Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA

 

Anahí tinha preparado um grande 
festim com motivo da visita do rei embora, quando entrou na sala principal, 
nenhum dos ali presentes parecia desfrutá-lo. Enrugou o nariz ao cheirar o 
porco assado. Aquela não era a celebração com a qual tinha sonhado enquanto preparava 
a comida.

  
Alfonso estava com sua filha. A menina o estava passando mau, pois não 
entendia por que voltava a romper-se sua família. Anahí sorriu com tristeza ao 
ver que a menina não chorava por seu destino; nesse sentido, tanto o pai como a 
menina eram fortes.

  
A sala guardou silêncio ao ver entrar Anahí. Um dos cavalheiro se 
aproximou com valor para lhe dizer:

  
-Minha senhora, queremos falar com vós. Temos um plano -disse sem 
fôlego-. Lutaremos contra os homens do conde amanhã se tratarem de levar a 
nosso senhor. Encerraremos ao rei aqui e, se for necessário, morreremos todos.

  
Anahí observou ao homem agradecida. Olhou as mesas repletas de 
cavalheiros de Lago Azul e viu determinação em seus rostos. Anahí apoiou uma 
mão no braço do ousado cavalheiro.

  
-Falei com meu marido e não deseja que haja derramamento de sangue em 
nenhum dos dois lados. Ordenaria que lhes retirassem, pois atuará com honra e 
não fugirá da morte.

  
-E você, minha senhora? -insistiu o homem-. O que nos ordenaria você?

  
Anahí vacilou. Seria fácil ordenar aos homens que lutassem, pois via em 
seus rostos que estavam dispostos a fazê-lo. Fechou os olhos um momento para 
não voltar a chorar e disse:

  
-Dá-me no mesmo o sangue que se derrame no lado de meu pai. Me uniria a 
vós se pudesse para lutar.

  
O homem assentiu ante suas acaloradas palavras e seus olhos se 
iluminaram com sede de sangue enquanto observava a plataforma em que se sentava 
o rei, sozinho. Anahí sabia que se tratava de um dos homens que tinha viajado 
desde a Northumbria com seu marido. Os saxões não se atreviam a mostrar-se tão 
abertamente descontentes ante seu rei.

  
-Mas igualmente não estou disposta a perder a meu marido na forca -disse 
olhando fixamente ao homem-, tampouco estou disposta a lhe perder lhe desonrando. 
Não ataquem.

  
Ao homem não gostou da ordem, mas assentiu com a cabeça. Virou-se para 
voltar-se com a intenção de lhe contar aos homens sua decisão, mas seu cenho 
franzido se permutou em um amplo sorriso ao ouvir Anahí dizer:

  
-Por agora.

  
Anahí se dirigiu para o rei com determinação. Não tinha ido à sala mais 
que para receber ao rei, como convidado seu que era, e voltar a lhe pedir que 
repensasse.

  
-Majestade -disse com voz cansada. Deteve-se no pé da plataforma para 
fazer uma reverência.

  
O rei estava sentado sozinho, embora não parecia lhe importar. Anahí se 
sentou junto a ele, que lhe ofereceu uma taça de hidromel, embora a jovem a 
rechaçou, pois era incapaz de beber nada.

  
-Como está, minha senhora? -perguntou o rei bebendo um sorvo de sua 
própria taça.

  
-Melhor que eu, majestade -admitiu Anahí, baixando os olhos. O rei 
assentiu com tristeza e Anahí notou que não havia tocado o prato de comida-. 
Majestade?

  
-Sim, minha senhora? -Pedro voltou a centrar toda sua atenção nela.

  
-Posso falar com sinceridade? -perguntou a jovem, atrevendo-se a lhe 
olhar diretamente aos olhos.

  
-Por favor. -Pedro sorriu brandamente. Sua sinceridade não lhe ofendia.

  
-Meu homem é rico.

  
-Minha senhora, não o penses. Não posso mudar de idéia por dinheiro. -O 
rei sacudiu a cabeça com pesar e lhe tomou brandamente pela mão. Tinha os dedos 
frios, mas não lhe tremiam-. Não há suficiente ouro no mundo para mudar uma 
decisão como essa.

  
-Então o que lhe faria mudar de idéia? Eu? -Anahí inclinou a cabeça, 
tratando em vão de ocultar seu desespero.

  
-Pensei que minha senhora não se deitaria com ninguém que não fora seu 
marido. -O rei não lhe soltou a mão, mas a apertou brandamente.

  
-Deitaria-me com qualquer um que pudesse lhe salvar -disse sem mais-. 
Apesar de saber que não lhe conseguiria subornar, deves compreender que tinha 
que tentá-lo.

  
-E o que diria seu marido disso? -perguntou o rei-. Achas que estaria 
disposto a que lhe salvassem assim?

  
-Dá-me no mesmo o que acha -declarou Anahí em voz baixa, para que só lhe 
escutasse o rei. Negava-se a pensar na primeira mulher de Alfonso e em sua 
traição.

  
Além disso, não é o mesmo. Eu o faço para lhe salvar! Amo-lhe. Tenho que 
fazer algo; não posso lhe perder. É tudo para mim.

  
-Estaria vivo e poderia passar o resto da vida fazendo que me perdoasse 
-disse-. Me dá no mesmo quão desagradável fora para mim.

  
-Há algumas coisas neste mundo que os homens não podem esquecer ou 
perdoar -respondeu Pedro, sem preocupar-se em simular que suas palavras lhe 
ofendiam. Deu-lhe palmadinhas a mão e a soltou-. Admiro enormemente seu valor, 
minha senhora. Váis necessitá-lo.

 

gente, estamos chegando quase ao final, estou preparando novas aventuras pra vcs, mas por favor, não deixem de continuarem por aqui, vão se emociona com o final dessa web, que ainda falta mais um pouquinho. :(