Fanfic: Em busca da paixão {AyA} [finalizada]

CAPÍTULO ONZE

Alfonso não foi atrás dela. Ela não sabia se isso doía mais ou se a deixava aliviada.

Deixou a casa chorando e encontrou Christopher espe­rando por ela no carro.

Ele olhou para o rosto de Anahí e foi correndo abrir a porta do carro para ela.

— Para onde vamos? — perguntou ele.

Ele nem perguntou se o que ele havia lhe contado fora confirmado por Bruno Gianni. Não precisava, pensou ela, pois ele estava falando a verdade.

— Vamos voltar para Roma — disse ela. — Preci­so arrumar minhas malas.

Todo aquele estresse e a dor de cabeça deixaram-na sonolenta. Ela não disse uma palavra durante a viagem, mal se mexeu.

Christopher deixou-a no apartamento de Alfonso.

— O carro dele não está aqui — observou.

— Não — disse Anahí. Nem mesmo Alfonso po­dia estar em dois lugares ao mesmo tempo. — Obri­gada por me levar e por me trazer até aqui.

— Não posso deixá-la aqui sem ter certeza de que ficará bem, Anahí. Arrume suas coisas e eu espe­rarei aqui. Podemos ficar juntos até você decidir o que...

— Desculpe-me, Christopher — interrompeu ela. — Não sei o que você quer ganhar com tudo isso, mas não vai ser eu.

— Não estava querendo...

— Eu sei exatamente o que você estava querendo, querido — disse ela. Anahí olhou-o e percebeu que não sentia nada.

Nada.

— Você está apaixonada por ele, não está?

— Obrigada por me trazer até aqui. — Mudou de assunto e foi embora, sem olhar para trás, sabendo que os olhos dele a seguiram até ela desaparecer no prédio.

A primeira coisa que ela fez foi entrar no banheiro para tomar um analgésico.

A segunda foi tirar as roupas e tomar um longo banho, na tentativa de esvaziar a mente.

A terceira foi vestir um roupão branco, procurar a mala e começar a chorar.

Alfonso chegou quando ela já havia parado de cho­rar, e estava arrumando a mala. Ele estava descabelado e parecia cansado, mas não parecia muito triste por ver que ela estava partindo.

— Para onde você vai? — questionou ele.

— Vou ficar em um hotel por enquanto. Depois, voltarei para a Inglaterra.

Ela demorou para separar apenas as roupas que ela havia comprado. Ele continuava ali parado.

— Você sabe que não vou impedi-la de partir, não sabe?

— Não quero que você me impeça. — Ela lhe lan­çou um sorriso falso.

— Mas não deixarei que isso acabe assim.

— Porque você quer os bens dos Herrera de volta.

— Os bens são secundários.

— Tão secundário quanto os papéis que você me fez assinar.

— Você precisava de proteção, Anahí.

— De que você queria proteger-me? — As lágri­mas ameaçavam cair, mas não dessa vez, pensou ela. Não vou chorar na frente dele de novo. — Eu confiei em você, Alfonso. Confiei que você estava sendo ho­nesto comigo.

— Mas eu fui honesto — respondeu ele. — Até onde pude. Você quer saber como me envolvi com você, primeiramente?

Os sapatos. Ela havia esquecido os sapatos. Come­çou a pegá-los com as mãos tremendo, sentindo-se uma idiota por querer aquela explicação mais que tudo.

Mas como ele justificaria uma coisa daquelas? Ele não passava de um aproveitador, tal como Christopher. Enquanto ela pegava os sapatos distraidamente, ele trancou a porta do quarto e retirou a chave da fecha­dura.

— Você disse que não me impediria de partir — murmurou ela.

— Mudei de idéia. — Ele começou a desabotoar a camisa.

— E posso saber a razão, se é que vale a pena? — perguntou ela sarcasticamente.

— Sexo. Parece ser uma boa razão para mim, que­rida. Mas acho que vou precisar convencê-la para que concorde.

Ela ficou olhando para ele com cara de idiota, sem saber o que fazer. Ao tirar a camisa, ele revelou aque­le torso forte, masculino e sensual.

— Por favor, não faça isso — pediu ela.

A camisa foi jogada no chão.

— Vou tomar um banho antes de decidirmos isto.

— Alfonso, por favor, não...

Ele se virou para ela como uma pantera pronta para atacar. Pegou-a pela cintura, e ela aterrissou na cama sem nem saber como.

— O que você pensa que está...

Ele a beijou com vontade. Anahí gemeu com raiva dela mesma, pois sabia que acabaria correspon­dendo.

— Agora, escute-me, sua tolinha: não sou seu ini­migo, nem nunca fui seu inimigo.

— Você armou pra mim.

— Bruno telefonou-me assim que soube que você se casaria com o Uckermann.

— Ele é tão perverso quanto você!

— Quem? Bruno ou Uckermann?

— Os dois! — gritou ela.

— Os Uckermann estão passando por uma grave crise financeira — disse ele. — Na última vez que me pe­diram um empréstimo, eu os aconselhei a doarem a casa para o país e abrirem as portas da mansão ao público. Mas Angelina Uckermann ama mais aquela casa do que seu filho ou seu marido. Ela preferiria vendê-los a vender a casa. E foi mais ou menos o que ela fez. Quando Christopher mencionou seu nome, ela viu uma grande oportunidade. E Christopher gasta mais dinheiro do que ganha. Ele é muito vaidoso.

— É, todos nós desejamos o que não podemos ter.

— E o que você quer ter, meu amor? O homem com quem passou metade do dia ou o que a trouxe para esta cama?

