Fanfic: Par perfeito.

— Não estou com pressa — afirmou.

Os olhos de Christopher faiscaram, mas ele teve o bom senso de não deixar seu mau humor transparece.

— Você gostaria de um pouco de vinho?

A resposta que agradaria a Christopher seria um não, mas Dulce, só para contrariar, disse sim.

Ele foi buscar mais um copo e os olhos de Dulce o seguiram. Seus ombros estavam encolhidos, sinal de que estava zangado. Havia mudado de camisa e a que estava usando era azul, cor que lhe ficava muito bem.

O que uma moça como Taylor via num homem tão comum como Christopher, ela não sabia. Ele nada tinha de especial. Olhos escuros. Cabelos castanhos. A única coisa admirável nele era seu controle, se bem que, quando fizera amor com ela, ele perdera o controle.

Essa lembrança sempre lhe ocorria e tudo que queria era en­contrar alguém realmente excitante que a fizesse esquecer esse incidente do passado. Esse alguém era Luis.

Com um suspiro, voltou sua atenção para a convidada, que a estava observando, com interesse.

— De onde você conhece o Chris? — Dulce indagou, curiosa. Ten­tava parecer indiferente, mas mais parecia enciumada.

— Nós trabalhamos juntos.

— O que você faz? — Ela deve ser uma secretária executiva, Dulce pensou.

— Sou engenheira civil.

Taylor riu ante a expressão de espanto de Dulce.

— Conheci Christopher quando trabalhamos num projeto. Agora, aqui em Londres, estamos procurando le­vantar fundos para a construção de estradas na África. Traba­lhar com ele é muito estimulante.

Estimulante?

Dulce o viu aproximar-se de lábios cerrados, sua marca regis­trada quando estava zangado.

— Sabe, em minha opinião, muitos adjetivos qualificariam Christopher, mas posso garantir que estimulante não é um deles.

— Então você nunca trabalhou com ele.

— Não, a menos que se considere trabalho receber ordens para lavar a louça, passar o aspirador no tapete, arrumar a casa — disse Dulce.

Taylor olhava para Dulce, divertida.

—Vê-se que vocês dois se conhecem muito bem... — comentou a loira.

— Bem demais — disse Christopher, estendendo o copo de vinho a Taylor.

— Christopher é o irmão que eu sempre quis ter — ela disse a Taylor inclinando-se para pegar o copo. — Sabe, o irmão que, nos mo­mentos difíceis, sobretudo na adolescência, está sempre pronto a criticar, caçoar de você e solapar sua autoconfiança em todas as oportunidades.