Fanfic: Par perfeito.

— Oh, céus! Sinto muito!

— Eu cheguei a pensar que você não ia sair mais do meu quarto improvisado.

Apesar de o rosto de Chris mostrar contrariedade, Dulce estava quase certa de ter vislumbrado um lampejo divertido em seus olhos cinzentos.

Essa era a primeira vez que ela e Christopher ficavam sozinhos desde a noite do aniversário de Anahi e como se isso não fosse suficiente, ele havia chegado em casa e encontrado seu apartamento num verdadeiro caos, sendo que o único lugar razoável para ele dormir era um quarto de hóspedes que ela estava usando como closet e que, consequentemente, estava abarrotado de roupas espalhadas.

Seus nervos, em polvorosa por todo aquele assunto com Luis, ficaram em frangalhos quando vira Christopher e ela tinha se compor­tado como uma tonta, falando demais.

Dulce encolheu-se toda.

Pediu a Deus que não tivesse feito algo de que pudesse se envergonhar, como passar uma outra cantada em Chris... Ela tinha gravado na mente a lembrança perturbadora dele desabo­toando a camisa. Isso sucedeu na noite passada ou há cinco anos?

— Espero não ter posto você na cama — ela disse nervosa.

— Não, mas fui obrigado a começar a me despir para me ver livre de você.

— Solução inteligente! — Dulce falou com acidez, mas, para sua consternação, o olhar de Christopher pareceu mais divertido.

— É verdade. Você ficou diante de mim, me olhando de olhos arregalados e cheguei até a pensar que eu teria que fazer strip-tease para você ir embora e eu poder dormir. Felizmente você se deu conta, ficou vermelha até a raiz dos cabelos e foi embora.

Ivone ficou aborrecida ao constatar um leve sorriso no canto da boca dele.

— Se eu não estivesse tão cansado, sua expressão teria me feito rir muito — ele acrescentou.

— Ainda bem que lhe proporcionei alguma diversão...

— É, mas não foi nada divertido acordar à noite para beber um copo d`água e dar com você esparramada no sofá com todas as luzes da casa acesas e os restos de um martíni em uma taça que havia caído de sua mão. Foi uma cena dramática. Tentei acordá-la, mas você apenas conseguia resmungar algo como es­tar perdendo o ônibus.

Dulce engoliu seco.

Tinha uma vaga lembrança disso.