Fanfic: Par perfeito.

—Vamos embora — Luis falou baixinho. — Vamos a um lugar onde poderemos ficar a sós.

Calma, Dulce aconselhou a si mesma, muita calma. Ela estava prestes a iniciar um caso com um homem incrivelmente sedutor, findo o qual ela poderia afirmar que vivera perigosamente, e do qual se lembraria quando tivesse seus cinquenta anos... Era mui­to emocionante!

Mas onde estava com a cabeça? Pensando em cabelos brancos, quando a mão de Luis passava por seu corpo e a boca queimava sua pele?

— É minha festa. Não posso simplesmente desaparecer. Quem sabe eles irão logo embora. Assim nem precisaremos sair de casa para ficarmos sozinhos. — Foi recompensada, porque Luis pas­sou a beijá-la por todo o rosto, o que lhe provocou uma incrível sensação de calor.

Finalmente. Era assim que queria se sentir. Deixar que as coisas fluíssem de modo natural.

E apertou ainda mais os braços ao redor do pescoço dele, convidando-o para um beijo. Quando isso estava prestes a acon­tecer, quando seus lábios quase se encontraram, alguém a puxou insistentemente pelo braço.

— Dulce!

— Agora não,Any.

— É importante.

Profundamente contrariada, Dulce se afastou.

— É melhor que alguém esteja morrendo... — ela disse à amiga.

— Eu acho que a festa acabou — declarou Anahi com uma careta, e indicou a porta.

Dulce seguiu seu olhar e viu um homem com calça caqui, ca­misa amarrotada e uma mochila surrada nos ombros. De cara amarrada e expressão de grande cansaço.

Estava muito, muito zangado.

O coração de Dulce deu um pulo quando os olhos penetrantes daquele homem encontraram os seus através da sala, e ela afas­tou-se de Luis como se tivesse sido picada por uma víbora pe­çonhenta.

—Chris! — ela exclamou numa voz cava.

No dia seguinte, apoiada ao batente da porta da cozinha, Dulce olhou de para o homem que estava junto ao fogão prepa­rando café.

— É você — ela disse, num tom de profundo mal-estar. — Eu pensei que tudo não passava de um horrível pesadelo.

— Bom dia, Dulce — saudou ele com ironia. — Também tenho o maior prazer em vê-la.

Dulce passou por ele meio zonza de sono e despencou numa cadeira.

— Acho que vou morrer — disse simplesmente.