais que em raríssimas ocasiões políticas. Não precisava vestir 
essas formalidades diariamente; mas nessas raras ocasiões, a sobrecapa era 
também negra, com muitos poucos adornos prateados.


 


  
A única cor que o olho observador encontraria em Alfonso era o rocc de cor clara, sua capa de pele formada a partir de pele de vários lobos cinzas, 
e que teria tingido de negro com gosto, a não ser pela evidente perda de tempo 
e recursos que requereria o trabalho. Tal e como era costume entre seus 
companheiros pagãos, Alfonso llevava a pele para dentro para que lhe desse 
calor.


 


  
-Por todos os Santos! -rugiu Alfonso, sem lhe importar quem o ouvisse. 
Vários dos servos que rondavam por ali se detiveram em seco ao ouvir-lhe, feito 
que fez surgir automaticamente um ligeiro sorriso de arrevesado prazer nas 
comissuras dos lábios. Os servos demoraram um par de segundos mais em voltar 
para seus afazeres, aliviados ao comprovar que não eram a razão de seu 
aborrecimento.


 


  
Era um fato conhecido e aceito por todos os habitantes do castelo de Lago 
Azul que Alfonso só tinha consentido em converter-se ao cristianismo para 
agradar ao rei Pedro de Wessex, de acordo com o estabelecido pelo tratado de 
Wedmore e o duque não fazia nada para dissuadir suas crenças nem por lhes 
convencer de que sua conversão fora sincera. Que acreditassem que era um 
diabólico monstro enviado pelo rei Victor para lhes atormentar.


 


  
A verdade era que Alfonso não se preocupava em excesso com o deus 
cristão, nem lhe preocupavam os múltiplos deuses de seus antepassados. Depois 
da morte de sua esposa, fazia seis anos, tinha perdido a fé; embora, pensando-o 
bem, era  muito possível que tivesse 
perdido a fé muito antes.


 


  
Baixou o queixo para observar com o cenho franzido o que acontecia por 
debaixo de sua enorme altura e enrugou o nariz com repugnância quando se 
levantou outra rajada de vento. O  ar 
levava um fedor tão profundo que, apesar de estar acostumado aos campos de 
batalha, Alfonso não pôde ignorar o putrefato aroma. Seu sorrisinho se tornou 
rapidamente em um grunhido. Apesar de sua aparência tosca, Alfonso era uma 
pessoa limpa, influenciado como estava pelos particulares rituais de banho da 
nação de seu pai, os vikings, e insistia que em sua casa todos seguissem seu 
exemplo e se banhassem ao menos duas vezes por semana; um costume pagão e 
aparentemente desconhecido nas moradas dos saxões. Recebeu alguns protestos a 
respeito, mas era imprescindível manter aromas como este, de animal podre, fora 
de sua casa.


 


  
Franziu o cenho, irritado, e tratou sem êxito de determinar o que era 
exatamente que emitia esse aroma nauseabundo.


 


  
-O que é, Ülric? Cheira a carne em decomposição. Quem seria capaz de 
deixar cadáveres  às portas de minha 
casa, para que se apodreçam?


 


  
-Talvez seja um sacrifício em honra ao castelo -sugeriu Ulric, sacudindo 
a cabeça com  gesto sério, embora a 
expressão do criado demonstrava claramente o pouco que lhe convencia seu 
argumento.


 


  
No ano anterior, Ulric tinha viajado com o duque a Wessex. Era um homem 
de curta estatura, com pouco cabelo e um rosto amável oculto atrás de uma 
cuidada barba. Sua natureza alegre contrastava com a de seu escuro e sério 
senhor; do mesmo modo que sua silhueta arredondada era todo o oposto à vigorosa 
aparência de Alfonso. Além de ser o senescal do duque, era o mais parecido que 
tinha Alfonso a um amigo.


