Fanfic: Par perfeito.

Christian fez um gesto de dissuasão.

— O golpe, Dulce, estará logo resolvido. Você pode aparecer, surpreendê-lo e dizer que está de férias. Que pode haver de mais natural que procurá-lo ao chegar?

Dulce então lembrou que, desde que Christopher descreveu as noites quentes e as águas do oceano Indico rolando nas areias brancas da praia, ela alimentava o desejo de ir a Mbanazere ver tudo com seus próprios olhos. Ela, se pudesse ir, não iria por causa de Luis, mas ele seria um bom pretexto.

— Amanhã vou me informar sobre voos para Usutu, Christian. Mas ainda havia um porém. - 0nde vou arranjar dinheiro para pagar essa viagem? Você sabe que estou endividada até o pescoço... Minha festa foi toda paga pelo cartão de crédito.

Christian fez um gesto que significava que dinheiro não era im­portante.

— Vamos pensar em alguma coisa. Existe uma porção de ma­neiras de arranjar dinheiro. Outro dia comprei um pacote de batatas com um cartão de arranhar que, sorteado, daria milhões!

— E você ganhou alguma coisa?

— Não. Mas tentei e se a gente não tenta...

— Está bem, Christian, no caminho de casa comprarei alguma coisa.

Pela primeira vez comprou um bilhete de loteria. Alguém ti­nha que ser agraciado. Por que não ela? A sua sorte tinha que mudar.

No dia seguinte, quando Luis apareceu em sua sala, parecia que, realmente, sua sorte havia mudado.

— Oi — ele disse, apertando-lhe a mão.

A emoção tomou conta de Dulce, tanto que sua garganta secou.

— Luis, o chefe está em reunião, e não está atendendo ninguém. Depois do encontro fracassado em que ela voltou para casa

bem antes do previsto, achava que Luis não a procuraria mais. Mas, aparentemente, era ela que Luis procurava.

— Que vai fazer sexta-feira à noite, Dulce? — ele perguntou, percorrendo o olhar por seu rosto.

— Nada de especial — ela respondeu, pronta a sacrificar um jantar com Christian e BJ.

Se era aventura que queria não podia estragar tudo com des­culpas de cansaço ou outro compromisso.

— Acho que chegou a hora de celebrarmos meu novo cargo — disse Luis. — Vou estar no Copacabana às nove horas. Diga que vem. Sexta-feira, nove horas. Não esqueça.

Copacabana era o bar da moda. Música brasileira, caipirinha, petiscos típicos, tudo muito gostoso.