Fanfics Brasil - 4 A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada)

Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA


Capítulo: 4

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O criado voltou a passar a manga pela testa, antes de voltá-la a colocar 
diante do nariz. Seus olhinhos brilhavam de preocupação. Com um grunhido 
depreciativo, Ulric retirou as tripas que havia sobre o cabelo da donzela e as 
afastou as lançando longe dali, para retirar depois com cautela e de igual 
forma o cadáver de um coelho e mostrar o rosto ensangüentado e inchado de uma 
donzela. Era impossível ver se respirava ou não.


 


  
Ao longe, só se ouvia o som da batalha e do chocar das espadas dos 
guerreiros que praticavam. Um bando de pássaros selvagens voava no alto do céu, 
procurando refugiarem-se do céu mutável, lhes fazendo chegar o suave som de seu 
piar. Nenhum daqueles sons agradou ao duque, que não afastava os olhos de 
Ulric.


 


  
-Uma donzela? Aí? Que fede a tripas de animal morto? -Alfonso observou o 
bosque que rodeava seu castelo. Ouvia-se com claridade o zumbido dos insetos 
pela manhã, e os porcos pintados que havia junto aos muros do castelo pastavam 
tranqüilos; tampouco detectou movimento algum entre os ramos baldios das 
árvores. Por fim, satisfeito por que a donzela estivera sozinha, voltou a 
centrar sua atenção em Ulric, negando-se a mostrar nenhum interesse na donzela.


 


  
-Despertem-na e façam que siga seu caminho. -Sua voz era fria e não fez 
nenhum esforço para ajudar a jovem-. Se estiver morta, queimem, pois não 
tolerarei esse espantoso aroma em minha paliçada.


 


  
-Não deveríamos olhar para ver quem é primeiro? Talvez quem a esteja 
procurando siga por aqui. Negarias aos seus o direito de enterrá-la em 
condições? -protestou com cautela Ulric.


 


  
-Façam o que lhes ordeno! -insistiu Alfonso com voz fria. Apesar de não 
ter elevado a voz, viu que os cavalheiros que patrulhavam o muro observavam com 
curiosidade a jovem. Seus sussurros chegaram até seus ouvidos, embora não pôde 
distinguir o que diziam. Tampouco o necessitava. Era mais que provável que a 
donzela fora uma jovem saxã, e quereriam saber de quem se tratava, pois não 
faltava nenhuma das do castelo. Não necessitava esta dor de cabeça, sua vida já 
era suficientemente complicada.


 


  
Irritado como estava, Alfonso viu que o ancião vacilava e baixou a voz 
até fazê-la um sussurro:


 


  
-Está morta?


 


   
-Não sei, meu senhor. -Ulric se agachou para tocar a jovem, antes de 
voltar a dirigir-se a seu senhor-: Não responde.


 


  
Alfonso tentou controlar sua exasperação e repetiu sua primeira ordem, 
elevando a voz intencionalmente para sossegar os murmúrios dos cavalheiros. Seu 
acento grave fez com que as palavras soassem ainda mais letais.


 


  
-Então está morta. Queimem, não quero que seu cadáver encha o castelo de 
enfermidades.


 


  
Ulric lhe olhou, procurando na cara do duque algum sinal de compaixão, 
mas Alfonso se negava a deixar-se levar pela piedade. Era muito mais fácil ser 
temido que ser amado; muito mais fácil estar morto por dentro que ter 
sentimentos.


 


  
Suspirando profundamente, o criado se ajoelhou junto à jovem. O duque se 
fez a um lado, de onde a via melhor; era jovem e tinha claros sinais de 
violência. Haviam lhe arrancando as roupas e seu cabelo era um matagal de 
sujeira e, provavelmente, de sangue também.


 


  
Ulric gritou por cima do ombro, o suficientemente alto para assegurar-se 
de que os cavalheiros que lhes observavam também lhe escutassem:


 


  
-Não senhor, acredito que respira. Não está morta, e sim está 
inconsciente.


 


  
O duque franziu o cenho; sabia que o criado esperava que não deixasse 
morrer a uma jovem saxã, em especial com tantos soldados por testemunhas. Se 
houvesse acontecido aquilo há uma  década, 
Alfonso teria ordenado levar a donzela ferida pra dentro, para que a curassem. 
Teria se preocupado por suas feridas, teria consultado seus médicos e teria 
permanecido junto a ela até que melhorasse. Mas aqueles dias tinham ficado para 
trás e o duque já não se permitia preocupar-se assim. A vida lhe tinha ensinado 
um par de duras lições.


 


  
Esfregou a sobrancelha e retirou uma mecha de cabelo que lhe tinha caído 
sobre os olhos. Passou o peso de uma perna a outra e não respondeu ao seu 
criado. Lhe teria gostado que a donzela desaparecesse pois não a queria em sua 
casa.


 


  
-Queréis que a deixe apodrecer-se aqui, diante de sua porta? Ou preferís 
que a leve para dentro?  -Ulric, em pé, 
enfrentava-se com valentia e irritação ao olhar de seu senhor.