 


  
-Não, não se deve a nenhum sacrifício -respondeu Alfonso, elevando a 
vista ao céu mutável. Ainda era cedo, apesar que o céu era já de um púrpura 
escuro. Desembainhou a ampla espada em um movimento suave e flexionou os 
músculos do braço que a sustentava, distraído, arranhando preguiçosamente a 
sujeira com a ponta e, sorrindo com suficiência, acrescentou-:  Além disso, o prelado proibiu essas práticas; 
segundo a Igreja, trata-se de um costume muito bárbaro.


 


  
Suspirou, fechando as mãos em um punho e apertando os lábios com força. 
Ao examinar o putrefato montão mais de perto, descobriu que era em realidade um 
montão de peles em forma algo estranha. Apoiou as mãos firmemente no quadril, 
cravou a vista na ponta de sua espada, que ainda estava apoiada no chão.


 


  
A porta da fortaleza se deteve sobre sua cabeça, mas não fez gesto de 
afastar-se. A porta era de madeira maciça de carvalho inglês, unida com franjas 
de ferro. Os rebites bicudos que havia na parte inferior da porta eram de 
madeira reforçada com ferro, que permitia que funcionassem como dentes de metal 
se se baixava muito depressa. Ao ver as pontas agudas, pensou mórbidamente na 
facilidade com que poderiam partir a um homem em dois.


 


  
Assim que apartaram as pontas, Ulric se aproximou apressadamente à 
pilha. O redondo corpo do senescal rangeu com o esforço que lhe levou 
ajoelhar-se, fazendo que grunhisse. Antes de aproximar-se para examinar as 
peles, Ulric passou pela testae a manga da túnica marrom que levava, e se 
cobriu o nariz com o braço.


 


  
Com gesto impaciente, Alfonso observou Ulric fazer desde um pouco mais 
atrás, negando-se a embainhar a espada. O senescal se endireitou de um salto, 
surpreso.


 


  
-Meu senhor, acredito que há uma donzela entre estas peles. Acredito ter 
visto as vísceras de um coelho sobre seu cabelo -gritou Ulric através da manga 
de sua túnica.


 



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Autor(a): JuHerrera

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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O criado voltou a passar a manga pela testa, antes de voltá-la a colocar diante do nariz. Seus olhinhos brilhavam de preocupação. Com um grunhido depreciativo, Ulric retirou as tripas que havia sobre o cabelo da donzela e as afastou as lançando longe dali, para retirar depois com cautela e de igual forma o cadáver de um ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • ilusAovondy Postado em 10/12/2015 - 11:56:37

    Você gosta de fanfics vondy? De romance e com hots? Vou te indicar uma que eu amo e acho perfeita, e acho que você iria gostar. http://fanfics.com.br/fanfic/51129/por-voce-adaptada-vondy . Leia e se gostar fav.. Beijos.

  • daninha_ponny Postado em 31/01/2014 - 14:28:36

    É lindaaaaaaa ameiiiiiiiiiiiiii......ameiiiiii

  • franmarmentini Postado em 31/01/2014 - 08:41:04

    AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI. ..AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...A MEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI ...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI... AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...ESSA FIC FOI MARAVILHOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MUITO LINDA MESMO!!!!!!!! vou ficar aguardando vc postar a outra fic* e já te add. no face e no TT bjus!!!

  • lyu Postado em 30/01/2014 - 00:08:02

    to ficando sem cabelo! de tanto puxa-los! ele não pode ter morrido. não pode

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 23:59:32

    Pelo amor de Deus.....ele no pode ter morrido... To chorando ate agora....q aperto no coração.... Isso é maldade....

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:53:58

    ainda to chorrando...poxa não faz isso comigo pelo amor de deus!!!!!!!!!!!!ele não pode ter morrido por favor por favor!!!!!!!!!!! há na outra fic vc postou repetido to ansiosa pra ler lá também bjus

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:44:25

    poxa eu to chorrando muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • lyu Postado em 29/01/2014 - 16:03:44

    eu vou pirar se ele morrer!

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 00:16:03

    Aiii ele no pode morrer......tendo infarto m 3.....2...1.....

  • iza2500 Postado em 28/01/2014 - 22:37:02

    Ai o Poncho não pode morrer, aff! esse rei. posta mais!


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