Fanfic: Par perfeito.

— Extraordinário — exclamou Dulce, aparentando estar ma­ravilhada. — Você conseguiu arrasá-lo em trinta segundos!

— Conheço esse tipo. Tropecei com repórteres como ele o tempo todo na África. Eles pensam que podem ir chegando, bater papo com uns bêbados no bar e "explicar" para o mundo o que está acontecendo.

A expressão de Christopher era de desgosto, mas seus olhos, quando fitaram Dulce através da mesa, estavam muito sérios. — Pessoas como Luis só estão interessadas nelas mesmas. Acho que você deve ter cuidado, só isso.

— Estou cansada de ter cuidado, Christopher. Quero viver perigosa­mente. A maioria dos homens que conheço são homens "comuns". Ele é diferente. Eu sinto que ele tem algo de especial.

— Dulce, você não acredita que ele esteja mesmo inte­ressado em você, acredita?

— Ele me convidou para sair. Por que faria se não estivesse interessado em mim, Christopher? Pode me dizer?

— Ele quer alguma coisa — afirmou Christopher. Dulce arregalou os olhos.

— Como o quê? Eu não estou dormindo com um membro do Parlamento inglês. A única história que ele poderá arrancar de mim é a do irmão de minha amiga que despencou das nuvens e insiste em me humilhar diante de meus amigos.

Imperturbável, Christopher meramente se serviu de café.

— Depois não diga que não a avisei — foram suas últimas palavras.

No dia seguinte Dulce encontrou-se com Christian na academia e, como sempre, nos intervalos dos exercícios punham a conversa em dia.

— O irmão de Any é meio calado, não? — comentou. — Não posso acreditar que você esteve suspirando por ele todos estes anos.

— Que é isso, Chavez? Eu não andei suspirando por ele todos esses anos. Você está muito enganado.

— Não sei, não. Acho que ninguém conseguiu fazê-la esquecer aquela única noite.

— Não sei do que está falando — ela reagiu rapidamente e Christian sorriu.

— Me diga, como é viver na mesma casa com sua fantasia?

— Se vamos considerar ele minha fantasia, posso lhe asse­gurar que viver com ele é horrível. Já vi que ele tem mania de arrumação, além da capacidade de me fazer sentir uma burra, embora hoje, para meu espanto, disse que eu era uma mulher razoavelmente inteligente. Pode?

— Se é tão ruim assim, por que você não vem morar comigo e BJ? Nosso apartamento é pequeno, mas é como coração de mãe. Sempre cabe mais um.

O oferecimento de Christian a deixou comovida. Christian e BJ já vi­viam apertados. Imagina se ela teria coragem de apertá-los mais ainda.