— E por que se importa? Nem tentou impedir-me de ir embora com ele.

— Ele dirige como um louco! Você teve sorte de chegar aqui inteira.

— Você quer dizer que nos seguiu?

Ele fez que sim com a cabeça.

— Mas por que você não nos seguiu no pátio?

— Queria ver o que você ia fazer. Se ia partir com ele ou se o mandaria embora.

— Não entendo.

— Estou vendo que não entende. — Ele a beijou novamente e, em seguida, sentou-se na cama, deixan­do-a de boca aberta só de olhar para ele sem camisa.

— Explique-se — pediu ela.

— Você ainda o ama, não ama?

— Claro que não — negou ela.

— Não minta para mim. Vi como ele a deixou tre­mendo aquele dia que se encontraram na festa bene­ficente.

— Tremendo de raiva!

— Mas você sussurrou o nome dele enquanto dor­mia uma noite após fazermos amor.

— Não posso ter feito isso.

— Mas fez. E eu não podia vê-la voltar para os braços dele sem protegê-la de alguma forma.

— Você quer dizer que me fez assinar aqueles pa­péis porque pensou que eu voltaria para o Christopher?

— Falei para ele hoje de manhã que ele não tocaria em um centavo da sua fortuna, querida. Obviamente, ele não acreditou em mim.

— Você também lhe contou que nós nos casaría­mos?

— Por que não? Você acha que eu a perderia para ele sem brigar?

— Não sei. Acho que não tenho certeza de nada no momento. Sei que você foi uma confusão na minha vida desde a primeira vez em que o vi.

— Você? E eu? Bastou olhar para você para eu me apaixonar perdidamente, mas você estava tão cega pelo safado do Uckermann que nem percebeu. A minha situação era muito pior.

Em seguida, ele entrou no banheiro, deixando-a chocada pelo que ele havia acabado de falar. Ela fi­cou imóvel até ele voltar para o quarto com a barba feita, o cabelo molhado, gotas d`água pelo corpo, e apenas uma toalha amarrada na cintura.

— Eu também fiquei pensando em você depois da­quele encontro. Cheguei a sonhar com você, e me senti tão culpada que cheguei a esconder a cabeça embaixo do travesseiro de tanta vergonha.

— Você não precisa dizer isso para eu me sentir melhor.

— Mas é verdade! —jurou ela. — Desejei você de um jeito que nunca desejei o Christopher. Odiava encon­trar com você, porque eu estava comprometida, ia me casar com um homem que eu amava, mas não conseguia parar de pensar em você. Então, fingi até para mim mesma que odiava você. Mas depois daquele encontro no sinal não dava mais para fingir nada.

"Você reclama da sua situação, mas você pensa que foi fácil admitir para mim mesma que eu estava apaixonada por você? E você brincou comigo como quem brinca como uma marionete. Ainda está brin­cando. Eu ainda acho..."

— Chega disso — interrompeu ele. — Cale-se e beije-me, Anahí.

E foi isso que ela fez. Ela o beijou até que ficassem nus e continuou beijando-o na cama, onde fizeram amor apaixonadamente.

— Vamos nos casar semana que vem. — Ele infor­mou muito depois.

— Na capela ao lado do palazzo — completou ela.

Ele ficou em silêncio por um momento.

— Aquele Uckermann...

— Minha mãe também teria se casado com seu pai nessa capela?

— Olhe, preste atenção. Vou contar-lhe essa histó­ria logo porque tenho coisas melhores a fazer com você. Nossos pais começaram a namorar porque a em­presa da minha família estava precisando de dinheiro e porque seu avô queria arranjar um marido para a filha dele. Mas quando sua mãe conheceu seu pai, ela se re­cusou a se casar com qualquer um que não fosse o Vincent Puente. Foi um grande escândalo na época, espe­cialmente quando ela engravidou. Seu avô já estava de posse de nossos bens, e ele ainda culpou meu pai por não ter engravidado sua mãe primeiro.

Anahí arregalou os olhos, chocada com o que ouvia.

— É, pode ficar chocada. Meu pai também ficou. A partir de então, entramos para a lista negra dos Gianni.

— Mas então você veio atrás de mim por causa desses bens.

— Não, sua desconfiada! Vim atrás de você por­que queria você! Você pode ficar com os bens dos Herrera para sempre, não me importo. Contanto que prometa ficar comigo também — disse ele, deitando-se em cima dela.

— Como meu escravo?

— Hum... — murmurou ele sedutoramente.

— Vou ficar com você, então — concordou ela.

— Ótimo — disse ele. — Assim colocamos um ponto final nisso tudo.

— Assim?

— Assim mesmo. Eu amo você. Você me ama. Seu tio está feliz porque prometi não expulsá-lo da casa. E o Christopher ficará feliz porque vou prometer não acabar com os negócios da família dele contanto que ele esqueça que você existe. Mas, e agora? Você quer que eu prepare um banho para você relaxar um pouco antes de eu pôr minhas mãos em você? Ou devo pôr as mãos em você primeiro?

Anahí afundou a cabeça no travesseiro para olhar melhor aquele rosto lindo e irônico, perguntando-se como conseguiria passar o resto da vida lidan­do com toda a arrogância daquele homem. Vai ser fácil, pensou ela.

— Esperar pra quê? — respondeu ela. — Vamos logo ao que interessa. Você sabe que mesmo que eu escolhesse o banho, você não agüentaria esperar.

— Eu soube que você era a mulher da minha vida no momento em que a vi. — Ele sorriu satisfeito. E foram direto ao assunto...

FIM