Fanfic: A Donzela e o Monstro AyA (Finalizada) | Tema: AyA
-Se não puder dizer nada mais para que mudes de opinião, irei reunir-me
com meu marido, majestade. -Anahí se voltou sem fazer caso do cumprimento do
rei e ficou em pé para partir.
Anahí se afastou com solene dignidade, com o queixo alto e sem deixar
que os ali reunidos vissem sua preocupação. Mas assim que saiu da sala,
entrecerrou os olhos para não sucumbir ao desespero. Estava ficando sem opções.
O rei Pedro era tão honrável como seu marido e, apesar de que respeitava essa
qualidade, também a amaldiçoava.
* *
*
-O que estáis fazendo aqui, meu senhor? -soltou Anahí com os olhos
enfurecidos ao ver o conde junto à porta de seu marido-. Não sóis bem-vindo em
minha casa. Não sóis bem-vindo ante mim. Saia!
-Anahí. -Seu pai sacudiu os ombros enquanto se aproximava dela. Anahí
estava a uns centímetros dele, assim só teve que mover a cabeça ligeiramente
para falar com ela.
-Não, senhor -protestou Anahí antes que dissesse alguma coisa, e pôs as
mãos em jarras, lhe desafiando a que se atrevesse a lhe pôr uma mão em cima-.
Sou uma duquesa, e se dirigiráis para mim como tal. Já não sou sua filha;
arruinaste-me a vida.
-Assim que se casaras com ele por despeito -concluiu o conde, apesar a
que suas palavras não guardavam rancor -Isso pensava.
-Não, casei-me com ele para me liberar de Derrick. Casei-me com ele
porque o amo. -Anahí se fez a um lado para tratar de passar de longe, mas o
conde lhe bloqueava-. Um sentimento que desconheces.
-Não se atrevas a me falar de amor! -disse Enrico elevando a voz-.
Enterrei a doze filhos antes que vivesses sequer. Enterrei a minha mulher.
-Isso não é amor, isso são perdas -replicou Anahí sacudindo a cabeça.
Tratou de passar de novo, mas lhe impediu de apoiando uma mão na parede.
-Sim, perdi-os. Mas a perda faz parte do amor. Assim é o mundo. -O conde
avermelhou-. E não lhe mostrei meu amor?
-Não, me vendeste ao melhor pagador. -Anahí levantou a saia para tratar
de afastar-se pelo outro lado-. Me demonstraras que não era mais que uma moeda
de troca.
-Fiz o que considerava melhor para você. -O conde voltou a lhe cortar o
passo-. O que era melhor para Puente Portilla e sua gente!
-Não, se de verdade querias o melhor para mim, terias-me deixado em paz.
-Anahí lhe deu com força no braço para tirar a barreira que lhe bloqueava o
passo e apoiou a mão no fecho para abrir a porta. Lhe teria deixado no
corredor, mas se deteve o ouvir suas seguintes palavras.
-Face ao que possas pensar de mim, não sabia que estava casada -disse o
conde com suavidade. Anahí abriu o fecho mas não empurrou a porta, esperando
para ver o que dizia. O conde se aproximou um pouco mais a ela-. E não sabia
que levava um filho meu.
-O que queres? -Anahí se negava a lhe olhar. Estava cansada de discutir
com o conde e só queria correr aos braços de seu marido.
-Quero solucioná-lo. Quero falar com o duque.
Anahí sentiu a mão de seu pai no ombro.
-Dê-se pressa. Não penso deixar que lhe incomodem. Se lhe pedir que
saias, eu mesma lhe jogarei.
Com isso, Anahí empurrou a porta com rapidez e guiou a seu pai até a
cama, onde estava seu marido com Ana Paula. Elevou a vista surpreso ao ver que
entravam sem chamar e viu a Enrico. Seu rosto se endureceu e afastou a Ana
Paula da vista do conde.
-O que faz aqui, Anahí? -Alfonso se voltou para o conde-: Por que lhe hão
deixado passar os guardas?
-Não havia guardas. -Não se tinha dado conta antes porque estava
centrada em seu pai. Anahí olhou a seu pai em silêncio-. O que pretendes?