 


  
A Alfonso não gostou do tom insolente de seu criado, e o sarcasmo de 
suas palavras não passou desapercebido. Apertou os dentes e perguntou, com 
certa esperança:


 


  
-Está meio morta?


 


  
-Não sei. -O criado voltou a passar o olhar de seu senhor à lastimosa 
jovem. Um trovão retumbou ao longe, seu violento ritmo ressonou pelo céu 
púrpura. O homem pegou outro animal morto que havia sobre  a jovem e o afastou.


 


  
-Comprova-lo -ordenou Alfonso com aborrecimento enquanto embainhava a 
espada. O sentimento mais fácil era o aborrecimento e Alfonso se aferrou a ele. 
Lhe encolheram as tripas e elevou os olhos ao céu; uma gota de chuva lhe caiu 
sobre o nariz-. Dê-te pressa, Ulric.


 


  
Ulric tomou o pulso a jovem.


 


  
-É provável que viva se a levarmos para dentro já mesmo.


 


  
Ante a suspeita de que lhe estivesse mentindo, o duque deu uma volta ao 
seu redor com frustração e os braços em jarras. Estirou o pescoço, em círculos, 
até que lhe rangeu, pensando no futuro da jovem.


 


  
Todos os que havia sobre a paliçada começavam a partir para refugiar-se 
da chuva. Um jovem escudeiro passou correndo junto a Alfonso, seguido de perto 
por uns quantos vira-latas; o menino riu quando um dos vira-latas, 
especialmente feio, ficou em seu caminho e lhe fez cair aos pés do duque; mas 
seu sorriso se voltou em verdadeiro pavor quando elevou a vista. O duque lhe 
grunhiu e o menino saiu correndo dali; a chuva caía com mais força, golpeando o 
chão com sua forte melodia.


 


  
-Devem ter lhe dado uma boa surra -disse Ulric-. Acredito que o melhor 
seria levá-la para dentro e cobri-la da chuva, ou não acredito que sobreviva à 
noite. Posso preparar um dos aposentos do piso superior, se assim o desejais.


 


  
Face ao muito que gostaria de ordenar que a deixassem fora, Alfonso não 
podia fazer isso. Amaldiçoou-se em silêncio e lançou uma risada depreciativa.


 


  
Tudo isto por ser um autêntico monstro.


 


  
-De acordo -concedeu Alfonso a seu pesar. Deixou de dar voltas e se 
voltou para partir, com a intenção de deixar que Ulric se fizesse cargo da 
mulher.


 


  
-Espere, meu senhor. -A urgência da voz do Ulric lhe deteve.


 


  
-Sim? -Alfonso empunhou de novo sua espada.


 


  
-Meu senhor, parece que a jovem é uma dama.



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Autor(a): JuHerrera

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-Quem é, Ulric? Por que veio? Acredito que é um mau presságio. -Alfonso percorria um quarto do salão principal, se virava e voltava a percorrê-lo, com inquietação. Sempre que algo lhe preocupava, passeava. Mantinha as mãos fortemente pegas aos flancos e se movia em círculos, sem deter os pés ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • ilusAovondy Postado em 10/12/2015 - 11:56:37

    Você gosta de fanfics vondy? De romance e com hots? Vou te indicar uma que eu amo e acho perfeita, e acho que você iria gostar. http://fanfics.com.br/fanfic/51129/por-voce-adaptada-vondy . Leia e se gostar fav.. Beijos.

  • daninha_ponny Postado em 31/01/2014 - 14:28:36

    É lindaaaaaaa ameiiiiiiiiiiiiii......ameiiiiii

  • franmarmentini Postado em 31/01/2014 - 08:41:04

    AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI. ..AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...A MEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI ...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI... AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...ESSA FIC FOI MARAVILHOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MUITO LINDA MESMO!!!!!!!! vou ficar aguardando vc postar a outra fic* e já te add. no face e no TT bjus!!!

  • lyu Postado em 30/01/2014 - 00:08:02

    to ficando sem cabelo! de tanto puxa-los! ele não pode ter morrido. não pode

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 23:59:32

    Pelo amor de Deus.....ele no pode ter morrido... To chorando ate agora....q aperto no coração.... Isso é maldade....

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:53:58

    ainda to chorrando...poxa não faz isso comigo pelo amor de deus!!!!!!!!!!!!ele não pode ter morrido por favor por favor!!!!!!!!!!! há na outra fic vc postou repetido to ansiosa pra ler lá também bjus

  • franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:44:25

    poxa eu to chorrando muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • lyu Postado em 29/01/2014 - 16:03:44

    eu vou pirar se ele morrer!

  • daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 00:16:03

    Aiii ele no pode morrer......tendo infarto m 3.....2...1.....

  • iza2500 Postado em 28/01/2014 - 22:37:02

    Ai o Poncho não pode morrer, aff! esse rei. posta mais!


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