-Mandei ao guarda a outro lado, disse-lhe que lhe necessitavam no
acampamento. -O conde se voltou para fechar a porta-. A maioria dos homens sae
hoje mesmo para Puente Portilla; estou lhes mandando para casa.
Anahí se agarrou a seu marido, olhando seu formoso rosto e incapaz de
ocultar a angústia de seus olhos.
O duque não disse nada enquanto o outro homem falava, mas pôs a mão a
modo de amparo sobre o braço de sua mulher. As correntes do pulso chiaram, lhe
recordando qual era sua precária situação.
-Não haverá guardas na porta esta noite. -Cifton era incapaz de lhes
olhar aos olhos-. Nem ninguém nos bosques do sul. Se partires, ao amanhecer
poderias estar muito longe daqui. Enviarei-lhes dinheiro...
-Por que fazes isto? -Alfonso mantinha a Ana Paula atrás dele, tratando
de protegê-la do conde.
Enrico não respondeu.
-Não será necessário -disse Anahí-.
Meu marido é muito honrado para fugir do destino.
Alfonso olhou a sua mulher assombrado, e esta lhe olhou de volta como
que dizendo: "Compreendo-o, e o amo por isso".
-Isso imaginava. -Enrico afastou os olhos do olhar que se professavam os
amantes-. Mas tinha que tentá-lo.
-Por que tratas de nos ajudar agora? -Anahí não se incomodou em suavizar
o tom de sua voz-. Se estamos aqui é por sua culpa. O que ganhas com isso?
-A menina sabe?
-perguntou o conde com voz tremente. Ignorando o tom acusador de sua
filha, olhou ao duque.
Alfonso assentiu uma vez.
-Não sabia que Lurlina estava casada quando estive com ela -disse Enrico-.
Sabia que ninguém mais se atrevia a tocá-la, mas não sabia porquê. Pensei que
porque era escura e misteriosa. Ia pedir-lhe que se casasse comigo, mas após
estar com ela durante algo menos de duas semanas, inteirei-me de sua
existência. Sentia ciúmes de você porque a tinhas. Acredito que meu orgulho
manteve meu aborrecimento todos estes anos. Quando a vi, quase meio ano depois,
estava em avançado estado de gestação. Pensei que a criança era sua; ao menos
isso me disse ela. Também me contou que a violaste como um selvagem e que a
enfeitiçaras para que se casasse com você. Mas não podia fazer nada, pois era
embaixador do rei Aethelred em uma terra estrangeira. Não podia romper o
matrimônio da filha do rei Victor. Pensei que seu aborrecimento se devia à
vaidade, e pensei que essa mesma vaidade foi a que matou a Lurlina. Juro que
jamais soube a verdade de sua traição até...
Anahí viu nos olhos de seu pai que tinha o coração partido. Nunca lhe
tinha visto chorar e seu ódio diminuiu um pouco.
-Depois ouvi os rumores de sua morte. Ouvi que a tinhas matado com fogo
enquanto dormia com nossa filha; que a pequena se salvou, mas que ambos levavam
a marca do inferno. E lhe odiei ainda mais por isso. -O conde se esfregou a
sobrancelha angustiado-. Que Deus me ajude, porque a amava. E sigo amando-a.
Persegue-me em sonhos.
Alfonso se relaxou. Anahí o olhou aos olhos, amava seu rosto e amava a
ele.
-Anahí, não soube até faz um momento, quando vi a menina em pé junto a
ti. É igualzinha a ti quando tinhas sua idade. Só que seu cabelo...
Anahí assentiu com o coração apertado por seu pai, nunca se tinha
imaginado que amasse a ninguém, nunca lhe tinha dado nenhuma pista.
-E então compreendi a razão de seu ódio, meu senhor. Soube que as
mentiras de Lurlina não eram vossas. Por muito que tratasse de me convencer de
sua falta de honra, demonstrastes ser um cavalheiro. -Avançou um passo e lhe
olhou aos olhos-. Ao ver o sangue no lençol nupcial de minha filha, pensei que
havias tornado a se comportar como uma besta. Pensei que o monstro tinha
enfeitiçado a minha filha com suas artes escuras, igual a tinham feito com a Lurlina.
Pensei que procuravas se vingar porque Lurlina me tinha amado. Mas agora sei
que não me amava, não podia me haver amado.
Alfonso assentiu. Seu ódio pelo conde diminuiu até que se deu conta de
que, desde que conhecia Anahí, não havia voltado a zangar-se pela traição de
Lurlina. Não amava a Lurlina, nunca a
tinha amado; não como a Anahí.
-Matou-se, verdade? -perguntou o conde.
Alfonso ficou de pedra. Virou-se para ver o rosto mudado de Ana Paula.
Os olhos da menina se encheram de lágrimas. Tratou de lhe sorrir, mas a menina
não pareceu dar-se conta.
-Sim -respondeu brandamente, e lhe partiu o coração ao ouvir chorar a
sua filha-. Assim é.
-E salvastes à menina do incêndio -concluiu Enrico-. Posso ver a
pequena?
Alfonso assentiu, incapaz de dizer nada. Abraçou a Anahí, contente de
deixar que o passado morrera, pois por fim se acabou. Seu coração era livre,
leve e, ao tempo, triste porque era muito tarde para mudar o futuro. Não estava
tão louco para pensar que tinha uma oportunidade de viver. O fato, feito
estava. O rei sabia que Enrico não estava presente quando Derrick morreu, e não
mudaria sua decisão pelo que dissesse Enrico. Não, já não se tratava de uma
disputa entre dois homens zangados, mas sim de uma questão de estado.
O duque apoiou a mão sobre a cabeça de Ana Paula.
-Esta é Ana Paula.
O conde assentiu, examinando o precioso rosto da pequena.
-Ana Paula -disse o duque-, este é seu avô.
Todos sabiam que a pequena tinha escutado a verdade, mas sorriu e
aceitou a nova mudança de sua vida igual a que tinha aceitado os outros.
-Avô -disse, fazendo uma pequena reverência.
O rosto do conde se encheu de lágrimas de apreciação e assentiu com a
cabeça, aceitando o papel que lhe davam na vida da menina. Sorriu agradecido a Anahí
e Alfonso. Ficou de joelhos e olhou à menina, antes de estender as mãos para
abraçá-la.
Autor(a): JuHerrera
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
A chuvosa manhã chegou muito rápido. Anahí e Alfonso não dormiram, mas sim fizeram amor toda a noite. Com a saída do sol, o coração de Anahí se encolheu ainda mais. Alfonso lhe apoiou a mão no ventre; Anahí era consciente de que lamentava que não chegaria a ver n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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ilusAovondy Postado em 10/12/2015 - 11:56:37
Você gosta de fanfics vondy? De romance e com hots? Vou te indicar uma que eu amo e acho perfeita, e acho que você iria gostar. http://fanfics.com.br/fanfic/51129/por-voce-adaptada-vondy . Leia e se gostar fav.. Beijos.
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daninha_ponny Postado em 31/01/2014 - 14:28:36
É lindaaaaaaa ameiiiiiiiiiiiiii......ameiiiiii
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franmarmentini Postado em 31/01/2014 - 08:41:04
AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI. ..AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...A MEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI ...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI... AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AME I...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI.. .AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AM EI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...AMEI...ESSA FIC FOI MARAVILHOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MUITO LINDA MESMO!!!!!!!! vou ficar aguardando vc postar a outra fic* e já te add. no face e no TT bjus!!!
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lyu Postado em 30/01/2014 - 00:08:02
to ficando sem cabelo! de tanto puxa-los! ele não pode ter morrido. não pode
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daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 23:59:32
Pelo amor de Deus.....ele no pode ter morrido... To chorando ate agora....q aperto no coração.... Isso é maldade....
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franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:53:58
ainda to chorrando...poxa não faz isso comigo pelo amor de deus!!!!!!!!!!!!ele não pode ter morrido por favor por favor!!!!!!!!!!! há na outra fic vc postou repetido to ansiosa pra ler lá também bjus
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franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 22:44:25
poxa eu to chorrando muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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lyu Postado em 29/01/2014 - 16:03:44
eu vou pirar se ele morrer!
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daninha_ponny Postado em 29/01/2014 - 00:16:03
Aiii ele no pode morrer......tendo infarto m 3.....2...1.....
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iza2500 Postado em 28/01/2014 - 22:37:02
Ai o Poncho não pode morrer, aff! esse rei. posta mais!